7.9.11

Os Amparadores Extrafísicos: breve relato de caso clínico e outras considerações

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo
Espaço do Ser e Projeto Amanhecer (HU-UFSC)


(antes de começar este texto, quero compartilhar a presença de dois pássaros pica-pau aqui, em minha casa, no alto do morro do Canto da Lagoa da Conceição, cujo canto exótico, tirou minha atenção desde escrito, cuja beleza e ainda existência, toda vez que os vejo, faz sentir-me muito agradecido).

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Obs: o relato abaixo é modificado para evitar exposições indevidas do paciente aqui chamado de Edevaldo.
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As queixas de Edevaldo são múltiplas e se resumem à enorme dificuldade em lidar com seu processo de hiperssensibilidade, parapsíquico, medíúnico, paranormal. Ele procurou-me através do Hospital Universitário (UFSC), pelo Projeto Amanhecer (clique aqui).

Diante disso adentra em uma série de questões pessoais, conflitantes, donde o paciente não aceita como é e encara a questão toda de sua sensibilidade aguçada no sentido de não ser merecedor de tal "poder" ou "função". Não compreende o porquê ele possui tal capacidade.

Estudamos juntos, sessão após sessão,  a questão das "armadilhas mentais" assim como o estudo dos artigos que publiquei nesta revista lhe proporcionou maior clareza do assunto e de sua condição, complementando tudo o que é trabalhado em psicoterapia, aqui, parapsicologia clínica (uma modalidade de psicoterapia transpessoal ou consciencioterapia).

Na 3ª consulta ocorre um fenômeno não tão raro na minha prática clínica, porém, a raridade se dá porque o próprio paciente precebe o que eu percebo, ou seja, a livre presença dos amparadores extrafísicos em verdadeira aula de multidimensionalidade. Geralmente tal fato é presenciado por mim, quando sinto (PES - percepção extrassensorial, telepatia) e muitas vezes vejo-escuto (clarividência-clariaudiência-telepatia), os 2 amparadores que sempre me favorecem o suporte energético e o amparo nos atendimentos clínicos e extraclínicos. Tenho evidências pessoais hoje suficientes para informar que estou constantemente amparado por duas consciências extrafísicas, ao modo de 2 auxiliares invisíveis, e que, estes são coordenados por amparadores mais lúcidos que aparecem em momentos necessários quando minhas capacidades pessoais mostram-se insificientes ou precárias para determinadas tarefas assistenciais, tanto nos consultórios como na vida em geral, incluindo e principalmente a tarefa ampla de esclarecimento através desta revista. O acoplamento neste último caso é consciência-consciência, através de um acoplamento exclusivo pela cabeça, expandindo as energias do coronochacra e serenizando minhas emoções num nível acima daquilo que conheço como sendo "eu mesmo", evidenciando a presença inconfundível do amparo, mais lúcido e equilibrado, traduzindo-se sempre em aulas multidimensionais e oportunidades práticas de vivenciar a serenidade e o equilíbrio íntimos destas consciências que já pertencem a outra linhagem na escala da evolução das consciências. Mas até o momento, somente uma paciente teve a capacidade de captar e mesmo ver os amparadores ao meu lado, durante uma sessão clínica. Até então, eu julgava esta paciente como a mais sensitiva até hoje encontrada, paciente que entrava em transe espontâneo, fazia transidentificações livres e sem esforço algum, cujo aprendizado clínico centrou-se nela aprender a dar corpo, a incorporar a si mesma, antes de se arremeçar na mediunidade e no universo extrassensorial amplo e infinito.

Acontece que durante esta 3ª sessão, instala-se um campo parapsíquico, campo este energético com características de facilitar toda percepção extrassensorial mais ampla, irradiando-se para outras dimensões, donde se manifestam aí ao meu lado, os dois amparadores e mais uma amparadora mulher que fica ao lado da paciente. A percepção começa quando sinto a mudança na sintonia energética-consciencialda do consultório. É difícil explicar, verbalizar isso. Mas, ocorre uma alteração súbita do clima, alterando-se subitamente de um nível denso para outro, leve, cristalino, evidenciando a presença dos amparadores. Na minha prática, ao longo dos anos, fui aprendendo vivenciamente que quando um clima num ambiente está denso, pesado, é sinal de presença no local ou próxima de pessoas desencarnadas (espíritos, consciências extrafísicas) denotando insalubridade consciencial e toxidade no nível dos pensenes (pensamentos-sentimentos-energias e mesmo nas atitudes). Mas neste caso, ocorre o inverso, quando o clima altera-se de súbito é sinal de presença de amparadores. É leve, sutil, mais leve que o ar, é muito sutil. Mas o tipo de assistência parapsicológica potencializa estes aprendizados. É como uma malha limpa, cristalina, serena, de energia lúcida, consciente, poré, muito fraterna e destituida de qualquer traço de agressividade, distorções e desarmonias. É como um campo orquestrado, limpo, bem regido, sem interferências, o que possibilita uma expansão da consciência e um laboratório para a experiência direta com a realidade multidimensional, além das teorias, especulações e hipóteses.

Assim, fui aos poucos expandindo minha consciência e fui percebendo nitidamente a presença inconfundível destes 2 amparadores extrafísicos ao meu lado. Incialmente, apesar de percebê-los, não dou crédito por completo, onde fui tentando aumentar ainda mais minhas percepções para não cair em autosugestões, comuns, ou algum tipo imaturo de alucinação mental, também tão comum. Mas não, a presença era quase física, podia senti-los ao meu lado, vestindo-se com roupas brancas e mantendo continuamente a mente livre de ansiedade e de pensamentos antagônicos. Esta característica dos amparadores é impressionante, a maneira como conseguem manterem-se continuamente centrados em si, ajudando as consciências, porém, mantendo seus pensamentos e sentimentos num eixo contínuo de equilíbrio e serenidade, além daquilo que compreendemos aqui, nesta dimensão.

A percepção em dado momento é confirmada pelo paciente que, espontaneamente, relata o que observa, devido a seu olhar fixo e sensação leve de insanidade mental. Ele também percebe a presença ao seu lado direito, da amparadora mulher, assim, mesmo eu não falando nada a respeito do que eu mesmo estava percebendo, fui perguntando o que estava lhe chamando a atenção, e ele de pronto, apesar de achar estar ficando insano, relata suas percepções, que, imediatamente, são confirmadas por mim, atuando como verdadeira profilaxia de loucura e insanidade mental. Os fenômenos e percepções quando parapsíquicas são reais e constituem o mais amplo espectro da realidade perceptível, sendo a dimensão física, observável a olho nú, o pequeno e restrito espectro.

Informações são dadas a ele de que "que bom que ele [no caso, eu] está trazendo ele [o paciente] de volta...". O paciente reluta em dizer o que estão telepatizando no campo do consultório, e esclareço que possui relação com o "voltar de volta para casa".

O paciente sai revigorado, tranquilo e sereno. Ao contrário de seus sintomas agudos de ansiedade e medo. Após 4 sessões, ao fim, digo a ele que é merecedor de tal função, de tal qualidade, e que ele não é totalmente poderoso para desequilibrar o campo. Esta era uma crença potente nele, a de que ele era causador de entropias energéticas por onde passava, o que o levava para o isolamento das pessoas e mesmo do trabalho. Com a experiência, ficou comprovado que, mesmo ele estando em entropia, desequilibrado, isto não foi capaz de alterar o equilíbrio do amparo ali presente, que manteve-se coeso energeticamente e sereno o tempo todo da experiência.

Os fenômenos parapsíquicos vivenciados pelo pacientes eram extensos, mas incluia a mediunidade (contatos diretos com espíritos ou consciências extrafísicas amparadores ou não); clarividência (observação visual, mental, da dimensão extrafísica); telepatia/clariaudiência (ouvir o pensamento, sentimentos dos amparadores e outras consciências extrafísicas ou mesmo aqui, intrafísicas); precognição (pressentimento, visões, de morte de pessoas próximas, o que o deixava em constante estado de tensão).

Os fatores etiológicos do sintoma geral, ou a constelação de causas, levaram o paciente e migrar para sua vida na infância, cujo medo da morte, medo de perder seus entes mais próximos e pessoas amadas, medo de ficar a só e sentir sua solidão, fazia com que seu processo parapsíquico fosse desencadeado para as dimensões extrafísicas, como uma forma, tanto de comprovar a realidade extracorpórea do espírito, como para manter-se "colado" aos parentes já falecidos, agora, numa condição extrafísica. Assim sendo, muitas vezes as capacidades parapsíquicas são estimuladas e potencializadas devido a fatores puramente internos, da ordem da insegurança diante do "vazio", da solidão e do contato com o "nada", e com a "não-existência".

Como conclusão inicial, evidencia-se que o contato mais direto com os amparadores extrafísicos é essencial para a parapsicologia clínica e a psicoterapia toda envolvida. Os recursos importados aqui da terapia cognitiva, tal como elaborado pelo Dr. Robert L. Leahy, e aplicados na assistência psicoterapeutica para pacientes envolvidos com distúrbios associados a paranormalidade mostraram-se altamente eficazes, obviamente, dentro dos limites possíveis de serem aplicados. O pressuposto do Dr. Eliezer Mendes, criador da parapsicologia clínica, de que o psicoterapeuta necessita ele mesmo ser portador das faculdades extrassensoriais, transidentificantes e parapsíquicas se evidenciam neste caso-exemplo, onde facilita toda assistência e torna o psicoterapeuta mais independente de equipes de médiuns-auxiliares, facilitando o trabalho e potencializando a ajuda. Estamos dando passos adiante da proposta do Dr. Eliezer que separava ainda, em sua época, a função do parapsicólogo clínico da do psicoterapeuta. Aqui, procuramos unir ambas as coisas devido a possibilidade de integrar o campo da psicoterapia dentro do uso pessoal das capacidades naturais do parapsiquismo no trato assistencial de qualquer paciente. O caso-exemplo, mostra as correlações entre fatores etiológicos puramente psíquicos (intrapsíquicos) com parapsíquicos (amplos, extrassensoriais), o que mostra que toda parapsicologia carrega em si, essencialmente, uma psicologia, sendo esta um sub-campo da parapsicologia e não o oposto, porque o menor não pode conter o maior, no caso, a parapsicologia (o que é, está além, contém e transcende a psiqué ou a psicologia). Assim, a parapsicologia clínica, coloca-se como campo independente da psicoterapia, ficando classificada, inicialmente, como uma modalidade de psicoterapia transpessoal e mesmo de consciencioterapia (para diferenciar da consciencioterapia trabalhada pela OIC).