O processo de escrever o livro propriamente dito começa a revelar facetas profundas de recuperação de escritos de muito tempo atrás. Hoje encontrei dois escritos, profundos, que os escrevi dentro de minha antiga Oficina de Arte Livre, onde realizava meus trabalhos de criação, na arte, poesia e pesquisa científica. E lá encontrei dois textos: O Mito da Terra sem Males e o Mito dos Surfistas Ancestrais. Lágrimas cairam e me transportei para aquele tempo. Me vi diante do bloco de argila e da imagem do jaguar Maia, onde fiz a escultura mais bonita até então: o Jaguar, esculpido diretamente no bloco grande da argila. E foi ali, naquela mesa, naquele silêncio profundo, que nasceu estes mitos. Beleza e espontaneidade. Pude ver meu passado de um modo completamente diferente. Vi a continuidade de tudo que fiz e do que faço hoje. Um clarão de lucidez, uma emoção de gratidão e que benção ter guardado estes textos e tantos outros que estou recuperando. Alguns trechos de relatos do que vivi na Reserva Natural Viveiro, quem nem existe mais... A frase do Ciro... enfim, extratos significativos de momentos que mudaram o curso de minha vida.