23.12.15

Evidências Científicas dos Para-mestres de Yoga (Indiano e Chinês): Experiência Mediúnica-Clarividente em Meditação Macrocósmica

Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo e Psicoterapeuta
Pesquisador da Consciência, Yoga, Taoismo e Holocosmologia
Professor e Pesquisador do Tao Yoga - Tai Chi Chuan
Espaço Terapêutico Tao Psi (clínica particular)
Projeto Amanhecer - HU - UFSC (clínica voluntária)
Coordenador do LAC - Laboratório de Autopesquisa da Consciência e do Yoga (PA-HU-UFSC).



Considerações Iniciais

O presente ensaio parte de duas experiências isoladas, uma realizada dentro do Laboratório de Autopesquisa da Consciência e do Yôga e a outra realizada em meu consultório particular (Espaço Terapêutico Tao Psi) em uma sessão de psicoterapia parapsicológica.

A primeira foi a constatação em clarividência da presença direta, presencial do que posteriormente iria designar por Swami, ou o mestre de Yoga que já possui o autodomínio e o domínio do Yoga. O mestre extrafísico apresentava-se com as roupagens alaranjadas e turbante, expondo a serenidade profunda e a lucidez de um mestre. A única coisa que comunicou foi: "samprajnata samadhi". Nada mais.

A segunda experiência foi a constatação direta também em clarividência mediúnica da presença de um também swami chinês, um mestre taoista o qual vestia-se de branco, sem cabelos, barba, fina e comprida, de um profundo pacifismo, e pude neste contato compreender a natureza da violência e suas relações com a serenidade e a meditação.

O modo de ensinar dos mestres extrafísicos é direta e geralmente sem maiores discursos. São sintéticos, claros e ensinam somente o essencial.

O primeiro swami ensinou-me o samprajnata samadhi, ou o samadhi com semente, dentro da prática da meditação microcósmica ou o kriya indiano. O segundo ensinou-me sobre o pacifismo dentro da mesma prática da meditação microcósmica, o nei-dan taoista.

Estas vivências evidenciam também a essência da coesão metodológica de ambos métodos.


Swami Patañjali
1. Ensinamento do samprajnata samadhi pelo Swami.


Aquele dia iniciamos o encontro num diálogo aprofundando as questões profundas da vida de cada um dos membros do laboratório. O exame aprofundado, na persistência do discernimento, na autoinvestigação honesta e profunda de cada um, foi que após determinado ponto iniciamos a meditação, primeiramente, a microcósmica e após a macrocósmica.

Estávamos realizando a meditação microcósmica quando iniciamos a meditação macrocósmica, experiência esta que visa o samadhi. O samadhi como já expus, é a experiência de interrupção das perturbações internas e portanto, de serenização do espírito.

Num dado momento, senti um profundo êxtase, sensação de felicidade que fazia-me evaporar, transparecer meu espírito, gratidão por tudo e por nada, o simplesmente eu sou feliz agora sem motivo. Ao mais uma vez sentir o samadhi entramos na meditação macrocósmica e comecei a ver em clarividência o mestre indiano vestido de roupas alaranjadas, turbante, com expressão lúcida e serena no olhar. O mestre chegou próximo a mim e me disse em telepatia: "samprajnata samadhi". E saiu de volta ao grupo de mestres liderados por um gran-mestre.

O sentimento de conectividade, a comprovação mais uma vez da existência extracorpórea, a ligação direta com os para-mestres do Raja Yoga, a percepção exata do nível o qual estamos de aprendizes do samadhi, situou a essência de tudo que venho construindo ao longo de várias vidas. Paz íntima, certeza da amparabilidade onipresente, certeza da amparabilidade de nosso trabalho no LAC e certeza da possibilidade do êxtase nirvânico do samadhi. Nada me perturbava, nada me tirava do centro, nada era suficiente forte e poderoso para atingir-me e perturbar-me. Ali encontrei a semente da imperturbabilidade permanente: samprajnata samadhi.

A construção pluriexistencial, milenar, do samadhi. Este movimento de construção, de sair da semente e brotar, cultivar até que se alcance o pico do êxtase é chamado de "samprajnata samadhi". Até então não tinha a noção exata do significado do conhecido "samadhi com semente" e a sua profundidade.


Swami Lao Tzu
2. Uma aula de pacifismo pelo mestre chinês.

E mais uma vez aparece um para-mestre chinês, de vestimenta branca, profundamente pacífico. Estava ensinando e praticando a meditação microcósmica e macrocósmica com meu aluno quando durante a meditação macrocósmica vejo em clarividência do para-mestre (provavelmente Lie Tzu, nome que posteriormente viria em minha mente ao refletir sobre a identidade do mestre).

A sua profunda serenidade e paz de espírito, livre de qualquer tipo de sinal de agressividade, ensinava-me o que muito tempo estava buscando: o contato direto com mestres acima de meu nível, de forma que pudesse aprender as lições do Tao diretamente.

O ensinamento foi não-verbal. O mestre nada disse, mas tudo falou. A sua presença de fecunda serenidade mostrou-me num exame direto a distância que se encontra da violência. Como água e óleo, a violência não poderia atingi-lo mais. Livre de toda violência interior, sua aura expressava a suavidade do vapor de serenidade que só pela presença ensinava-me quem eu sou e a medida exata da violência que ainda existe dentro de mim e em volta.

O ensino sem palavras, um mestre taoista.


Considerações Finais

O contato com os para-mestres me ensinam a discernir mestres dos pseudo-mestres, e mestres de instrutores ou professores. Eu um professor e aluno dos mestres do Tao, do Samadhi.

A alegria calma e a serenidade silenciosa circula em meu coração neste instante. Compartilho destas vivências com você de maneira que possa você mesmo comprovar tudo o que exponho em meus ensaios. Tudo o que exponho está acessível a você. E a nossa saúde e o sentido de nossas vidas, é o Tao do encontro com as essências do Universo!

OM SHANTI!

16.12.15

Pontuações Essenciais sobre a Ciência do Tao Yoga

Wu-Ji - Tai-Ji
Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo e Prof. Tao Yoga - Tai Chi Chuan.
Coord. LAC - Laboratório de Autopesquisa da Consciência e do Yôga.


1. Tao (Wu-Ji)

Tao é o caminho, o sentido, o eixo universal, o eixo da realidade última (Holocosmo), donde viabiliza a existência de tudo ou o Holocosmo. Tao é o eixo norteador do holomovimento, inacessível, intangível, invisível, intocável, e puramente abstrato, está presente em tudo e nunca é encontrado. Não existe como compreendemos existência e está além de tudo o que a inteligência humana pode compreender. É possível de ser sentido ou vislumbrado, porém não entendido. Situa-se no campo do incognoscível, do fundamento sem fundamento que viabiliza a existência. É mais essencial que a existência e é o pressuposto de tudo, sendo como bem disse o mestre, anterior até ao próprio Deus. Tao é o eixo viabilizador da vida, é a vida em si e transcende-a infinitamente. Em sua manifestação num nível humano, Tao se mostra como estado de pura consciência informe, além do espaço, tempo, energia e dimensão, pura serenidade, benevolência, hiperlucidez e sabedoria holocósmica. Tao está para Wu-Ji assim como Wu-Ji está para Tao. Somente no estado de Wu-Ji que é possível vislumbrarmos Tao.


2. Holocosmo (Tai-Ji)

O Holocosmo é a realidade última, fonte de tudo e o tudo existente. Inclui tudo o que pressupomos existir, o que existe e não sabemos que existe e a não-existência propriamente dita que fundamenta a possibilidade da existência. O Holocosmo move-se continuamente em holomovimento. A hologênese se move a partir do não-tempo. Nada surge, nada acaba. O Holocosmo sempre existiu e sempre existirá na eternidade do tempo e no infinito do espaço. Espaço, tempo, dimensão, consciência e energia formam uma intrincada unidade indivisível onipresente. A linguagem enquanto representação do real sempre será linguagem, limitada e restrita ao sujeito comunicante. O Holocosmo é a fonte última da linguagem e, portanto, do sujeito comunicante. Qualquer conceito sobre o Holocosmo é esboço e não verdade. A verdade está além da linguagem, no acesso direto a partir da função psi-ómicron. Holocosmo está para Tai-Ji assim como Tai-Ji está para Holocosmo. Somente no estado de Tai-Ji é possível vislumbrarmos a suprema unidade além de toda e qualquer dualidade ou o Holocosmo.


3. Holocosmologia

É a ciência que investiga o Holocosmo em sua inteireza a partir principalmente dos estados de consciência de largo espectro, a partir da função psi-ómicron, incluindo o sujeito em sua condição de holofusão, portanto, a autopesquisa holocósmica. A Holocosmologia é noutras palavras a ciência do Tao, a ciência do Wu-Ji/Tai-Ji, a Holociência.


4. Princípio

O Tao-Holocosmo é investigado e compreendido a partir de uma sistemática composta por múltiplos métodos interconectados. A vivência abstrata do Tao e a compreensão progressiva do Holocosmo se dá a partir da deflagração progressiva de uma função parapsíquica peculiar do largo espectro holotrópico da experiência consciencial, o qual chamei de função psi-ómicron.

A holocosmificação consciencial se dá a partir das experiências que ultrapassam o espectro da experiência humana ordinária e mesmo das experiências humanas parapsíquicas comuns estudadas pelas ciências da consciência. A isto inclui o contato direto com inteligências alienígenas e suas formas de manifestação e tecnologia, vivências projetivas extraplanetárias e entrevidas e vivências de samadhi na interrupção da flutuação mental e serenização do espírito. Estas experiências calibram a consciência microcósmica com a macrocósmica num alinhamento progressivo, o qual é chamado de Yôga, no alinhamento de Yin e Yang.

Yôga é a calibração progressiva do microcosmo com o macrocosmo, na união indivisível entre o micro com o macro. Esta união progressiva é um movimento de amor, de união. O amor é a expressão do Tao na união de tudo numa holocoesão holocósmica. Assim, o princípio de holofusão é o movimento de dissolução de toda e qualquer perturbação (sofrimento) visando a elevação da consciência num patamar de harmonia íntima e compreensão holocósmica mais refinada e profunda.

Este movimento é o de dissolução do sofrimento em todas as suas formas e o de vivência da condição de espírito puro ou consciência real, na pura autenticidade do que realmente somos, o eu holocósmico, o próprio Holocosmo.

Assim, o princípio de união, o princípio integrativo, unificador, portanto, de amor, é o Yôga que viabiliza a holofusão e a dissolução de toda e qualquer forma de angústia, depressão, ansiedade e sofrimento geral.

No entanto, o Yôga não é a simples vivência do amor puro, mas também a autoexperimentação sistemática de um sistema de métodos interligados e unificados. O Yôga então é a ciência da autotransformação até a nossa condição de não-forma do espírito puro e liberação dos ciclos de nascimento e morte, a vida eterna e infinita propriamente dita.


.........................................................................
Na próxima publicação, darei prosseguimento a este ensaio no desenvolvimento dos seguintes tópicos, tais como:

5. Epistemologia
6. Sistemática
7. Métodos
8. Técnicas
9. Experiências

14.12.15

Tai Chi Chuan - Tai Ji Quan - Tao Yoga: Esclarecimentos sobre 14 Confusões


Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo e Prof. Tao Yoga e Tai Chi Chuan.

Coord. LAC - Laboratório de Autopesquisa da Consciência e do Yoga.

.......................................................................
Este ensaio é dedicado ao grande mestre Yang Luchan.
.
.......................................................................


Considerações Iniciais

A ideia de escrever acerca destes pontos básicos essenciais que caracterizam de forma geral o que é o Tai Chu Chuan vem sendo formada ao logo de quase duas décadas de prática ininterrupta.

A começar por meu estranhamento sempre presente da separação do Yoga e do Tai Chi Chuan. Eu sempre pratiquei ambas as linhas, a começar por minha prática ainda anterior de Raja Yoga e após alguma prática de Swásthya Yoga e Hatha Yoga. Ao mesmo tempo percebia a semelhança dos Qi Gong praticados com determinados ásanas do Yoga e mesmo com os pranayamas. A meditação praticamente era a mesma, sentada e, não raro, a partir dos preceitos Budistas, entoávamos mantras.

A confusão aqui impera. O Tai Chi Chuan misturado com Budismo e com traços evidentes do Yoga indiano. Com o passar do tempo e com a prática do Jiu Jitsu um amigo uma vez me diz que o Jiu Jitsu veio da Índia. Eu achei muito estranha esta afirmativa, devido ao pacifismo associado à Índia. Por outro lado minhas pesquisas permaneceram e estudando a arte Vajramushti indiana lá encontramos a origem não só do Jiu Jitsu, como do Kung-Fu e da sequencia de movimentos do Tai Chi Chuan. E para complicar ainda mais, os movimentos são extremamente semelhantes aos ásanas do Yoga.

Porque tantos ásanas? Porque tantos estiramentos, fortalecimento de ossos, tendões e músculos, alongamento e resistência? A resposta é simples: preparar o lutador para o combate. Numa luta caso o adversário tente realizar uma imobilização ou mesmo uma quebra de algum membro, o praticante terá mais condições de não lesionar-se, não quebrar o membro, como no caso de lutas de imobilização. Quanto maior é o alongamento, quanto maior é a capacidade de distensão muscular e esqueletica e nos tendões menor a probabilidade de derrota. Ao ver um dos maiores lutadores de todos os tempos, Rickson Gracie, praticante do Jiu-Jitsu, exibir seu profundo domínio de técnicas de pranayama e ásanas, observamos o fundamento marcial dos ásanas.

Precisaríamos então de tantos ásanas caso o praticante não o faça para preparar-se para o confronto violento do Vajramushti? A resposta também é simples: não. Precisaríamos somente de uma sequencia simples que manteria a saúde dos ossos, tendões, músculos e alongamento suficientes para uma vida de saúde e de longevidade. Ao observarmos grandes mestres de Yoga realizando os pranayamas e ásanas como métodos de conversação da lucidez e da serenidade, da saúde e longevidade, observamos o fundamento não-marcial dos ásanas.

Nestes muitos anos de prática nunca compreendi porque consideram o Tai Chi Chuan uma arte marcial. É realmente incompreensível uma sequencia realizada com tamanha precisão, lentidão e acalmia de espírito (visto ter de iniciar na posição de Wu-Chi ou seja, em samadhi) poder ser usada como instrumento de violência. Esta é talvez a maior confusão associada a este método.

E diante destas confusões todas que muito provavelmente perturbam ou mesmo inquietam muitos espíritos praticantes de Tai Chi Chuan e mesmo Yoga, resolvi ensaiar este texto visando o esclarecimento e alinhamento do assunto.


I – Tai Chi Chuan não é uma arte marcial

Iniciaremos aqui com um dos aspectos mais polêmicos: o Tai Chi Chuan não é uma arte marcial. Por marcial entendemos o que é relativo à Marte, Deus da Guerra, ou as artes de combate a mão armada ou desarmada com finalidades de vencer um combate com um oponente externo a nós.

O Tai Chi Chuan é para uns uma arte marcial, para outros uma meditação em movimento, e para outros ainda, ambas as coisas. Eu considero o Tai Chi Chuan uma arte anti-marcial, uma meditação em movimento e um poderoso método para a saúde e longevidade. Por outro lado, o Tai Chi Chuan não existe isolado de outras práticas que para grande parte dos mestres colocam-na como secundárias ou laterais. Estas práticas são o Qi Gong, o Tao Yin, o cultivo de determinadas virtudes, o cultivo de uma dieta adequada, etc. E aqui está a confusão.

A pessoa quer praticar o Tai Chi Chuan e ao iniciar uma aula começa a fazer posições isoladas, a sentar e praticar Tao Yin ou ainda caminhadas acompanhadas com movimentos lentos, aconselha-se estudos de obras taoistas e vai se aprendendo a “forma” como se chama o encadeamento. No entanto, o ênfase no aprendizado na forma pode ser considerado o mesmo erro do Yoga em geral que dá ênfase ao aprendizado dos ásanas.

A similaridade do Tai Chi Chuan com sequências do Vajramushti indiano são geralmente deixadas em segundo plano e não em primeiro plano como prefiro deixar. Senão vejamos a similaridade dos nomes. Tai Chi Chuan geralmente é traduzido como punho do Tai Chi. Vajramushti é geralmente traduzido por punho Real. O que é senão o Tai Chi senão o Real? São conceitos similares demais para ser coincidência.

O Vajramushti é uma arte de luta a mão armada e desarmada praticada na Índia, considerada por muitos especialistas a mãe de todas as demais artes de luta e a mais antiga. Sua prática foi exercida por Sidharta Gautama (o “Buda”) e foi ensinada a monges budistas até chegar a Da-Mo, o qual levou o método para a China (poucos séculos após Cristo), tornando este método o conhecido Wu-Shu (Gong Fu). Esta é a versão histórica mais oficial que temos.

Os movimentos do Vajra são influenciados por uma série de exercícios potentes de estiramento e fortalecimento de ossos e tendões. Posições estáticas e dinâmicas acompanhados de exercícios respiratórios variados. Na Índia todos conhecem tais exercícios. São os conhecidos ásanas e pranayamas. Na China conhecemos como Qi Gong. O Qi Gong chinês inclui as posições estáticas e dinâmicas e os exercícios respiratórios e energéticos. Até mesmo o Qi Gong interno, que é a meditação microcósmica e macrocósmica apresenta semelhança a circulação do prana ou qi por nadis ou mediridianos visando a liberação de centros (chacras ou tantien) para a despertar a consciência para níveis superiores (samadhi ou estado tai chi) até o cume (kaivalya ou estado wu chi).

Esta arte de luta indiana é executada numa sequência realizada lenta ou rápida, incluindo exercícios a dois no combate a mão armada ou desarmada. A similaridade com a forma do Tai Chi Chuan é totalmente direta. E a similaridade com posições de ásanas do Yoga indiano também.

A execução sequenciada de ásanas coordenadas com a respiração, feitos de forma lenta e contínua sem interrupções está para a forma correta de realização do Yoga conforme as pesquisas do Yoga pré-ariano, o Yoga antigo, pré-clássico, pré-Patañjali.

A essência do Tai Chi Chuan é sua execução lenta, ininterrupta, calma, firme, confortável, forte, com respiração profunda, corpo unificado com o sentimento e com a mente, lúcido no agora que se move; movimento livre de quebras e conexões; movimento livre, no eixo físico, psíquico e parapsíquico, sentindo a energia se movendo e vibrando, cultivando o chi até a percepção de si como unidade cósmica indivisível.

Ao passar para o Yoga, encontramos o mesmo aspecto regente na execução encadeada e ininterrupta dos ásanas. O treinamento isolada dos ásanas equivale ao treinamento isolado do qi gong. O treinamento isolado do pranayama equivale ao treinamento isolado dos exercícios mais respiratórios do qi gong. O cultivo das virtudes e do caminho do meio (Tao), a intenção Yi (amorosidade), a bondade, equivale aos yamas (práticas éticas). O conhecimento de si mesmo e a entrega ao Tao equivale aos nyamas (práticas de autoaperfeiçoamento). Indo mais a fundo e na similaridade, os 8 estados de mutação, ou as 8 fases, equivalem aos 8 angas do sistema de Patañjali. E aqui começa a se aproximar ambos os sistemas.

O Tai Chi Chuan da mesma forma que os Ásanas encadeados pacificamente (desmarcialização do Vajramushti) compõe somente 1 dos 8 estados de mutação ou fases do Yoga.

Assim e diante do que expus, considero de forma clara e precisa o Tai Chi Chuan como a parte desenvolvida dos ásanas executados de forma separada e individual.

A confusão do aspecto marcial com o meditativo do Tai Chi Chuan está justamente na diferença entre o Vajramushti e o Yoga. O primeiro visa a luta externa, ao combate a mão desarmada e armada com um oponente real. O segundo regido pelo princípio da não-violência visa o retorno a uma vida espiritualmente correta e ao contato direto com o universo, Brahmam ou Tao. O primeiro é violento. O segundo pacífico. O primeiro formou mestres em artes marciais. O segundo formou pacifistas.

No entanto o Yoga vem sendo usado (na realidade somente os ásanas e exercícios respiratórios) como exercícios preparatórios do lutador em muitos centros de artes marciais. Muitos lutadores de Jiu Jitsu (sendo esta arte derivada do Vajramushti indiano) praticam Yoga. Por outro lado, o praticante de Yoga não pratica artes marciais. Ele até pode praticar o método marcial mas nunca o utilizará para o combate. O oposto não é válido.

O Tai Chi Chuan é praticado da mesma forma como meditação ou como treinamento marcial por praticantes do Vajramushti chinês, o Kung Fu. Até mesmo a meditação é praticada para acalmar o lutador e torná-lo controlado de si. Já a meditação Tao Yin vinculada ao Tai Chi Chuan é essencialmente espiritual e associada ao taoismo, uma filosofia pacifista por natureza.

Ao examinar estes aspectos aparentemente contraditórios chega-se tranquilamente ao ponto de confusão: o Tai Chi Chuan não é arte marcial. Pois seria tão absurdo assim como considerar arte marcial a execução ininterrupta dos ásanas do Yoga indiano.

A arte marcial chama-se Vajramushti na Índia. Esta arte foi exportada para o mundo dando as demais artes marciais existentes, em suas variações e atualizações por seus mestres. Por outro lado, quando esta arte chega na China vem a chamar Kung-Fu (como conhecemos hoje). A sequência encadeada de ásanas é usada como condicionamento físico, mental e emocional do praticante do Yoga indiano e até mesmo como meditação em movimento. Muitos movimentos são os mesmos do Vajramushti, porém, desmarcializados completamente, a partir da intenção de não-violência. A supressão da violência do método foi feita por mestres pacifistas de todos os tempos sob a orientação direta dos para-mestres (mestres desencarnados do Yoga). O Tai Chi Chuan é a mesma sequencia do Vajramushti executada desmarcializada e modificada para finalidades espirituais no cultivo do Tao.

Assim, desta forma podemos discernir uma coisa doutra. O aspecto marcial está associado à violência, enquanto o aspecto espiritual ao pacifismo próprio dos mestres verdadeiros do Tai Chi Chuan. Poucos foram e poucos existem que são mestres de Tai Chi Chuan vivos no planeta. A maioria ensina o método associada a artes marciais, portanto, à violência, incluindo armas como no Vajramushti. Isto não é Tai Chi Chuan, é um kati de Kung-Fu.

A confusão assim fica dissolvida e situamos o Tai Chi Chuan em seu lugar dentro do Yoga e não das artes marciais. E respondendo a questão confusa: o Tai Chi Chuan é uma arte marcial? Não. O Tai Chi Chuan é uma arte ou método de pacificação íntima profunda (serenização do espírito), portanto, uma arte da não-violência, não-marcial; é um longo ásana realizado em movimento e portanto um dos angas ou fases da ampla sistemática do Yoga.


II – A linhagem do Tai Chi Chuan está equivocada.

A linhagem do Tai Chi Chuan é a árvore genealógica de todos os mestres e alunos que se tornaram mestres e mestres que criaram estilos de Tai Chi Chuan.

1. A omissão da reencarnação dos mesmos mestres como alunos de mestres subsequentes dando prosseguimento ao Tai Chi Chuan. Isto é considerado no Budismo (as reencarnações do Lama).

2. A colocação na mesma linhagem de mestres que faziam do Tai Chi Chuan uma arte marcial quando não é, confundindo a linhagem do Yoga taoista.

3. Muitos mestres na linhagem assim considerados não eram mestres de Tai Chi Chuan mas de Kung-Fu. Ensinavam o falso Tai Chi Chuan com armas e técnicas de combate com aspecto marcial.

Assim, devemos desconsiderar todos os mestres de Kung-Fu que ensinavam o Tai Chi Chuan, pois os mesmos ensinavam o Tai Chi Chuan como katis executados lentamente sem qualquer vínculo com o Yoga. Da mesma forma devemos compreender que alunos de um reencarnaram e se tornaram alunos de outros, o que gerava o estranhamento do estilo subsequente do Tai Chi Chuan aprendido com o novo mestre como ocorreu comigo.

Eu em minha vida passada fui treinado pelo mestre Yang Luchan dentro de uma caverna próximo a vila onde morávamos. Fui um aluno externo à família, quando fui adotado pela vila ainda criança. O que aprendi diretamente com os mestres Rogério Soares e Jackeline Luis não é o Tai Chi Chuan ensinado por Yang Luchan. E desencarnei na China e reencarnei no Brasil onde passei a praticar novamente o Tai Chi Chuan. Naquela época o mestre não ensinava arte marcial alguma, mas o Yoga. Este acesso foi realizado no LAC – Laboratório de Autopesquisa da Consciência e do Yoga (HU-UFSC-Projeto Amanhecer).


III – A maioria dos mestres de Tai Chi Chuan não são mestres, são praticantes ou de Kung-Fu ou de Tai Chi Chuan.

A polêmica que envolve este ponto é total. Um verdadeiro mestre de Tai Chi Chuan é um mestre de Yoga, praticante do pacifismo e da relativa imperturbabilidade interna diante de toda intrusão interna e externa. Vive em sintonia com o grande Tao e com o Tao em si mesmo. Amorosidade, pacifismo integral e afastamento da violência, lucidez, clareza de percepção e ausência de perturbações no campo da consciência (samadhi permanente).

Eu pude ver três destes mestres ao longo de minha vida. Um deles em minha vida passada, mestre Yang Luchan. Os dois outros são mestres de Yoga taoista desencarnados (espíritos, consciências extrafísicas).

O traço característico dos verdadeiros mestres é a não-violência. E a distância destes mestres da violência é muito grande. A violência não chega até eles justamente porque eles estão longe da violência e não permitem que a violência cheguem até eles. Refinam continuamente o Jing passando a Chi, chegando a Shen, passando a Tai-Chi e retornando a Wu-Chi. Vivem no Wu-Chi, no vazio de perurbações e portanto na ausência de agressividade, violência e marcialidade.

Desta forma, os mestres de Tai Chi Chuan apresentam o traço da não-marcialidade, da não-violência, da não-agressão, da paz de espírito, da aura profundamente benevolente e amorosa, lúcida e transparente.

E, para ser um mestre no Tai Chi Chuan antes necessita ser um mestre de Yoga, pois o Tai Chi Chuan é um dos angas ou partes, movimentos, fases, da ampla sistemática do Yoga.


IV – O Tai Chi Chuan se executa  no mínimo de três formas: Yin (Kan), Yang (Li) e no Centro (Chung Tao). 

As três formas de realização do Tai Chi Chuan expressa-se pelo treinamento de Kan-Li em primeiro lugar para depois passar-se ao treinamento de Chung Tao.

Kan é a água. Li é o fogo. Ambas potências ou princípios regem a harmonia de Yin e Yang. Dar ênfase no Tai Chi Chuan – Kan faz com que a pessoa fique com excesso de Yin. Dar ênfase a forma Li, faz com que a pessoa fique com excesso de Yang. A primeira dá ênfase ao trabalho interno, a segunda, ao trabalho externo. A primeira é suave, a segunda intensa e vigorosa. No entanto, deve-se praticar ambas as formas, para encontrar o eixo, o centro do Tai Chi Chuan.

Ao comparar os estilos Chen com o Yang divulgado a partir de Yang Chengfu temos que o primeiro é mais Li e o segundo é mais Kan. O primeiro é mais Yang, o segundo é mais Yin.

Dar preferência a um ou outro faz com que desenvolvamos aspectos desequilibrados de Yin e Yang, o que está equivocado, poís o Tai Chi Chuan é a dissolução do conflito entre Yin e Yang até a suprema polaridade ou unidade.

O mesmo se aplica a meditação microcósmica, onde se atém a circulação suave da energia com excesso de Yin deixando de lado a circulação potente da energia, ou Yang. O mesmo se aplica, uma é Kan e outra é Li. Ambas precisam ser aplicadas. Uma é lenta e suave. A outra é rápida e potente. Uma esfria (aquieta a energia), a outra esquenta (potencializa). Com isto encontramos o centro.

O Tai Chi Chuan pode ser executado também como poder de incitar, ou Trovão, o poder de assentar firme, em quietude e potente, a Montanha; ou ainda o fluir livre e sem resistências, o Vento; a calmaria serena do Lago; a profundidade infinita do Céu e a bela receptividade da Terra. Assim temos os 8 movimentos como possibilidades intencionais do mover-se no Tai Chi Chuan.


V – O ensino do Tai Chi Chuan precisa estar necessariamente dentro do ensino do Yoga e não dentro do ensino de artes marciais como o Kung-Fu.

O Tai Chi Chuan é Yoga e arte não-marcial. O seu ensino dentro de academias de artes marciais desvirtua o propósito do método, que é a não-marcialidade, a não-violência, o pacifismo, a serenidade, a amorosidade, a benevolência.

O longo ásana (posições firmes e confortáveis) do Tai Chi Chuan, composto de mais de dezenas de posições, está dentro de um sistema de 8 métodos interligados, sendo o Tai Chi Chuan somente um dos métodos ou angas do Yoga taoista. Existe mais sete métodos. Todos os métodos foram descritos no Yogasutra de Patañjali e podem ser observados nas 8 fases (trigramas ou pakua).

A forma de execução do longo ásana varia de 3 formas como escrevi acima: Li-Kan-Chung ou Yin-Yang-Centro.

Outra forma de esclarecer este aspecto do Tai Chi Chuan é a equivalência de sua prática ao Yoga que se constitui além dos ásanas assim como o Tai Chi Chuan se constitui além da execução da sequencia de posições (ásanas). Neste aspecto, embora muito mais polêmico, Tai Chi Chuan é sinônimo de Yoga.

A sinonímia de ambos métodos se dá tanto pela forma como se ensina, como pela etimologia. Tai Chi Chuan é o movimento controlado e técnico (daí punho, “chuan”) em direção ao supremo nível de evolução espiritual ou o que está além de toda a dualidade Yin e Yang (Tai Chi). Já o Yoga é a união do princípio de Parkiti (Yin) e Purusha (Yang), na dissolução das perturbações (desarmonias Yin e Yang) em direção à união com o supremo (Brahman, kaivalya).

Por outro lado, em virtude da total confusão do nome “Tai Chi Chuan” estar associado a uma arte marcial (o que já expliquei que é uma incoerência), opto por incluir o Tai Chi Chuan como método (sentido estrito) no âmbito de ser um anga do amplo ashtanga yoga conforme sistematizou Patañjali.


VI – A escola interna (nei-jia) não é escola de arte marcial, mas escola de Alquimia Interna Taoista ou Yoga. 

A escola interna é considerada oposta a escola externa. Isto quer dizer que a escola interna é Yoga e a escola externa é Marcial. A primeira, pacifista, e a segunda, violenta.

O sentido de escola interna remonta à alquimia interna taoista e aqui estamos completamente fundidos ao Yoga. Yoga é a união dos dois princípios masculino e feminino, criativo e receptivo, Yin e Yang, numa condição de fusão e transcendência, na sensação e percepção de unidade microcósmica e macrocósmica.

A alquimia interna taoista ou Nei-Dan prioriza a imortalidade, o cultivo da imortalidade, o kaivalya do Yoga indiano de Patañjali.

O movimento é de dissolução do conflito interno, de toda a dor e sofrimento, de toda desarmonia existente entre Yin e Yang dentro de nós. Este conflito é a luta interna que existe em cada um. Este é o sentido verdadeiro do “Chuan” do Tai Chi Chuan. A luta, o boxe aqui se trata da luta interna que existe em todos nós e cujo objetivo de cada um de nós é dissolver esta luta e encontrarmos a paz interior, a serenidade de espírito e o entendimento do sentido da vida (Tao), retornando ao Tao e ao nosso local de origem.

Este local de origem é abstrato e não-local como é da natureza do Tao. Estar em casa significa estar no Tao. E como o Tao não está em local algum, esta percepção é totalmente abstrata e intangível, e independe se o espírito esta em Terra ou por algum outro local do cosmo, encarnado ou desencarnado. É uma condição microcósmica, interna, causal, abstrata e imaterial. É purusha.

Portanto, praticantes de Tai Chi Chuan necessariamente para praticar Tai Chi Chuan necessitam praticar a alquimia interna taoista. E a alquimia interna taoista é o mesmo que Yoga taoista, ou Tao Yoga. E essencialmente, o mesmo que o Yoga descrito por Patañjali.

Assim, a arte de combate é para vencermos sem violência nossos demônios internos e externos, agressores internos e externos, neutralizando todas estas forças (além da dualidade) sem qualquer uso de violência. E é aqui que entra a complexidade do Tai Chi Chuan como arte de autodefesa isenta de violência e repleta de amorosidade.


VIII – O Tai Chi Chuan é uma prática do Yoga chinês taoista com conexões diretas com o Xamanismo e não é Budismo ou arte marcial.

O Budismo é o ponto de vista indiano fundado por Sidharta Gautama, o Buda. É uma linha de pensamento e prática muito profunda mas o Tai Chi Chuan não está associado ao Budismo, apesar que ter como uma de suas metas a conquista da desperticidade, de tornar o praticante um ser desperto, acordado (Buda).

No entanto, a prática Budista é a prática do mosteiro Shaolin onde Da-Mo levou o Vajramushti e o Yoga indiano para os monges chineses. E aqui vem a confusão dos praticantes de Kung-Fu, que misturam Budismo, Tai Chi Chuan e Kung-Fu numa mesma escola, sem questionar a coerência entre ambas. O Tai Chi Chuan foi exportado do mosteiro Wudang, taoista, escola interna, e nada tem a ver com a escola externa, violenta por natureza.


XI – Inexiste campeonato de Tai chi Chuan. O Tai Chi Chuan é invisível a olho nú e inavaliável por qualquer árbitro. É anti-competitivo pois visa a união de Yin e Yang e não sua separação em melhor ou pior. 

O certo e errado no Tai Chi Chuan é muito relativo. Avaliar uma pessoa pela forma como ela executa o Tai Chi Chuan é tão arbitrário como avaliar a inteligência de um tetraplégico a partir de sua deficiência motora.

Assim, o Tai Chi Chuan exige sim que o praticante realize os movimentos de acordo com determinada sequencia, porém, a sequencia é menos importante do que ocorre no interior do praticante. E o interior é invisível aos olhos de qualquer árbitro competitivo de campeonatos egocêntricos.

O universo interno do praticante é vasto como o Tao. O universo externo do praticante é limitado como a aparência bonita ou feia de um vaso. O Tai Chi Chuan é uma alquimia em movimento, trabalho interno de autotransformação profunda e autoconhecimento direto, refinação de Jing, Chi e Shen, sustentação de Wu Chi no movimento e dissolução na transparência do Tao e hiperlucidez (samadhi).

E tudo isto é inavaliável por qualquer autoridade no Tai Chi Chuan, com exceção da avaliação parapsíquica, extrassensorial, de um verdadeiro mestre de Tai Chi Chuan, que, vendo, pode dizer como está a prática do praticante.


X – A incorporação de armas à prática do Tai Chi Chuan (espada, bastão, etc) nada tem a ver com Tai Chi Chuan, mas com o Kung-Fu (seria então um kati lento com armas).

Este aspecto é o mais contraditório do ensino geral do Tai Chi Chuan, que é a inclusão de armas numa arte que visa a serenização do espírito e a dissolução de toda a violência interna.

Um Tai Chi Chuan praticado com armas não é Tai Chi Chuan, é Kung-Fu, é arte marcial. É violência, é distorção completa do taoismo, o fundamento pacifista e benevolente do método.



XI – O Tai Chi Chuan não é uma atividade de educação física, dança, pilates, meditação em movimento, balé e assim por diante.

A educação física é uma prática relacionada com o militarismo. O Tai Chi Chuan com o Yoga e o não-militarismo, a paz social e a educação integral do ser. O pilates é uma prática fisiológica limitada ao corpo, similar a uma pessoa que só pratique ásanas. É uma derivação limitada do Yoga. Apesar do Tai Chi Chuan ser também uma dança, a Dança de Shiva, não se reduz a isto. Está muito além de todo e qualquer conceito, pois visa permitir que o Tao nos mova em Tai Chi. A meditação em movimento reduz o Tai Chi Chuan de seus benefícios como ásanas e pranayama que é. É uma prática integral que pode condensar todos os angas numa só prática, sendo poderosa sistemática de Yoga. Apesar de expor a delicadeza de uma flor, o Tai Chi Chuan esconde a fortaleza da lucidez contínua e ininterrupta, a potência Jin refinada continhamente em Chi, Shen e Wu Chi. A maciez do movimento esconde a atividade de refinação alquímica interna realizada na prática.

Assim, Tai Chi Chuan pode ser considerado como 1 dos 8 angas ou fases do Yoga conforme a sistematização taoista (I Ching) e do Yoga indiano (Yogasutra). É uma sequencia ininterrupta de muitos ásanas executados de forma calma, tranquila, serena, com respiração profunda e lenta, em total sincronia com todos os movimentos corporais e energéticos, acompanhado de um crescendo de lucidez ao longo da prática, refinações contínuas de Jing, Chi e Shen, interrupções do diálogo interno (perturbações internas), visando a vivência e a prática de liberação de todos os tantiens (centros alquímicos) e no centramento de todos os 3 eixos integrados (eixo físico, psíquico e parapsiquico ou abstrato).


XII – O Tai Chi Chuan não é somente uma arte, é uma ciência de autotransformação, autoconhecimento profundo e de conectividade holocósmica lúcida.

Como toda ciência autoexperimental, somente o praticante poderá após décadas de prática conferir o que disse acima. O Tai Chi Chuan é uma sistemática científica desenvolvida por verdadeiros mestres na antiguidade. Um desses que apareceram no planeta foi Yang Luchan, criador do método que pratico. No entanto, em estados de consciência ampliado durante a prática, fica bastante expressivo sua relação com o xamanismo antigo asiático. Em suas raízes estão o afastamento dos demônios ou espíritos malévolos que provocam doenças, energias nefastas do universo, fortalecimento do espírito, transcendência experimental para fora do corpo, expansão de consciência e estados de psicotranse profundos associados a prática.

A separação histórica do Tai Chi Chuan em relação ao Yoga e em relação ao estudo de si mesmo (Conscienciologia) me gerava uma série de confusões.

O estudo do Yoga e do sistema de Patañjali, do retorno ao sistema organizador do Yoga, é a solução geral para o entendimento do local donde se situa o Tai Chi Chuan e o estudo de si mesmo, a reciclagem completa do caráter, o cultivo da benevolência, da não-violência, do pacifismo e da essência da arte e ciência baseada no princípio da não-luta, da não-ação e da clareza de visão (clarividência e uso de faculdades de percepção e cognição extrassensorial).


XIII - Muitos professores enfatizam que é bom praticar o Kung-Fu porque o Tai Chi Chuan é muito Yin, o que é grave erro e desinformação. 

O Tai Chi Chuan é no mínimo Li-Kan-Chung, água-fogo-centro. Tanto é Yin como Yang e Centro (eixo). Em sua forma Yang é potente e forte, faz suar e fortalece ossos, músculos, articulações e tendões. Em sua forma Yin é transparente, leve, suave e profundo, fortalecendo o espírito e a energia. Em sua forma central, cultiva o eixo, o centro, a lucidez até a hiperlucidez.


XIV – A forma ensinada pela família Yang e divulgada ao mundo é o falso Tai Chi Chuan e não é o ensinado pelo gran-mestre Yang Luchan.


O Tai Chi Chuan ensinado pelo gran-mestre Yang Luchan aos manchus era um Tai Chi Chuan falso, parcial, aguado, fraco, o pseudo-Tai Chi Chuan. O Tai Chi Chuan verdadeiro é muito mais complexo e está enraizado profundamente na alquimia interna taoista, no pacifismo e no princípio da não-luta, a não-ação.

................................................................................................
Este ensaio faz parte de um conjunto de ensaios sobre Yoga.