2.10.09

Manicômio Global: A insanidade social silenciosa


Caro leitor


Lembro muito bem que quando me formei em Direito elogo peguei minha carteira com a Ordem dos Advogados do Brasil fui fazer uma visita a 2 instituições famosas dentro dos corredores e das salas das universidades de Direito: o Presídio e o Manicômio Judiciário.



Pois bem... peguei a carteira da OAB e lendo o estatuto, vi que teria direito de entrar sem quaisquer autorizações judiciais nestas instituições.



Meu interesse era ver por dentro, como funcionava o processo da "execução penal".



Hoje, o leitor deve saber, caso um cidadão cometa um crime e dependendo do tipo de crime, tal como está em nosso Código Penal, este irá para o Presídio, aguardar vaga para a Penitenciária.



Não sei se o leitor sabe ou se lembra, mesmo pelos filmes por aí afora, que antigamente a execução das penas era pública, ao ar livre. Os enforcamentos, os estrangulamentos, as guilhotinas..... tudo era realizado ao ar livre, diante de telespectadores. Era a TV da época...... hoje temos coisas mais decadentes na TV, como a cobertura ao vivo das guerras do golfo, Faustão, Ratinho....... Big Brother...... e por aí afora.



Em dado momento da história, sabe se lá porque, a execução das penas tornou-se privada. Ou seja: o cidadão era maltratado as escondidas da sociedade. A sociedade tornou secreta tal execução, onde somente pessoas autorizadas de tal sistema pode saber o que lá dentro acontece.



E eis que eu, um novato advogado, era uma dessas pessoas autorizadas pelo sistema.



E lembro bem o que encontrei lá. Já na entrada, um insano me recebe grosseiramente tentando me impedir de entrar, mesmo mostrando a carteira da OAB, o cidadão tentou me impedir. O insano estava sentado na cadeira na guarita. Era um insano vestido de policial, fumando horrores. Os dentes de sua boca exalavam mal trato, placas bacterianas, tártaro e nicotina grudada em seus dentes amarelos e sua gengiva avermelhada, inflamada. Seu rosto era de um insano com barba mal feita. Bom, num dado momento, sentei-me em sua frente e após uma negociação, ele me levou a conhecer as 2 instituições no qual comandava. Nestas alturas, eu tinha criado um clima de liberdade com ele, tendo confiado em mim nos poucos minutos da negociação.



Ao adentrar no presídio, encontrei celas minusculas, apertadas, lotadas e os rapazes presos, todos parecendo normais, comparados ao insano que estava comigo. Os rapazes eram de boa índole. Todos eles, conforme informara, eram crimes pequenos, de bagatela, furtos, etc. Nada comparado ao "crime" que o tal ser vestido de policial cometera ao tentar me proibir de entrar na instituição. Coisas que os ricos fazem só que em escala menor. Coisas que todos fazemos, ao sonegar nossos triibutos impedindo que os setores de nosso governo corrupto arrecadem nosso dinheiro para sustentar suas orgias promiscuas por aí afora.



Visitei o presídio e após, fui ao Manicômio Judiciário. E lá encontrei várias pessoas interessantes. Aliás era um sistema social muito rico em cuidados. A lei de execução penal brasileira prevê bons tratos e uma reeducação para levar o sujeito ao bom convívio social novamente. Os insanos criaram esta lei, obviamente. E lá, colocaram pessoas normais. Porque normais? Porque é normal alguem ter ódio de outra pessoa. A diferença é que, por exemplo, "serrote", expressou seu ódio e serrou o pai inteiro. A energia do local era algo extremanente positiva, imagine você leitor, como eu saí de lá! Algo como uma uva passa, sugado até o osso. Nada mais estranho era o Manicômio: a moeda dos internados era cigarro. Eles intercambiavam cigarro entre eles. Esta era a moeda. Fumavam muito e quem tinha mais cigarro era rico. Você conhece este sistema? É o nosso sistema insano, apelidado de normal. O segurança, um rapaz delicado de quase 2m de altura, intimidador e de caráter altamente agressivo. Provavelmente era amigo dos internos e os tratava de forma amorosa como prevê nossa lei inaplicável de execução penal. Não que seja contra um sujeito ser preso e ser responsabilizado por seus atos. Mas o que sou contra é o Estado demonstrar seu caráter criminoso ao prender um sujeito no presídio e no manicômio. O estado é criminoso. A existência de Estado é a prova da insanidade mental humana.



Muitos politicos são piores que "serrote". Os politicos são mais insanos que "serrote". Pelo menos "serrote" serrou somente uma pessoa. Os políticos corruptos "serram" as pernas de milhões e milhões de pessoas com a prostituição social que patrocinam. Cooperam com o tráfico de drogas, mulheres, crianças, órgãos, armas........ Faltaria lugar para eles. Não existe como amontoar todos os politicos num lugar só. E mesmo se o fizesse o Estado, este faltaria com sua coerência. A Lei de Execução Penal é a prostituição máxima do Direito. É a insanidade máxima de um sistema legal prostituido.



A insanidade social é silenciosa. O interior das pessoas corrói de um vazio existencial agudo. Aprederam a fingir, a mentir, a se enganar. Estas pessoas não são todas meus pacientes, infelizmente. Não chegam até mim. Param nas instituições que mencionei. Param em psiquiatras, em tratamentos de choque, em "tarjas pretas". Perdem-se, em pânico, caminham pelo mundo tentando encontrar algum sentido em estar vivo nesta sociedade insana. A insanidade beira ao colapso: os insanos estão matando o planeta com seus dejetos consumistas. O planeta agora atravessa sua maior crise ecológica da história. A água está contaminada, os alimentos, a TV. Assisto as pessoas adorarem Big Brother e outros programas insanos desta natureza. Outro dia num taxi no Rio de Janeiro o taxista me fala abertamente: "sabe doutô, outro dia um meganha daqui, meu camarada, me disse que os artistas da Globo tudo cherador.... que não sobra um, só os antigo não... e esse cara é confável, meu camarada". A insanidade é silenciosa.........



O planeta é um Manicômio Global. As pessoas vão enlouquecendo aos poucos, silenciosamente.....



Já li que o Planeta é um Hospital-Escola... mas como é romântico tal afirmativa! O planeta é um organismo vivo, que em sua superfície fora construido um "Asilo para Insanos".

Saímos das dimensões extrafísicas evoluidas e reencarnamos simplesmente por um único motivo: ajudar as pessoas. Porque se não fosse desta forma, se não houvesse este recurso da evolução, as pessoas não se encontrariam e não evoluiriam.

O que adianta internarmos as pessoas? Já estamos internados e este local se chama: Terra.