22.9.11

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA): Uma Visão Parapsicológica e Evolutiva

Conexão cérebro-paracérebro
Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


Em 1986, creio eu, estava na quarta ou terceira série do primeiro grau e estudava um livro de ciências, deitado em minha cama, e precisava entender um conteúdo bem complexo, que falava da antropologia, australoptecus e assim por diante. O assunto era a evolução do homo sapiens sapiens e seus antepassados. Gostei do assunto, porém, foi a primeira vez que me lembro de ter de ficar um tempo grande diante de um livro e diante de um assunto extenso e da necessidade de ter de saber do assunto, para fins de ser testado numa avaliação pela escola. Minha atenção voava longe... lia a primeira linha e mal conseguia prestar atenção... Ia longe e longe... Tinha de ler em voz alta, bem forte, fazia uma força intença para me concentrar e nada... Mal conseguia prestar a atenção no que lia, quando percebia, já se passara o texto todo e não sabia nem o que tinha lido... era como se houvesse dois Fernandos, um que lia e outro que viajava, um que falava o que lia e outro que pensava em uma, duas, três, quatro, cinco coisas ao mesmo tempo. Minha mente era capaz de raciocinar simultaneamente muitas coisas ao mesmo tempo, mas, o texto, nada. Foi a primeira vez que me lembro de ter tido essa dificuldade. Ao longo dos anos minha dificuldade foi se intensificando. Da 6ª série em diante, começei a pegar recuperação em matérias na escola. Não conseguia prestar atenção em praticamente nada que os professores explicavam em sala de aula. Nada daquilo me interessava, achava chato, fadonho, desestimulante. Começei a praticar desenho no meu caderno, enquanto simulava prestar atenção. Adorava ficar desenhando, coisas complexas, projetos de carro, e outras coisas que me interessavam. Na época sonhava em ser projetista de automóveis avançados de corrida, e desenhava protótipos, obviamente, rudimentares para uma criança de pouco mais de 10 anos de idade. No entanto, conseguia ficar simplesmente horas a fio desenhando e com a atenção completamente focada naquilo. Mas, na sala de aula, nada. Minhas notas eram o mínimo necessário, e tratava de administrar bem isso para não repetir de ano. Ficava em recuperação simplesmente em todas as matérias geralmente e, em uma semana, estudava obsessivamente todo o conteúdo escolar, para ao fim, passar em todas as matérias. E foi assim até o fim do 2º grau. Minha incapacidade de prestar atenção era latente. Talvez pelo meu problema de visão, o estrabismo, que me incapacitou de conseguir uma boa focalização nos objetos visuais, o que me parece tornar mais complexa a concentração auditiva ainda mais em coisas desinteressantes.

Mas descobri ao longo de minha existência que não tinha exatamente problema de concentração, mas antes disso, de que se tratava de um traço potente de minha personalidade, onde eu geralmente fazia somente aquilo que me interessava. E o que não me interessava eu não fazia ou mostrava-me muito resistente a fazer, e fazia de tudo para não fazer e mesmo ausentar-me de situações onde era obrigado a fazer algo que me desestimulava.

Sem entrar muito a fundo, os sintomas que eu apresentava e certamente os ainda apresento diante de minha dificuldade de me concentrar até mesmo em coisas que me interessam muito, porém diante destas coisas minha concentração é mais ativada pelo interesse e motivação, podem ser descritos através de TDAH. E realmente, por experiência própria, é uma transtorno, porque gera sofrimento devido a visceral incapacidade de focar minha concentração em coisas desinteressantes. E nada mais desinteressante para mim que uma sala de aula onde tem um professor que fica falando e falando acerca de um assunto desinteressante e sem qualquer aplicabilidade prática, sem sentido para o aluno. Mas para um TDAH convicto como eu, até que fui longe, consegui obter meu diploma de mestrado em educação numa universidade federal. E o fiz como desafio existencial, onde quis me colocar em prova para superar meu problema. E o consegui em muito, mas também, colhi alguns problemas de relacionamento com professores devido a minha não obediência em fazer aquilo que diziam para eu fazer e, principalmente, ler. Eles desistiram de tentar.

O desinteresse é o ponto central de TDAH. E o desinteresse possui uma razão bastante simples para muitas pessoas que apresentam os sintomas deste transtorno: viemos de dimensões mais evoluidas que este planeta, onde os cursos, os aprendizados, as matérias, as ciências, são muito, mas muito mais avançadas que o que as escolas atualmente ensinam. As escolas ainda não ensinam projeciologia, física quântica, parapsicologia, evolução, cosmoética e assim por diante, os assuntos mais relevantes para nossas vidas. As escolas ensinam justamente conteúdos ultrapassados que pouco servem para vida real, multidimensional, a evolução da consciência e o sentido de estarmos vivos. Aos 13 anos, entrei para a umbanda kardecista, na realidade uma espécie de centro espírita alternativo, onde começei a estudar O Livro dos Médiuns. Aquilo sim tinha sentido. Na sala de aula, tinha que aprender logarítmo. Eu pensava: para que? Qual o sentido de saber isso? Até hoje a pergunda encontra-se sem resposta. O resultado era um desinteresse geral pelas aulas e, obviamente, minha atenção estava dirigida para aquilo que me interessava: desenhar e meninas, paquera, namoros, e assim por diante. Paralelo, estudava os assuntos transcendentes. A experiência fora do corpo aos 9 anos de idade tornaram a escola algo realmente insuportável. Ficar dentro de uma sala era uma tortura, nada tinha sentido. Eu saia da sala, e acabei ficando anos e anos, fora da sala. Os motivos disso também tinham relação com minha vida passada como médico psiquiatra (ver estudo), onde trabalhei num asilo muito parecido com o colégio onde estudei nesta vida, piorando meu TDAH e minha tendência em me ausentar das salas e visitar outras salas e amigos, colegas, caminhar pelos corredores, etc.

TDAH e indícios de tarefa complexa de vida

Conforme citei acima, partindo de minha experiência pessoal, sustento a tese de que determinados casos de TDAH, porém, não todos, possuem relação direta com indícios de que a pessoa portadora do transtorno apresenta tarefa de vida complexa, relacionada aos assuntos profundos da existência e da evolução da consciência. O núcleo real do interesse necessita ser compreendido e estimulado pelos pais para que a criança passo a passo vá conseguindo identificar seus interesses e sua real tarefa de vida nesta existência.

TDAH e SEST (Síndrome do Estrangeiro)


As relações entre TDAH para os casos aqui citados apresentam relação direta com SEST ou a Síndrome do Estrangeiro, tal como definida e estudada pela consciencióloga Malu Balona. A SEST é a síndrome associada a perda de lucidez relativa a procedência extrafísica e sintonia com aquela, gerando inadaptação dimensional com esta realidade atual. Geralmente portadores de SEST apresentam problemas de adaptação social e, nesta hipótese, podem apresentar TDAH também. Devido a isto, a falta de sentido das coisas em geral percebidas ano após ano pelo portador de TDAH, gerando o desinteresse geral pelas coisas, pode se agravar até a eclosão da SEST. Aqui pode coincidir o envolvimento com arte, psicotrópicos e outros meios de fuga para a suposta sociedade cujos flashes de memória incidem na mente da pessoa neste estado. As memórias são de uma sociedade evoluida, pacífica, justa e assim por diante. Não se trata de um ideal, se trata das sociedades extrafísicas mais avançadas, verdadeiros celeiros das ciências avançadas da consciência. Esta melancolia geral associada a TDAH e agora com SEST, pode predispor a pessoa a outros tipos de transtornos, agora, psicóticos. Devido a paranormalidade da pessoa envolvida e associada a esta sequencia de transtornos, pode além disso, se instalar a SPI - Síndrome da Personalidade Intrusa, onde a pessoa, sensitiva, é acometida pela intrusão de espíritos ou consciência extrafísicas perturbadas, suicidas, para-psicóticos e assim por diante. Mas não é suficiente. A pessoa possui noção e lucidez relativa para continuar adiante até que consiga compreender a natureza do sofrimento que a acomete e que a levará a estar alinhada com seu verdadeiro motivo que a fez retornar a esta dimensão.

Descobrindo a tarefa de vida e superando TDAH, SEST, SPI e outros distúrbios associados

Aqui inicia uma jornada cujo fim se dará com a execução satisfatória desta tarefa de vida. A alinhamento se dá pela exploração lúcida, honesta e amorosa do núcleo de interesse, a partir de uma investigação profunda, envolvendo retrocognições, projeções conscientes para fora do corpo e muito estudo, mas somente de estudos que estão sintonizados com o núcleo de interesse da pessoa.

Algumas considerações

O TDAH não é um transtorno simples nem fácil de se resolver. Pode sim, ter fatores biológicos, mas neste caso, o fator central está na pessoa estar vivendo no seu núcleo de desinteresse, fora de alinhamento, temporário. A resolução de TDAH se dá quando SEST é eliminada gradualmente a partir do interesse que a pessoa vai tendo em viver aqui, nesta dimensão humana, com tudo o que é oferecido aqui para evoluirmos.

Precisamos compreender profundamente que vivemos num planeta que pode ser em grande medida considerado um imenso asilo para tratamento da sanidade mental humana. E aqui viemos para cumprir a tarefa básica de prestar auxílio geral para dinamizar a evolução principalmente, a partir de um trabalho de elucidação, ajudando as pessoas a tornarem-se mais lúcidas de si e de onde estão, expandindo a amorosidade, o respeito e o cultivo de valores práticos mais profundos.

Qualquer problema de aceitação das reais condições aqui, deste planeta, poderá gerar um alheamento da realidade e, com isso, aumentará as chances de algum distúrbio mental grave, como um surto psicótico ou mesmo um surto de pânico. Por outro lado, são manifestações do desalinhamento e podem ser corrigidas pelo ajuste da percepção multidimensional, progressiva, gradual.