20.10.10

O Discernimento Aplicado ao Fenômeno Parapsíquico-Mediúnico (Versão 2 - atualizada))

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


Introdução

Este artigo foi publicado no dia 20/10/2010, portanto, após mais de um ano desta publicação e mais de 180 acessos, mais e mais experiências ocorreram comigo e com meus pacientes, assim como das pessoas pelos quais me relaciono, incluindo relatos enviados para meu e-mail através desta revista ou mesmo os publicados aqui como comentários a algum artigo. E o discernimento torna-se um aspecto central na vivência da mediunidade, ou seja, da relação interdimensional entre nós e as consciências extrafísicas (espíritos, agente theta). O recado já tinha sido dado pelo Prof. Revail (Allan Kardec), mas como advertiu o Sr. Muldoon: "experimentai e então saberás". Somente a experimentação direta do fenômeno nos traz conclusões que nos levam a observar a teoria parapsíquica sob uma outra ótica. E falo aqui da experimentação pessoal, não a indireta, popularizada desde a metapsíquica, no estudo de médiuns por aí afora e corroborada pela parapsicologia ortodoxa desde Rhine. Eis o que Hernani Andrade disse quando previu o surgimento de uma ciência que operasse tanto no aspecto quantitativo, como no aspecto qualitativo, um misto entre metapsíquica e parapsicologia moderna. Podemos chamar de parapsicologia contemporânea ou a conscienciologia (no sentido do estudo integral do ser operando em metodologia múltipla e integrada). Kardec ao escalonar os espíritos numa escala descendente, do menos evoluido moralmente para o mais evoluído, estava tentando preparar os médiuns para o exercício seguro do parapsiquismo, no que diz respeito a identificação do caráter da consciência extrafísica que estaria por se manifestar. Creio ter sido este o fator que o impulsionou a escrever o "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas". Tal obra, junto com outras da mesma categoria, como "O Livro dos Médiuns" e com o estudo do Prof. Kun'g Fu Tzu (Confúcio), "Os Anacletos e outras", nos dá um panorama para identificarmos o caráter a partir da energia consciencial, sentimentos e tipo de pensamentos que o espírito está operando.

Todo médium, e isso já foi dito anteriormente, necessita aprender antes a incorporar sua própria consciência dentro de seu corpo, e isto equivale a dizer, autoconhecer-se. Somente a partir desta base, pode ele, incorporar outra, sabendo que se trata de outra e, assim, discernir o que não é sua consciência, a partir de seu discernimento. O espírito intruso apresenta-se como forçador de barra, quer incorporar, quer usar o médium como "cavalo" ou forçosamente. Não tem noções claras de limite e identifica o sensitivo como aquele que poderá lhe servir para comunicar-se comos vivos. O sensitivo precisa aprender primeiro a se respeitar, para não colocar-se na posição de "cavalo", de "burro", exercitando sua mediunidade lucidamente, escolhendo quem quer que se aproxime e quem quer que se afaste. Para isso é necessário treinamento e uma mudança de temperamento, de crente para cientista/filósofo. O espírito amparador apresenta-se como núvem sutil de lucidez, higienizando o ambiente com sua simples presença, leve, porém, aglutinadora de elevação ética e de consciência. A benevolência é traço marcante destas consciências acompanhada de alta lucidez, portanto não só manifesta-se pela bondade, mas pela lucidez e centramento de sua consciência no eixo. O médiun precisa conhecer progressivamente o seu eixo para permitir sair dele para que outro possa operar a partir de seu corpo e fala (no caso da psicofonia). É importante que o médium seja clarividente para que possa avistar além da via extrassensorial a consciência extrafísica presente, possa avista-la, expandindo seu conhecimento sobre o caráter do espírito presente, evitando o máximo a crendice sobre seu caráter e pressupostos sem fundamento experimental.

Sobre o Discernimento aplicado ao Parapsiquismo e Mediunismo

Este texto é um esboço que trata da aplicação do DISCERNIMENTO para a compreensão pessoal na perspectiva da autopesquisa da experiência pessoal com o fenômeno mediúnico, especialmente um ponto:

O fenômeno das vozes mentais internas ou pensamentos (orientações amparadoras e assédios/obsessões) e sua relação com a ação da inteligência theta (espírito, consciência extrafísica) ou o fenômeno mediúnico, parapsíquico.

Muitos médiuns que atendo em meu consultório vem expressar na intimidade clínica a dúvida permanente quanto a "voz interna" em tese proveniente de seu "mentor", "amparador" ou "guia espiritual". A maioria deles atua em centros espiritistas, umbandistas e mesmo os mediuns naturais que não atuam em local algum mas que todos apresentam distúrbios associados ao processo parapsíquico, também chamado mais tecnicamente de SPI - Síndrome da Personalidade Intrusa, SCV - Síndrome da Contaminação Vibratória ou algo similar. Muitos têm dúvidas quando se trata realmente de "vozes mentais" de amparadores ou se são realmente de si mesmos. Dúvidas se trata de alucinações, delírios ou realmente são "vozes mentais" provenientes de fontes theta (extrafísicas).

1. Como identificar se a "voz interna" provém da intimidade do universo consciencial?
Identificação através da pesquisa de si mesmo do padrão pessoal de pensamentos (junto com as emoções e sentimentos). Inicie um processo de autoconhecimento, perceba continuamente seus pensamentos e se o quiser, anote numa espécie de "diário de pensamentos, emoções". Este diário lhe servirá para compreender como funciona sua dinâmica mental e que pensamentos-emoções provém realmente de si mesmo, de seu universo interno, consciencial.

2. Como identificar se a voz interna provém da exterioridade do universo consciencial?
Tudo que não se sincriniza com o seu padrão pessoal de pensamentos-emoções deve ser colocado entre parêntesis de forma a captar a real fonte da informação sentida internamente. A princípio você pode sentir e presenciar os pensamentos-emoções como se fossem seus, mas com o passar do tempo poderá captar através dos recursos extrasensoriais (telepatia, transidentificação, clarividência...) donde provém as ondas mentais-emocionais. Pergunte: "Este pensamento-emoção é meu?" Sinta a resposta interna e faça a varredura extrassensorial visando achar a fonte. Você que é médium, sensitivo, compreende bem o que quero dizer por "varredura extrassensorial" que é um estado de consciência em que você permanece atento porém lúcido tentanto captar, encontrar quem está e donde vem a informação mental-emocional. Ao identificar a fonte e, se no caso for extrafísica (espiritual, theta), convém decidir:

a) Prestar assistência via telepática e permitir o acoplamento com fins de prestar a assistência à consciência extrafísica (espírito, agente theta);
b) Instalar a autodefesa energética pela mobilização de energia consciencial ou estado vibracional;
c) Criar circuito interno potente de pensamentos positivos, fraternos, visando a elevação do padrão vibratório da psicosfera e, portanto, instalando a autodefesa energética pelas vias mentais.

Ao instalar a autodefesa energética pela mobilização da energia e estado vibracional, você repele o intruso extrafísico de sua psicosfera e, com isto, suspende temporariamente as contaminações vibratórias emitidas pelas ondas mentais do sujeito extrafísico.

Ao prestar a assistência via telepática, você além de realizar a parapsicoterapia realizará o afastamento do sujeito sem precisar instalar o estado vibracional.

Ao criar o cirtuito interno de pensamentos você afastará o sujeito pela impossibilidade deste permanecer acoplado diante do choque de freqüências vibratórias geradas pelo pensamento fraterno potente e continuado, gerando psicosfera positiva e aura de saúde e equilíbrio.

Tudo isto evidencia o discernimento prático aplicado na experiência direta com o parapsiquismo ou a paranormalidade. Você pode estudar profundamente a si mesmo, mapear seu padrão pessoal de pensamentos e com isto elevar sua saúde integral e conviver melhor com sua paranormalidade aproveitando a sua sensibilidade em prol de sua evolução, saúde e autoconhecimento, além de ajudar os demais.