6.10.10

Histeria de Conversão, Transidentificação e Incorporação Mediúnica: Bases ao Paradiagnóstico em Parapsicologia Clínica

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

A histeria de conversão, apesar da complexidade que atravessa o assunto e longe de definir o que realmente vem a ser histeria, caracteriza-se por uma série de psicossomatizações cuja origem do distúrbio encontra-se num campo do inconsciente.

Assim, cabe-me caracterizar onde encontramos a histeria de conversão e onde encontramos a transidentificação, fenômeno classificado pelo parapsicólogo clínico e médico Dr. Eliezer Mendes.

Na histeria de inversão, que aqui chamo de HC, a pessoa é acometida por uma espécie de incorporação do inconsciente pessoal, no interior de sua subjetividade interna, psíquica. É como se o inconsciente através de uma complexa cadeia de psicossomatizações se comunicasse com o consciente da pessoa acometida da HC. Obviamente, esta classificação é ritulativa como qualquer outra classificação em psicopatologia. Mas podemos usa-la como referência e não como rótulo, que é meu propósito aqui. Um caso retrata a HC:

Caso de hipótese de HC: o paciente expõe uma série de sintomas estranhos. Ouve vozes de uma "pessoa" ou em suas palavras, um "espírito obsessor" que lhe diz ofensas e chingamentos perturbantes que acabam por impedi-lo de exercer de forma saudável sua profissão. No consultório, o paciente relata que um "espírito obsessor" o têm perturbado e que isto foi lhe dito na Umbanda, onde era médium. Os sintomas acompanhavam uma série de sensações de ansiedade, angústia, formigamentos na região cardíaca e outras somatizações flutuantes, como dores no corpo e em regiões específicas. Nas consultas iniciais, cerca de três, não foi percebido por mim nenhuma intrusão theta (obsessão espiritual) através do paradiagnóstico pela percepção extrasensorial. Após o paciente submeteu-se a sessões de regressão onde percebeu aos poucos tratar-se as vozes de origem num passado pessoal, quando num dado momento as cenas de sua infância brotam em sua mente. O paciente estava sendo chingado por sua própria mãe, devido a uma situação realizada nesta idade, relacionada a sua sexualidade (tentativa de abuso sexual por parte de um amiguinho maior que ele). Assim, as sintomáticas todas pareciam estar ligadas a esta cena recalcada em seu inconsciente, porém, expressando-se através de um tipo de manifestação HC. Após a sessão, o paciente diz ter diminuido em cerca de 90% as vozes em sua mente e agora, sabendo da origem poderia reformular suas idéias a respeito e trabalhar-se com maior consciência. O paciente estava certo num ponto: era um Outro que o obsediava, porém, um Outro físico, encarnado, que o ameaçou e o agrediu verbalmente em seu passado infantil. Nada, portanto, relacionado a um suposto obsessor espiritual. Não quero com isto induzir que não ocorra casos de intrusão theta, o que a clínica tem demonstrado a evidência quase objetiva de que os Espíritos fazem parte da complexa sintomatologia de muitos distúrbios e dificuldades pessoais.

Já na transidentificação, que chamarei aqui de TI, o paciente incorpora o inconsciente de um Outro real, próximo ou a distância, Outro este que pode ou não ser um Espírito reencarnado/ressexualizado (ER) ou um Espírito desencarnado/dessexualizado (ED). A pessoa neste caso expressa a sintomatologia de um Outro ("vivo" ou "morto") através do acoplamento de faixas da personalidade subconsciente do Outro em si mesmo. Vou tentar ser mais claro. Você entra num ambiente bem, por exemplo, e começa a sentir-se mal. Começa a boçejar, começa a sentir um aperto no peito, angústia e vontade de chorar; pensamentos começam a passar em sua mente, como pensamentos pessimistas sobre a vida. E você não se percebe que esta sintomatologia não lhe pertence. Você, um sensitivo, está incorporando sintomas de um Outro. Cabe agora ficar consciente disso. E então, olha para o lado e tem uma senhora idosa num estado psiquico bastante comprometido. Percebe que está acomplada a ela e está reproduzindo o "filme" inconsciente da vida dela. Esta reproduzação envolve altas cargas de energia e um exaurimento. A pessoa transideitificada fica melhor após o processo. Porém, o sensitivo fica geralmente pior, pois de forma ampla poucos sensitivos têm consciência clara e lúcida quando estão transidentificando.

A TI é parecida com a incorporação mediúnica, aqui chamada de IM. No caso de IM propriamente dita, o sensitivo sai temporariamente de seu corpo, total ou parcialmente, e permite que ooutro Espírito (no caso theta ou desencarnado) assuma o comando das funções fisiológicas, principalmente, a fala (psicofonia) e em alguns casos, gestos e escrita (psicografia).

Assim, temos 3 fenômenos que podem insidir em confusões no paradiagóstico clínico:

1. Histeria de conversão
2. Transidentificação
3. Incorporação mediúnica

Cada um dos três fenômenos psíquicos são complexos e podem estar atrelados e conectados numa síndrome que em Parapsicologia Clínica chamamos de SPI - Síndrome da Personalidade Intrusa e SCV - Síndrome da Contaminação Vibratória. Assim, muitos casos catalogados como HI são na realidade complexos processos de transidentificação (TI) e incorporação mediúnica (IM) atrelados a processos inconscientes ligados a sexualidade (HC). Da mesma forma, muitos casos de IM e TI, são casos mais ligados a HC.