9.9.10

Experiência fora do Corpo ou Projeção da Consciência?

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

Na literatura Parapsicológica encontramos muito o jargão "Experiência fora do Corpo" ou EFC e é este conceito que estarei discernindo e adequando-o no seu lugar correto (no meu ponto de vista, obviamente).

O conceito de EFC parece-me somente aplicável nos casos de experiências onde a consciência não pode tomar-se como objeto. Estou falando aqui das experiências projetivas puras, onde o Eu percebe-se sem corpo algum. Passei por algumas destas experiências e é a partir das minhas próprias vivências que afirmo. Por outro lado, uma experiência onde o Eu se acha fora do corpo físico e mesmo assim, percebe-se operando noutro corpo, também físico (matéria astral, psi-átomos) não pode ser chamdo de EFC. Corpo aqui é o que não é o sujeito, ou seja, o objeto.

Desta forma, dentro de critérios científicos o mais exatos passamos a classificar como EFC somente as experiências onde a Consciência (Eu, você) se acha sozinha, portanto sem um outro que podemos chamar de objeto, ou um corpo. Corpo aqui é o que não é a consciência, mas um intermédio, veículo, meio para a manifestação daquela. A esta experiência onde o Eu se acha sozinho já foi equivocadamente chamada também de projeção pelo mentalsoma, projeção em corpo mental, etc. Eu particularmente me oponho a esta classificação visto que:

1. Não temos evidências de que a Consciência (o Eu) se acha em corpo mental, visto não existir na casuística algum tipo de projeção para fora do corpo mental. A existência objetiva de um corpo se dá quando a Consciência se acha fora dele.

2. Não temos evidências também da existência de um corpo mental. A experiência a partir da projeção para fora do Psicossoma mostra o estado de consciência onde o Eu não se percebe com corpo algum, vivenciando-se como pura consciência.

3. Não temos evidências também da existência de algum tipo de "cordão de ouro", sendo a conexão entre a consciência e os corpos de natureza desconhecida ainda, porém, temos as hipóteses dos psi-átomos (Andrade) e das partículas "psicons" (Sarti).

4. O corpo físico só é tido como corpo e não como Consciência, quando esta se acha fora daquele. O corpo psi ou psicossoma só é tido como corpo e não como Consciência quando esta se acha fora daquele. Por outro lado, como afirmei acima, o corpo mental não pode ser tido como um corpo, pois até o momento nenhuma Consciência relatou ter tido uma projeção para fora deste corpo.

5. O energossoma (Vieira) não é um corpo, e sim um nível de energia componente integrado ao campo de energia integral, não sendo um veículo. Assim, compreendo que temos até o momento evidenciados 2 corpos: físico e psíquico. Quando a consciência se acha fora dos dois corpos daí sim, podemos chamar de EFC ou experiência fora do corpo.

6. O perispírito ou psicossoma não é a Consciência, apesar de sentirmo-nos muito mais consciências neste corpo que no corpo físico.

Diante disso, podemos simplificar a classificação e facilitar o entendimento do que seja a Consciência (o Eu) e do que vem a ser um corpo ou um veículo usado pelo Eu. No caso, nos manifestamos nesta dimensão através de 2 corpos: físico e psíquico. Quando saimos do corpo físico, vivenciamos o fenômeno catalogado por projeção astral, etc. Quando saimos do corpo psíquico vivenciamos a experiência fora do corpo, que chamo aqui de experiência psi-P (psi-Pura). Outro nome há de ser criado para nomear esta natureza de experiência: experiência do eu puro? Deixo a lacuna.