Parapsicólogo e Psicoterapeuta (Espaço do Ser)
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência (Coord.)
ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia
(Para maior aprofundamento: Clique aqui e leia a parte 1 antes de prosseguir)
Desde que os nossos ancestrais os conflitos tem tomado conta das relações tanto quanto o amor e a afeição. Pessoas em relação de afeição geram harmonia, paz e respeito, clima espiritual positivo e amparado. Pessoas em conflito geram como resultado o sofrimento. O sofrimento pulsa a partir de algumas emoções básicas, tais como:
1. Mágoa
2. Ressentimento
3. Raiva
4. Rancor
5. Ódio
6. Vingança
Cada um destes seis estados emocionais gera conseqüências desastrosas nos relacionamentos e no fim das contas, para si mesmo. Na essência mesma destes estados emocionais negativos, encontra-se a inaceitação de si mesmo ou auto-rejeição. Esta auto-rejeição se manifesta pelo ódio que sentimos de nós mesmos. O que significa ódio de si mesmo? Vamos aprofundar um pouco esta questão.
A palavra “ódio” veio do latim odium e significa o estado de aversão, repugnância, nojo ou antipatia intensa, podendo ser colérica, motivada por medo, raiva ou injúria sofrida. O ódio de si mesmo é a repugnância dirigida para si mesmo ou para determinadas áreas de si mesmo (Ex.: ódio do meu corpo, ódio desse meu “jeito de ser”, etc). Ou, o ódio é generalizado e a pessoa sente uma verdadeira aversão por quem ela é; rejeita a si mesma e mantém-se separada de si mesma, criando uma outra pessoa, um falso-Eu. Este falso-Eu pode ser compreendido como a máscara, a fachada que esconde o que não queremos mostrar para os outros.
Do ponto de vista de nossos relacionamentos, o conflito ainda é o nó central de todos nós. A pessoa humana hoje vive em conflito. Conflita consigo mesma, gerado pelo ódio de si mesma e, o conflito na área dos relacionamentos. O que é pois “conflito”? É uma leve, mediana ou profunda falta de entendimento entre duas ou mais pessoas. Também podemos compreender o conflito como o estado de divergência acentuada entre duas ou mais pessoas.
O conflito nos acompanha há várias vidas ou encarnações
Aquilo que chamamos de “vidas passadas” são todas as experiências em que estivemos aqui mesmo, neste planeta, de posse doutro corpo e vivemos com outras famílias, pessoas e lugares, assumimos outras profissões e cometemos outros acertos e erros. Na essência, temos as experiências. E podemos compreende-las como experiências de vidas passadas positivas ou negativas. As positivas são afetuosas, amorosas e irradiantes de mais alegria e contentamento, felicidade. As negativas se resumem a: sofrimento advindo de situações conflitantes. É isto que vem sendo chamado de “carma”. Muitos de nós já ouviu a expressão: “É meu carma....”. É meu carma significa que sou o que sou hoje devido a experiências negativas de meu passado. E como tais experiências vem a partir de conflitos com outras pessoas, carregamos vínculos mal resolvidos com tal e tal pessoa, ou mesmo com grupos ou ainda com milhares de pessoas.
Muitos acreditam em reencarnação porque é a única maneira de explicar tamanho conflito com determinado pai, mãe, irmão ou parente. Muitos sentem-se como peixes fora d’água da família e acabam compreendendo sua existência neste grupo como um “carma”. O que significa isto? Nesta situação, a pessoa escolhe renascer neste grupo para que possa haver a reconciliação espiritual e evolutiva. Com esta reconciliação as pessoas do grupo se libertam mutuamente e podem seguir seu caminho evolutivo com mais paz íntima.
Um conflito com determinada pessoa, em vida passada, pode estar inconsciente. Esta pessoa pode ser seu pai, mãe, irmão ou algum parente ou amigo/inimigo próximo. Não importa tanto quem seja, o que importa é a necessidade da reconciliação como recurso de libertação cármica dos envolvidos no conflito. Os conflitos do passado podem se refletir no presente pela família que você vive hoje. Muitos pacientes em sessão de terapia de vidas passadas lembram-se do momento anterior ao renascimento e acabam por compreender o porquê escolheram determinado pai e mãe. Estas escolhas refletem a necessidade de prestar ajuda a este agrupamento ou, noutro caso, efetivar-se a reconciliação devido a conflitos de vidas anteriores. Assim, temos que o conflito começa, nesta reencarnação, na família. Então, os primeiros que temos que nos reconciliar são nossos pais, mães, irmãos, parentes e assim por diante. Por outro lado, novos conflitos são atualizados nesta próxima vida e novas pendências podem ser alimentadas se nós não estivermos lúcidos para nossa tarefa de reconciliação e pacificação íntima.
O conflito sempre começa dentro de você.
Leia o artigo: "Reconciliando-se com a Vida e Consigo Mesmo" (clique aqui)
O conflito, aqui, começa na família.
Quando um espírito decide retornar para o Planeta, a fim de dar continuidade a sua jornada evolutiva de desenvolvimento espiritual, ele inevitavelmente adentrará em algum útero, com a exceção dos casos de fertilização artificial. O primeiro habitat do espírito é o útero de alguma mulher. Esta mulher só acolhe este espírito dentro de si porque, justamente, algum dia ela e outro homem resolveram fazer o que chamamos de “sexo” ou, em alguns casos, “amor”. Não importa o nome. Um homem e uma mulher transaram e então, ele ejaculou milhões de espermatozóides e um deles fecundou o óvulo da mãe (com exceção dos casos de gêmeos). O espírito consegue se ligar a esta nova célula formada por um laço energético e então, toda a informação do código espiritual mantida pulsante no perispírito ou corpo psicônico (psicossoma) se transfere ao processo embriológico até formação do feto. O espírito se materializa no útero e ali encontra seu primeiro habitat, sua primeira morada.
O conflito começa na família na medida em que o espírito, agora como feto, pode sofrer dentro do útero, pela ingestão de substâncias tóxicas ingeridas pela mãe ou pelos estados emocionais da mãe sentidas pelo espírito agora sexualizado, encarnado. A mãe pode querer o aborto, pode rejeitar o filho por não ser do sexo que ela desejava, pode passar todo o medo e a insegurança para este filho que sentindo isto, nasce com o medo da vida em suas células e assim por diante.
Assim, a primeira pessoa que nós iremos conflitar de uma forma ou de outra é a nossa mãe. A segunda, naturalmente, é o pai ou a pessoa que assim exerce esta função. Os conflitos ou desentendimentos com estas pessoas podem ser de vários níveis:
1. Leves: conflitos saudáveis cujo desentendimento se revela uma crise de crescimento em todos, pelo ajuste das diferenças de personalidades e visões de mundo. Estes conflitos aumentam os laços afetivos entre a família e o amor. Estas pessoas sentem-se livres no relacionamento e com liberdade. No caso, os pais não são pessoas de vínculos negativos de vidas anteriores (conflitos mal resolvidos)
2. Medianos: conflitos que geram as mazelas nas relações ou os estados emocionais negativos como mágoa, ressentimento, raiva, rancor, ódio e em alguns casos, vingança. Estes conflitos revelam conflitos trazidos de experiências conflitantes de vidas anteriores. Estes conflitos reforçam os laços de inimizade, desconfiança, mágoa, etc. entre os envolvidos, mantendo-os fixados em padrões conflitantes vida após vida até que os mesmos se resolvam satisfatoriamente.
3. Graves: conflitos que acabam impedindo a relação entre a família; agressões, vingança, traições e processos mais pesados como pedofilia, abuso sexual e até o fato de em casos extremos o pai, mãe ou filhos gerarem a desencarnação forçada através de crime de homicídio praticado. Estes conflitos são causados por conflitos graves ou gravíssimos de vidas anteriores.
Diante disso, é comum pensarmos em razões como: “porque tenho tanto conflito com meu pai?” ou “porque tenho tanto problema de relacionamento com minha mãe” e assim por diante até situações como: “porque meu pai me batia quando pequeno e minha mãe não fazia nada para impedir?”. Os exemplos não se acabam aqui e você mesmo pode me listar tantos deles.
Faça então este exercício:
1. Liste os conflitos que tem com seu pai, com sua mãe e com cada irmão.
2. Ao lado dos conflitos listados, reflita sobre como poderá se reconciliar com esta pessoa. O diálogo sincero, honesto e franco é sempre a melhor opção (apesar da mais difícil).
Sociedades têm conflito. Relacionamentos têm conflito. Mas como vivermos melhor?
Podemos fugir da sociedade e morar isolado num mosteiro. Podemos nos tornar monges e viver mudos numa floresta e ali encontrarmos a paz. Mas basta voltarmos para o centro da cidade e lidarmos novamente com as incoerências e insanidades sociais e pronto: a iluminação de Buda se foi.
Sempre disse que é fácil ser Buda no alto da montanha. É fácil alcançarmos o pico da iluminação com as companhias das estrelas, dos vagalumes e do silêncio da floresta. É fácil alcançarmos serenidade na convivência com um grupo parecido com a gente, com pessoas muitos similares conosco. Os desafios são menores, as mudanças menos agudas.
Mas, como alcançarmos a iluminação (ou a evolução) num planeta que é uma Colônia Espiritual muito mais de tratamento e recuperação do que propriamente de evolução? Ao deixarmos de sermos pacientes deste Hospital, a partir do autoconhecimento e da autocura, tornamo-nos psicoterapeutas naturais e cooperamos com a evolução e com a transformação planetária. Aqui entra nossa Missão de Vida e como ela está ligada nesta tarefa global. É aquilo: você pode fazer sua parte para melhorar o mundo.
Como vivermos num mundo assediante sem nos deixar afetar pelo assédio do consumo, da poluição e dos estados emocionais negativos que acometem a todos nós? Ao compreendemos a nossa própria insanidade mental, as incoerências que nos acomete e irmos gradualmente nos autotransformando, vamos conseguindo suportar muito mais a nós mesmos e como nós somos; com isto vamos lidando muito melhor com a forma como o outro é e isto passa a não mais nos assediar tanto como antes. O caráter do outro passa a não me incomodar mais tanto, seu modo de ser, etc. Isto porque ao aceitarmos a forma como somos e ao conseguirmos nos superar em nossos pontos fracos e vulneráveis, geramos dentro de nós amor e aceitação para os problemas dos outros. O outro passa a ser eu mesmo, ontem. E ao nos aceitar mais hoje e ontem como realmente somos, podemos, assim aceitar o outro tal como ele era e é hoje. Somente assim poderemos vislumbrar a possibilidade de mudança sem exigir que os outros sejam um ideal, sejam uma projeção de nossas idealizações e fantasias de perfeição. A projeção das fantasias de perfeição nos relacionamentos geram numerosos conflitos.
Como poderemos gerenciar nossos conflitos de forma a minimizar os impactos nos relacionamentos e em si mesmo?
Diante de um conflito temos três soluções básicas: fugir, brigar ou conversar. Geralmente usamos as duas primeiras saídas. É comum encontrarmos famílias onde predomina o silêncio, a falta de comunicação, num clima de proibição da expressão pessoal. Aparentemente parecem pessoas pacificas, mas escondem profundos conflitos dentro de si mesmos. Usam da fuga para resolverem os conflitos. Noutras, encontramos a agressividade como uma forma de resolverem os conflitos pela lei do mais forte. Em raras, encontramos o diálogo maduro como recurso saudável e o menos danoso de todos para a resolução saudável dos conflitos ali existentes.
A resolução de um conflito chama-se RECONCILIAÇÃO. A Reconciliação é a prática do perdão sincero.
Reconciliar-se é fazer as pazes, o unir novamente, o religar-se, o tornar saudável novamente aquele relacionamento. Quando duas pessoas se reconciliam ambas precisam passar por um processo de perdão: ambas precisam se perdoar sinceramente. O que é perdoar?
Perdoar é a renúncia da punição. É a renúncia da vingança alimentada pela mágoa, rancor e ódio. A pessoa sofreu devido aos atos de outra pessoa, seja familiar ou não. E a pessoa alimentando a raiva e o ódio, a mágoa e o ressentimento; dirige uma força negativa para o agressor, cuja intenção transparece o desejo de punição, de represália e, em casos graves, de vingança que pode levar a desastres mais graves, como os crimes hediondos, as guerras e os genocídios.
Os conflitos e as pendências conflitantes atravessam as múltiplas vidas.
A reconciliação é o resultado concreto de uma sucessão de atos de perdão concedidos pelos seres conflitantes.
Vida após vida, o espírito cria laços que posso classificar de duas naturezas básicas:
1. Laços positivos ou saudáveis: estes laços se expressam por uma afetividade positiva entre as pessoas, ou domina o amor ao invés do ódio ou de conflitos pendentes.
2. Laços negativos ou conflitantes: estes laços revelam uma desafeição ou desafeto dominante entre as pessoas, dominando a mágoa, raiva, rancor, ódio e outros estados emocionais negativos, como a vingança.
Exercício de Autoconhecimento e Reconciliação
1) Escolha um momento de seu dia em que poderá estar sozinho(a), sem interrupções ou assédios de ninguém da família. Desligue o celular, tire o telefone da tomada, desligue a TV.
2) Escolha uma música de relaxamento neutra, leve e tranqüila e deixe tocar em volume baixo para criar um clima favorável a introspecção e ao contato de você com você mesmo(a).
3) Prepare a sua mesa de estudos ou o local onde irá se concentrar. Pegue papel, caneta. É importante que você escreva com a mão. Depois pode passar para o computador. Mas de início escreva com a mão para sentir bem o exercício.
4) Com papel e caneta na mão, faça assim:
- Nesta lista primeiro você coloca os nomes das pessoas que tem conflito. Comece pela família (copie a lista que fez acima, caso tenha feito). E vai para os parentes até amigos e inimigos. Após, reflita em cada caso, quais os conflitos que ocorreram. Assim, reflita como poderá se reconciliar, perdoar esta pessoa. Lembre-se que o diálogo com a pessoa conflitante liberta mais que qualquer outro meio de reconciliação. Veja o exemplo:
Manoel (pai) 1. Me bateu quando pequeno (guardo raiva) Conversar com ele em papo aberto sobre estas
nestas situações ________. situações.
Assim por diante.....
Assim por diante.....
5) Após realizar a lista, imediatamente, tire suas próprias conclusões pessoais e principalmente, como está se sentindo agora e como estava antes de iniciar o exercício.
Peço a gentileza de enviar comentários no meu blog, neste artigo sobre os resultados deste exercício.
Ótimo experimento!