Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta e Conscienciólogo
Viver é uma aprendizagem incomparável a qualquer escola. A vida em si parece ser uma escola onde torna-se possível a evolução ou em outras palavras, o processo de tornar-se uma pessoa/consciência cada vez mais íntegra, feliz, autêntica, autônoma, responsável, lúcida, amorosa, consciente e fraterna. Os níveis em que podemos alcançar destas qualidades é icomensurável. Os limites da evolução inexistem. As fronteiras são ilusões mentais. Só nos sobra o Infinito a nossa frente. E não seria do Infinito nosso maior medo e o medo raíz que fundamenta os distúrbios próprios da vida humana?
O Infinito é a noção básica da evolução. Não sabemos de onde viemos e nem para onde estamos indo. É o Infinito passado e o Infinito futuro. Uma pura incerteza operante. Um universo de probabilidades. Quando adolescente eu gostava de filosofar a respeito dos símbolos matemáticos do infinito. Eu pensava a respeito da possibilidade de um passado infinito e de um futuro infinito. A sensação era de uma alteração súbita de consciência, um prazer imediato. Um alívio espontâneo. Seria a solução pelo menos filosófica do problema que me atormentava quando pequeno: a angústia diante do Nada. Se o futuro dirige-se ao Infinito, logo o Nada não existe, sobrando somente a Existência em Si. Assim fui resolvendo internamente este dilema existencial que me incomodava desde a infância, com cerca de 4 anos de idade.
Se tudo tende ao Infinito; se eu permaneço existente mesmo após a morte; sendo a morte somente uma alteração de ambiente ou dimensão, onde a consciência (eu) permanece viva e existente, noutro estado de consciência; sendo esta existência a continuidade de um encadeamento de "n" existências anteriores; sendo este "n" o próprio Infinito aplicado ao nível humano de ser; sendo que o "n" tanto é aplicado para o passado como para o futuro, pelas "n" existências que ainda teremos pela frente; sendo a noção de "existências" uma aproximação didática para explicar fragmentos de memória de um continuum existencial ininterrupto, cuja consciência permanece contínua em seus múltiplos estados de lucidez e dimensões; sendo a "reencarnação" um fenômeno aplicado somente aos seres sexuados, ou seja, os seres que nascem e morrem; sendo a evolução um Infinito e o nível humano somente um estágio desta longa espiral evolutiva sem começo e sem fim; e sendo este nível humano uma continuidade lógica dos níveis não-humanos e estes de níveis inferiores de evolução; sendo isso, em dado momento passamos por estágios assexuados de consciência, portanto, inexistindo nascimento e morte, reencarnação e desencarnação; e portanto, em hipótese, houve um dado começo para os ciclos, porém um não-começo para a existência da consciência; sendo a lógica do Universo uma megacognição inatingível para o nível humano e para-humano; sendo o tecido máximo da existência cósmica uma realidade inatingível ao nosso grau de lucidez e discernimento; sendo a própria evolução uma realidade incompreensível em sua essência e real propósito de existência; sendo a realidade Infinita inapropriável por qualquer linguagem humana, escrita ou simbólica; sendo a essência mesma do humano, o intento e a volição realidades inexplicáveis por qualquer conhecimento humano; sendo a vida em si inatingível pela ciência, filosofia e religião; sendo que qualquer conhecimento filosófico, científico, religioso, ocultista ou outro nunca abarcará a realidade completa, inteiriça, em totalidade e, portanto, diante disso lidamos com mapas limitados e restritos a preconceitos e limitações puramente humanas, que acabamos por chamar de "verdades"; o que é a vida? o que é realmente a evolução? qual a natureza do cosmo? qual o tecido real do universo? para onde o universo está se expandindo? até que limite a consciência pode se projetar, se expandir fora do corpo? poderia expandir-se englobando o Infinito? O Infinito mesmo é consciência? O material de que o universo é feito é pura consciência? campos de força conscienciais? qual a extensão real do universo? onde realmente estamos vivendo? Tais questões transcendem as questões "reencarnacionistas", pois elas mesmas não abarcam o Infinito. O Espiritismo foi até ali. A Conscienciologia até lá. E não importa até onde foram, não chegaram até lugar algum, porque parece que essencialmente não existe lugar, nem tempo, nem espaço. Passado, presente e futuro, transparecem-se como realidades unificadas ocorrendo simultaneamente, apesar do aparente absurdo disso. E não para por aí.
Diante da profundidade da realidade do Infinito e a pressão que a mesma exerce em nosso psíquico vai direcionar a saúde e a doença. A doença manifesta a resistência ao encontro permanente com o Infinito. Os seres mais evoluidos, chamados por Espíritos Puros ou Consciexes Livres, são aqueles que vivem em contato direto com o Infinito após uma longa caminhada de evolução.
O medo do Infinito, ou seja, da maxi-realidade que fundamenta o Universo tal como realmente é e, em sua essência incognoscível e inacessível em nosso nível, coloca-nos no lugar do não-saber acerca de praticamente nada sobre a realidade Cósmica e a Evolução de forma total, universal. E isto, por si, ferindo nosso ego centrado na prepotência, na arrogância e na vaidade do saber, leva-nos aos estados de sofrimento decorrentes do estado de sonho que vivemos.
Esta expansão de consciência é somente um vislumbre da cosmoconsciência. E a cosmoconsciência é somente um vislumbre do contato direto com o Infinito. É um ensaio do Universo, uma prosa, uma poesia escrita a mão num guardanapo.
A realidade, tal como é, e a resistência à aceitá-la, parece-me formar a base que estrutura a etiologia das patologias.
Deixo a reflexão.
19.5.11
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Infinito, Realidade, Consciência e Evolução
By Fernando Salvino (M.Sc) 20:49