8.11.11

Algumas Implicações do nosso Caráter, a questão Cármica e os Relacionamentos

O ciclo cármico das reencarnações
Seriéxis - serialidade multiexistencial
Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


O Mestre disse: "Veja os meios que o homem emprega, observe o caminho que ele toma e examine a circunstância em que ele se sente confortável. Como poderia o verdadeiro caráter de um homem esconder-se?"

A lição de Confúcio é clara e serve-nos tanto como critério de auto-análise e auto-conhecimento como medida para conhecermos aqueles que estão a nossa volta, nos relacionando conosco em todas as dimensões.

1. Que meios eu e você empregamos [para alcançarmos nossos resultados]?

2. Que caminho eu e você tomamos [na vida em forma geral]?

3. Em que circunstância eu e você nos sentimos confortável?

Antes de julgarmos alguém por seu caráter, examinemos a nós próprios a partir destes três itens.

Que conclusões você chega a partir desse rápido exame de si mesmo?

No mínimo, como eu mesmo, encontrará contradições em si mesmo ao analisar este tópico, principalmente, eu seu comportamento, posturas, modo de pensar e agir, atitudes e projeto de vida. Podemos aprofundar e analisar nossas posturas quando estamos cometidos de maior cólera, raiva, ira ou mesmo ódio diante de alguém que supostamente nos cometeu um ato de maldade, danoso a nossa reputação ou a nossa moral, ou a nossa vida mesmo. A cólera-raiva-ódio neste caso é o estado de espírito onde manifestamos nosso porão consciencial, nosso bolor evolutivo, a parte mais imatura de nós mesmos, mais precária.

Como você reaje a situações desta natureza?

Você bola uma estratégia consciente para arrematar o "inimigo", quebrando suas "pernas", fazendo-o sentir dano similar ao que o fez sentir, num pseudo-legítimo ato de vingança auto-justificada, sádica e retaliadora, invertendo o masoquismo? Como se agora tudo pudesse ser feito em nome de uma suposta justiça moral?

Você se atola por força pessoal num oceano de culpa, angústia e passividade tentando auto-punir-se num ato de sadismo diante de si mesmo? Criando sintomas em seu corpo, dilacerando suas células como forma de auto-agredir-se e agredir a outra pessoa, pela vitimização autoconsciente e dissimulada, visando que a outra pessoa mude algum comportamento ou lhe chegue com agrados de alguma natureza, tentando obter carinho e afeto através da auto-doença?

Você o ignora colocando-o "a deriva do universo", silenciando qualquer comunicação entre as partes, não respondendo perguntas, frases, falas ou qualquer outra tentativa, isolando-o e deixando-o culpado até os limites da agonia e angústia, neste ato de sadismo e agressividade silensiosa extrema? Em guerra fria declarada?

Você compreende mais, dialoga mais, e consegue manter-se no eixo, apesar do dano moral realizado contra você? Sem levar tanto para o lado pessoal? Mantendo distância de auto-respeito em relação as tentativas de agredi-lo?

Consegue reagir com amor mesmo tendo sofrido tamanho dano? Enviando as melhores intenções e energias a esta pessoa? Perdoando o que pode, lembrando dos sentimentos mais essenciais que existem entre você e a pessoa? Conseguindo inclusive tratá-la bem mesmo após tentativas consecutivas de danos contra você?

Consegue ainda, transcender tudo isso e ver na pratica, a pessoa como um espírito em evolução com direito a errar? E diante disso, manter a distância auto-protetora e amparadora, retornando a aproximação assim que for oportuno e quando for o melhor para todos?

Consegue agradecer na prática, tudo o que aprendeu com essa pessoa? Mesmo que tenha cometido erros cruciais contra você, com graves consequencias? E como se sente ao reconhecer o lado melhor dessa pessoa? Sente-se melhor?

Quais suas conclusões sobre isso tudo?

Estes fatos são comuns em família, onde ocorrem muitos conflitos e mesmo em relacionamentos conjugais e, em alguns casos, amizades. Não podemos esquecer que uma pessoa é assim ou assado conosco porque justamente ela é assim com qualquer outra pessoa, principalmente, ela mesma. Assim, nada pessoal, na essência da ofensa. Mas sabemos que na prática ainda nos esbarramos em dificuldades em equilibrar benevolência com o lidar com ofensivas graves.

De forma geral, somos muito aquilo que escolhemos. E Confúcio tenta  nos mostrar isso. Veja os meios e analisamos a nós mesmos. O que a pessoa fez na prática para estar onde está? Analisemos quem somos por nossas ações e quem está a nossa volta pelo que fazem e não pelo que dizem. As palavras são como folhas ao vento, tais como estas que escrevo aqui. Somos essencialmente o que fazemos. Nossos atos são resultantes ações daquilo que pensamos e sentimos, e daquilo que pensamos e sentimos sem estarmos conscientes disso (subconsciente).

O que é o CARMA senão o resultado geral de nossas ações?

Daí a necessidade de uma vida regada de reconciliãções e pacificação íntima progressiva para a evitação de conflitos desnecessários. Mas, na prática, o nosso desafio é grande, porque a reconciliação envolve um espectro grande da realidade, inclusive os entes queridos que se foram para as outras dimensões, onde ocorrem as reconciliações fora do corpo ou pela via mediúnica. Deixo as reflexões para você a partir daqui.