2.11.11

Evidências de Percepção Extrassensorial: um caso de Clarividência na Infância

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


1. Do Caso

O caso ocorreu há cerca de três meses atrás com minha filha Yasmin. Seu relato foi muito objetivo, claro e sintético como é de sua personalidade, quando me disse algo neste sentido quando acordou pela manhã e teve a confirmação de seu sonho:

"Pai, que doido, eu sonhei que estava passando na TV três seriados dos desenhos [citou os desenhos] e agora que liguei a TV os desenhos estão passando!!"


2. Análise dos fatos

O que afinal de contas significa isso? Uma alucinação? Uma coincidência? Não. Este fenômeno se chama PES - Percepção Extrassensorial ou ESP - Extrassensorial Perception, nome cunhado pelo Dr. J. B. Rhine para designar certo tipo de informação que seria obtida não pela via dos 5 sentidos, mas por uma outra via, daí sim, extrassensorial (além dos 5 sentidos). Rhine e especialmente sua esposa, Louise, catalogou PES em três categortias simples:

1. Telepatia: informação obtida de mente para mente.
2. Clarividência: informação obtida diretamente de um objeto.
3. Precognição: informação obtida do futuro.

Analisando o caso de minha filha temos que a evidência parece apontar para clarividência, determinado tipo de PES que pode ocorrer e é muito comum ocorrer nos sonhos, no caso dela, um tipo de PES realista, pois a informação vinda do sonho correspondia exatamente a realidade. Em alguns casos, não corresponde, mas apresenta-se num simbolismo complexo ou mesmo na forma de uma determinada alucinação extrassensorial (que é diferente da alucinação psicopatológica).

A clarividência (pela classificação de Rhine) se explica pelo acesso no momento presente de uma informação que estava ocorrendo no momento, provinda não de uma outra mente, mas de um objeto (a TV).

Porque motivo a minha filha teria acessado esta informação pela clarividência? Isto se explica devido ao princípio da economicidade de psi, tal como afirma o parapsicólogo Tarcísio Pallú. Seria mais rápido e mais econômico que ela acessasse pela via extrassensorial a informação sem que precisasse acordar, levantar-se e ligar a TV, apontar o controle remoto e colocar no canal Disney. O acesso direto é mais rápido e eficiente. O fato gerador é simples também, e é o aspecto muito afetuoso que ela tem com os seriados animados, o fato de gostar muito desses desenhos.

3. Algumas correlações com minhas experiências

Isso me faz lembrar do fato gerador que me fazia sair do corpo aproximadamente com a mesma idade, quando via o seriado "Super-herói Americano" e ao dormir sonhando que estava voando como ele, começei a experimentar minhas primeiras experiências extracorpóreas conscientes. Os fatos se davanm praticamente todos os dias e eu mesmo induzia o fenômeno sem qualquer medo. As frases do seriado me geravam efeito hipnótico e programavam meu subconsciente:

"Acredite ou não,
Estou andando no ar
Nunca pensei que pudesse me sentir tão livre.
Voando por aí sobre uma asa e uma prece.
Quem poderia ser?
Acredite ou não, sou apenas eu..."

O seriado foi ao ar na década de 80 pelo SBT, tendo sido interrompido em 1983. Assim, reitero que minhas primeiras projeções conscientes ocorreram antes dos 9 anos de idade.

4. Considerações finais

Assim, o aspecto afetivo, na ordem do desejo potente por algo que gostamos, isto por si só, é suficiente para levar uma pessoa a atravessar a fronteira e migrar para o campo psi ou parapsíquico, extrapolando dimensões, sendo pela via PES ou pela via projeciológica propriamente dita, ou a saída consciente para fora do corpo. Se a criança ama um desenho animado, conjuntamente com um fator de predisposição inato da criança em passar por estes fenômenos, a via PES ou Projeciológica poderia ocorrer dentro do princípio da economicidade de psi. Ou se a criança sente a saudade da vida extrafísica, um seriado como o que citei pode ser fator determinante para o desencadeamento de tais vivências na infância. Sabemos desde as pesquisas avançadas realizadas pelo pesquisador e projetor Sr. Muldoon, que o fenômeno projeciológico é universal, ocorrendo desde a antiguidade. Sabemos também pelas pesquisas avançadas da Sra. Louise Rhine, que PES tamb´´em é universal, ocorrendo com pessoas de qualquer idade, local ou crença. Assirm, se a distância entre dois pontos puder ser atravessada por um atalho, eis que ocorre a função psi. E faço uma correspondência com a moderna cosmologia, e a teoria do buraco de minhoca que nada mais é que um atalho interdimensional entre pontos muito distantes do cosmos.

A mente das crianças é mais flexível e aberta que do adulto ou adolescente. O adolescente está acometido com coisas sociais o que começam a prejudicar a vivência parapsíquica. O adulto é preocupado com subsistência e outras questões sérias. A criança não. É mais livre em suas percepções e experiências. Os pais, educadores e outros de seu círculo são os agente repressores das experiências, quando as crianças vão lhes contar. Cabe aqui uma reciclagem na maneira como lidamos com tudo isso, principalmente, na educação, na família e na escola.

Ainda vivemos a escola newtoniana, cartesiana, preocupada com a vida humana ordinária, comum, em formar cidadãos. Num futuro próximo, se ainda existirem escolas, o que duvido muito, estas estarão preocupadas em formar cidadãos cósmicos. Porque o universo é nosso lar, não somente a Terra, a casa, a família, os vizinhos, os países. A Terra é uma vila muito pequena num cosmos infinito. Assim, naturalmente a pedagogia será uma pedagogia e andragogia do Infinito.

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Agradecimento

Fico muito grato a minha filha por compartilhar suas experiências livremente comigo e, juntos, conversarmos sem qualquer pudor e repressão sobre qualquer assunto de natureza humana ou transcendente. Isto nos torna menos macacos e mais consciências. E ainda poder disponibilizar tal vivência ao público para fins de democratizarmos a transcendência (Sarti).

Convido aos pais que lêem esta revista a enviarem relatos de seus filhos que sugerem fenômenos paranormais ou parapsíquicos, ou incomuns.