25.7.11

Lições sobre a Benevolência: Comentários sobre o Livro XVII, lição 6, de "Os Anacletos", de Confúcio.

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo
www.parapsicologiaclinica.com


Anacletos: Livro XVII, lição 6.

Tzu-chang perguntou a Confúcio sobre a benevolência.

Confúcio disse: “Há cinco coisas, e qualquer um que seja capaz de colocá-las em prática é, com certeza, ‘benevolente’ ”.

Tzu perguntou: “Posso perguntar o que são estas coisas?”

Confúcio disse: “Elas são o respeito, a tolerância, a coerência com as próprias palavras, a rapidez e a generosidade. Se um homem é respeitoso ele não será tratado com insolência. Se é tolerante, ele conquistará o povo. Se é coerente com as próprias palavras, seus semelhantes confiarão nele. Se é rápido, atingirá resultados. Se é generoso, ele será bom o suficiente a ponto de ser colocado em uma posição acima de seus semelhantes”.

Comentários sobre a lição:

Confúcio identifica uma pessoa benevolente a partir de 5 qualidades ou virtudes aplicadas, na prática: respeito, tolerância, coerência, rapidez e generosidade. É importante esclarecer que para Confúcio, o “homem benevolente” pertence a uma categoria evolutiva dentro de uma escala cujo mais alto nível está o “sábio”, depois o “homem completo” e, para assim, vir o “homem benevolente”.

Assim, a benevolência é expressão de um aglomerado de qualidades, que Confúcio resumiu em 5. Por insolência podemos entender como: característica do que é insolente, coisa insólita, fora do comum, modo estranho de proceder; inconveniência, despropósito, falta de respeito; atrevimento, ousadia, impertinência, orgulho demasiado e injustificado, ofensivo aos demais; arrogância, soberba, desprezo, desdém, ato ou expressão insolente.

Assim, ao agir com respeito em relação aos outros e em relação a si mesmo, não será mal tratado. Assim, o respeito inclui o outro significado de benevolÊncia apontado por Confúcio “ame seus semelhantes” e “não imponha aos outros aquilo que não deseja para ti”. Desta forma, ampliamos o entendimento desta lição.

Quanto maior é o respeito que temos por si mesmo e pelos outros, maior será o respeito dos outros em relação a nós. É isto que significa não ser tratado com insolência. Assim, toda vez que formos tratados assim, vale a reflexão sincera sobre como estamos lidando com o respeito a si e aos outros.

Assim, temos na tolerância a qualidade que se desdobra do respeito, como conseqüência natural. Tolerar é respeito em alto nível. É compreender o outro para assim, agir com o devido respeito. Ambas qualidades englobam a coerência.

A terceira qualidade é a coerência. Esta realmente, se aplicada, fará com que os outros confiem em nós, devido a coerência entre palavras e ações. Uma pessoa coerente inspira confiança dos outros. A coerência merece um tratado de reflexões práticas. Ela inclui a coerência conosco mesmos e com os demais. Inclui aquilo que verbalizamos mentalmente, em pensamento e a prática. Inclui na coerência, a primeira qualidade, o respeito.

A rapidez é uma qualidade que Confúcio entende como importante para definir num todo, o homem benevolente. Por rapidez entende o homem que consegue ter resultados em suas ações. Significa liderança e inclui outras qualidades, como priorização.

E por último, a generosidade. Generosidade é a base da benevolência. Um homem generoso é aquele que tem a virtude que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem. É a atitude anti-egoista e fraterna, expressão conjunta do respeito, tolerância e coerência.

Assim, cabe a nós esta simples conscienciometria:

1. Qual meu nível, de 0 a 10, de benevolência?
2. Qual meu nível, de 0 a 10, de respeito?
3. Qual meu nível, de 0 a 10, de tolerância?
4. Qual meu nível, de 0 a 10, de rapidez?
5. Qual meu nível, de 0 a 10, de generosidade?

Qual a sua conclusão pessoal?