18.11.10

Aresta Poligâmica e Considerações sobre o Adultério Mental, Ética, Comprometimento no Relacionamento Conjugal e Dupla Evolutiva

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

Este texto é um breve ensaio e merece maior aprofundamento e precisão de seus conceitos, mas é uma introdução ao conceito de aresta poligâmica que serve para fornecer um mapa para o entendimento geral dos relacionamentos conjugais e os fenômenos associados; a ética nos relacionamentos, o comprometimento conjugal, o amor puro, a sexualidade madura e a questão da dupla evolutiva. Sabemos que toda teoria é muito bela, mas na prática o laboratório é outro. Ou adentramos no tema com toda nossa franqueza, extraíndo o fenômeno como ocorre no universo mental, ou nunca compreenderemos muitas condições de falências de relacionamentos e sucessos de outros. O amor puro e o cultivo continuado de pensamentos positivos parece-me que sempre serão o começo de tudo em termos do campo da sexualidade.

O que significa "Aresta Poligâmica"?

Poligamia é o termo criado em 1682 (polygamia) para designar o estado no qual a pessoa é unida conjugalmente com várias outras, podendo ser duas até um número relativamente grande.

A "Aresta Poligâmica" é o nome que acabei criando para designar o espaço, a "brecha", a lacuna, o campo aberto, o traço-fardo da relação, os pontos mal trabalhados, conflitos não resolvidos atuando todos em conjunto, sistemicamente, em bloco, num relacionamento monogâmico que acaba levando um ou ambos cônjuges a inicialmente praticar o adultério mental e a vida poligâmica fantasiosa persistente, através do universo da fantasia de natureza afetivo-sexual ou puramente sexual e, posteriormente, ao adultério propriamente dito, no nível da realidade física. Com isto, efetiva-se um sistema multidimensional de intrusões de ordem extrafísica que acaba penetrando o universo do casal através da aresta. Esta aresta, como poderei expor noutro ensaio, forma-se, abre-se devido a múltiplos fatores associados.

Adultério mental: a primeira abertura da aresta poligâmica

É importante colocar que, em hipótese, cerca de 90% de todos os animais humanos (consciência humana ressexualizada) em relação conjugal monogâmica do planeta possuem a região da aresta poligâmica aberta num nível patológico, ou seja, que gera sofrimento para o relacionamento. Esta abertura abre espaço para as intrusões inicialmente ocorridas dentro do universo da consciência, na intimidade mental: o adultério mental que dá força para o adultério emocional e início a vida poligâmica propriamente dita. Desta forma, posso me arriscar dizer que a natureza íntima do animal humano é a poligamia, primeiramente fantasiosa (adultério mental - vida mental poligâmica) e, em segundo lugar, no nível da realidade (adultério de fato -  vida poligâmica oculta e posteriormente, vida poligâmica expressa).


Esta aresta dirige-se para a poligamia, quando o(a) adúltero(a) mental trai sua(seu) companheira(o) com um(a) terceiro(a) ou terceiros(as) e com este(a) ou estes(as) tem relações afetivo-sexuais - com ou sem culpa associada. É importante frisar aqui que o conteúdo fantasístico, puramente mental, pode esboçar uma "novela" onde é inclusive permitida fantasias de incesto, pedofilia, e outras fantasias de conteúdos mais pesados, como estupro, agressões, etc.

A poligamia em todas as suas manifestações é o estado evolutivo de relacionamento afetivo-sexual próprio da consciência humana que não se libertou de sua animalidade em direção à vivência do amor puro de um relaciomamento evolutivo (dupla evolutiva).

A poligamia é o estado evolutivo de relacionamento próprio do animal humano. Este animal, quando recalca os intintos sexuais poligâmicos, comprime a energia básica da espécie e direciona o fluxo de desejos sexuais para três níveis básicos da mente (ou consciência):

1. Vigília: em vigília (estado de consciência onde a consciência acha-se intrafisicalizada ou ressexualizada) quando a pessoa cria uma fantasia poligâmica, ou o adultério mental propriamente dito, consciente, acompanhado de culpa ou não.

2. Sonhos: em sonho quando, em vigília o conteúdo fantasioso mental (adultério mental) é recalcado, reprimido e abolido pela moral do sujeito que, mesmo assim, acaba vivendo a condição poligâmica nas imagens pictóricas dos sonhos, caracterizando o adultério mental subconsciente propriamente dito.

3. Sonambulismo Projetivo: fora do corpo, inconsciente, a consciência vaga sonâmbula e acaba tendo relações afetivo-sexuais com outras consciências, neste caso, projetadas ou extrafísicas.

4. Projetado: fora do corpo, consciente ou semi-consciente, o sujeito acha-se numa condição, extracorpórea, desdobrado astralmente, onde tem relações afetivo-sexuais com outras consciências, neste caso extrafísicas ou projetadas de seus corpos, caracterizando o adultério projetivo propriamente dito.
Este último pode ser caracretizado como um adultério de fato, ou a concretização da poligamia, embora se dando no universo multidimensional extrafísico da consciência.

Não podemos esquecer que a reencarnação ou ressoma somente ocorre, biologicamente, quando um animal humano macho faz sexo com um animal humano fêmea. Daí forma-se o zigoto e daí toda a embriogênese para a posterior formação do corpo humano que é, essencialmente, um corpo sexual ou sexossoma. A consciência liga-se a este corpo sexual através da energia própria de um segundo corpo: corpo psi, psicossoma e mentalsoma, corpo mental (apesar da existência deste último ser uma hipótese ainda a ser testada por um número maior de projetores conscientes).

O sexossoma é tão dominante na vida da consciência que, sua forma domina as impressões da auto-imagem que a consciência tem de si e, mesmo fora do corpo, conserva a imagem física do corpo sexual ou humano. A forma humanóide do psicossoma é a imagem mental do sexossoma, conservada e priorizada. Sendo assim, consciências mais evoluidas e lúcidas, dispensam a forma humana e sexualizada da consciência, pois transcenderem o corpo e o sexo.

Amor puro, sexualidade madura e dupla evolutiva

O que é uma sexualidade madura? É aquela que transcende pois o modelo instintivo próprio da sexualidade animal humana imposta pela genética, instintos da espécie e pressão do campo mórfico do planeta.

E no que trancende este modelo? Na fidelidade vivenciada num casal evolutivo, unido por laços abertos e francos, em clima de autenticidade crescente visando a evolução a dois, numa direção da vivência do amor romântico mais puro e de uma vivência saudável e madura da sexualidade, priorizando os orgasmos naturais purificadores das bioenergias e da saúde mental, afetiva e sexual. Uma parceria mais lúcida priorizando a higiene mental continuada e a evolução autoprovocada, auto-induzida, quando ambos se ajudam na evolução e na autorealização mútua. Diálogo aberto, sinceridade exposta ao máximo possível, principalmente no que diz respeito às questões sexuais, afetivas, existenciais, financeiras e evolutivas. E assim por diante.

Tal modelo de relacionamento transcende o modelo do animal humano, preso no instinto da poligamia e da necessidade inconsciente de perpetuar a espécie pela distribuição fantasiosa ou realista do espermatozóide pelos óvulos afora.

O casal, dois animais humanos que, antes disso, são consciências humanizadas, ressexualizadas, possuem laços de intimidade que transcendem o reino animal, pautado no amor mais puro conquistado e amadurecido ao longo de muitas existências e experiências. Este amor transcende teorias e a sexualidade transcende o sexo.

10% de todos os animais humanos em relacionamento monogâmico podem ser este tipo de casal

Esta é nossa esperança básica: a de que o colapso sexual, a epidemia maior da humanidade, já está com seus dias contados. Por hipótese, 10% da humanidade em relacionamento monogâmico tem potencial para pertencer ao que foi chamado por Vieira de "dupla evolutiva".

Somente 5% de todos os animais humanos em relacionamento monogâmico são, de fato, este tipo de casal.

Neste sentido, se você está num relacionamento monogâmico, analise consigo mesmo(a) três variáveis para o autoconhecimento:

1. Fantasias: eu ando tendo fantasias afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destas fantasias? Que desejos estão sendo satisfeitos através dela que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todas as fantasias (adultérios mentais) e estude-as a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.

2. Sonhos: eu ando tendo sonhos afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destes sonhos? Que desejos estão sendo satisfeitos através deles que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todos os sonhos (adultérios mentais inconscientes) e estude-os a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.

3. Projeções: eu ando tendo projeções afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destas projeções? Que desejos estão sendo satisfeitos através delas que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todas as projeções (adultérios mentais extrafísicos de fato) e estude-as a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.


Os dados são imprecisos e hipotéticos, mas deixo aqui esta reflexão inicial.