O relato abaixo é mais um da lista das evidências subjetivas da vida antes do nascimento, ou noutras palavras, as vidas passadas. Por conseqüência, adentra em reflexões implícitas sobre a natureza mesma da memória que, no meu ponto de vista, não é um local onde se armazena informações, parecendo mais com uma dimensão existente no espaço-tempo, denominado "passado". Assim a memória e os conteúdos estão além do cérebro, embora o incluam quando a consciência acha-se no estado de coincidência, como nos fala Muldoon. A memória é essencialmente extra-cerebral. O cérebro, apesar de ser um sistema especificamente evoluído do organismo humano, nada mais é que uma carne sem vida própria, vivificada pela consciência que habita o corpo psicônico ou também chamado de psicossoma (Vieira), perispírito (Kardec) ou corpo astral (Muldoon). O nome pouco importa. A consciência sendo o núcleo de existência própria e independente, sobrevive e se sobrevive, já sobreviveu à morte outras vezes no passado. Baseado nisso, trago a experiência de regressão do paciente que aqui chado de Jonathas.
O paciente me procura por queixas de ansiedade aguda desde a infância. Os sintomas vão também para a área de relacionamento, quando não gosta de se envolver emocionalmente com mulheres, preferindo relações superficiais. O que relatarei abaixo é baseado no registro direto que fiz da fala do paciente no momento do transe regressivo ocorrido em minha clínica. O paciente é evangélico e de família evangélica e não crê em vidas passadas nem em reencarnação. A experiência se deu pela vivência da técnica que desenvolvi chamada Técnica da Exploração da Parede Psíquica que nada mais é que uma intensa visualização de toda sua angústia, ansiedade, medo.... na forma de uma parede e consequente exploração vivencial do conteúdo até chegar no núcleo mnemônico do(s) trauma(s) ou experiência(s) originária(s). E inicia a exploração da parede até que a regressão é acionada através deste meio. Abaixo narro resumidamente a experiência.
Vida 1 - ano 1700 em pouco. Europa. Homem. 30 e poucos anos de idade. Casado e com filho.
- Estou em 1700 e pouco, em algum lugar da Europa... tenho 30 e poucos anos.... estou numa praia... uma menina sai correndo.... ela morre nas pedras. Fico chateado, triste, culpado. Uma mulher me dá broncas, é minha mulher. A criança é minha filha. Soldados me perseguem com lanças. Estou na floresta, corro para a floresta. Sinto-me ansioso, com medo de morrer. Ansioso por estar com medo dos soldados me pegarem. Eles me encurralam, eu morro com uma lança na barriga.
- Estou num palácio no céu, uma escada gigante.... Entro num túnel, agora vejo um monte de pessoas, elas não tem uma forma definida, me olham sério mas serenamente.... começam a se espalhar, vão para outra dimensão....
- Estou num hospital agora, grande, muitos me olhando felizes....sou um bebê....estou no RJ, 1960 e pouco.... jogando futebol, visto uma bermuda e uma camisa social.... estou agora com 34 anos.... trabalhando, cuido de empresas, transportadoras....estou doente, com uma bola na garganta, câncer..... estou desesperado....
- Estou no caixão.... em pé na frente do caixão, todos estão chorando... me sinto fracassado por não ter resistido a doença.... Abriu uma luz do céu vou em direção a ela .... Pessoas vestidas de branco dentro de um templo.... me sinto em paz...... tranquilo..... feliz......
A experiência mostra claramente a alternância de [estados de consciência]. Na "vida 1" o paciente se acha na condição encarnada, sexualizada, habitando o planeta numa condição física, como homem, na Europa, ano 1700 e pouco. Após, muda de [estado de consciência] passando ao estado espiritual, habitando outra dimensão, agora vivendo tão somente com seu corpo astral [psiergeticossoma]. Em tal experiência, os habitantes do astral ou dimensão espiritual [extrafísica] não possuem formas definidas e mudam de dimensão em poucos instantes [fenômenos que desafiam a física moderna e a velocidade da luz]. Após, muda novamente de dimensão, retornando para o [estado de consciência] encarnada, agora noutro corpo, com outra família, noutro país, Brasil, Rio de Janeiro, na década de 60. Vive uma vida humana e desencarna, morre de câncer na garganta, novo, com seus 30 e poucos anos. Sua mudança de estado de consciência se dá quando sai de seu corpo [morre] e vê-se diante do caixão, com a família chorando. E aos poucos ascende para outra dimensão onde encontra uma profunda paz quando retorna para o atual século, ano 2010, sendo um homem.
A oscilação de estados de consciência, ora encarnado ora desencarnado, é uma evidência quase objetiva para quem vivencia o fenômeno. Na esteira de Muldoon, não adianta crer no que coloco aqui, é necessário que experimentemos o fenômeno para que a partir disto alcancemos nossas próprias conclusões.
O paciente a partir desta vivência alcança um espectro muito mais amplo de si mesmo, podendo compreender-se de forma mais autêntica, pela experiência, e com isto aplicar tais conhecimentos vivenciais em sua vida hoje, para a superação de problemas pessoais e compreensão do modelo de vida que acabou adotando.
Considero esta experiência uma prova da existência do Eu antes do nascimento, embora subjetiva, dentro do espectro dos critérios da pesquisa qualitativa, participativa e auto-investigativa, método científico adotado desde 1929, pelo pesquisador e projetor consciente, Sylvan Muldoon e o pesquisador e parapsicólogo Hereward Carrington.