14.7.10

Família e Carma: Identificando e Resolvendo as Pendências Cármicas (parte 1)

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

O que é carma? Carma é o saldo contínuo de um relacionamento. Carma é como se fosse uma conta corrente de um Banco: é uma realidade dinâmica, flutuante e oscilante, ora negativa, ora positiva ou, em alguns casos, mantem-se numa constante negativa ou positiva.

Você, eu, estamos todos o tempo todo nos relacionando. Desde que você de fato começou a existir no Universo, sabe-se lá quando foi, você começou a se relacionar, consigo e com os outros (pessoas, animais, plantas, etc.). E nesta trajetória infinita de relacionamentos acabamos por criar PENDÊNCIAS CÁRMICAS. É sobre isto que tentarei abordar de forma simples, porém profunda.

Uma pendência é um hiato, uma lacuna, um algo que falta fazer; pendente é aquilo que está por fazer e não é feito. Aquilo que está para ser realizado, resolvido e por vários motivos não é. No caso das pendências cármicas, falo aqui dos conflitos não resolvidos que geram PENDÊNCIAS CÁRMICAS que irão nos acompanhar vida após vida, seja quando estivermos aqui e agora, de carne e osso, ou seja quando estivermos na realidade espiritual, com outros espíritos.

No meu outro texto "Pendências: Fonte de Angústia e Ansiedade" foquei mais nas pendências de forma geral que acabamos por deixar encostados no caminho da vida e por muitos motivos (preguiça, insegurança, medos, etc.) acabamos por não realizar. Você pode usar exatamente a mesma técnica que expus naquele texto. Mas desta vez faça um mapa bastante honesto de suas PENDÊNCIAS CÁRMICAS. Então, não repetirei o mapa aqui, peço que consulte aquele artigo e se quiser, aplique a técnica.

Vamos hoje focalizar nossa atenção somente na família.

Faça esta listagem abaixo e você pode criar seu mapa de pendências.

1. Mãe
2. Pai
3. Irmão(ã)
4. Parentes

Reflita profundamente sobre seu relacionamento com sua MÃE. Em seguida seu PAI. Eles podem estar vivendo no mundo espiritual, desencarnados, não importa. O rancor, a mágoa, o ressentimento e todos os conflitos atravessam as dimensões, o tempo e o espaço e vinculam as pessoas vida após vida. Passe a seu IRMÃO(Ã). Agora liste os PARENTES que tem pendências. Pare por aqui. Por enquanto, vamos ficar na família, que já é bastante material para autoconhecimento.

Este exercicio não exige que você lembre de vidas passadas que o levaram a optar por renascer nesta ou naquela família. A técnica aqui é diferente: não importa o que houve no passado, começe por PERDOAR todas estas pessoas.

Como perdoar estas pessoas pelo que nos fizeram de ruim?

Muitos sentem vergonha de sentir raiva de sua mãe, pai, irmãos(ãs), parentes... Muitos sentem-se culpados... Aqui não importa tanto isto: qualquer sentimento é legítimo de ser sentido. O que podemos mudar é a maneira como digerimos todos estes sentimentos que acabam nos fazendo muito mal. E a digestão de tudo isto se chama RECONCILIAÇÃO. O modo de se reconciliar chama-se PERDÃO.

O que é perdoar?

Muitos acreditam que perdoar é concordar com o que o outro nos fez. Não. Perdoar é admitir para si mesmo que o que o outro fez a você ele faria a qualquer outra pessoa. Ele não fez com uma intenção específica de te prejudicar. Ele fez porque faria com qualquer outro. É de seu caráter, de seu modo de ser, é de suas limitações e de suas fissuras de personalidade. Esta pessoa que te fez mal, também sofreu muito. Ela se defende como uma criança fica acoada no canto do quarto, com medo que o pai venha lhe dar mais uma surra.

Muitos acreditam que perdoar é aceitar o que o outro nos fez de mal. Não. Perdoar é admitir que o rancor, a mágoa e tudo que é emoção tóxica prejudica somente uma pessoa: eu e você. Aquele que não perdoa, acaba sendo o alvo de suas próprias toxinas emocionais. Um câncer, um desastre de carro... Não importa, você atrairá algo negativo, porque está polarizado num campo de negatividade. Ao respeitar a si mesmo, ao começar a se amar mais, a fazer coisas que gosta, e a olhar com mais compaixão os seres que o cercam, deixando de julga-los tanto pelos seus atos, sua vida ficará mais leve. O amparo espiritual poderá chegar até você, e experiências abençoadas você poderá sentir, ver e vivenciar.

Mas vou perdoar o que?

Não foque sua mente, sua atenção no que o familiar te fez de ruim. Agora, faça um esforço descomunal para lembrar-se de tudo que esta mesma pessoa te fez de BOM. Lembre-se, você reduziu esta pessoa a uma negatividade completa. Agora inverta a polaridade, é a mesma coisa. Veja as coisas que ela te fez de BOM. Lembre-se daquilo que sua mãe fez de bom para você. As situações, cenas da infância... Agora vá para seu pai...irmão... E por fim, somente no fim, veja de frente as situações mais aflitivas que elas te fizeram. estas situações expressam as limitações destas pessoas.

Em algum momento deste exercicio, no seu dia a dia, ficará surpreso se seu pai te pedir perdão pelo que ele te fez de ruim, ou sua mãe mudar de comportamento ou ainda seu irmão. Mas não espere, tome a atitude de buscar a reconciliação.

A reconciliação é a chave de todo progresso evolutivo e espiritual em nosso atual momento de evolução, onde fazemos dos relacionamentos os pilares de nossa saúde e evolução espiritual.

Tem sentido para você tudo isso?