Este texto inicia o espaço deste blog dedicado ao debate cosmoético em Parapsicologia. Iniciarei com uma visão crítica a respeito da visão do fundador da Psicoterapia Reencarnacionista a respeito das Fobias e do Pânico. Tendo em vista adentrar em temas investigados pela Parapsicologia, convém o debate cosmoético com vistas a expansão do conhecimento, como é da natureza mesma da Ciência. Este artigo foi encaminhado ao meu e-mail pessoal diretamente pelo autor, amigo pessoal. Os comentários estão em azul.
Uma Visão Espiritual das Fobias e do Pânico
Dr. Mauro Kwitko - Médico e Psicoterapeuta Reencarnacionista
Quero apresentar uma nova visão a respeito das Fobias e do Pânico, bem diferente da visão tradicional de que são doenças, patologias, transtornos, enfim, algo ruim.
Debate: Esta visão, como mostrarei, não é nova. Ela está dentro das visões mais recentes dos trabalhos de auto-ajuda, como as de Louise Hay.
Somos um Espírito, em um processo de busca da purificação, para que possamos, um dia, sair desse planeta e podermos vivenciar mais diretamente um outro plano energético, numa busca de mais elevação espiritual. Para que isso aconteça é necessário que consigamos, gradativamente, ir elevando nosso nível de pensamentos, nosso grau de sentimentos, e irmos nos libertando do nosso eu, subindo consciencialmente para o Eu, onde podemos nos sentir integrados aos outros Eus, vivenciando uma comunhão com os demais seres humanos e os outros elementos da criação divina.
Debate: Somos espíritos em processo de busca de purificação ou em purificação? Fico com a segunda opção. A vivência direta do "outro plano energético" já pode ser vivenciada através das experiências fora do corpo e não esperar pela purificação que ocorrerá "um dia". Esta noite mesmo (18.05.2010) estava flutuando fora do corpo e expandindo-me para os espaços aéreos acima das núvens, voando a alta velocidade, quando acompanhava um avião em pleno vôo e uma mulher que olhava pela janela me avistara sob a asa do avião. Em estado de expansão acordo pela manhã, chuvosa, alegre na alma por ter passado por mais uma experiência psi-theta. Em síntese este plano está acessível a todos os interessados em ultrapassar a fronteira das fronteiras: o corpo, a morte e os condicionamentos mentais paralisantes. Noutra oportunidade, pude sair deste planeta pela experiência fora do corpo, flutuando pelo espaço cósmico avistando a África sendo banhada pelo Sol da manhã, numa visão de explêndida beleza, magnitude e profundidade espiritual. Minha vida após esta experiência tornara-se diferente e a experiência tocou na profundidade de minha estrutura, alterando-a sem qualquer participação do intelecto. A experiência do Eu tão mistificada, pode ser vivida desde agora.
Todos nós trazemos em nosso Espírito traumas, medos, tristezas, dores, do nosso passado, de outros séculos, e isso jaz escondido em nosso Inconsciente. São “toxinas”, “impurezas”, que necessitam ser eliminadas para que nosso Espírito vá se “limpando” disso, na sua busca da purificação. Quando, eventualmente, chega o momento de nos libertarmos dessas situações, elas começam a aproximar-se da linha divisória que separa o que está escondido do nosso Consciente, a aflorar, para sair lá de dentro, para nos libertarmos delas.
Debate: Mas também trazemos alegrias, felicidades, prazeres, sucessos em empreendimentos evolutivos, êxitos no passado. O inconsciente não é o porão de negatividade, é a vida psíquica inconsciente que reverbera todo conteúdo tanto positivo quanto negativo. A crença de que a solução dos problemas psíquicos está na tomada de consciência dos conteúdos inconscientes vindo do porão negativo dos traumas de vidas passadas não merece tanto respaldo. Apesar de ter valor tal posição, somente uma mudança de atitude perante o passado é que faz a modificação correta do curso evolutivo do Espírito. Não raro, acessar o passado remoto e não trabalhar o conteúdo para um ajuste na atitude perante o conteúdo, não provoca mudança alguma. Este são os muitos casos que pacientes que entram em regressão, lembram conteúdos traumáticos e não se opera mudanças significativas em sua vida, hoje. O simples afloramento de conteúdos do porão negativo de nosso passado palingenético não é suficiente para garantir mudança. Noutros casos a regressão não é o procedimento adequado, mas antes de tudo, ajudar o paciente a fincar seus pés no chão da realidade e efetivar mudanças de atitude hoje, aplicando sua força de vontade, até então, fraca. Usar de outras técnicas e estratégias, além de reduzir tudo à regressão e ao acesso ao inconsciente.
E aí a pessoa que está passando por esse processo, começa a sentir os sintomas que vêm lá de dentro do seu Inconsciente, o medo, a angústia, a tristeza, a solidão, a dor, e a isso a Psicologia e a Psiquiatria chama de Fobia e de Transtorno do Pânico. São as fobias: de lugares fechados, de multidão, de água, de altura, etc., e o medo e angústia “sem motivo”, chamadas de Transtorno do Pânico.
Debate: Como diz o pensamento Yaqui "Não nos damos conta de que podemos cortar qualquer coisas em nossas vidas de uma vez só, a qualquer momento". E é esta perspectiva que devemos ver o psiquismo. Não somos escravos do inconsciente. Não somos Espíritos sujeitados ao império do Inconsciente. Outras formas existem de autosuperação de medos, angústias, tristezas, solidão, dor. Não importa o nome, se Fobia, se Transtorno do Pânico. Não quero com isto dizer que a rememoração em estado alterado de consciência, pela Retrocognição (regressão) não possa acarretar mudanças. Eu mesmo sou testemunha disso, direta de mim mesmo. Por outro lado, nem todos os problemas podem ser superados através da ida ao passado como forma de buscar as causas inconscientes dos problemas atuais do Espírito. O autor aponta uma Psicoterapia pela Etiologia no Passado. Como se as causas sempre apontassem para uma linha passada. Não. Muitas vezes a causa mesma é a falta de atitude do paciente perante si mesmo. A falta de prática espiritual diária em amar o Eu, aceitar a si mesmo tal como é, e esforçar-se no caminho da autenticidade, resonhecendo suas necessidades evolutivas, agradecendo o que recebe do Cosmos e doando de si mesmo em prol da melhoria das realidades do Universo, da Sociedade, de si mesmo, da família, etc. Uma mudança de atitude necessita estar operando conjuntamente com uma atitude de ir ao passado na busca das causas dos problemas hoje. Muitas vezes não basta ir ao passado e ver a panorâmica de muitas vidas se passando. É necessário mais que isso: uma espécie de análise palingenética compreendendo o Espírito hoje de uma perspectiva global.
Por não lidarem com a Reencarnação, os psicólogos e os psiquiatras iniciam uma busca, geralmente infrutífera, na infância ou no passado recente do paciente para procurar entender de onde vêm esses sintomas, o que os originou. O tratamento é constituído de sessões de terapia, de técnicas específicas e de medicamentos químicos, que frequentemente aliviam os sintomas, melhoram a vida das pessoas, mas muito raramente curam realmente.
Debate: Esta premissa está equivocada. Hoje temos a Psicologia Transpessoal, que trabalha na perspectiva também "reencarnacionista", com outros referenciais, que não o Karcedismo. Carl Rogers, Carl Jung, Satanislav Grof e outros foram Psicoterapeutas que acabaram por adentrar nos campos multidimensionais da psiqué. Muitos Psicólogos trabalham com uma terapia cognitiva cujas técnicas e abordagens me parecem muito interessantes e acredito dar resultado a muitos casos onde os pacientes estão internamente dispostos a aplicarem as técnicas cognitivas. O autor critica as abordagens Psicológicas e Psiquiatricas colocando-as no mesmo "monte". Temos que ser honestos e separar o joio do trigo. Psicologia e Psiquiatria são campos muito diferentes, o que cabe uma crítica diferenciada, respeitando as particularidades de cada campo. A Psicologia hoje está dispersa em muitas "Escolas Psicológicas" o que necessita críticas que incidem a cada escola em especial. A Psicoterapia Humanista, por exemplo, mesmo não sendo diretamente reencarnacionista, apresenta uma consistência experimental impressionante, como tenho acompanhado nas obras de Carl Rogers, principalmente e em meus trabalhos com grupos e psicoterapia individual. A descrição de como é o trabalho do Psicólogo e do Psiquiatra não confere com a realidade. Conheço Psiquiatras que não trabalham com esta perspectiva. Conheço Psicólogos que não trabalham assim. Não podemos generalizar mais nada atualmente. As Psicoterapias estão em Evolução. E uma crítica honesta e cosmoética deve ser expressa com cuidado e o máximo de precisão, para não cairmos em erros e omissões tendenciosas em uma verdadeira competição pela verdade. A Psicoterapia Reencarnacionista nunca será e nunca foi a "verdade" das Psicoterapias. Ela é uma parte, embora importante, não essencial para a cura, como diz o autor. Outro ponto é o conceito de "cura" que deve ser extinto pouco a pouco da Psicoterapia. Quando vemos o Espírito em sua evolução palingenética, conceitos como "cura" e "patologia" parecem perder seu significado. É aqui que entro com o conceito de uma "proexocoagulação". O que é isto? A doença, os sintomas e tudo o mais negatvo e que condensam em padrões de dor, angústia, etc., podem ser vistos como a "missão de vida coagulada", congelada, esperando para ser desabrochada. Assim, o trabalho da Psicoterapia transcende a cura e ruma para o "Realinhamento Evolutivo", do Espírito com seu propósito aqui neste planeta. Caso o paciente não tenha se planejado previamente antes de renascer, antes de se ressexualizar, então as estrategias de Planejamento Pessoal são profundamente exigidas clinicamente, caso o paciente tenha interesse e disponibilidade íntima para este tipo de Psicoterapia Evolutiva.
Nós, que lidamos com a Regressão e que acreditamos na Reencarnação, sabemos que a origem desses quadros, em sua imensa maioria, está em nosso passado, no que chamamos de “vidas passadas”, mas que é na nossa vida pois só temos uma vida, desde que Deus nos criou, apenas, de vez em quando, quando necessário, trocamos de corpo físico, quando o anterior morre e é necessário a construção de um novo corpo para existirmos aqui na Terra novamente. E se uma situação traumática do passado quer sair de dentro do Inconsciente, se o nosso Espírito quer libertar-se daquele trauma, daquele medo, daquele pânico, daquela tristeza, daquela solidão, isso é ruim ou bom? É ruim no que a pessoa sente mas é (potencialmente) bom, se aquilo sair, exonerar-se, se a oportunidade de eliminação for alcançada. E o que nós, terapeutas, devemos fazer então? Ajudar o Espírito a realizar essa tarefa, ajudá-lo a libertar-se daquilo, auxiliá-las a libertarem-se daquele fardo centenário ou milenar.
Debate: Este trecho da fala do autor merece bastante análise. Ele se digire ao público afim ao da Psicoterapia Reencarnacionista, razão pela qual se utiliza do "nós". Bom, o autor é claro quando afirma que "nós que lidamos com a regressão e acreditamos em reencarnação sabemos que a origem destes quadros, em sua imensa maioria, está em nosso passado". Este julgamento apriori, esta crença como requisito epistemológico da mentalidade do Psicoterapeuta acaba por fincando a percepção somente num único ponto, numa única direção, numa visão unilateral que vê os problemas do Espírito prioriitariamente pela ótica de que tem causas em "traumas de vidas passadas" e que o método a se venbcer tais traumas e os problemas atuais estána regressão. A regressão entra como um recurso milagroso, um medicamento natural para a maioria dos males. Na prática clínica mais transpessoal, espiritual e transcendente, o Psicoterapeuta atento sabe da influência dos espíritos amparadores no encaminhamento de pacientes para o tratamento com este ou aquele profissional. Assim, as afirmações do autor somente procedem a partir da amostragem restrita aos pacientes que o procuram ou aos Psicoterapeutas Reencarnacionistas. Por exemplo, um paciente com problemas de ajustamento, desequilíbrios e dificuldades em lidar com sua "paranormalidade" não encontrará numa Psicoterapia Reencarnacionista a "cura". Assim como um paciente com problemas cognitivos não poderá muitas vezes nem enntrar em regressão ou mesmo compreender seu problema numa ótica global. Desta forma, cada psicoterapia tem seu lugar no campo da assistência social mais ampla que dá conta da singularidade humana em suas fecundas diferenças de pessoa a pessoa. Uma "Parapsicologia Clínica", que inclui em seu conjunto de estratégias psicoterapeutas a "regressão", pode ser mais aconselhada para um determinado perfil de paciente e para um determinado perfil de problema psíquico. Cada Psicoterapia tem seu lugar. Cada Psicoterapeuta assume sua função específica como animal humano especializado na assistência de outros animais humanos, na teia viva do ecossistema planetário e cósmico. Como Parapsicólogo, antes de tudo pesquisador há 25 anos do Espírito, saliento que não devemos "crer" em reencarnação, a não ser que tenhamos provas pessoais indiscutíveis que nos aponta para tal realidade. Devemos evitar crer e, antes de tudo, devemos aprender a sermos quem somos e isto inclui necessariamente o aprendizado de olharmos para nós mesmos e considerarmos nossas experiências como nosso referencial maior de "verdade". E se nossas experiências apontarem para a reencarnação, ótimo. Se não, também não tem problemas. Uma Psicoterapia que só aceita pacientes que acreditem em reencarnação não me parece adequada nem universalista. Uma Psicoterapia, como já disse Carl Rogers, necessita estar centrada no paciente, na pessoa, no Espírito. E se este Espírito por suas razões não crê em "reencarnação", então as estratégias necessitam se adaptar ao paciente e não o paciente à Psicoterapia. Psicoterapia não é Religião. Psicoterapia Transpessoal, Parapsicológica não é e nunca será Religião, pois nossos conhecimentos cada vez mais devem estar abertos ao campo rico do mundo do paciente e não o oposto. Por outro lado o autor expõe uma visão positiva do material inconsciente negativo que aflora ao consciente, vinculando-o à evolução espiritual dentro da ótica da purificação. Mas convenhamos, esta visão não é nova. Em meus estudos de religião comparada, encontro no Jainismo tal assertiva, pela idéia de que o Espírito Imortal somente se torna Livre (moksha) quando se liberta, se desintoxica, das "partículas de karma".
A Terapia de Regressão é a continuação do trabalho do Dr. Freud, no sentido de investigar o Inconsciente dos pacientes e tratar o material que emerge lá de dentro, só que, mais abertos do que ele, percebemos que as situações escondidas, em sua maioria, são de outras épocas, de outros séculos, não de seus antepassados, mas deles mesmos, em outros corpos, em outras personas. Não de outras vidas mas de sua vida mesmo, quando estavam naquela época.
Debate: A Terapia de Regressão nunca foi e nunca será a continuação do trabalho do Dr. Sigmund Freud. Esta afirmação apresenta conteúdo publicitario evidente, aproveitando-se do poderoso nome de Freud e de todo o monumento intelectual e Psicoterapeutico erguido sob ele, para afirmar esta modalidade terapeutica. O trabalho de Freud, antes dele propor a Psicanálise que se dava pela Associação Livre, deu-se inicialmente pela influência de Charcot, que começava a trabalhar e realizar demonstrações com a técnica de indução dos estados hipnóticos, visando a catarse do material inconsciente que em tese, estaria provocando os sintomas neuróticos. Freud abandona a Hipnose quando desenvolve a Associação Livre. A continuidade do trabalho de Freud se deu com Lacan e seus seucessores atualmente, que utilizam da Associação Livre como técnica psicoterapeutica e não da Regressão que inclui a Hipnose, sempre. Hipnose é um estado alterado de consciência em que o paciente pode ou não adentrar e reviver campos traumáticos do passado atual ou palingenético e, com isto, favorece a catarse, diminuindo os sintomas neuróticos. Freud abandona tal técnica e a Psicoterapia pela Associação Livre dentro das referências proprias de sua teoria ele chamaria de Psicanálise. Portanto, a Psicoterapia Reencarnacionista não tem relação alguma com a Psicanálise ou com a continuidade dos trabalhos de Freud. Após Freud, tivemos grandes pensadores e psicoterapeutas, como Carl Jung, Wilhelm Reich e outros, que, mesmo tendo partido de Freud não deram a continuidade a seus trabalhos, mas acabaram por criarem outros sistemas com novas técnicas, como o fez Reich pela Orgasmoterapia, Veteterapia e Orgonoterapia. Reich ultrapassou Freud quando realiza pesquisas com o Orgone Cósmico e propriamente o Orgasmo dentro fda Etiologia das Psicopatologias.
Acredito que as pessoas que sentem esses sintomas das Fobias e do Pânico devem agradecer por estarem tendo a oportunidade de poderem finalmente se libertar dessas situações traumáticas, desses medos, dessas angústias, mas para que isso aconteça é necessário que, através do auxílio de profissionais sérios, competentes e responsáveis, abram seu Inconsciente e permitam que elas saiam lá de dentro, que sejam exoneradas. É uma limpeza, uma “faxina” do Inconsciente, possível e recomendável, desde que os terapeutas de regressão respeitem a Lei do Esquecimento, não incentivando o reconhecimento de pessoas no passado dos seus pacientes, para que não agravem os relacionamentos entre Espíritos que Deus aproximou para poderem reconciliar-se, protegidos pelo esquecimento, e que não arvorem-se a dirigir tão sensível processo, entregando-o ao comando dos Mentores espirituais das pessoas.
Debate: Novamente o autor expõe sua crença de que os sintomas de fobias e pânico estão sempre ou na maioria das vezes fincados em traumas e conteúdos do inconsciente palingenético. Não podemos aceitar nunca esta premissa. Temos sempre que, em cada caso, investigar de forma participativa com o paciente os pormenores de sua problemática. Uma paciente, que chamo aqui de Lucia, me procura na clinica do Hospital Universitário como sintomas graves de depressão, tendo sido afastada do trabalho como professora com atestado médico. Antes de qualquer coisa, digo de forma incisiva que ela deve começar a criar uma rotina semanal, de no mínimo 3x/semana caminhadas de 30min a 1h, de forma a desintoxicar o sistema e iniciar o processo de condicionamento físico, liberação de endorfinas e melhora geral da disposição física. A paciente mal fala sobre suas questões. Então, qual sua necessidade imediata? Confiar em mim e abrir seu mundo a mim. Ela começa a falar. Mas como vem de médicos cuja abordagem é mais medicamentosa, acaba por ficar esperando que eu dê um outro tipo de remédio para ela: a regressão. Ela dizia que a "regressão" poderia ajuda-la, vendo-a como um tipo de medicamento. Aos poucos a fala foi lhe ajudando junto com as caminhadas que ela se comprometera e estava realizando. Começou a ficar boa e teve uma recaída. Chegara numa consulta completamente deprimida. Fomos para a regressão. Os sintomas realmente estavam claros: a paciente em vida passada era mendiga e fora abusada sexualmente por um homem na rua, que a perseguia. Seu pânico social apresentava esta natureza. Ela reviveu todo processo de forma profunda, pela catarse de seu conteúdo traumático. Mas não foi suficiente. Ela começou a melhorar e teve outra recaída. Então, começamos a explorar seu material presente, sua vida atual. Ela estava sim, sintonizada com o passado: mas o que gerava esta ressonância? Sua vida atual, "estuprante". Ela era uma dessas mulheres escravas, donas de casa que trabalha fora. E num dado momento, o sistema deu queda. Eu lhe disse: se você fosse uma empresa, eu diria que você faliu e agora está se reerguendo. Uma mudança visceral de existência estava sendo imposta pela vida à paciente. Não adiantava mais a regressão. Agora caberia um balanço total de sua vida, de forma a executar as mudanças necessárias de rumo. Ela começa agora a falar de seus sonhos, como fazer Mestrado em Educação. Mas só de pensar ela já desiste, porque não sente que tem energia para tal. Assim, após todos os procedimentos realizados, proponho um Balanço Existencial com a paciente e uma reciclagem de sua vida para um rumo mais direcionado ao que ela se propôs estar fazendo aqui neste século.
É uma limpeza, uma “faxina” do Inconsciente, possível e recomendável, desde que os terapeutas de regressão respeitem a Lei do Esquecimento, não incentivando o reconhecimento de pessoas no passado dos seus pacientes, para que não agravem os relacionamentos entre Espíritos que Deus aproximou para poderem reconciliar-se, protegidos pelo esquecimento, e que não arvorem-se a dirigir tão sensível processo, entregando-o ao comando dos Mentores espirituais das pessoas.
Debate: Um Psicoterapeuta nunca será um "faxineiro". O faxineiro é o paciente que limpa a si mesmo. Respeitar a "Lei do Esquecimento" é uma crença que vem do Espiritismo e nada tem a ver com Psicoterapia que se utiliza das "regressões" como técnica terapeutica. Muitas vezes, o reconhecimento de pessoas do passado melhora o relacionamento quando, pela compreensão dos vínculos anteriores acabam compreendendo conflitos e motivos mais profundos que fizeram, por exemplo, um dado filho ser filho de um dado pai, ou irmão de um dado irmão. Por outro lado, o não reconhecimento não impede de um conflito manter-se operante. No meu caso pessoal, nasci com um irmão cujos conflitos acabei descobrindo serem de fatos passados, ligados a processos de competição bélica. Nesta vida situações foram ocorrendo em que não conseguia compreender, quando pela regressão compreendi os motivos de nossos conflitos. Embora não tenha melhorado a relação internamente, sinto-me melhor. De qualquer forma, o que é exigido é maturidade do paciente em lidar com tal e tal conteúdo. E o Psicoterapeuta necessita compreender bastante seu paciente para saber se é momento ou não de tal procedimento, caso seja necessário. O amparo espiritual do paciente também coopera com o processo todo. Deixamos a questão "Deus" como hipótese clínica. As pessoas se unem por laços de afinidade espiritual, sejam laços positivos ou negativos, mediadas pelo amparo espiritual mais lúcido. Não vamos trazer nossas crenças pessoais tão diretamente para a clínica. Pessoalmente convivo com Deus enquanto o poder benigno do universo e que atua através dos bons espíritos. Mas não posso impor tal modo de ver o mundo na vida singular de cada paciente ou numa teoria geral da Psicoterapia. Cientificamente, a "Lei do Esquecimento" só existe enquanto resultante da Imaturidade humana em lidar com certos campos do passado, o que expressa a resistência à lembrança muito mais que uma necessidade do esquecimento. Assim, na prática, se temos dificuldades de lembrar de fatos de ontem, ante-ontem e mesmo da infância, ainda assim, imagine lembrar de fatos dos momentos entre-vidas e mesmo de nosso passado longínquo? Saliento que é muito mais uma imaturidade do que a imposição de uma Lei Divina. Pelo Cosmodireito não temos esta legislação espiritual. Muitas das chamadas patologias, fobias e pânicos, como autor vem trazendo, nada tem a ver com o passado ou traumas, mas antes de tudo, com a Imaturidade própria de um ser humano ainda incompleto, infantil espiritualmente e que, aprooveita as experiências sexuadas e espirituais para sua evolução. A evolução não é somente purificação pela libertação das "partículas de karma", mas antes disso, o Espírito só se coloca nestas condições traumáticas por pura imaturidade pessoal. Esta tomada de lucidez é o primeiro passo para uma evolução em que não colocamos a "culpa" no passado ou em qualquer causa de distúrbios.
Pacientes de Fobias e de Pânico, aproveitem a oportunidade para libertarem-se dessas situações do seu passado, não com medicamentos paliativos, que apenas baixem sua Adrenalina e sua Dopamina e elevem sua Serotonina, mas com a exoneração do material psicogênico que quer sair. Deixem que seu Espírito limpe-se desses traumas. Permitam que a Natureza promova o que sabe fazer: buscar a Cura.
Debate: Muitos casos medicamentos ajudam o paciente a gerenciarem situações críticas, tal como vem prescrevendo alguns médicos que sabem lidar responsavelmente com a Psiquiatria e com a Psicofarmacologia. Não falo aqui dos profissionais irresponsáveis, pois estes encontram-se em todos os locais e em todas as profissões. A resolução de um distúrbio necessita, muitas vezes, de mudanças globais na vida do paciente, a começar com uma vida ativa fisicamente, a partir da prática regular de exercícios físicos. Paliativo? Não. Significa que estamos atuando diretamente no corpo com a técnica mais adequada. Exercícios físicos liberam hormônios poderosos e que atuam na fortificação do corpo biológico e das energias mais densas do paciente, aumentando sua segurança pessoal e suas defesas energéticas. Outro procedimento é a prática de mobilização de energia. Muitos pacientes são fóbicos pelo simples fato de serem hiperssensíveis, tanto ao seu passado como a qualquer coisa, pessoas, ambientes. Pacientes desta natureza necessitam lidar melhor, no presente, com as energias evitanto o quadro de "Contaminação Vibratória" e intrusões de Espíritos perturbados. Um processo de busca das causas pode ajudar, mas não é a essência. O paciente necessita de uma reprogramação mental potente para criar e juntar energia para buscar a coragem dentro de seu núcleo ao invés de tentar buscar a coragem no passado ou noutro recurso externo. E ainda assim estamos longe de uma "cura" como diz o autor. "Cura" é um conceito que acredita que existe "doença". Prefiro a visão de que doença é o caminho. Doença é uma mensagem dirigida diretamente à Consciência e cabe a esta decodifica-la visando seu realinhamento. Toda doença carrega implícita uma aprendizagem e toda aprendizagem é evolução, e não cura.