24.4.10

Hipnose: Um Estado Natural de Psicotranse.

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo Clínico


O que é Hipnose? Muito se tem mistificado em torno do tema e quero trazer aqui a concepção trabalhada de forma magistral pelo Dr. Eliezer Mendes, fundador da Parapsicologia Clínica.

Para Eliezer, a Hipnose está além dos procedimentos grosseiros dos pêndulos e das técnicas usadas nos anos 1800 e divulgadas pelos iniciadores da Psicanálise, inclusive Dr. Sigmund Freud e Dr. Josef Breuer, que usavam a Hipnose para induzir estados de regressão à vida atual, principalmente na infância. A Hipnose de pêndulo ou aquela gritaria de deixar a pessoa paralisada, etc.  Está além também dos procedimentos de lavagem cerebral realizadas por muitos que adentram neste território. Está além dos estalidos de dedos, das contagens verbais. Hipnose é um tipo de relação, melhor dizendo, toda relação tem uma pitada de Hipnose. Onde há relacionamento há tentativas e tentativas de sugestões, concentração e percepção de alteração do tempo. Muitos experimentam níveis de concentração nos estudos, por exemplo, onde perdem as noções de ambiente externo, permanecendo por horas a fio noutra noção de tempo e espaço. Isto é estar em Hipnose. Ficar horas e horas diante da TV, assistindo novelas e novelas, em alta concentração a ponto de não ouvir o que ocorre no ambiente externo, é estar em Hipnose. Um professor de Projeciologia, orientando os alunos nas técnicas energéticas induz estado de Hipnose. Um professor numa aula, quando bate o giz no quadro ou o apagador e gera o estalido do som abrupto, coloca os alunos todos em Hipnose. Você coloca seu filho em Hipnose quando lhe diz fortemente: "Tire a mão daí!!!". A energia associada ao som diretivo e o comando claro e objetivo levam a criança ao estado imediato de Hipnose. Por isto é comum dizermos que, um trauma originado em estado de Hipnose é mais fácil de ser trabalhado em estado de Hipnose. De uma forma simples, Hipnose em geral é um transe consciente e caracteriza-se pela atenção focada num único objeto, cujas situações extrernas tornam-se em segundo plano ou em casos mais profundos, somem por completo. Assim, coloco a Hipnose num local muito além das demonstrações de palco, onde pessoas perdem sas noções de si mesmas e fazem o que os Hipnólogos programam em suas mentes. Por mais estranho que pareça, inclusive as práticas Psicanalíticas, onde o paciente deita no divã e divaga, divaga, divaga a respeito de si, em certas circustâncias, o paciente pode entrar num psicotranse (auto-Hipnose) devido ao relaxamento corporal possibilitado pelo divã e ao monólogo que acaba atuando como espécie de mantra. Porque muitos Psicanalistas dormem quando um paciente divaga no divã? O Psicanalista entra em Hipnose; o paciente age como Hipnólogo. Obviamente que ocorre isto, visto ser necessário que o Psicanalista preste acurada atenção na fala do paciente, o que torna-se possível que paciente acabe agindo como verdadeiro Hipnólogo, pegando de surpresa os Psicanalistas menos preparados e desconhecedores do fenômeno.

A Hipnose é o fenômeno que atravessa qualquer relação interpessoal. Bastam existir duas pessoas e ambas concentradas uma na outra, pronto: pode ocorrer Hipnose. Basta que exista um Outro, qualquer objeto, para existir Hipnose. Uma pessoa parada, olhando o movimento da chama de uma fogueira ou de uma vela, pode entrar em Hipnose. Uma meditação, uma repetição de mantras, orações na missa com tom repetitivo, monólogo, é Hipnose. Um crente com suas contas, uma a uma, rezando o Pai Nosso dezenas de vezes, pode entrar facilmente no Psicotranse auto-Hipnótico. O padre faz Hipnose na missa, com as repetições monotônicas de sua fala, que age como mantra, Hipnotizando a platéia e gerando relaxamento nas pessoas. O monge orienta a auto-Hipnose nos mantras e nas orações. Hipnose é um estado modificado de consciência, caracterizado por um tipo específico de concentração e desligamento das coisas externas. Nada há de místico ou perigoso na Hipnose, pois ela é um estado natural da mente, usada e direcionada pela intenção das pessoas (ética). Vejamos as crianças, elas vivem praticamente o tempo todo em Hipnose. Pais se estressam com seus filhos porque eles parecem não escutar o que eles dizem. O que ocorre é que seu filho está em Hipnose, desligado do ambiente e concentrado em seus interesses.

No estado de consciência hipnótica é possível adentrarmos no campo de outros fenômenos, como a Retrocognição ou Precognição, ou ainda, induzir o fenômeno da Experiência fora do Corpo, a Transidentificação e mesmo o Mediunismo.

Em síntese, a Hipnose é um Estado de Psicotranse. Um Estado Modificado de Consciência, natural e praticado na ampla gama de setores de nossa vida, tão natural como comer, beber ou caminhar.