15.1.10

O Cordão de Prata: Ensaio Geral sobre a Teoria Dinâmica

Fernando Salvino (MSc.) – Parapsicólogo


Introdução

Este ensaio inicial refere-se a estudos a respeito do cordão de prata e sua importância no entendimento da projetabilidade da consciência e, por conseguinte, na sua produção por auto-indução dentro da Projeciologia. O cordão de prata é um fenômeno parapsicológico por excelência, dentro do âmbito da extracorporeidade da consciência projetada. Acredito que o entendimento da dinâmica do cordão possa ser fator importante na produção de projeções conscientes. E neste sentido partimos de uma concepção sistêmica do cordão ultrapassando a concepção mecanicista atualmente vigente. A tese é defendida baseada na experimentação pessoal com a projeção consciente e em investigações teóricas dentro da Projeciologia e ciências afins, como a Psicobiofísica ou Psi-quântica.

1. O Cordão de Prata: uma síntese da visão de Waldo Vieira

O Cordão de Prata, pela definição de Vieira é o “laço semimaterial que mantém o psicossoma ligado ao corpo humano com uma conexão inicial no psicossoma e outra, logo depois, no soma” (p. 267). No entanto tal definição é parece-me simplista para descrever tal fenômeno que chamamos de “cordão de prata”. O autor continua dizendo que “o cordão de prata é um elemento parabiofísico, ou seja, embora de algum modo enraizado na intimidade das células físicas, transcende em suas manifestações energéticas os limites da matéria densa, ou as áreas próprias da Biologia Física, atingindo a Parabiologia” (p. 268).

O cabo magnético prateado também foi nomeado como algo parecido como o “pivô da projeção da consciência intrafísica”, tanto por Vieira como por Muldoon. No entanto é na obra de Vieira que encontramos maiores informações didáticas a respeito do elemento energético aqui abordado. Sendo o cordão de prata algo, por ser algo possui peso, volume, densidade, formato e existência própria, sendo realidade perceptível ao sensitivo ou projetor consciente quando na bilocação, como mostra a figura a seguir.

O cordão varia de pessoa a pessoa, ou seja, em espessura, diâmetros e ductos magnéticos, assim como em relação ao brilho, luminosidade, coloração prateada ou branco brilhante claro, pulsação, textura do cabo e raio de alcance de extensão quando a consciência se acha projetada pelo Psicossoma.

Por outro modo de ver, Vieira define o cordão de prata como “a reunião de cordões de prata regionais, ou minicordões de áreas específicas, seja da cabeça (paracabeça); um braço (parabraço); uma perna (paraperna); um pé (parapé); um dedo (paradedo) e outros.” (p. 269). Neste sentido, com o afastamento do Psicossoma do corpo humano “oco” o cordão torna-se cada vez mais fino e quando ultrapassa a distância de cerca de 10 metros do corpo humano, pode tornar-se invisível. Vieira continua afirmando que “partindo da suposição, evidenciada pelos fatos, de que o psicossoma é um corpo semi-material e de que o cordão de prata, substância (realidade) desconhecida para nós, é ainda mais material que o psicossoma e que, às vezes, exteriorizado junto ao corpo humano, pesa mais do que aquele, conclui-se logicamente que a sede do cordão de prata no corpo humano é intracelular” (p. 270).

2. Introdução à Teoria Dinâmica do Cordão de Prata

A Teoria Dinâmica de certa forma se opõe a Teoria Física defendida por Vieira. Na Teoria Dinâmica temos o esforço sistêmico de integrar campos interconectados como forma de chegarmos numa resultante não pertencente à soma das partes ou na análise isolada das partes constituintes do sistema. Neste sentido elaboramos um esboço sintético da Teoria Dinâmica do Cordão de Prata.

O posicionamento desta Teoria parte do modelo elaborado de forma magistral por Andrade, ou a psi-quântica. De acordo com o posicionamento de Andrade o Psicossoma é de natureza material, porém constituído por outra natureza e obedecendo outras leis físicas, ainda desconhecidas. A física do Psicossoma é diferenciada na medida em que é formado por psi-átomos ou os átomos psi, ou átomos psíquicos, sendo elementos ainda mais essenciais presentes na natureza da matéria. Dentro deste ponto de vista, o Universo é material, sendo os estados da matéria muito mais amplos e variáveis como suporiam até o momento os físicos, cosmólogos, etc. Assim, a matéria apresenta-se sob estados líquido, gasoso, sólido, rarefeito, energético (fraca, forte, eletromagnetismo e gravidade) e outros, como ectoplasma, cordão de prata, energossoma, psicossoma, etc. Os estados da matéria ou os níveis vibracionais, como poderíamos melhor chamar, clarificam nossa abordagem dinâmica de ação do cordão.

Nesta abordagem para cada psi-átomo encontra-se a contrapartida física de moléculas orgânicas, devido ao tamanho de um psi-átomo ser superior ao tamanho de um átomo físico, aquele se liga a um conjunto de átomos ou molécula(s). Assim, chegamos noutra conclusão de que o cordão de prata se liga psi-quanticamente às moléculas orgânicas e não às células sendo fenômeno essencialmente biomagnético, na resultante das conexões entre a consciência (eu) sediado no Psicossoma e o novo Soma. Expandimos a conclusão de Vieira para que nossa hipótese seja a da conexão intramolecular, devido às características próprias do modelo de psi-átomo de Andrade.

Vieira defende a hipótese de que o cordão de prata, sendo de origem intracelular, possui suas ramificações como sendo de “origem puramente físicas” (p. 270), o que discordamos. No nosso entendimento, o cordão prata é a resultante de campo das interações de ordem psi-atômico-moleculares entre o Psicossoma e o Soma e tais conexões se dão no exato momento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, porém, o início das conexões começam antes da ressomatização ou sexualização da consciência, propriamente dita. Partimos da hipótese de que a ressonância biomagnética como resultante da aproximação (densificação) do Psicossoma da consciência ressomante (sexualizante) tem como ponto final de estruturação de campo o cordão de prata e parte do novo Energossoma.

Assim, o cordão de prata não existe por si, como elemento tal como um braço, uma perna, etc. O cordão existe enquanto fenômeno de resultante de campo, a partir das complexas interações de ordem subatômica e atômicas entre os átomos psi do Psicossoma e os átomos físicos e moléculas do Soma. Desta forma após estruturada a interconexão biomagnética (captura dos psi-átomos pelos átomos e moléculas físicas) entre o Soma e Psicossoma o cordão segue a matriz mnemônica e a cada saída para fora do corpo um novo cordão é formado. O cordão de prata nunca é o mesmo, ele sempre é a resultante ressonante do biocampo do afastamento ou aproximação do Psicossoma ao Soma. Neste sentido temos a explicação do porquê o cordão de prata é inicialmente percebido enquanto vários cordões localizados em regiões específicas do Soma que se afunilam e a certa distância aparenta localizar-se em algum tipo de interconexão com a região encefálica do Soma (sistema nervoso central).

De acordo ainda com Vieira “supõe-se, como hipótese, que a conexão do cordão de prata no corpo humano se dê pela medula oblongada e o encéfalo, talvez mantendo relação com a glândula pineal e uma série de ramificações intracelulares pelo organismo todo, não parecendo terminar na pele do indivíduo, mas dando a impressão de adentrar o corpo humano, estabelecendo ligações profundas com os centros vitais de todos os órgãos”. (p. 270). Diante desta afirmativa temos a dizer a sede do cordão de prata é “não-local”, difusa e diluída por todo o Soma, sendo uma resultante de campo que mantém sua “sede” ou local somático de aparente localização num dos chacras de maior atividade da consciência (centro propulsor de campos), podendo (hipótese) ser na região cranial (pessoas mais mentais, lúcidas, etc.), cardíaca (pessoas mais afetivas, amorosas, pouco mentais), umbilical (pessoas mais instintivas), etc. A Teoria dos Múltiplos Cérebros esclarece as hipótese em que o cordão é visto sair de chacras diferentes do frontochacra e da região encefálica.

A Teoria Dinâmica enfatiza que o cordão de prata não possui sede local de conexão, mas antes de tudo, só apresenta algum tipo de “sede” quando surge, aparece enquanto resultante de forças de campo psi-quânticas. O afastamento da consciência psicossomatizada (Psicossoma) de todo complexo sistêmico do Soma (interconexão subatômica, atômica e molecular) é o fator gerador do aparacimento do biocampo que tem como função unir os dois veículos. Imagine você que o Soma é um ímã de pólo positivo e o Psicossoma um ímã de pólo negativo. Quando em estado de co-existência ou acoplados biomagneticamente (ou no dizer de Vieira, o estado de coincidência holossomática), os ímãs estão grudados. Seus campos magnéticos estão unidos, colados. Ao afastar os ímãs, gera-se uma resultante de campo, que exerce força contrária ao afastamento, tentando mantê-los unidos. Quanto mais afastados, menor é a força do campo e chega a ser praticamente nula. O Psicossoma ao se afastar do Soma; quanto mais próximo maior é a força que incide sobre a consciência (que puxa o Psicossoma para fora do corpo); e quanto mais vai se distanciando, menor vai sendo o poder de coesão deste campo. A forma de “fio” do chamado cordão de prata é simplesmente a aparência de campo da resultante residual proveniente do afastamento biomagnético dos corpos físico e extrafísico. Imaginemos novamente um ímã. Ao afastar um pólo doutro, é sensivelmente evidenciado existir uma força ou campo que tenta manter unidos os dois pólos. Imaginemos que, ao afastar as linhas de força do campo vão ficando cada vez mais fracas e até mesmo tão fracas que não podem mais ser avistadas ou sentidas. No entanto, o campo deixou de existir? Sim e não. Sim, porque sua força não mais exerce influência, e não porque não temos como saber se pelo fato da distância anular sua influência, tal campo deixa de existir. Por outro lado, côo o sumiço do cordão de prata, ou o residual de campo resultante do afastamento do Psicossoma ao Soma, devido à distância do Psicossoma ao Soma, podemos pensar noutro tipo de conexão existente entre a consciência e o soma, que não o cordão de prata. Se o cordão de prata passa a estar invisível aos olhos do projetor, então, este pode então estar inexistente, sem compreendermos o cordão de forma sistêmica, como proponho aqui. Assim, fica a hipótese de que o que mantém o Psicossoma unido ao Soma em determinada distância não é o cordão de prata, mas um elo mais puramente psíquico e menos físico. Então falar em arrebentar o cordão, ou definir que a morte é a ruptura do cordão de prata me parece ainda uma definição um tanto mecanicista. Existe algo mais complexo que envolve o processo da desencarnação ou a projeção final da consciência. E a solução deste problema da dinâmica da morte pode estar justamente na compreensão da dinâmica da sexualização da consciência, ou renascimento.

Assim ultrapassamos a visão cartesiada e fisicalista na análise do cordão e adentramos numa visão sistêmica e integrada. Para isto temos que integrar o fenômeno da ressomatização da consciência (renascimento, reencarnação) dentro da dinâmica do cordão de prata, visto que a cada nova ressoma uma nova e poderosa interconexão biomagnética é formada entre o Psicossoma e o Soma. Expandindo a idéia, chegamos noutra definição, sendo o cordão um continuum campo organizado psicobiomagnético resultante das complexas interações dinâmicas de ordem atômico-moleculares e psi-atômicas decorrentes da aproximação/afastamento da unidade Soma-Psicossoma ou o fenômeno da experiência fora do corpo. Deste ponto de vista o cordão só existe enquanto uma resultante no relacionamento Soma-Psicossoma. Quando não aparece não podemos falar em cordão de prata. Antes de aparecer ou melhor, antes de ocorrer o afastamento dos veículos, não existe cordão algum. O que existe é sim, uma profunda conexão integral, ou diluição holográfica de todo sistema psicossomático no soma, por uma mediação do Energossoma exposto. Assim, quando no estado intrafísico a consciência não apresenta cordão de prata. O cordão de prata é um fenômeno ocorrente somente quando a consciência se acha no estado projetado.

Conclusões Finais

Este ensaio nos coloca diante de uma neo-Projeciologia ou uma Projeciologia cuja essência se dá na compreensão sistêmica do relacionamento interveicular próprio da unidade holossomática intrafísica, temporariamente inseparável, porém, projetável. O mecanicismo Projeciológico está embasado num modo de pesquisa próprio do paradigma dominante na ciência e que atravessou as mentes dos brilhantes pesquisadores, como Muldoon, Vieira e outros. Apesar de defenderem um certo sistemismo científico, usando conceitos como “holossoma”, a análise ainda permanece no território mecanicista. Obviamente as dificuldades de uma visão sistêmica da Projeciologia se dá por uma complexidade do próprio objeto de pesquisa, ou seja, neste caso presente, o cordão de prata e suas inter-relações com a unidade Soma-Psicossoma. Neste sentido a limitação paradigmática no entendimento do fenêmeno projeciológico se dá naturalmente na medida em que o mecanicismo é o modo mais simples que temos para se explicar o complexíssimo.

A Teoria Dinâmica do Holossoma e, portanto, da Projetabilidade está em passos iniciais de formação. A Física Quântica está ao nosso lado para que possamos importar conceitos, da mesma forma que um profundo estudo do modelo sistêmico mostra-se necessário tendo em vista que na realidade holossomática, o todo se expressa como uma unidade não presente na análise das partes isoladas.

Referências Bibliográficas

Muldoon, Sylvan. Projeção do Corpo Astral. Pensamento, RJ: 1966.

_____. Los Fenomenos de La Proyeccion Astral. KIER, Ar: 1969.

Salvino, Fernando. Caderno de Investigações de Experiências fora do Corpo. Acervo Pessoal.

Vieira, Waldo. Projeciologia – Panorama das Experiências da Consciência fora do Corpo Humano. IIPC, RJ: 2004.

Outros.