28.5.20

Quem sou Eu? Evidências de uma Conscienciologia Experimental.

Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta (Espaço Tao, HU-UFSC)
Conscienciólogo e Projeciólogo
Prof. Tai Chi Chuan, Qi Gong e Meditação

    Uma apresentação acerca de quem eu sou poderia ser simplificada dizendo o meu nome, o que faço, filiação, se tenho filho ou não, se sou casado ou não, onde moro, minhas qualificações acadêmicas, quantos artigos publiquei, onde publiquei, e assim por diante.

    Porém, este espaço visa justamente investigar a natureza verdadeira, autêntica do si mesmo (autopesquisa avançada ou parapsíquica), e minhas conclusões muito embora sejam sempre esboçantes ou rascunhos, me levaram a uma resposta um tanto esclarecedora e um tanto perturbadora para muitos, cientistas da área ou não.

    Eu não sou nada do que citei acima. Eu não sou meu nome (pois poderia ter outro nome e mesmo assim ser quem sou), não sou o que faço (eu faço o que faço, porém se parar de fazer o que faço ainda sim permaneço sendo quem sou), não sou filho de meus pais (eu estou filho deles, pois poderia ser filho de outros pais e mesmo assim ser quem sou), ter ou não filhos não muda quem eu realmente sou; e da mesma forma casado ou não é uma condição temporária que posso estar ou não; do mesmo modo onde moro, onde vivo ou mesmo se publiquei artigos ou não, isto não diz respeito a quem sou, pois eu poderia não publicar nada e ainda sim ser quem eu sou. O número de títulos que eu tenho e tudo o que parece dizer quanto a quem eu sou, de fato, não dizem nada sobre quem eu realmente sou, pois eu não precisaria ter titulo algum para ainda si ser eu mesmo.

    E ainda para finalizar esta constatação fundamental, a foto acima não revela quem eu sou. Inicialmente porque eu não sou a imagem que se mostra. A imagem é uma projeção distorcida de quem eu realmente sou. Eu também não sou homem, muito embora não sou gay, ou hetero, ou homo, ou qualquer condição temporária. Eu posso estar nestas condições temporárias, porém, não deixaria de ser quem eu realmente sou caso fosse mulher, ou homosexual, ou bissexual. O gênero e a chamada opção sexual podem mudar, sem que eu mesmo mude. Eu serei sempre eu mesmo apesar das alterações de gênero e opções.

    Porém, obviamente que diz de mim as opções que escolho para minha vida. Diz de mim o que faço, com o que trabalho, como recebo dinheiro, como gasto, como vivo, onde vivo, as titulações que tenho, o número e o que escrevo, com quem me relaciono, meus amigos, etc. Tudo isto diz de mim, porém, mesmo se eu modificar todas as opções acima, ainda sim continuarei ser eu mesmo.

    O erro fundamental do ser humano é confundir o ser com o não-ser. Confundir o que temos com o que somos. E isto inclui a personalidade, que é sempre transitória, apesar do si mesmo permanecer o mesmo. Eu posso ter sido um criminoso no passado, em outras vidas e se nesta não sou mais, e se nesta sou uma pessoa de bem, quem sou eu? Eu sou justamente o que permanece o mesmo apesar da mudança.

    Dito isso quem eu sou?

    Eu sou o que permanece o mesmo apesar da mudança.

    Eu sou o que você não vê. E o que você vê não sou eu. O que você vê de mim, ou seja, o comportamento, o corpo, a expressão facial e tudo que pode ser de algum modo percebido diretamente, não sou eu mesmo.

    Eu pareço até para mim mesmo ser o que sinto, o que penso, o que escolho, o que desejo. No entanto, eu posso não sentir determinada coisa, ou parar de pensar, escolher outras coisas, e desejar menos ou interromper temporariamente o desejo, e ainda sim permaneço sendo quem realmente eu sou.

    Eu sou justamente o que não muda, apesar da mudança parecer ser quem eu realmente sou. A lembrança de várias e várias vidas passadas que realizei me esclareceram deste ponto. Eu fui homem, mulher, índio, indiano, chinês, tibetano, inglês, americano e no entanto, e apesar destas radicais mudanças, eu estou aqui e sou o mesmo imutável dentro da mudança. Alma? Espírito? Consciência?

    Eu sou invisível até para mim mesmo. Eu sou pura consciência sem corpo, livre e abraçada, holofundida, entrelaçada no Universo ou Holocosmo. Eu sou você, você sou eu.

    Caso você tente olhar para mim e me procurar, você não vai me achar. Eu mesmo não me achei nestas décadas de meditação. Isto porque eu não sou algo. Eu não sou átomo, matéria, corpo ou objeto palpável. Quando eu mergulho profundamente dentro de mim eu nada encontro. E quando nada encontro, eu me localizo. Este local é não-local. Ele não existe localmente, objetivamente. E quando me encontro, encontro o universo em mim. Na profundidade de mim mesmo não existe um "eu" e sim o próprio universo.

    A minha natureza última é Universal.

    Eu sou o Universo, o Universo sou eu.

    Eu sou Brahmam.

    Você é Brahmam.

    Somos Brahmam.

    Somos o Universo.

    Somos uma só Família.