24.7.12

"Calibração Cosmológica" ou "Sabedoria Divina"?: Dos Processos Subjacentes à Holorressomatização da Consciência

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo, Psicoterapeuta, Projeciólogo e Conscienciólogo
FEBRAP-ABRAP-IPRJ
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência
www.niacparapsi.org


Obs.: antes de prosseguir, sugerimos ao leitor estudar pacientemente o ensaio científico "Sobre o Acesso Experimental ao Holocampo Cosmológico" (clique aqui), para melhor compreender a realidade que trataremos a seguir. Usarei a terceira pessoa em virtude de ser esta investigação uma resultante de esforços de várias consciências, dentre elas, meu amigo e parapsicólogo Guilherme Kilian e Geraldo Sarti e aqueles que viabilizaram a materialização destas idéias no planeta, os espíritos superiores que coordenam a cosmoengenharia e a calibração cósmica no sistema solar, o qual nos situamos como tradutores de tais informações cósmicas. Ademais, como todo ensaio que escreve, nada aqui é definitivo e absoluto, o qual peço ao leitor que relativize do que lê aqui e vá sempre de encontro com sua experiência, com sua lógica, com seu discernimento e com sua compreensão cósmica da vida e da existência.

I - Da Introdução

A teoria da calibração cosmológica tem como pontos de partida:

1. A possibilidade experimental de acesso consciente ao holocampo cosmológico através da retrocognição ao último período intermissivo, na procedência extrafísica imediata, com a consequente recuperação de informações, especialmente os ensinamentos dos espíritos superiores ou as inteligências cosmológicas coordenadoras da evolução no sistema Solar, além do planeta Terra.

2. A pré-existência da consciência ou o espírito diante da atual existência, mantendo sua personalidade, extrafísica, além do cérebro e do corpo, através de veículo cósmico (para-corpo extrafísico, psicossoma, corpo psicônico, perispírito) para a existência em dimensão ou brana específica do multiverso (cosmos multidimensional).

3. A evidência experimental da existência da organização parafenomenológica e cosmointeligente dos processos da ressoma/dessoma ou também chamado de reencarnação/desencarnação ou ainda os ciclos palingenéticos -, pelo cosmo afora.

4. O ciclos acima citados a partir de evidências experimentais onde a consciência ou espírito oscila entre dimensões cosmológicas específicas afins a seu nível de evolução moral/ética e cosmo-consciencialidade (dimensões psi) e dimensão intra-física associada (universo físico), em processos contínuos de emigração e emigração interdimensional, interplanetária e intergaláctica.

5. A possibilidade experimental de tais ciclos e parafenomenologia serem diferenciados para determinadas consciências devido à sua procedência extrafísica imediata (última procedência) e estrutura psíquica capaz de suportar a ressoma através dos densificadores.

6. A relatividade cosmológica do espaço-tempo nas dimensões cósmicas em relação ao tempo na Terra e outras orbes passíveis de ocorrer a palingenesia (ressoma/dessoma), e a velocidade da ressoma e o espaço-tempo simultâneo das dimensões cósmicas extrafisicas além da Terra.

7. A evidência experimental da fusão cosmológica numa unidade indivisível, onde a cosmologia mostra-se como uma atividade essencialmente inteligente, e cuja astrofísica evidencia-se como conseqüência de atos cósmicos de inteligências de nível incomensurável, que transcendem nossa capacidade de entendimento e compreensão, rumando para a Transciência.

8. A evidência experimental da existência da cosmoengenharia, procedimento de cosmo-calibração pelo qual se viabiliza a fusão cosmológica no sistema solar, os processos da evolução da consciência, tudo em relação a outros sistemas mais amplos (galáxias e assim por diante), a partir da coordenação das inteligências cósmicas superiores, residentes no espaço cósmico do sistema solar atuando em conjunto com outras inteligências ainda mais evoluídas.

9. A possibilidade experimental de que todos os fenômenos cosmológicos são direta ou indiretamente resultantes de atividades inteligentes para garantir a contínua calibração cósmica e a harmonia universal, sendo que os processos ocorrentes na Terra obedecem a padrões de sincronização cósmica que transcendem os limites do sistema solar e de tudo o que ocorre no planeta. Assim como, as complexas questões de tempo, espaço e horário de renascimento são resultantes de padrões de calibração cósmica, em processos astroparapsicológicos.

II - Da Tradução da Informação Cósmica, Decodificação Psigâmica e outras questões

Diante desses pressupostos básicos e admitindo a possibilidade de suas existências experimentais, além da mística, do ocultismo e de qualquer ligação religiosa, mesmo a espírita, iremos adentrar agora nos ensinamentos dos espíritos superiores, tal como rememorados em retrocognição controlada em laboratório, mediante testemunha, ora um e ora outro pesquisador, tal como salientado na investigação citada no começo deste. O que veremos a seguir não é o ensinamento propriamente dito dos espíritos, porém, uma tradução que parece obedecer as seguintes fases linguísticas, na mais honesta epistemologia da investigação experimental da alma:

1. A captação direta da informação cósmica em bloco, inteira, consciência a consciência, sem participação da linguagem tal como conhecemos na Terra (telepatia avançada).

2. A decodificação psigâmica da informação cósmica, percorrendo os filtros, principalmente, cognitivos e inconscientes, do parapsiquista.

3. A tradução e processamento cognitivo, intrapsíquico, da decodificação psigâmica para a língua portuguesa.

4. A organização da informação rememorada e decodificada num texto coerente e racional, o mais lúcido e cientificamente possível ao tradutor, viabilizando a comunicação nesta dimensão, linguagem a linguagem.

III - Da Tradução dos Ensinamentos dos Espíritos ou Consciências Superiores (inteligências cosmológicas)

1. Tudo é fundido numa unidade cosmológica e controlado pelas consciências que operam com uma espécie de engenharia cosmo-consciencial, integrando as maxifenomenologias cosmológicas com as maxifenomenologias da consciência e as relações com a evolução, numa dinâmica multidimensional unificada.

2. As consciências cósmicas se reúnem num Conselho situado no espaço, como por exemplo, para dialogarem sobre as relações entre superpopulação na Terra e colonização de Saturno, e desta forma poderão modificar as atividades do Sol. Tudo tem relação com a consciência e a evolução e existe uma fusão entre consciência e qualquer fenômeno cosmológico.

3. Tudo ocorre em função de processos cosmológicos e tudo o que ocorre no planeta obedece a controles cosmológicos avançados vindos de comandos de altíssimo nível, das consciências que são como se fossem cosmoengenheiras, cujo trabalho é manter ininterruptamente, a calibração e cooperar com a harmonia universal.

4. Assim, um dos entendimentos que nos passam é o de “calibração”. A calibração é o contínuo processo de medição experimental de toda a atividade do sistema solar, da galáxia e suas relações com os outros sistemas. E esta "medição" está completamente integrada com os processos de evolução da consciência, onde, uma coisa não existe sem a outra, uma existe para a outra e vice-versa. Nenhuma grandeza astronômica, cosmológica, é menos importante que a consciência, pelo contrário, as grandezas fenomenológicas cósmicas são essencialmente fenômenos psíquicos de larga escala

5. Tudo é fundido numa unidade cosmológica. Assim, tudo ocorre sempre no tempo certo obedecendo à calibração do sistema total. Tudo e tudo estão em completa sincronia com o todo coeso, fundido cosmologicamente.

6. As consciências controlam a calibração e até certo ponto, toda a realidade cosmológica existe enquanto movimento de realidades mais e mais avançadas, em unidades cosmológicas multidimensionais cada vez mais abrangentes, em branas dentro de branas, ad infinitum. As próprias consciências altamente evoluídas o qual contatamos, ainda assim, são "operadores" desta calibração, obedecendo aos padrões repassados pelas consciências mais e mais adiantadas em responsabilidade e cargo neste sistema infinito.

7. As transmigrações interplanetárias ocorrem pelo transporte realizado por uma gigantesca astronave espacial, nave-mãe, que transporta as consciências para as transmigrações. As transmigrações ocorrem devido à calibração do sistema, calibração esta, como dissemos, de natureza cosmológica, ou mais especificamente, astroparapsicológica, com preocupação sistêmica e não com as partes isoladas ou com as pessoas em si, e no que elas têm a fazer no mundo e suas missões. Neste nível cósmico inexiste qualquer coisa relacionada a "curso intermissivo". Existem “acessos” e não "cursos".

8. O entendimento é feito por “acessos ao campo”. E não por aprendizado de matérias ou conteúdos. Inexiste qualquer tipo de ensino tal como o compreendemos aqui e tal como descrito nas literaturas psicografadas de forma geral. O que existe são acessos experimentais diretos no campo cósmico e, diante disso, a aprendizagem se dá diretamente, parapsiquicamente, sem qualquer intermediário mais didático. A transmissão de informação se dá por para-telepatia, em bloco de idéias e compreensão direta de informações, repassadas simultaneamente, de consciência à consciência.

9. A experiência mostrou para nós que não existe "curso intermissivo" para todos. Assim como tem pessoas que devem passar por cursos didáticos, matérias a aprender, nas dimensões extrafísicas menos cósmicas, existem outras que atravessam outros tipos de aprendizagem, sem qualquer relação com "curso". São entendimentos evolutivos diretos, transdidáticos, relacionados com o que disseram ser "o momento exato da evolução de cada um" dentro da calibração cósmica e suas relações com os movimentos dos microastros psíquicos, ou os espíritos ou consciências.

10. Existe um aprendizado quanto ao significado do tempo. O espaço-tempo está alinhado com calibrações cósmicas abrangentes e não somente com o mérito próprio, tal como prescreve a ontologia espírita e ciência parapsicológica geral. Existe um momentum cósmico apropriado para o acesso e ao entendimento e não depende somente de nossa vontade e mérito. O tempo, pois, apresenta uma natureza essencialmente cosmológica e psíquica, unificada, ou cosmopsíquica. O espaço-tempo parece ser, pois, uma grandeza cosmopsíquica.

11. O cosmos está cheio de naves perambulando, habitadas, navegando pelo universo, compartilhando da teoria dos universos plurihabitados.

12. Os processos avançados de ressomatização da consciência, quando a consciência vive seu período extrafísico imediato (último período intermissivo) nas dimensões mais altas do cosmos, ocorre através de “densificadores”, tal é o nome sugerido pelos espíritos superiores.

13. Os “densificadores” são imensas máquinas espalhadas pelo sistema solar, cada qual calibrada para determinado tipo de planeta e condições ressomatórias, o qual a consciência migra para dentro da máquina, atravessando a "nuvem de densificação", espécie de "tela" ou "portal interdimensional", e sai densificada em hipervelocidade para a ressoma, já dentro do útero da mãe (no caso da Terra). O processo obedece a outra logística, que chamamos aqui de "cosmopalingenesia" ou a ressoma própria das consciências cuja origem remota, intermissiva recente, se encontra nos hiperespaços cosmológicos.

14. As atividades astronômicas e astrofísicas existem e estão completamente fundidas com as atividades das consciências. Consciência, tempo e espaço, astros e evolução se mostram experimentalmente como estando unificados, coesos e fundidos em holomovimento infinito. Fenômenos físicos e atmosféricos, astrofísicos e galácticos, e as múltiplas dimensões cósmicas (branas), tudo está associado e unificado por atividades cosmo-inteligentes, obedecendo a orientações que transcendem nossa capacidade de entendimento quanto ao sentido maior de tudo.

15. A astrologia científica, livre de toda a mística que encobre seu sentido de existir (e não falamos aqui da astrologia tal como é exposta por aí afora), manifesta-se como o campo qualitativo dos processos cosmológicos e ressomatórios que ocorrem nos planetas, especialmente uma tentativa de compreender a calibração cósmica no momento na ressoma de cada espírito. Assim, o espaço-tempo, a data de nascimento, a data da concepção, o momentum cósmico deste processo é reflexo sincrônico da calibração cósmica. Diante do fato de que cada espírito, ocupando espaço-tempo cósmico, possui massa, densidade e magnetismo e capacidade perturbatória de campo e espaço-tempo, cada um de nós é psicoastro em órbita cósmica e tal movimento está em sincronização com o todo cósmico pela calibração. Assim, o espaço-tempo psíquico e evolutivo de cada espírito é único, devido a singularidade enquanto psicoastro no universo (ou multiverso). O país, a família, o momento, o horário, enfim, tudo necessita estar numa cosmo-sincronia calibratória. Daí advém a harmonia universal que observamos no cosmos, produto de comando inteligente.

16. A matemática astrológica científica parece ter relações com medidas calibrantes, no exato momento em que a consciência precisa ressomar, obedecendo a critérios cósmicos, sistêmicos, do todo coeso cosmológico.

A seguir iremos percorrer somente algumas categorias tal como mapeadas na pesquisa inicialmente citada, relacionadas ao tema em desenvolvimento, que são algumas exceções à "lei da reencarnação" tal como vem sido exposto na literatura.

IV - Da Procedência Extrafísica Cósmica, Intermissão e Cosmorressoma

Os experimentos evidenciaram, além das intermissões conhecidas, dois tipos diferentes de entre-vidas ou intermissões:

1.      Cosmológica Pura: esta intermissão é puramente cosmológica, longe de qualquer vínculo direto com a Terra e associa-se a aprendizagens experimentais diretas de acesso ao holocampo cosmológico e a visitas de campo e projeções pelo mentalsoma em hiperdimensão, além de outros possíveis recursos. Neste espectro não existe a noção de “curso intermissivo” e sim algo como “aprendizagem de acesso”.

2.      Cosmológica Mista: esta intermissão reúne uma dupla característica, onde ocorre participação de cursos tal como o compreendemos, e acessos ao holocampo cosmológico através de metodologia cosmoeducacional, realizada pelos orientadores da evolução, em princípio, do sistema solar, incluindo retrocognições dirigidas por amparador de forma a facilitar o acesso à origem cósmica remota extraterrestre, em planeta fora de nosso sistema solar, viabilizando a evidência de transmigração planetária benigna de outra galáxia para esta.

Em ambas intermissões, ocorre o estabelecimento de tarefas de abrangência cosmológica dentro da ótica de um cosmos unificado. Estas caracterizam-se como intermissões de outra natureza, e pelas revisões de literatura até então realizadas, pouco estudadas cientificamente, restando as intermissões ainda restritas às tarefas de natureza terrena, paratroposférica, ligadas aos assuntos da Terra. Assim, as consciências cuja procedência cosmológica imediata se ancora nestas hiperdimensões, apresentarão na Terra destinos completamente alternativos, em tese, ligados aos campos da cosmologia, astrofísica, astronáutica, projeciologia, parapsicologia, conscienciologia, física, astrologia, etc e aos assuntos transcendentes, atemporais, cósmicos, evolutivos, dentro de concepções científicas e experimentais.

A palingenesia ou a ressoma neste espectro de realidade cósmica ocorre diferentemente dos demais espectros. Enquanto que a grande parcela da humanidade ressoma ou reencarna de forma simples, saindo da dimensão paratroposférica imediata, colônias de recuperação ou sítios extrafísicos de preparação para a próxima existência, ou, em outras situações, uma preparação planejada em dimensão um pouco mais evoluída, onde existem cursos intermissivos e outras experiências, levam a consciência à ressoma mais alinhada e, em ambos casos, até à família escolhida, direta ou indiretamente, e à vida humana propriamente dita. O processo de ressexualização é mais lento, o espaço-tempo é mais cronológico, a proximidade com vida humana é mais direta. Assim, os condicionamentos e os limites perceptivos e cognitivos diante das realidades cosmológicas avançadas já são inatas às consciências deste espectro, naturalmente.

Por outro lado, no caso das consciências de procedência das hiperdimensões cosmológicas, transcendendo a Terra e se localizando no espaço cósmico multimensional, evidenciam ocorrer outro processo. As consciências que estão para ressomar na Terra atravessam o que os orientadores cosmoevolutivos chamam de “densificadores”, que são gigantescas máquinas de densificação e alinhamento interdimensional, localizadas em dimensão paralela, em vários pontos da Terra e do Sistema Solar e outros planetas, como Saturno, dependendo onde a consciência irá renascer. No caso da Terra, ao atravessar o densificador a consciência alinha-se já dentro do útero da mãe e ali inicia a ressexualização até a formação do novo sexossoma e o início da vida humana propriamente dita. O tempo cronológico é, para fins de comparação com o tempo da Terra, próximo ao instantâneo.

Os experimentos evidenciaram que as intermissões cosmológicas perfazem transmigrações para outros planetas para finalidades específicas, como no caso do segundo experimento. Da mesma forma, a natureza destes intervalos obedece a outra lógica de espaço-tempo. Este fato é evidenciado em estudo comparativo do tempo cronológico da Terra, o tempo de intervalo intermissivo e o número de experiências e fatos ocorrentes neste intervalo.

No primeiro experimento, o experimentador em suas autopesquisas retrocognitivas afirma ter dessomado em 1975, em plena Guerra do Vietnã, tendo sido morto por vietnamitas, naquela ocasião, médico militar, quando fora enviado a campo pelo exército norte-americano para socorrer soldados feridos. O experimentador narra que dessoma em guerra, neste ano e no mesmo ano, e no exato mês que terminara a guerra, outubro, o experimentador renasce. Em estudo comparativo cronológico, temos que não se passou um ano ou nem isso, entre a vida imediata passada e a data de nascimento atual. Por outro lado, a atemporalidade da hiperdimensão cosmológica viabiliza um sem número de experiências, e um realinhamento cósmico completamente transcendente de toda noção de tempo e espaço da Terra, viabilizando renascimentos instantâneos ou hiper-rápidos, se comparar os tempos. O experimento com isso evidencia que existe uma gama de renascimentos que não obedecem às leis de permanência intermissiva, como nas conhecidas colônias espirituais ou extrafísicas, relacionadas ao tempo cronológico de décadas ou séculos ou de uma vida temporal proporcional a uma vida humana, ou seja, de 70 a 80 anos de permanência intermissiva.

O experimento evidencia que quando a procedência é da hiperdimensão cosmológica e o espaço-tempo sendo outro, unificado e atemporal, o tempo que vale é o da calibração cósmica, tempo cosmosubjetivo de natureza psíquica e determinante do momento em que a consciência passará pelo densificador e ressomará quase que instantaneamente.

V - Das "Emigrações e Imigrações dos Espíritos" e a Questão da "Sabedoria Divina" em "A Gênese" de Allan Kardec

Diante do exposto, fica mais clarificada a noção de que a "sabedoria divina" o qual Allan Kardec enfatiza no item 36, do capítulo XI, tem relação direta com as ações inteligentes dos espíritos superiores de natureza já cosmológica, em organização no espaço, em procedimentos de calibração cósmica e cosmoengenharia, do que propriamente "sabedoria divina", tendendo a mistificarmos a compreensão do sentido apontado por Kardec.

Senão vejamos suas palavras no capítulo "Gênese Espiritual":

"35. No intervalo de suas existências corporais, os Espíritos se encontram no estado de erraticidade e formam a população espiritual ambiente da Terra. Pelas mortes e pelos nascimentos, as duas populações, terrestre e espiritual, deságuam incessantemente uma na outra. Há, pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual e imigrações deste para aquele: é o estado normal. 

36. Em certas épocas, determinadas pela sabedoria divina, essas emigrações e imigrações se operam por massas mais ou menos consideráveis, em virtude das grandes revoluções que lhes ocasionam a partida simultânea em quantidades enormes, logo substituídas por equivalentes quantidades de encarnações. Os flagelos destruidores e os cataclismos devem, portanto, considerar-se como ocasiões de chegadas e partidas coletivas, meios providenciais de renovamento da população corporal do globo, de ela se retemperar pela introdução de novos elementos espirituais mais depurados. Na destruição, que por essas catástrofes se verifica, de grande número de corpos, nada mais há do que rompimento de vestiduras; nenhum Espírito perece; eles apenas mudam de planos; em vez de partirem isoladamente, partem em bandos, essa a única diferença, visto que, ou por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde."

Queremos sublinhar aqui a seguinte expressão "Em certas épocas, determinadas pela sabedoria divinaessas emigrações e imigrações se operam por massas mais ou menos consideráveis..."

A informação dos espíritos superiores é de que nem mesmo muitos dos amparadores sabem como funciona o processo parafenomenológico da palingenesia e de suas relações com a evolução da consciência. E mais natural é colocarmos tal responsabilidade de determinação à "sabedoria divina". Existe aqui uma tradução não adequada do que realmente ocorre e do que realmente os espíritos superiores querem nos ensinar a respeito da organização do cosmos, a fusão cosmológica. 

Um dos ensinamentos dos espíritos superiores é a de "tradução linguistica do holocampo", onde qualquer tentativa de descrever linguisticamente a cosmologia estaremos lidando com "traduções". Umas são boas, outras são ruins. E devido ao fato de que neste espectro da realidade cósmica inexistir qualquer traço de misticismo, ocultismo e religiosidade tal como compreendemos na Terra, assim, as traduções mais lúcidas parecem obedecer os critérios mais lúcidos, sem misticismo, coerentes com os experimentos.


VI - Das Considerações Finais


Desta forma, existe uma distância muito grande entre "calibração cosmológica" e "sabedoria divina". A primeira nos inclina a perguntar o que é tal calibração e chegaremos a respostas mais lúcidas, tais como, a da existência da cosmoengenharia e a dos conselhos cósmicos, assim como da ação inteligente dos espíritos superiores que coordenam a sincronia cósmica multidimensional, evolutiva e astrofísica no sistema solar em relação à outros sistemas astrofísicos. Por outro lado, a segunda nos inclina a uma mistificação e nutrição da imaginação para um campo nada fácil de compreender, pois é mais simples apontar tal responsabilidade administrativa da palingenesia à "sabedoria divina" e deixar o território vago para a compreensão científica. Não que esteja errada tal afirmativa, mas não é a melhor tradução.

Obviamente que, acima das ações determinadoras do conselho cósmico extrafísico, a partir da cosmoengenharia e calibração cósmica, temos que a hierarquia evolutiva que coordena as ações dos conselhos apresentam uma magnitude incomensurável, mas que evidencia a influência de inteligências cada vez mais e mais evoluídas, como apresentou na coordenação das emigrações e imigrações de espíritos deste sistema solar para outros e vice-versa. As inteligências extrafísicas cósmicas responsáveis por esse movimento estão por sua vez associadas à inteligências mais e mais evoluídas num contínuum de evolução e hierarquia infinita, para todas as direções do espaço-tempo multidimensional.

Podemos utilizar a tradução de que em níveis cósmicos mais e mais evoluídos começamos a adentrar na esfera do "divino" e daquilo que os espíritos chamaram de "Deus". Mas como as palavras "divino" e "Deus" já estão contaminadas por compreensões místicas, quem sabe seja o momento de criarmos palavras mais precisas para a tradução de tal realidade. Uma das soluções epistêmicas pode estar no taoismo e na noção de Tao, uma espécie de cosmologia sem criador. Por outro lado, a Gênese Espiritual não está separada da Gênese Cósmica, pelo contrário, é a mesma e única gênese, em virtude de que tudo está fundido numa unidade cosmológica. Assim, o território do divino pertence à transciência, por enquanto, em nosso grau de evolução na escala evolutiva.

Devido ao fato de que o espaço-tempo ser experimentalmente modificado de acordo com as disposições da consciência, logo, passado, presente e futuro, são traduções de realidades que podem não ser bem como acreditados que seja. Nos níveis cósmicos, a existência extrafísica da consciência parece ser em tempo simultâneo, em holocampo espaço-temporal, cuja noção de um começo do cosmos não parece ter sentido, visto que uma possível gênese pressupõe o começo da existência do tempo e, por conseguinte de seu par indissociável, o espaço (espaço-tempo). Ao falarmos em gênese, estamos falando essencialmente de tempo, de um começo e, do espaço (espaço-tempo).

Como visto, ao tratarmos do ensino dos espíritos estamos lidando com processos complexos de comunicação interdimensional e interconsciencial, entre escalas evolutivas diferenciadas e sujeitas a decodificações psigâmicas específicas e, por conseqüência, a traduções da realidade cosmológica também peculiares, relacionadas ao nivel de evolução do médium também e de sua capacidade tradutora, visto que parece-nos impossível que não opere na psicografia, por exemplo, as influências de decodificação psigâmica inconsciente por parte do médium.

O ensino dos espíritos sempre será relativo ao nível de evolução o qual pertence na escala de evolução e estará diretamente proporcional às suas condições psíquicas e cognitivas em traduzir a realidade cosmológica numa boa versão de tradução, compreensível, e o mais lúcida possível, independente da dimensão o qual está vivendo. Reitero aqui a relatividade do ensino dos espíritos no que diz respeito à obra geral de Allan Kardec, pois que o que ali encontramos é uma tradução, uma versão mais ou menos organizada, mais ou menos lúcida, daquilo que podemos chamar de "verdade cósmica", nada definitivo e sujeita a melhores traduções conforme o galgar evolutivo das consciências. Qualquer tentativa de tradução lingüística das informações do holocampo sempre estarão limitadas ao tradutor, tradutores e aos espíritos comunicantes, tal como esta que apresentamos aqui. Não sabemos ao certo se as informações passadas pelo espírito superior apresenta-se como algo absoluto (verdade) ou representa o extrato possível de sua compreensão cósmica, muito superior a nossa, das realidades cosmológicas, mas sempre limitadas àquilo que acessa e ao que pode acessar.

Assim, é mister frisar aqui que a mediunidade não só ocorre entre "vivos e mortos", mas entre "mortos", visto que a comunicação entre espíritos pode se dar também pela rememoração do que ocorreu na extrafisicalidade da intermissão, em complexo campo multidimensional que ocorre na indução de fenômenos desta natureza, como o que realizamos.

Na investigação cientifica parapsíquica necessitamos operar a partir da indução de múltiplos fenômenos visando acessar informações por vários prismas de realidade.