25.1.12

Sobre as Rotulações de "Doente Mental" e "Personalidade Psicopática", a Dignidade Humana e a Liberdade de Auto-expressão: Considerações

Por Dr. Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo Clínico e Psicoterapeuta
Conscienciólogo e Projeciólogo
Mestre em Educação (UFSC)
Esp. em Educação (UDESC)


Caro leitor, antes de ler este artigo sugiro formular seriamente para si mesmo, em sua intimidade mental, qual é o seu conceito pessoal de doente mental e personalidade psicopática.

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Introdução 

O assunto é muito, mas muito delicado e refere-se ao polêmico conceito, predominantemente clínico, do que vem a ser uma pessoa "doente mental" e ainda uma pessoa que pode ser chamada de "personalidade psicopática". Para tal irei literalmente me debruçar nos trabalhos de meus colegas no campo da Psiquiatria, área mais dedicada ao diagnóstico médico de tais taxonomias clínicas e mesmo psicofarmacológicas.

O motivo maior do clareamento destes conceitos clínicos veio-me devido ao seu uso que me pareceu em muito: inadequado, superficial e livre da complexidade que encerra o tema.

Atualmente é comum abrirmos jornais, revistas e mesmo em conversas cotidianas ouvirmos a respeito de rotulações de ordem das psicopatologias, onde pessoas dizem de forma convencente que fulano é bipolar, ou que beltrano deve ter esquizofrenia. A última que ouvi foi uma acusação pública onde a pessoa acusa a outra de ser uma doente mental e uma personalidade psicopática.


Todos nós distorcemos a realidade devido a complexidade dos processos cognitivos, que incluem além da atividade mental, as experiências passadas (desta e de vidas anteriores, incluindo o útero), as significações das experiências e as crenças nutridas que formam o paradigma de cada um de nós.

A História e a Personalidade Psicopática

Ao longo da história foram ocorrendo classificações diante do comportamento mental e social de pessoas que foram chamadas de doentes mentais. E uma categoria de doença mental foi chamada de personalidade psicopática. Um dos primeiros médicos a pensar em termos desta doença mental foi Girolano Cardamo, que a partir da morte por envenenamento de sua esposa por seu filho, Cardamo começara a criar o conceito, no speculo XIV. Após, Pinel (1801) e Prichard (1835), e, este último começa a delinear o conceito de insanidade moral que é equivalente ao conceito de psicopatia usado atualmente. Em seguida, Morel (1857), Koch e Gross (1888), Kraepelin (1904), Shneider (1923), Cleckley (1941). A classificação de Cleckley somado a contribuição de Hare, Hart e Harpur, em 1973, exporam 19 critérios para o diagnóstico da personalidade psicopática, senão vejamos:



 Critérios para diagnóstico do Psicopata (Hare, Hart , Harpur)
1. Problemas de conduta na infância.
2. Inexistência de alucinações e delírio.
3. Ausência de manifestações neuróticas.
4. Impulsividade e ausência de autocontrole.
5. Irresponsabilidade
6. Encanto superficial, notável inteligência e loquacidade.
7. Egocentrismo patológico, autovalorização e arrogância.
8. Incapacidade de amar.
9. Grande pobreza de reações afetivas básicas.
10. Vida sexual impessoal, trivial e pouco integrada.
11. Falta de sentimentos de culpa e de vergonha.
12. Indigno de confiança, falta de empatia nas relações pessoais.
13. Manipulação do outro com recursos enganosos.
14. Mentiras e insinceridade.
15. Perda específica da intuição.
16. Incapacidade para seguir qualquer plano de vida.
17. Conduta anti-social sem aparente arrependimento.
18. Ameaças de suicídio raramente cumpridas.
19. Falta de capacidade para aprender com a experiência vivida.


Os autores acima não apresentam consenso entre si, porém, ao longo do tempo o conceito, a etiologia e os critérios de diagnóstico foram sendo cada vez mais mapeados.

Ainda entre 1837 e 1847, nos EUA, especialmente Nova Georgia, fora criado o maior Hospital Psiquiatrico do planeta o Central State Hospital, local que trabalhei como médico neste século e tive o contato direito com o fenômeno da doença mental e insanidade mental, desajustes sociais e a questão de depósito de pessoas que eram consideradas anomalias sociais sem qualquer critério diagnóstico. O caso fora publicado em minha bibliteca digital de artigos científicos, com o nome de "O Caso de Thomas Green" (clique aqui). Por exemplo, a pessoa perdia o emprego, ficava desempregada e seu transtorno devido a isto levava-a a ter comportamentos desajustados (crise existencial) e o internamento por estes motivos eram comuns.

Esclarecem Balone e Moura:


"Tem havido bastante controvérsia em relação ao conceito de Personalidade Psicopática ou Anti-social. Há autores que diferenciam psicopata de anti-social, mas, em nosso caso, essa distinção é dispensável em benefício do melhor entendimento do conceito. Howard sugere que os conceitos de psicopatia podem agrupar-se em três tipos:


 Conceitos de Psicopatia de Howard
 1) Um tipo Sociopata, caracterizado por conduta anti-social crônica que começa na infância ou adolescência como Transtorno de Conduta;
2) Um tipo Secundário,  caracterizado por um traço de personalidade com alto nivel de impulsividade, isolamento social, e perturbações emocionais (a conduta sociopática seria secundária à essas alterações emocionais e da sociabilidade); e
3) Um tipo Primário caracterizado apenas por a impulsividade sem isolamento social e perturbações emocionais (a qual pode-se aplicar aos criminosos comuns).

Isso não implica que cada um desses três tipos seja mutuamente excludente; a sociopatia é vista como um conceito amplo que engloba tanto a psicopatia primária como a secundária, assim como uma alta proporção de criminosos comuns."

Já Otto Kemberg "classifica a sociopatia de modo diferente. Para ele é extremamente difícil fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a situação clínica não está claramente definida."

Assim de acordo com a posição mais atual temos as seguintes características das personalidade psicopáticas:

1. Encanto superficial e manipulação
2. Mentiras sistemáticas e comportamento fantasioso
3. Ausência de sentimentos afetuosos
4. Amoralidade
5. Impulsividade
6. Incorregibilidade
7. Falta de adaptação social


Sobre Rotulações-Diagnósticos feitos por Pessoas e Profissionais não-Psiquiatras

Como conclusão preliminar é notório que os critérios são altamente subjetivos e na mesma ótica que Otto Kemberg, somente a clínica psiquiátrica e o médico Psiquiatra dentro dos critérios estabelecidos pela ciência médico-psiquiátrica atual poderá dizer se tal pessoa é ou não, uma personalidade psicopática ou mesmo um doente mental.

Caso contrário, se houver a rotulação pública poderá o sujeito rotulado haver-se do Direito para fins de processo crime e mesmo de danos morais. De qualquer forma, cada caso é um caso.

A pessoa que publicamente rotula outro sujeito de doente mental e personalidade psicopática, por exemplo, pela internet com acesso por milhares e milhares de pessoas, não apresenta uma noção clara dos danos que podem advir de tal comportamento. Merece por parte da vítima, o processamento para que o acusador prove o alegado judicialmente até mesmo pela via de perito médico-psiquiatra e mesmo perícia psicológica.

A Parapsicologia Clínica limita-se ao campo da Psicoterapia de natureza Transpessoal, Integral, Evolutiva, portanto, obedece a outro critério de entendimento da pessoa humana, além da doença mental, opero com a noção de personalidade palingenética e a compreensão da doença enquanto processos de conversão e inversão PK, produtos de dissociações cognitivas que podem ter origem em traumas e significações de experiências antigas, ainda antes desta vida humana. De qualquer forma, nem toda pessoa possui condições psíquicas de enfrentar uma psicoterapia, e, como diz meu amigo psiquiatra, existem pacientes psicóticos que não conseguem estar em psicoterapia e necessitam de terapia ocupacional.

O Respeito a Dignidade da Pessoa Humana

É importante que possamos diagnosticar como funciona os processos de manipulação interconsciencial, no uso profissional de argumentos e retórica para o convencimento de outros diante de um fato ou suposto fato, no caso, o ato de convencer um determinado grupo de que fulano é um doente mental e uma personalidade psicopática.

Sylvan Muldoon foi o primeiro cientista, ao que parece, ter exposto a máxima "não desejo que acredite em nada que escrevo. Digo experimentai e então saberás". Esta máxima expõe que é necessário que nos ancoremos em nossas experiências, idéias e sentimentos em relação aos fatos, antes, para depois, darmos ouvidos ao mundo externo, sem nega-lo mas sem hipervaloriza-lo.


Os pesquisadores que investigam os processos de manipulação em massa sabem muito bem do poder de determinados sujeitos na escravização mental, emocional e intelectual de determinados grupos de pessoas e que, não importa ser um grupo de religiosos, agnósticos ou mesmo políticos, podendo ser um grupo de cientistas. A fascinação grupal é factível de ser encontrada em grupos que seguem modelos pré-concebidos e caminhos rígidos como se fossem os melhores caminhos e os únicos. Isto ocorre com a política, onde partidos defendem que suas idéias são as melhores em detrimento dos demais, que são colocados como inferiores. Ocorre na religião, onde grupos dizem ser melhores que outros e até mesmo podem criar uma guerra para a exclusão definitiva daquele agrupamento.

Quando um sujeito expõe seu ponto de vista antagônico num grupo homogêneo que é regido por determinadas crenças arraigadas, este sujeito pode ser rotulado e tratado como uma anomalia no sistema grupal. Esta anomalia pode ser acompanhada por processos difamatórios e discriminatórios e mesmo aquele famoso rótulo: "esse cara é doido!", "esse cara é maluco", "é doente mental", "ele precisa é ir para um psiquiatra tratar dessa doença mental" e assim por diante.

A rotulação do outro que se diferencia do grupo, seja por que motivo for, é comum que seja pelo rótulo de "louco", ou noutras palavras de "doente mental", o que expõe a intenção do sujeito acusador em expulsar o indivíduo (antes um sujeito coletivo) do grupo homogêneo, pois o mesmo ameaça a integridade homogênea do grupo, as lideranças, as estruturas de poder, crenças e paradigmas.

É perigoso dar voz a uma personalidade antagônica, ela pode atrair para si adeptos e foi o que ocorreu ao longo da história da ciência, tais como nos seguintes exemplos:

1. Freud e seus famosos conflitos com Carl Gustav Jung e as questões do que é ou não é Psicanálise.
2. Os conflitos de Wilhelm Reich e a comunidade psicanalítica e sua teoria da orgasmoterapia, orgonoterapia e o de energia orgonótica, couraça de caráter, etc.
3. Os conflitos conhecidos entre o renomado parapsicólogo e psicobiofísico Hermani Guimarães Andrade, sua teoria corpuscular do espírito e modelo organizador biológico e o espiritismo instituido.
4. A discordância aparentemente interminável entre os Parapsicólogos sobre uma suposta teoria geral da parapsicologia e sobre um paradigma unificador e a existência de diversas escolas de parapsicologia.
5. As discordâncias aparentemmente também intermináveis entre os paradigmas da Psicologia, também disseminada em múltiplas escolas, paradigmas e técnicas.
6. A dissonância até hoje existente sobre uma teoria geral da sexualidade humana e os ataques ainda ocorridos contra a pessoa de Sigmund Freud e a Psicanálise.
7. Os ataques ainda existentes contra Allan Kardec e o espiritismo pelo meio científico.
8. As divergências entre os Conselhos profissionais da área Médica e Psicológica antes a prática médica e psicológica, sendo que é comum no Brasil ambos profissionais atuarem com a área que atuo, com Psicoterapia profunda e técnicas proibidas pelos conselhos acima.

Ou seja, a uniformidade é praticamente impossível de se alcançar. Um paradigma único e legalizado é praticamente uma utopia irrealizável.

Diante disso, é importante expor que nem toda discordância num grupo é antagonismo assediante num grupamento, sendo, portanto, necessária para a transcendência do estagnado em direção ao exercício cada vez mais pleno da liberdade ética.

Outro fator sério é o conceito de ética e, mais sério ainda, do que cosmoética. Digo na prática operacional da vida e não na teoria e no campo reflexivo, pois em nome de uma suposta moral e de uma suposta ética, temos guerras santas e outras atrocidades, como a famosa guerra ao terrorismo. Assim também, temos expulsões de pessoas com personalidades mais fortes que não aceitam a homogeinidade de certos agrupamentos e de suas características de seita, assim como fizeram certos físicos como Fritjof Capra e David Bohm, ao instalarem no campo da ciência, novos rumos de paradigmas mesmo estando no contra-fluxo dentro de sua própria área científica.

É comum também que gênios sejam chamados de "loucos", e Einstein deve ter lidado bem com estes rótulos ao não dar muita importância para as críticas severas que deve ter recebido diante de sua proposta para a física. Assim como tantos outros cientistas e filósofos que até hoje carregam pesadas críticas. Quanto mais antagônico com o sistema vigente, quanto mais libertário é o pensamento maior será o ataque, senão vejamos em Osho que, apesar de seus defeitos (que todos temos), afirmava categoricamente não pertencer a nenhuma seita, religião ou ciência e defendia a livre manifestação do pensamento e a meditação que independia de conhecimento intelectual e formação acadêmica. Isso abala muita coisa.

O respeito a dignidade da pessoa humana é a máxima constitucional e da ética universal e nós psicoterapeutas, parapsicólogos e cientistas do campo mais sutil da ciência, a consciência (psiqué, psi, mente, alma, espírito, atman) temos que nos ancorar nesta máxima, sempre respeitando o livre direito das consciências se manifestarem, direito este natural e irrevogável, por mais penoso que seja tal e tal manifestação. Nenhuma agressividade desmedida, nenhuma coerção física ou moral se justifica diante de uma manifestação pública de uma posição científica.


E como Jung, quero finalizar este artigo com a sua frase:

"Eu não tenho Igreja, eu sou a minha Igreja".




Referência bibliográfica integral deste artigo:

Ballone GJ, Moura EC - Personalidade Psicopática - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br/, revisto em 2008. (clique aqui e acesse)

Ballone GJ, Moura EC - Transtornos da Linhagem Sociopática - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008.

(Meus agradecimentos ao psiquiatra GJ Balloone e EC Moura pelo artigo esclarecedor)


Referências adicionais para aprofundamento da pesquisa:



1. Bercherie P - Los fundamentos da clínica, editorial Manantial, Buenos Aires, 1986.
2. Berrios G - Puntos de vista europeos em os transtornos da personalidad, Comprehensive Psychiatry, Nº 1, 1993.
3. Bruno A, Tórtora G - Las psicopatías, Psicologia forense, Sexologia e praxis, año 3, vol. 2, Nº 4, año 1996.
4. Garrido GV – Psicópata, Editorial Tirant Lo Blanch; Valência; 1993.
5. Hare RD, Forth AE - Psychopathy and lateral preference. Journal of Abnormal Psychology, 94(4): 541-546, 1985
6. Howard RC - Psychopathy: A Psychobiological perspective. Pers. Indiv. Diff. 7 (6): 795-806; 1986
7. Kernberg O - Diagnóstico Diferêncial da Conducta Antisocial, Revista de Psiquiatría, 1988,volúmem 5, página 101 a 111, Chile
8. Laplanche J, Pontalis B - Diccionario de psicoanálisis, Editorial Labor, Barcelona, 1981
9. Lewis CE - Neurochemical Mechanisms of Chronic Antisocial Behavior (Psychopathy). The Journal of Nervous and Mental Disease. 179(12):720-727, 1991.
10. Pinel P - Tratado médico filosófico da enajenação mental o mania, Edições Nieva, Madride 1988.
11. Schneider K - Las personalidades psicopáticas, Edições Morata, 8º edição, Madrid, 1980
12. Zuckerman M - Impulsive unsocialized sensation seeking: the biological foundations of a basic dimension of personality, in Temperament: Individual differences at the interface of biology and behavior, Washington D.C. American Psychological Association, 1944 (Edited by J.E.Bates & T.D. Wachs).
13. Zuckerman M - Psychobiology of Personality. Cambridge University Press, New York, USA, 1991.






17.1.12

Agradecimento aos 30.000 acessos!

30.000 acessos. 68 países.
Por. Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


O ano de 2012 começou com um presente a todos nós que somos beneficiados com esta revista: alcançamos a marca dos 30.000 acessos, hoje, em 68 países do globo terrestre (veja aqui).

A quantidade de acessos, a participação direta com comentários ou na intimidade dos emails e envolvimento com os assuntos aqui tratados superam a cada dias nossas expectativas. Digo "nossas" porque este trabalho é amparado pela inspiração direta dos amparadores extrafísicos que me auxiliam na escolha, definição e organização das temáticas aqui trabalhadas, bem como das modificações da revista e mesmo da orientação para uma publicidade universalista, planetária, facilitando a execução da programação existencial policármica.

E é a todos que agradeço, leitores e amparadores extrafísicos por este modesto trabalho não-remunerado que visa semear grãos no imenso campo fértil da evolução da consciência na Terra.

Com meus sinceros e energéticos agradecimentos,

Fernando Salvino.

9.1.12

Ensaio sobre a Taxonomia das Experiências Extraterrestriológicas: Subsidios para a Orientação e Aconselhamento Psicoterapêutico-Parapsicológico-Clínico ao Paciente


Esboço de uma Estação Projeciotrônica Avançada no
interior de uma suposta nave espacial ou laboratório
extraterrestre (fonte: W. Borges).
O esboço mostra que
estamos lidando civilizações que dominam altas
tecnologias da consciência.

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo, Projeciólogo
Consultório de Parapsicologia Clínica e Psicoterapia Integral e Hospital Universitário - UFSC - Projeto Amanhecer

Parapsicólogo Clínico (IPCM) e Parapsicólogo titulado pela ABRAP/FEBRAP
Psicoterapeuta (CRT 43.290)
Membro ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia e IPRJ - Dr. Geraldo Sarti.
Pós-graduando em Parapsicologia pelo IPPP - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas
Projeciólogo e Conscienciólogo (IIPC)
Projetor consciente, Parapsiquista e Pesquisador Independente desde a infância, com mais de 150 artigos publicados.
Mestre em Educação (UFSC) - Esp. Educação (UDESC) - Bel. Direito (UNIVALI)


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Dedico este ensaio, principalmente, a todas as pessoas que necessitam urgentemente de assistência, amparo, acolhimento e orientação adequada para lidar de forma lúcida e aberta com o fenômeno extraterrestriológico que vivenciaram e vivenciam, dos mais transcendentes existentes e aos meus amigos Parapsicólogos Clínicos / Psicoterapeutas, que atuam na complexa tarefa social de prestar assistência aos pacientes sensitivos (parapsíquicos) de todas as ordens.

Dedico carinhosamente este ensaio às consciências extrafísicas e intrafísicas de procedência longínqua, extraterrestres de fato, que tem junto de nós a função de expansão do universalismo e da consciência cósmica, assim como abrir-nos as mentes para a exobiologia onipresente no universo, seja através da demonstração da cosmoética ampla ou mesmo da antiética, facilitando nossa saída da vila terrena em direção a uma cosmocracia viva.

Aos meus amigos e parapsicólogos de todas as horas Guilherme Kilian e Dr. Geraldo Sarti, pelos muitos e muitos diálogos extraterrestriológicos abertos e isentos e sobre os muitos a respeito dos fundamentos da sanidade mental, da ciência e das questões transcendentais. E é pela "democratização da transcendência" (Sarti) que venho expor este escrito.
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1. Das Considerações iniciais


O assunto é muito mais que polêmico e como disse minha querida mãe, após dialogarmos acerca das experiências extraterrestres e de sua única suposta experiência diante de OVNI (objeto voador não-identificado), “as pessoas acham que isso é loucura”.

Diante disso, irei percorrer inicialmente, o conceito de loucura e situá-la dentro da concepção do conceito de normalidade ou daquilo que nos faz ser pessoas “normais”. É importante salientar que, ainda teremos de situar a condição de existência, entre os “normais”, daqueles secularmente apelidados de “paranormais”. Assim, loucura, sanidade, normalidade e paranormalidade, são realidades que caminham de mãos dadas, o tempo todo.

Apesar de ser Psicoterapeuta e por isso prestar auxílio a pessoas que nada tem a ver com parapsiquistas, médiuns ou por ter passado por experiências transcendentes, existe um grupo, seleto de pacientes que me procuram, devido a minha especialidade, treinamento e experiência, para lidarem com suas experiências parapsíquicas, quando não raro, com experiências extraterrestres. O assunto é sério, para não dizer, seríssimo, e foi classificado pelo eminente psiquiatra Dr. Sanislav Grof, como "emergência espiritual", dentro da gama de experiências que acarretam potentes e definitivas modificações na personalidade inteira do indivíduo.

2. Sobre a "loucura": uma fabricação social?

Como já escrevi noutros ensaios, o medo da perda total da sanidade mental e da desestruturação integral daquilo que Freud chamou de “eu” (Ego), parece-me ser um dos principais centros por onde gravitam as desordens psíquicas. De qualquer forma, neste momento, estamos lidando com o medo da insanidade mental ou a loucura.

O loucura é o estado da mente, ou o estado psíquico, onde a consciência ou a pessoa, perde as noções de realidade, tal como compartilhadas por determinado contexto sócio-cultural (paradigma dominante). Assim, se um paciente disserta a seu psiquiatra sobre suas supostas experiências transcendentes diante da realidade extraterrestre, poderá este profissional, considerar que o paciente sofre de algum distúrbio psíquico associado aos processos psicóticos, especialmente, a esquizofrenia (do latim: mente dividida, fragmentada, dissociada). O exemplo mostra a evidência de que, a loucura e a sua correspondente patológica, a psicose ou esquizofrenia, podem ser, em determinados casos, aplicações limitadas de modelos de normalidade pré-estabelecidos e que podem estar equivocados. O sujeito paciente, neste caso, por não poder socialmente compartilhar no seio de seu convívio familiar e social seus experimentos transcendentes relativos ao campo extraterrestriológico, poderá sofrer grave impacto psíquico, por ter de, coercitivamente, recalcar tamanha pressão psíquica gerada pelas vivências extraterrestriológicas.

A sociedade, após os esforços coerentes de Allan Kardec e diante das demais linhas do saber humano que operam com as noções de multidimensionalidade cósmica e pluralidade dos universos habitados, pode hoje, aceitar melhor as experiências compartilhadas socialmente no que diz respeito aos assuntos, que posso chamar aqui, de “espíritas”, relativos às comunicações com as consciências extrafísicas de parentes ou conhecidos ou até mesmo os casos mais agudos e obtusos de assédio extrafísico (obsessão). É mais fácil aceitar socialmente a realidade multidimensional da possessão espiritual ou extrafísica, do que os fenômenos avançados relativos à extraterrestriologia. O assunto é tão impactante que o simples “falar” gera conseqüências imediatas em grande parte das pessoas que, diante do descontrole e desconhecimento total do campo, defendem-se para fins de preservação do eu e seus conceitos e crenças da realidade.

E é aqui que entra a concepção de que a fenomenologia extraterrestriológica pertence à orbe da insanidade mental ou da loucura: psicose (esquizofrenia). Desta forma, a pessoa acometida por dissociação de personalidade associada a vivências de fenômenos ultra-transcendentes, como o são os extraterrestriológicos, somente se dissocia pelo simples fato de não ter o acolhimento social de sua experiência subjetiva e impactante. O mesmo aconteceria com os sonhos, se eu e você, não pudéssemos falar livremente que sonhamos sem o risco de sermos interpretados como “loucos” ou “psicóticos”.

Antigamente, as “vozes ouvidas” e que vinham do “invisível”, eram tidas como manifestações de insanidade mental. Atualmente, até mesmo a psiquiatria está de ouvidos abertos para outras possibilidades de diagnóstico, inclusive pelo crescente envolvimento de psiquiatras nos movimentos: roza-cruz (cristianismo místico, multidimensional), união do vegetal, espiritismo, budismo, parapsicologia, projeciologia e assim por diante. Atualmente, sabemos que as vozes ouvidas podem estar associadas a fenômenos de ordem extrassensorial, tal como a clariaudiência associada sim, a consciências extrafísicas interagentes com o campo da pessoa afetada.

Mas, em se tratando do campo da extraterrestriologia, ou a investigação avançada, cosmoética e multidimensional dos fenômenos extraterrestres, temos uma certa “negralgia consciencial do trigêmio”. O assunto, como disse, gera as mais impactantes resistências. Uma coisa é lermos revistas superficiais sobre Ufologia e seus relatos sobre abduções e avistamento de ÓVNIS. Outra coisa é a própria pessoa atravessar tal vivência e ter de lidar com o impacto psíquico profundo que tais vivências acarretam. E é justamente o impacto que pode levar a pessoa a perder o “fio da realidade”, por alguns motivos, tais como:

1.    Após a experiência extraterrestriológica, a pessoa entra em crise existencial imediata e, por isso mesmo, tende a compartilhar da vivência com pessoas próximas.
2.    Em tese, as pessoas próximas irão resistir, se defender e mesmo rejeitar, ou em muitos casos, fazer crer que a pessoa está ficando “louca”.
3.    A pessoa que experimenta o fenômeno sabe ter sido real e, evita o contato com os entes queridos, pois os mesmos atuam como poderosos agentes agressores e repressores.
4.    Nesta condição, a pessoa pode buscar ajuda em locais menos repressores, mas pouca ajuda terá, até mesmo nos próprios locais que se dizem abertos a tal campo, como a Ufologia e mesmo a Projeciologia.
5.    Após, a pessoa pode entrar em estados psíquicos de sofrimento por ter de lidar com o assunto de forma autodidata, se conseguir, ou pode aos poucos perder o contato com a realidade e ter instalado um distúrbio psicótico, com fortes dúvidas pessoais e insanáveis a respeito da própria sanidade mental.
6.    Ou, a pessoa pode por vias próprias, conseguir lidar com o fenômeno no íntimo de seu anonimato, sozinha em conjunto com os autores que escreveram abertamente sobre o assunto. E assim, ter por conta própria restabelecida sua saúde mental a partir do movimento contínuo de autopesquisa.

O leitor ou leitora pode perceber que o assunto é mais que sério e transcende tudo o que estamos habitados a pensar e mesmo acreditar. O campo da extraterrestriologia é dos mais avançados que temos ciência, mais ainda que a cosmologia acadêmica.

O paradigma que irei percorrer neste artigo considera o cosmos ou o universo como um ecossistema multidimensional infinito em todas as direções e profundidades, plurihabitado por consciências independente do espaço-tempo associado, sejam consciências intra-físicas ou extra-físicas, ou ainda, consciências projetadas para fora de seu corpo. Diante disso, as experiências extraterrestriológicas são além de possíveis ao ser humano, inevitáveis, diante da realidade “real” do cosmos. Qualquer paradigma, concepção ou crença que se oponha a tal condição será considerada aqui, como manifestação de dissociação de realidade, espécie de psicose da normalidade.

A psicose da normalidade é a crença, o paradigma, compartilhado e que não tem correspondência com a realidade, tornando-se psicose de grupo ou pseudo-normalidade. A sanidade mental advinda daí, se refere a permissão de compartilhar de tais e tais experiências sem coerção psíquica. A pessoa que acredita fielmente não existir nada além do cérebro, ou mesmo que seu eu é produto da atividade fisiológica, está a cultivar a “psicose da normalidade”. Acontece que tal crença individual é compartilhada no seio social, então, torna-se uma “verdade” socialmente compartilhada. Assim, situo a “verdade” como um saber socialmente aceito e não questionado. E trago a questão de “realidade” como um campo que existe independente de nossas crendices e paradigmas.

E é no campo da “realidade” que está situada a experimentologia multidimensional extraterrestre.

3. Sobre as diferenças entre “normal” e “real”

As diferenças entre o que é normal e real são bastante claras. Normal é o que é a norma. A norma é o que é a regra. E regra é todo sistema de “leis” que procuram explicar um determinado conjunto de fenômenos e que é aplicada pelas pessoas que estão “jogando” o mesmo “jogo social”.

O “real” é diferente. O real é a fonte da regra. A regra se modifica, o real parece que não. A percepção do real se modifica, mas o real parece que não. Assim, nem tudo que é “normal” é “real”. Assim muitos diagnósticos psicopatológicos associados a fenômenos para-normais não estão ligados ao “real”. E muitos diagnósticos que apontam para fenômenos paranormais, também não estão ligados ao “real”. Em síntese, real e normal, são campos diferentes.

Por exemplo: “A pessoa relata ter sido capturada por nave espacial e, dentro desta nave, fora submetida a uma série de intervenções realizadas por entidades extraterrestres muito diferentes do ser humano.”

O “normal” é acharmos que a pessoa está “saindo da casinha”, como diz o dito popular, “ficando louca” ou tecnicamente, está tendo manifestações psicóticas de dissociação da realidade. Mas, como o “normal” pode não estar em correspondência com o “real”, a pessoa pode estar falando a “verdade” sem que tudo o que ela fale tenha qualquer correspondência com o “normal”. O “normal” aqui é tudo o que é considerado existente para um dado contexto sócio-temporal. Sabemos que o “normal” de ontem, era o “a-normal” ou o “para-normal” de hoje. Antigamente, era considerado “para-normal” ou “loucura” os fenômenos da histeria. Após, o mesmo fenômeno, foi considerado uma manifestação de sofrimento psíquico de processos inconscientes associados à distúrbios da sexualidade (Freud). O que hoje é “a-normal”, “loucura”, “insanidade” ou “psicose” pode não o ser amanhã. E o que muda então? Muda a percepção da mesma realidade.

4. Sobre a Lógica Inclusa do Infinito - L(∞), Transciência e Extraterrestriologia

Conforme já escrevi noutro artigo, sem L(∞) fica complicado incluirmos a gama de experimentos da extraterrestriologia ao campo da ciência possível, além de termos de considerar que muitos dos campos da extraterrestriologia pertencem aos domínios da Transciência, sem possibilidade alguma de entendimento através de nossos recursos cognitivos e mesmo metacognitivos (cosmoconsciência). Existe um território que não poderá ser compreendido, por enquanto, pela ciência, mesmo a avançada conscienciologia e seu braço, a extraterrestrilogia.


5. A experiência como agente de modificação da percepção da realidade

E nada mais eficiente que a experiência como agente de modificação da percepção da realidade. E é diante disso que uma pessoa que passa por experiências extraterrestriológicas tem sua percepção instantaneamente modificada organicamente e sistemicamente, pela vivência ultra-transcendente.

E se “realidade” é em grande instância, o que “percebemos” e “significamos” baseado em nossas “experiências”, temos que o que é considerado “a-normal” ou “para-normal” ou ainda “psicopatológico” por determinado contexto social, só deixará de ser assim considerado a partir das potentes modificações de percepção advindas das experiências extraterrestriológicas e mesmos "incomuns" ou "para-psíquicas".

6. Sobre a taxonomia das experiências extraterrestriológicas: primeiras tentativas

Podemos classificar as experiências extraterrestriológicas a partir das seguintes categorias, que se mesclam e estão interconectadas:

1. Experiências entre consciências intrafísicas: neste caso a consciência, ou a pessoa humana, tem contato direto com outra consciência, no caso, extra-humana, pertencente a uma outra organização fisiológica. O contato neste caso é de 3º e 4º grau (abdução e rapto para interior de nave física).


2. Experiências entre consciência intrafísica e consciência extrafísica: experiências relacionadas a contatos telepáticos, mediunismo, clarividência de consciex extraterrestre e assim por diante.

3. Experiências entre consciências extrafísicas: duas consciexes, uma de natureza mais humana (psicossoma de forma humanóide) e outra de natureza extra-humana, com outra constituição psicossomática (psicossoma extraterrestre sem forma humana).

4. Experiências entre consciências intrafísicas e objeto extraterrestre supostamente intrafisico (voador ou não): avistamento de OVNI, "rapto", e assim por diante.

5. Experiências entre consciências intrafísicas e objeto extraterrestre supostamente extrafísico (voador ou não): clarividência de para-tecnologia extraterrestre e assim por diante.

6. Experiências de exoprojeção (sempre extraterrestres): onde a consciência, seja ela extraterrestre ou humana, sair do corpo, em psicossoma, para fora de seu planeta de origem em direção ao hiper-espaço cósmico. Pode ocorre aqui as expansões de consciência cósmica ao hiperespaço multidimensional pela complexa e pouco compreendida clarividência viajora.

7. Experiências de cosmoconsciência: onde a consciência, seja ela extraterrestre ou humana, sair do corpo, em mentalsoma, para fora de seu planeta de origem em direção ao hiper-espaço cósmico.

7. Considerações finais

O ensaio procurou situar a experiência extraterrestriológica no campo da realidade, mesmo que esta não seja considerada normal ou pertencente à sanidade mental humana, ou ainda pertencente ao campo da psicose/esquizofrenia. Assim, estabeleci um debate ontológico acerca do normal, real e para-normal, relativisando os conceitos e expandindo as possibilidades experimentais ad infinitum.

No sentido de prestar a assistência à pessoas que passam por experiências extraterrestriológicas e ficam perturbadas diante da alteração súbita da estrutura geral da personalidade, terá a Extraterrestriologia sua função.

No sentido de investigar de forma ampla e multidimensional, a partir do paradigma elástico e aberto da conscienciologia e projeciologia, terá a Extraterrestriologia um campo de fato, ad infinitum, a investigar, estando o tempo todo, lado a lado, com a impossibilidade de investigar, a Transciência.

No sentido de ajudar os ajudadores daqueles que passam por experiências extraterrestriológicas, tem a taxonomia o objetivo de servir como mapa dinâmico e temporário da zona experiencial extraterrestriológica, e facilitar a assistência, a orientação e o aconselhamento ao paciente perturbado com as experiências. Em determinados casos, facilitar a psicoterapia prestada por profissional qualificado: médico, psicólogo, parapsicólogo ou psicoterapeuta.

No sentido de contribuição para uma Transciência, tem a Extraterrestriologia sua função básica de motivar a todos a sairmos de nossos corpos em direção ao hiperespaço cósmico, extraterrestre, de forma lúcida, em psicossoma ou pelo mentalsoma, até a cosmoconsciência ou a experiência do autoconhecimento puro.

O tema é potentemente profundo e deixo este ensaio sem considerações finais definitivas, pois estas não existem, por enquanto. O espaço está aberto.

(o artigo não foi revisado, portanto, pode ter erros de gramática ou concordância, ou ainda, pode ter alguma incongruência de informação a ser progressivamente corrigida. Aguardo sua colaboração para o aperfeiçoamento deste texto-esboço).

6.1.12

Superando Traumas de Abuso com o Auto-Respeito e Amor-Próprio

O Orgulho
Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


O orgulho é a atitude de prepotência e desprezo perante o outro. A definição é simples, porém suas manifestações acarretam danos quase irreparáveis nos relacionamentos. No relacionamento amoroso o assunto merece maior atenção, visto que o orgulho faz o casal fechar-se em si mesmo, delegando o diálogo necessário para as contínuas sincronizações do casal para o baú do egoísmo. Em determinado caso, é um dos parceiros que se fecha, impondo ao outro o local do desprezo e da culpa. A culpa leva quase que inevitavelmente ao sentimento de humilhação. A defesa contra a humilhação é o orgulho. E assim prossegue o círculo vicioso. E este fechamento pode levar a conflitos e a separação conjugal.

A patologia do orgulho acomete a todos nós, imaturos no processo de reconciliação e prevenção de conflitos cármicos nos relacionamentos interpessoais e interconscienciais. A humilhação se deve ao processo do abuso que ocorre nos relacionamentos: o abuso interconsciencial.

O que me motiva a escrever sobre isto é, logicamente, minha experiência de vida e, a de meus pacientes, diante dos relatos agudos de abuso e mais abuso, e no extremo da escala, o abuso sexual. Assim, venho resumir neste espaço a minha abordagem no tratamento dos casos de abuso, tratamentos lentos em geral, e que demandam a prática do auto-respeito honesto que na essência é o aprendizado de amar a si mesmo.

Sobre o abuso interconsciencial: sintoma do desamor (ódio, raiva...)

O abuso interconsciencial é a ação intencional ou não de ultrapassar os limites de si mesmo e dos outros, gerando danos psíquicos e, em determinados casos, físicos. Ou seja, a grande parte dos relacionamentos humanos, sejam conjugais ou não, são atravessados por atos abusivos de desrespeito dos limites intrapsíquicos e interpessoais.

O abuso leva à mágoa e o ressentimento e estes à humilhação. Assim, como disse acima, a defesa contra a humilhação é o orgulho. O orgulho com isso é uma estrutura defensiva da personalidade diante da incapacidade pessoal de lidar com o sentimento de humilhação diante de determinado ato ou atos de abuso interconsciencial. Por outro lado, o orgulho é, em si, um tipo específico de abuso interconsciencial.

O orgulho como contra-abuso: a agressão silenciosa

Nós, quando estamos orgulhosos diante de algo, que pode ser a nós próprios ou mesmo diante de nossos parceiros ou parceiras, estamos abusando de si e/ou do outro. O abuso gerado pelo orgulho se deve ao procedimento de manter o outro no "gelo", "à deriva", "de lado", num ato de prepotência agressivo-silenciosa, dando o recado: "eu estou certo(a), você é o(a) culpado(a), portanto, merece ser punido(a)". Esta crença nutre a atuação do sistema de defesa do orgulho e torna o outro um desprezado levando-o à humilhação. E a humilhação parece ser um dos piores sentimentos a se vivenciar e tentamos evitar de todas as formas. O orgulho é um dos meios usados. E, se não existem ninguém para nos hummilhar e nos punir, surge a figura do "Deus" punidor e humilhador, e do "religioso" para dar a absolvição do pecado. E o ciclo patológico prossegue institucionalmente.

Reconhecendo nosso lado abusador: o auto-abuso como núcleo gerador do orgulho

A grande maioria da humanidade está ainda manifestando o traço do abuso nos relacionamentos consigo e com o outro. Desta forma, o auto-abuso é o núcleo gerador do orgulho. Porquê?

Ao instalarmos o orgulho como defesa da humilhação, acabamos por bloquear nossos centros de sentimento de amor e fraternismo perante o outro. Assim, privamos a nós mesmos de sentir amor e nos entregar aos relacionamentos, necessários para nossa saúde mental e existencial. Isto gera consequencias desagradáveis nos relacionamentos. O orgulho gera um enrijecimento do sistema emocional, tornando-o rígido nas idéias e percepções do outro como "o culpado" e do eu, como "a vítima", tornando o corpo rígido e a musculatura pode comprimir sistemas esqueléticos, tornando-os dolorosos até a doença física. O "orgulhoso" crê ser superior aos outros, quando encobre traços de inferioridade, numa oscilação de distorções cognitivas, onde na essência nem é inferior nem superior.

Interrompendo o ciclo vicioso do auto-abuso e do orgulho

Se conseguirmos nos respeitar mais, dando maior espaço para o respeito aos nossos limites dentro daquilo que nos faz bem e evitando o que nos faz mal, poderemos evitar o abuso vindo das outras pessoas, energias e consciências. Desta forma evitaremos a mágoa e o ressentimento e, por consequencia, a humilhação. Para os fatos danosos de nosso passado, a catarse psíquica e fisiológica, bioenergética, pode funcionar para a dissolução das couraças do caráter, exalando a agressividade contida no campo, corpo, idéias e sentimentos, fazendo a energia retornar a circular mais livremente no corpo. Mas, nada adianta se padrões de crenças distorcidas e o entendimento da dinâmica não for aplicada visando a reciclagem de si mesmo.

Assim, precisamos parar de nos abusar. Isto significa uma vida prática, no dia a dia, de maior respeito perante nós próprios. Ao interrompermos dia a dia, o auto-abuso, poderemos lidar melhor com as tentativas inevitáveis dos abusos cometidos pelos outros, com uma atitude mais lúcida e fraterna, e menos orgulhosa e retaliadora. O orgulho é uma fachada de não honestidade

Metabolizando o abuso pelo auto-respeito

O orgulho é uma fachada de não-honestidade de nós mesmos diante de nós mesmos, para depois, ser diante dos outros. Se formos honestos, precisamos migrar para dentro de nós, visando metabolizar os sentimentos de abuso cometidos contra nós, nossos núcleos de humilhação, para gradualmente, irmos lidando melhor com os relacionamentos. Este metabolismo do abuso tem como sintoma a reconciliação consigo e com o(a) abusador(a). Este processo foi chamado de "perdão", e não quero aqui situar o perdão dentro do contexto consolador da religião, mas antes disso, o perdão como uma resultado de atos honestos por parte de nós, visando o restabelecimento da saúde mental, emocional e existencial.

O auto-respeito é a prevenção definitiva do auto-abuso e, por consequencia, dos atos abusivos dos outros.

Finalizo este pequeno artigo com a máxima de Confúcio:

"Aquele que ama a benevolência não pode ser derrotado, porque ele não permite que a não benevolência contamine a sua pessoa".










4.1.12

Onde a Ciência Termina?

Cosmoconsciência
Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


Onde a ciência termina?

Eis a questão que há décadas vem me ocupando a reflexão. A pergunta foi inspirada na recente obra do ex-padre jesuíta e conscienciólogo Marcelo da Luz: "Onde a religião termina?" (leia aqui na íntegra). Nesta obra o autor procura desmontar o paradigma religioso situando a ciência como uma referência mais adequada para a evolução lúcida da consciência.

Mas meu interesse aqui neste artigo não é atacar a ciência, mas situá-la dentro de seu exato raio de abrangência: a zona cientificável. A ciência é uma boa opção e seu conhecimento é útil para o que precisamos saber para evoluirmos em nosso atual degrau de evolução. Mas e além desta zona científica? A transciência. A translinguística. Aliás, trans-qualquer-coisa-passível-de-ser-conhecida-por-um-ser-humano.

É a área maior do sistema cósmico. É a área onde reside o Sentido. É a área onde escapa, onde não alcança a ciência, por mais que se esforçe. É o que faz um fenômeno parapsíquico não ser passível de controle num laboratório. É o que controla o aleatório, a sincronicidade dos fenômenos e a congruência de sistemas e sistemas cósmicos, galácticos, orquestrados multidimensionalmente. É o que foge do controle. Por mais que construa os equimanentos mais modernos e eficientes, ainda assim, luta em vão a procura de um Nada inacessível ao nível evolutivo e cognitivo humano. A ciência vai até onde vai a cognição possível humana. Este é o limite da ciência e também o limite da religião. Ambas vão até onde é possível ao humano. Onde termina a ciência? Na fantasia de que as explicações científicas esclarecem as experiências/fenômenos. Para cada explicação, uma dúvida ou um conjunto de dúvidas. Para cada verdade, um conjunto de perguntas e reinicia o ciclo do não-saber em direção ao saber. Mas será que sabemos? Ou conhecemos?

Além da ciência: a epistemologia

Assim, a ciência termina na sua própria epistemologia. De acordo com Houaiss:

"Reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duaels polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento;

2. estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência".

Assim podemos distinguir ciência de conhecimento. A ciência, sendo essencialmente o que é seu método de investigação, visa conhecer objetos, sejam eles quais forem. E apresenta-nos conhecimento sobre o objeto. E, na medida em que o sujeito visa conhecer a si mesmo, tornando-se objeto de si mesmo, eis que encontramos os limites da ciência. Porque?

Porque epistemologicamente como o sujeito pode ser ao mesmo tempo sujeito e objeto? O que é que estamos conhecendo quando investigamos cientificamente a nós próprios? Se identificamos como objeto algo que estamos pesquisando sobre a nós próprios, seria então a nós próprios, pelo simples fato de ser nosso objeto? Pela teoria dos objetos (Reale), temos além dos objetos do mundo físico, os objetos psíquicos: as idéias, os sentimentos, a energia consciencial, o campo de energia. Mais fisicamente, temos o corpo como objeto de investigação, até seus confins do DNA e estruturas neurológicas e neuroquímicas do cérebro.

Este estudo pode se expandir para o "invisível": o cordão de prata, os corpos das consciências extrafísicas e a personalidade das consciências extrafísicas e assim por diante. Podemos investigar como nos sentimos fora do corpo, como é estar fora dos restritos limites do cérebro, a manifestação multidimensional, a sensação de volitação e assim por diante. Podemos encontrar amparadores evoluídos, lúcidos e hiperlúcidos transitando pelo cosmo afora. E as possibilidades do conhecimento são infinitas, mas a ciência é finita, ela tem limite assim como a religião.

A Transciência.

A transciência é o campo do conhecimento da consciência pertencente à metacognição ou aos processos mais avançados dos atributos intrínsecos da consciência, o mentalsoma e a consciência em si mesma. A experiência que mostra onde a ciência termina, chama-se projeção de mentalsoma e cosmoconsciência. Ali é a fronteira e a zona transcientífica.

A consciência é uma realidade íntima, quem realmente somos, a inteligência lúcida operante. Esta consciência, eu e você, não somos o corpo, a energia, as emoções, as idéias, a aura, o cérebro e qualquer coisa que podemos tomar como objeto da nossa atenção. Não é possível fazermos ciência da consciência tal como estamos habituados a fazer. Para fazermos ciência da consciência, precisamos ultrapassar os limites da ciência e adentrar na experiência em que eu e você, como consciências, sentimos a presença somente da consciência que somos, sem qualquer corpo, energia ou apêndice visível: consciência sem corpo, livre, puro centro de inteligência operante. Mais que isso não existe como comunicar como a clareza científica exige, porque tal experiência é translingüística: ela pertence ao campo da Transciência.

E nada disso tem a ver com religião, com Deus, com qualquer coisa humanamente criada, porque o conhecimento acessado em tal espectro de realidade cosmo-multidimensional transcende qualquer sistematização criada por uma cognição humana. Eis o limite básico da religião: a de que livros sagrados são a pura e honesta expressão do campo do Infinito Cósmico e a de que humanos aqui, em carne e osso, são os representantes diretos da Unidade Absoluta (Deus). E o limite básico da ciência também é partir da hipótese de que pode desvendar o que a religião tentou desvendar. A ciência tenta investigar quantos anos tem o Cosmos, como originou-se, sem se dar conta que tal campo pertence à Transciência e não está disponível à cognição ordinária humana.

Sobre a cognição extra-ordinária ou transcognição e a cosmoconsciência.

A cosmoconsciência demarca o limite e o fim da ciência e o começo da transciência. A transciência é um novo tipo de conhecimento, resultante de uma outra cognição: a metacognição ou a cognição extra-ordinária (para-ordinária). A cosmoconsciência é a experiência de percepção pura de nós mesmos enquanto consciências, vivas, sem qualquer corpo, ocupando um local no espaço de uma forma também não compreensível para nosso nível evolutivo.

Podemos com isso compreender que a epistemologia é cognitivamente mais avançada que a ciência. O exaurimento epistemológico vem sendo usado por mim como técnica de projeção do mentalsoma, levando minhas reflexões até o limite possível e suportável por meu cérebro. O êxito de tal aplicação se deu poucas vezes, conforme relatos já descritos noutros artigos.

Técnica do exaurimento epistemológico

Esta técnica consiste em reflexões contínuas e progressivas em complexidade e aprofundamento, visando realizar perguntas cada vez mais profundas para si mesmo e procurando achar respostas dentro daquilo que sabemos em direção ao campo que não sabemos. Visa levar a mente encarcerada pelo cérebro ao limite cognitivo, tal como tento levar o leitor com todas estas reflexões. Desta forma, alcançamos um exaurimento epistemológico, onde não existe mais possibilidade, chegamos em limites instransponíveis pela cognição. Forçamos a mente a arrebentar a barreira cognitiva que nos impede de saber de fato: o cosmo-conhecimento. Este movimento de arrebentar a barreira é experimenciada como espécie de "cãimbra mental", levamos o cérebro a um pico de atividade máxima, tal como um maratonista leva seu corpo em seus treinamentos.

Esta técnica visa desconstruir as resistências mentais-cerebrais, as neuro-psico-couraças, preparando a estrutura cerebral para soltar a consciência em direção a uma projeção de mentalsoma e à cosmoconsciência. O exaumento epistemológico visa a formulação honesta de todas as dúvidas que suscitam questionamentos em todos os dogmas, limites e padrões do conhecimento científico e religioso. Cada formulação visa uma pequena expansão da consciência, pequenos saltos. Por exemplo, partimos de um conhecimento cientificamente aceito como postulado de verdade: os sonhos existem e foram provados cientificamente. Cada item representa um salto de exaurimento epistemológico, onde tentarei demonstrar neste exemplo, o processo de transcendermos com perguntas "verdades" hipoteticamente válidas até a expansão máxima que podemos chegar visando preparar o cérebro-mente para as projeções do mentalsoma. Ao final, termino com uma pergunta intencionalmente, para não fecharmos em qualquer conclusão e sim, abrirmos as portas da mente ao movimento holotrópico (em direção ao Todo), o campo livre de concepções, conceitos prontos e verdades. Todas as perguntas estão além do território da ciência humanamente possível, pertencendo a transciência. Partirei da hipótese de que o acesso a tal conhecimento só é possível fora de qualquer corpo, quando a consciência está sozinha, em projeção mental ou de consciência pura.

Postulado: os sonhos existem e foram provados cientificamente.

Exemplo de questão inicial:

1. Como sabemos que os sonhos existem se os métodos científicos não conseguem expor as imagens pictóricas que repousam dentro de minha mente? Então, o que é provado são dados fisiológicos de processos psíquicos mais profundos?


Exemplos de perguntas que podem ser formuladas visando a expansão holotrópica pelo exaurimento epistemológico:

2. Se os sonhos são processos psíquicos profundos o que geram os sonhos? É a mente? O que é a mente? Onde se situa?

3. Enquanto ouço a voz supostamente dentro de mim mesmo, localizo a mim mesmo como consciência? O que é a consciência, de fato? Sou eu? E onde estou quando estou In-consciente? Existe In-consciência absoluta?

4. Você pode tentar: pare, respire, feche os olhos, repita seu nome em silêncio mental para você mesmo escutar. Repita lenta e várias vezes, preste bem atenção na voz interna. De onde vem a voz? Onde se situa este local íntimo? É no cérebro? Poderia o cérebro ter vóz própria?

5. Este local é outra dimensão? Existem outras dimensões? O universo possui múltiplas, infinitas dimensões?

6. O que é o Infinito? Qual o limite de Tudo? Até onde vai a evolução? Qual o sentido de evoluirmos?

7. Mesmo que saibamos que existimos em vidas anteriores e mesmo que saibamos que iremos sobreviver, ou que existe extraterrestres, espíritos, enfim: para que sobreviver e quando de fato nascemos, surgimos? Para que existe a consciência?

8. O nosso surgimento como consciências coincide com a gênese cósmica? O que existiu antes do Big Bang?

9. Qual o Sentido de tudo Existir? Para que evoluir? Onde iremos chegar com a Evolução e com a autotransformação?

10. Porque e como o Infinito transcende a si mesmo?

11. O que é o Espaço? O que é o tempo?

12. O que é o agora? Se o agora segue o tempo no presente em movimento? Como podemos estar no futuro, agora? Como podemos estar no passado, agora? A consciência é a-temporal? Ou a consciência é o tempo? O tempo é feito de consciência? O Cosmos é consciência e intenção?

13. O que é a Vida?

1.1.12

Um Feliz 2012 e um Sincero Agradecimento a Todos!

Por Dr. Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


Amigo(a) leitor(a):

Em outubro de 2010 agradeci aos 4.000 acessos nesta revista. em 05 de maio de 2011, já tínhamos 15.000 acessos em mais de 55 países. E hoje dia 01 de janeiro de 2012, agradeço aos quase 30.000 acessos nos 66 países (clique aqui) espalhados pelo planeta, do Brasil, aos EUA, China, África e assim por diante.

É importante esclarecer que este espaço muda conforme eu mudo, conforme eu mesmo me atualizo. Este espaço é uma parte de mim, um braço mentalsomático ou uma extensão direta de meu cérebro-paracérebro-psicossoma. O leitor e leitora poderá acompanhar uma certa biografia viva de minha vida a partir da primeira publicação desta revista, em ordem cronológica, artigo por artigo, até hoje, a partir dos experimentos avançados e transcendentes aqui publicados.

Admito ao leitor e leitora que tive de reunir coragem para encarar a tarefa de dar a publicidade a todos estes experimentos, dentro de uma ótica séria e científica, expondo-me no osso, despreocupado com o julgamento alheio e preocupado com a assistência policármica.

E é diante deste aprendizado sem limites que venho oferecer meu sincero agradecimento pela oportunidade que este século que oferece para falar abertamente em todos estes campos avançados com máxima liberdade de expressão, num nível realmente agudo. Esta revista é, antes de tudo, uma retratação pública, uma reciclagem visceral íntima e uma abertura permanente de, como diz Waldo Vieira, do aumento do saldo da conta corrente policármica.

Os recursos disponibilizados neste século são avançados para a assistência planetária e, diante disso, sou muito grato à Google, por disponibilizar o megabuscador e a blogspot gratuitamente assim como a avançada ferramenta de tradução multilingüe. Aos designers que criaram o layout da Revista e disponibilizaram gratuitamente na internet para  seu uso, livre de qualquer licença. A flag counter, e todos os outros recursos ali acoplados, todos gratuitos, fazem desta Revista um trabalho de equipe, formado por profissionais anônimos dispersos pelo planeta afora. E outros aqui utilizados, meu sincero agradecimento.

Em 2010, a Biblioteca Digital de Artigos Científicos, associada a esta revista, alcançou o volume de quase 3.000 downloads gratuitos de artigos e, embora ainda não tenha sido realizado o balanço de 2011, esperamos ter ultrapassado os mais de 5.000 downloads.

Em 2011, um movimento foi iniciado de divulgar a revista a todos os países da lingua portuguesa, onde conseguimos alcançar, além de Portugal: Angola, Moçambique e Cabo Verde, levando estes assuntos e experiências avançados aos nossos coterrâneos.

Assim, só temos motivo para agradecer e comemorar e que 2012 seja muito melhor que 2011, como continuidade natural de nossos esforços e dedicação à evolução lúcida humana.


Com as minhas melhores e fraternas energias,

F. Salvino.