FS.
As enumerações ou considerações abaixo são uma tentativa ou um esboço, rascunho, sobre a natureza da consciência (si mesmo). Em sua natureza abstrata é para mim o campo mais difícil de investigação e por isso mesmo e por considerar que tenho condições de penetrar a fundo nesta área é que apresento aqui este rabisco sobre o que compreendo como sendo a natureza da consciência (o si mesmo).
As considerações são ou eram para ser uma sequencia lógica ou progressiva de aprofundamento e de entendimento até que alcancemos o último ponto. A sua leitura atenta e focada aberta para a compreensão do que aqui exposto é por si mesmo, uma prática de Yôga.
Enumerações.
1. A consciência é o campo ou realidade imaterial, não-física e nem mesmo extrafísica, não-local, inexistente do ponto de vista objetal e observacional e real do ponto de vista perceptivo.
2. Consciência é detectada por seus efeitos (inferência). Porém a consciência não é o efeito que gera. Consciência é causa. Consciência é princípio inteligente, é justamente a realidade imutável do cosmos.
3. Em oposição complementar e inerente à própria consciência, temos a não-consciência, a não-inteligência, o objeto. O objeto é o que não é consciência. O objeto é o que são os efeitos da causa, a consciência.
4. Consciência é justamente o que não-é. Não-ser é o que não é localizável objetivamente. Tudo que é localizável num contexto energia-espaço-tempo-dimensão é ser. Porém o que é não é a consciência.
5. Consciência é a causa não-localizável do localizável. É o fundamento do energia-espaço-tempo-dimensão, é o fundamento da existência. Consciência é não-existência. E por ser não-existência não nasce e nem morre. O que nasce e morre são os efeitos da consciência, a sua parte existente.
6. E é aqui que começa a confusão de nossas vidas e a causa de tanta perturbação. Ao confundir o ser com o não-ser, causamos um tanto de sofrimento em nossas vidas e nas vidas dos outros, vida após vida e ficamos aprisionados neste vaivém de Yin e Yang.
7. Eu, realmente, não existo.
8. O eu que considero existente não é o Eu.
9. O que existe não é o Eu e sim os efeitos do Eu (Eu falso).
10. Ao confundir o Eu com seus efeitos, considerar que um é o outro, sofremos. O sofrimento é decorrente da tentativa de manter eterno o que tem por natureza perecer e de considerar eterno aquilo que por natureza perece.
11. O Eu real não existindo, nunca nasceu e nunca morreu, nunca nascerá e nunca morrerá. Daí sua natureza eterna e infinita, imaterial, além da energia-espaço-tempo-dimensão.
12. O Eu real não existe no tempo e no espaço.
13. O Eu real não existe e portanto é eterno e infinito, estando além do tempo e do espaço.
14. O que nasce e morre é o falso Eu, ou os efeitos do Eu real.
15. O medo do Nada surge da confusão entre a natureza do Eu real e do Eu falso.
16. A existência do Eu real está na sua natureza de não-existência.
17. Assim, toda a existência é falsa, tudo o que é localizável e portanto existente é falso.
18. O que existe é o efeito do que não existe, a sua causa inteligente.
19. Os efeitos do que não existe podem ser detectados, porém o que não existe não pode ser localizado.
20. A consciência (Eu real) não é e justamente por não-ser gera efeitos, cujos efeitos, a existência, pode ser detectada, porém geralmente é confundida com o não-ser.
21. Dirigir-se ao Eu real significa deixar de estar aderido a tudo o que é irreal.
22. Conservar a existência do Eu falso leva ao sofrimento e o mantém.
23. A natureza do Eu falso é nascer e morrer. Enquanto que a natureza do Eu real é não nascer e não morrer.
24. Realidade e existência não coexistem. Mas ao mesmo tempo são uma unidade indivisível.
25. Realidade é não-existência. E existência é irrealidade.
26. Dirigir-se à não-existência partindo da existência é o método da meditação.
27. A existência se move dualmente. Ora Yin, Ora Yang. Ora Yin se converte em Yang, ora Yang mostra a semente de Yin em processo de surgimento. Yin e Yang oscilam, movem-se e convertem-se mutuamente expressando a natureza da Existência. A Existência em sua totalidade é Tai Ji.
28. Porém, o fundamento de Yin e Yang, e o que está além das dualidades do grande Tai Ji, é a não-existência, Wu Ji.
29. A não-existência fundamenta a existência. O que existe é a forma do que não-existe.
30. O real não pode ser visto. O irreal pode ser visto. Da confusão da visão vem o sofrimento.
31. Da correção do discernimento entre o real e irreal surge o samadhi.
32. Da persistência no samadhi vem o kaivalya.
33. O caminho do samadhi é repleto de fenômenos e acompanham as percepções mais incomuns da realidade e da irrealidade.
34. O irreal muda incessantemente. O real não muda.
35. A mutação é a lei da irrealidade. A não-mutação é a lei da realidade.
36. Compreender a mutação revela a não-mutação.
37. O real é sempre como um círculo oco. O irreal uma oscilação dual Yin e Yang.
38. Harmonizar o dual com amor e discernimento (ahimsa) produz sabedoria.
39. Sabedoria é compreender continuamente a natureza do real.
40. Da luta dos opostos duais produz-se sofrimento.
41. Da não-luta dos opostos produz-se harmonia e transcendência de Yin e Yang.
42. Amor, bondade, sabedoria e discernimento são as bases do mundo manifesto.
43. Pois que sendo a existência impecavelmente perfeita em seu movimento impermanente infinito, evidencia a não-existência inteligente oculta e não localizável por trás do existente.
44. E a impecabilidade e belezas infinitas do mundo manifesto revela a benevolência infinita da natureza última da consciência.
45. Daí situar que a natureza última da consciência é a não-existência total, eterna e infinita.
46. O eu real assim é o tudo real não-existente.
47. Do samadhi vem a compreensão de que eu real é eu holocósmico, unindo tanto a não-existência como a existência, na dança incompreensível entre os mundos.
48. Do mistério da dança infinita advém a maravilha da contemplação sem objeto, do riso sem motivo e da felicidade sem causa.
49. A felicidade sem causa é o samadhi assentado na natureza última da consciência.
50. A natureza última da consciência é a permanente vida na não-existência eterna e infinita.
51. A liberação ou a separação definitiva da existência da não-existência revela o Yôga definitivo.
52. O Yôga da existência é o Yôga da dualidade, é a luta para a dissolução da luta interna. É Tai Chi.
53. A não-luta é a correta visão da realidade. Ver a realidade e sustentar a visão só é possível no samadhi.
As enumerações ou considerações abaixo são uma tentativa ou um esboço, rascunho, sobre a natureza da consciência (si mesmo). Em sua natureza abstrata é para mim o campo mais difícil de investigação e por isso mesmo e por considerar que tenho condições de penetrar a fundo nesta área é que apresento aqui este rabisco sobre o que compreendo como sendo a natureza da consciência (o si mesmo).
As considerações são ou eram para ser uma sequencia lógica ou progressiva de aprofundamento e de entendimento até que alcancemos o último ponto. A sua leitura atenta e focada aberta para a compreensão do que aqui exposto é por si mesmo, uma prática de Yôga.
Enumerações.
1. A consciência é o campo ou realidade imaterial, não-física e nem mesmo extrafísica, não-local, inexistente do ponto de vista objetal e observacional e real do ponto de vista perceptivo.
2. Consciência é detectada por seus efeitos (inferência). Porém a consciência não é o efeito que gera. Consciência é causa. Consciência é princípio inteligente, é justamente a realidade imutável do cosmos.
3. Em oposição complementar e inerente à própria consciência, temos a não-consciência, a não-inteligência, o objeto. O objeto é o que não é consciência. O objeto é o que são os efeitos da causa, a consciência.
4. Consciência é justamente o que não-é. Não-ser é o que não é localizável objetivamente. Tudo que é localizável num contexto energia-espaço-tempo-dimensão é ser. Porém o que é não é a consciência.
5. Consciência é a causa não-localizável do localizável. É o fundamento do energia-espaço-tempo-dimensão, é o fundamento da existência. Consciência é não-existência. E por ser não-existência não nasce e nem morre. O que nasce e morre são os efeitos da consciência, a sua parte existente.
6. E é aqui que começa a confusão de nossas vidas e a causa de tanta perturbação. Ao confundir o ser com o não-ser, causamos um tanto de sofrimento em nossas vidas e nas vidas dos outros, vida após vida e ficamos aprisionados neste vaivém de Yin e Yang.
7. Eu, realmente, não existo.
8. O eu que considero existente não é o Eu.
9. O que existe não é o Eu e sim os efeitos do Eu (Eu falso).
10. Ao confundir o Eu com seus efeitos, considerar que um é o outro, sofremos. O sofrimento é decorrente da tentativa de manter eterno o que tem por natureza perecer e de considerar eterno aquilo que por natureza perece.
11. O Eu real não existindo, nunca nasceu e nunca morreu, nunca nascerá e nunca morrerá. Daí sua natureza eterna e infinita, imaterial, além da energia-espaço-tempo-dimensão.
12. O Eu real não existe no tempo e no espaço.
13. O Eu real não existe e portanto é eterno e infinito, estando além do tempo e do espaço.
14. O que nasce e morre é o falso Eu, ou os efeitos do Eu real.
15. O medo do Nada surge da confusão entre a natureza do Eu real e do Eu falso.
16. A existência do Eu real está na sua natureza de não-existência.
17. Assim, toda a existência é falsa, tudo o que é localizável e portanto existente é falso.
18. O que existe é o efeito do que não existe, a sua causa inteligente.
19. Os efeitos do que não existe podem ser detectados, porém o que não existe não pode ser localizado.
20. A consciência (Eu real) não é e justamente por não-ser gera efeitos, cujos efeitos, a existência, pode ser detectada, porém geralmente é confundida com o não-ser.
21. Dirigir-se ao Eu real significa deixar de estar aderido a tudo o que é irreal.
22. Conservar a existência do Eu falso leva ao sofrimento e o mantém.
23. A natureza do Eu falso é nascer e morrer. Enquanto que a natureza do Eu real é não nascer e não morrer.
24. Realidade e existência não coexistem. Mas ao mesmo tempo são uma unidade indivisível.
25. Realidade é não-existência. E existência é irrealidade.
26. Dirigir-se à não-existência partindo da existência é o método da meditação.
27. A existência se move dualmente. Ora Yin, Ora Yang. Ora Yin se converte em Yang, ora Yang mostra a semente de Yin em processo de surgimento. Yin e Yang oscilam, movem-se e convertem-se mutuamente expressando a natureza da Existência. A Existência em sua totalidade é Tai Ji.
28. Porém, o fundamento de Yin e Yang, e o que está além das dualidades do grande Tai Ji, é a não-existência, Wu Ji.
29. A não-existência fundamenta a existência. O que existe é a forma do que não-existe.
30. O real não pode ser visto. O irreal pode ser visto. Da confusão da visão vem o sofrimento.
31. Da correção do discernimento entre o real e irreal surge o samadhi.
32. Da persistência no samadhi vem o kaivalya.
33. O caminho do samadhi é repleto de fenômenos e acompanham as percepções mais incomuns da realidade e da irrealidade.
34. O irreal muda incessantemente. O real não muda.
35. A mutação é a lei da irrealidade. A não-mutação é a lei da realidade.
36. Compreender a mutação revela a não-mutação.
37. O real é sempre como um círculo oco. O irreal uma oscilação dual Yin e Yang.
38. Harmonizar o dual com amor e discernimento (ahimsa) produz sabedoria.
39. Sabedoria é compreender continuamente a natureza do real.
40. Da luta dos opostos duais produz-se sofrimento.
41. Da não-luta dos opostos produz-se harmonia e transcendência de Yin e Yang.
42. Amor, bondade, sabedoria e discernimento são as bases do mundo manifesto.
43. Pois que sendo a existência impecavelmente perfeita em seu movimento impermanente infinito, evidencia a não-existência inteligente oculta e não localizável por trás do existente.
44. E a impecabilidade e belezas infinitas do mundo manifesto revela a benevolência infinita da natureza última da consciência.
45. Daí situar que a natureza última da consciência é a não-existência total, eterna e infinita.
46. O eu real assim é o tudo real não-existente.
47. Do samadhi vem a compreensão de que eu real é eu holocósmico, unindo tanto a não-existência como a existência, na dança incompreensível entre os mundos.
48. Do mistério da dança infinita advém a maravilha da contemplação sem objeto, do riso sem motivo e da felicidade sem causa.
49. A felicidade sem causa é o samadhi assentado na natureza última da consciência.
50. A natureza última da consciência é a permanente vida na não-existência eterna e infinita.
51. A liberação ou a separação definitiva da existência da não-existência revela o Yôga definitivo.
52. O Yôga da existência é o Yôga da dualidade, é a luta para a dissolução da luta interna. É Tai Chi.
53. A não-luta é a correta visão da realidade. Ver a realidade e sustentar a visão só é possível no samadhi.