Representação gráfica de minha experiência na infância Fenôemeno da decolagem lúcida para fora do corpo |
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo/Projeciólogo
Embora não me lembre da data exata, creio ter sido quando tinha entre os 6 e 9 anos de idade. Hoje com 35 anos, beirava o ano de 1984 a 1987 aproximadamente. Não importa tanto. Eu estudava no Colégio Menino Jesus, em Florianópolis/SC. Estava brincando como de costume com meus amigos no patio da escola. Cançado, fui ao banheiro e tomei água da torneira. Naquele exato momento, senti que a água estava estranha. Não sabia dizer o porquê. Poucos dias após, estava eu com Hepatite a a água estava contaminada. Os sintomas eram os comuns e o que mais se manifestava era a febre alta. Em dado momento, deitado na cama de minha mãe e aos cuidados dela, minha febre deu um pico de elevação que beirava os 39, 40°. Começei a entrar em transe. Minha língua parecia que enrolava, minha fala estava mole. Meu corpo rodava, rodopiava girando ao redor de mim mesmo. Em movimento helicoidal, começei a ter várias saídas abruptas para fora do corpo chegando a rodopiar rente ao teto do quarto, já fora do corpo, flutuando no espaço, inteiramente lúcido. A experiência não durara mais de 10min. Entretando, saí do corpo pelo menos umas 5 vezes seguidas. Ao retornar ao corpo, algumas vezes, podia ver a presença de consciências extrafísicas doentes dentro do quarto, o que me levou a múltiplos picos extremos de pânico, contínuos, até que a experiência cessara, a partir da administração farmacológica de dipirona sódica. A partir daí, fui levado a neurologia no Hospital de Caridade em Florianópolis, onde fui submetido a exame de eletroencefalograma, o que diagnosticava a normalidade do funcionamento cerebral. Em seguida, a explicação médica foi de diagnóstico de delírio de febre.
Apesar de eu discordar dos médicos desde esta idade e debater ferrozmente com meus pais a respeito da sensação de que teria saído para fora do corpo e visto "espíritos" no quarto, somente anos após, ouvi outro diagnóstico, proferido também por um médico, porém, incorporando mediunicamente uma consciência extrafísica que se intitulava "vô serafim". A consciência afirmara a mim que era para que eu ficasse calmo e que teria acontecido tudo aquilo porque eu era "macumbeiro". Não compreendi de fato o que ele estaria dizendo, mas foi a primeira explicação mais coerente para o fato. A personalidade parecia estar segura daquilo que afirmava. Assim, inicia minha peregrinação na investigação do fenômeno. Ainda nos centros de umbanda branca (como chamamos a umbanda kardecista, fraterna), uma médium que manifestava uma consciência extrafísica chamada "vó maria", começara a me instruir a sair do corpo. Nesta época, tinha eu 16 anos de idade e não conseguia me concentrar nos estudos, devido a saída espontânea e flutuação para cima de minha cabeça, fora do corpo. Somente mais tarde, lembrei que as primeiras experiências conscientes e semi-conscientes para fora do corpo se deram antes de meu trauma da hepatite. A familiaridade com o fenômeno já era vivenciado desde pequenino.
Aproximadamente em 1995, começei a acessar a literatura de Carlos Castaneda e a estudar os fenômenos de projeção para fora do corpo. A sistematização deste conhecimento me soou muito bom. Neste momento já tinha abandonado a umbanda, devido a carência de pesquisas e maiores aprofundamentos, assim como o charlatanismo de alguns médiuns. Aos 16 anos passei por uma experiência impactante: estava deitado numa rede, quando me dei conta, estava fora do corpo, lúcido, somente com o tronco e a cabeça para fora, e uma criança extrafísica olhava-me fixamente. Fiquei assustado e ao retornar ao corpo, passei pela experiência mais estranha até então passada. Meu corpo estava completamente paralisado. Entrei em pânico. Minhas mãos paralisadas, pés, pernas, tudo. Somente a voz da minha mente estava operante. Pensava que poderia estar tetraplégico, morto ou sei lá o que. Fiz uma força de vontade descomunal, quando em dado momento, grudei no corpo, e voltei para dentro de suas atitividades fisiológicas e psicomotoras.
O fenômeno não parava de ocorrer. Ao comentar com meus amigos, ninguem sabia o que eu falava. Começou a formar em mim uma segunda realidade, uma segunda personalidade. Ainda neste ano, percorria os sebos da cidade em procura de livros do assunto. Encontrei um chamado "Projeção do Corpo Astral" e ali encontrei o que precisava. Muldoon um projetor consciente, já havia catalogado o fenômeno que chamou de "catalepsia astral" (modernamente chamado de "catalepsia projetiva"), que é a paralização pelo mal encaixe dos corpos na coincidência e retorno ao corpo. Meus estudos se aprofundaram. Começei a induzir tecnicamente e pela vontade própria as experiências. Em 1997 encontrei o IIPC - Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia e meu envolvimento foi total com a pesquisa.
Neste caminho, centenas de experiências projetivas foram vivenciadas por mim, lucidamente, desde a infância até os dias de hoje. E a conclusão que tiro é simples. Houve um erro médico grave no diagnóstico da sintomática que havia relatado e vivenciado na infância, no momento da febre alta. Tal diagnóstico levou-me a passar por experiências angustiantes, indevidamente, devido a precariedade da medicina no trato das experiências paranormais, parapsíquicas, vividas pelas pessoas, milhares, ao redor do mundo.
Hoje aos 35 anos de idade, ajudo pessoas profissionalmente (consultório) e voluntariamente (Hospital Universitário) a lidar melhor com as experiências críticas da vida, paranormais ou não, assim como o impacto existencial, emocional e mental da inaceitação social e médica de tais fenômenos. Apesar da mudança evidente nos paradigmas, ainda somos uma minoria que acessa tal realidade cósmica e ainda seremos por muito tempo pouco compreendidos em nossos relatos e experiências. Mas precisamos saber que hoje existem centros dedicados ao ensino, pesquisa e bastante literatura capaz de fornecer suporte informacional. A psicoterapia profunda, integral, é extremamente necessária para prestar o devido amparo ao paciente paranormal assim como o estudo sistemático de algumas obras orientadas. Por outro lado, não é qualquer profissional que poderá ajudar uma pessoa que passa por experiências parapsíquicas, seja elas quais forem.
Eu percorri o caminho de forma autoditada, mas hoje você não precisa mais passar o que os sensitivos de antigamente passavam. Hoje existem os centros de orientação e aconselhamento psi, em alguns centros de parapsicologia. Existem profissionais treinados para tal, como eu fui. Acredito que alguns centros de umbanda prestam um serviço essencial ainda nesta área, servindo como um primeiro passo para outros mais profundos, em outras áreas da ciência e terapia avançada. Da mesma forma, centros espíritas esclarecem bastante pessoas acerca da fenomenologia.
Estamos adentrando numa era onde o paranormal tornou-se normal. Senão vejamos os programas seriados de TV, muitos deles falando abertamente sobre psicocinesia, mediunismo, ufologia, etc. Os paradigmas médicos e psicológicos estão se rompendo. A medicina tornou-se obsoleta e hoje restrita ao cérebro. O modelo centrado no cérebro já está falido. A consciência sai de dentro do cérebro e deixa-o "oco", sem qualquer inteligência operante, e utiliza-se de outro corpo para se manifestar. A consciência pode inclusive sair deste segundo corpo (psicossoma) e usar de um terceiro, o corpo mental ou mentalsoma, alcançando o ápice das experiências nirvânicas de cosmoconsciência e expansão galáctica. Tais experiências dilaceram os paradigmas sejam lá quais forem, centrados no corpo, na física e na matéria. Aqui adentramos na emergência dos paradigmas centrados na consciência.
E fico muito feliz, internamente feliz, por ter confiado em mim mesmo quando, na infância, ninguem acreditava naquilo que relatava. Sou profundamente grato a todos os cientistas e pessoas que tiveram a coragem de mostrar ao mundo a realidade das experiências transcendentes para fora do corpo, experiências estas que são potentes agentes transformadores da consciência, cosmificando o ego e diluindo antigos conceitos, a partir da experiência direta.
A pessoa deixa de acreditar em vida após a morte e passa a saber, pela experiênncia direta, que o eu sobrevive. E esta experiência acarreta profundo impacto em toda vida e percepção da pessoa.
Aos meus colegas médicos, neurologistas, psiquiatras, convido-os a abrirem a possibilidade da existência de uma realidade que transcende os neurônios e a experiência ordinária humana, livre de qualquer conotação psicopatológica e, sim, parafenomenológica.