11.11.09

Paranormalidade na Infância: o que pais e educadores precisam saber

Por Fernando Salvino (MSc.) - Parapsicólogo

A idéia de escrever acerca deste tema me remete a minha propria história pessoal. A pessoa que me motivou a escrever taís idéias foi uma coordenadora pedagógica de uma escola em Florianópolis, que por razões éticas não posso dar publicidade a seu nome. Chamo ela aqui de Neuza.

Num belo dia conversando com ela falei acerca de minha história pessoal e quanto as causas reais de minhas dificuldades na infância relacionadas a dislexia e hiperatividade. Ao comentar sobre minha história Neuza me comenta sobre um neto que relataria os amigos invisíveis, o que para ele seriam pessoas reais e não delírios alucinatórios ou mesmo as famosas fantasias infantis. Tal relato me deu o ímpeto de escrever sobre a paranormalidade infantil, assunto denso, polêmico e altamente necessário para a humanidade.

Desde Ian Stevenson, médico dessomado ainda neste século, temos a plena consciência da incidência de fenômenos paranormais na infância. Stevenson foi um dos maiores pesquisadores das rememorações espontâneas de vidas passadas em crianças. São centenas, milhares de crianças pelo mundo que passam por tais experiências paranormais. Outra ordem de experiências adentra no campo das experiências fora do corpo. Neste blog descrevi de forma divertida como fazia para sair do corpo aos 9 anos de idade: imitava o super-herói americano, meu ídolo infantil. Nunca tive um amigo invisível, no entanto, conheço as experiências fora do corpo desde os 9 anos e o mediunismo. Tais experiências eram as reais geradoras da minha dislexia e hiperatividade, visto ter mostrado completo desinteresse aos assuntos de escola, e tendo iniciado uma busca essencialmente espiritual pelos conhecimentos que necessitava. Apesar de estudar num colégio realmente impressionante na sua pedagogia, após tal experiência mostrou-se incapaz de me dar suporte pedagógico. E, após, quando mudei de escola, minha situação piorou. Um mundo secreto foi necessário que criasse, visto que nenhum de meus amiguinhos sabia do que falava. Eu perguntava a eles: antes de tu dormir tu sente teu corpo flutuar? É muito legal! Eles me respondiam: que? tá doido Salvino? Em resumo, nenhum deles sabia do que falava. Somente um amigo, que após anos começamos a falar sobre isto, me relatou também ter estas experiências. Na escola somente a aula de Religião poderia dar algum norte aquelas vivências, mas lamentavalmente tratavam-se de apologia ao catolicismo em oposição as demais religiões reencarnacionistas.

Em sintese, acabei sendo educado em centros de umbanda, centros espíritas e outros centros orientalistas e mesmo os xamanistas. Passei uns bocados nesta pedagogia ultrapassada destes centros. Cultivavam o mediunismo sem qualquer critério rigoroso dentro dos procedimentos científicos no trato com a multidimensionalidade. Mas minha formação cientifica da escola me levou até a Parapsicologia e as demais ciências da consciência, como a Projeciologia e a Metapsíquica. Mas como os pais e os educadores podem lidar com tal realidade, ao se deparar com alunos hiperativos e disléxicos, cujo fundo é a paranormalidade mal trabalhada?

Este é um desafio imenso para os educadores e pais. Eu sou somente mais um dentre milhares de pessoas que passam ou mesmo passaram por processos paranormais na infância.

  • A primeira coisa que os pais e educadores precisam saber, a base de tudo, é olhar para seus filhos e alunos como pessoas altamente complexas e não como doentes. E compreenderem que a base de todo distúrbio ou dificuldade evolutiva humana é da ordem da carência afetiva, sexual e mesmo uma adaptabilidade interdimensional de uma consciência recém chegada nesta dimensão: uma dimensão dominantemente hostil, dependendo do contexto familiar ou grupal onde a pessoa renasceu.
  • A segunda coisa, mais difícil um pouco, é olhar para estas pessoas com olhos clínicos, tentando compreender as razões que estão por detrás do comportamento dos filhos.
  • A terceira coisa é evitar ao máximo o uso de drogas como Ritalina e outras bombas que atingem o sistema nervoso central e destroem os neurônios e a plasticidade cerebral. Lembramos que as crianças estão com seus cérebros ainda em formação e toda a biologia do novo corpo.
  • A quarta coisa, a mais difícil de todas é: pais e educadores precisam se conhecerem mais. Cansei de ver em escolas, pelas mais de 30 em Santa Catarina e mais de 400 educadores uma carência generalizada de autoconhecimento. Sem autoconhecimento, pais e educadores são incapazes de compreenderem a si mesmos e, por consequencia, seus filhos e alunos.
  • A quinta coisa, é o esclarecimento quanto ao campo da paranormalidade. Pais e educadores precisam incluir em seus estudos interdisciplinares o campo da pesquisa avançada da consciência humana. Precisam ser mais autodidatas, irem atrás de livros e informações de ponta na área. Conversarem com vários profissionais para terem visão de conjunto, evitando com isto, conclusões precipitadas acerca do caso de seus alunos e filhos. Muitos profissionais com vestes de branco ou títulos disto ou daquilo, ainda estão amarrados no modelo médico falido da abordagem centrada na doença, no corpo e nos neurônios. Para eles, a paranormalidade é apenas delírio, alucinação ou alguma falha na estrutura dos neurônios. Farão, como fizeram comigo, exames de eletroencefalograma para averiguarem se o cérebro das crianças estão normais. Nosso desafio aqui é maior: estamos falando de crianças paranormais, e isto inclui uma provável estrutura cerebral diferenciada.
  • A sexta coisa é: dê mais ouvidos a seu filho, a seu aluno. E menos ouvido aos "doutores" de plantão que tentarão, provavelmente, levar esta criança para dentro da Indústria da Doença, maltratando sua alma. Protejam seus filhos e seus alunos contra os abusos cometidos por uma medicina e uma psicologia precária e materialista.
  • A sétima coisa é você, pai e educador, compreender a fundo o porque esta criança está passando por você. O que ela tem a te mostrar da vida. Seja qual for seu relato: experiência fora do corpo, sonhos de vôo, visões, mediunismos, incorporações inconscientes, telepatia, superdotação, certos casos de autismo, hiperssensibilidade, isolamento, fobias, hiperatividade, dislexia, etc... Esta criança manifesta antes de tudo, os anseios mais estranhos do inconsciente de si e do grupo no qual está imersa.
  • A oitava coisa é: avalie com franqueza a si e a sua familia e seus problemas escondidos, conflitos mal resolvidos, pois, como sua criança é paranormal ela age como agente captador de ondas provenientes do inconsciente das pessoas e do grupo como um todo, seja familia, escola, etc. É um para-raio desajustado. Compreenda a relação do problema desta criança com o ambiente em que ela está. O que o problema da criança diz do ambiente? O ambiente é hostil? Controlador? Regrador demais? Os alunos não gostam da aula mas todos ficam quietos? A professora é chata? Os pais brigam muito? O pai ou a mãe são agressivos com ela? Enfim, qual o sistema no qual a criança está?
  • A nona coisa: em casos específicos, levar a criança num Parapsicólogo Clínico aberto, pesquisador, para que possa ajuda-la ela, dentro de terapeutica e sem doutrinações religiosas, acerca de seus problemas existenciais. Temos que ter plena consciência que uma criança de 5 anos pode muito bem ter em seus pensamentos perguntas de alto nivel filosofico, como: o que é o nada? o que é evolução? porque o corpo cresce? o que é a vida?
  • A décima coisa é: lide com a frustração do início ao fim. Toda busca por algo leva a pessoa a incontáveis experiências, e muitas vezes, até que se chegue a algum lugar, muitos erros podem ocorrer e muitas portas erradas podemos entrar.
Pais, educadores: olhem para as crianças como elas são, pessoas complexas e de natureza milenar.