30.11.10

Diagnóstico da Sociopatologia pela Hipocrisia Midiática

Por Dr. Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo, Psicoterapeuta, Projeciólogo, Conscienciólogo
Bel. Direito, MSc. Educação (UFSC)



Antes de prosseguir, sugiro ler: SALVINO, F. Diagnóstico da Sociopsicopatia pela Indústria de Armas no Brasil e a Criação de uma Cultura de Paz, Evolução e Saúde no Planeta. In Revista Digital de Experimentos Avançados da Consciência. Edição de Maio/2011. NIAC. (acesse aqui).





Hipocrisia é o "ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade" (HOUAISS).

Neste sentido, hipócrita é aquele que pratica a hipocrisia, ou "que ou aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado" (HOUAISS).

A mídia pode ser considerada como o 4º poder dentro de nosso sistema brasileiro marcado pela tripartição dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário. Mesmo que na constituição da república não tenhamos expressamente a mídia como sendo tal poder, na prática vemos obsdervando tal fato. É neste sentido que falarei aqui acerca da atuação da mídia e de seu discurso na atual cobertura da guerra civil ocorrendo no Rio de Janeiro/RJ nestas últimas semanas.

O discurso é o que colocar os traficantes como os grandes responsáveis e os grandes malvados. O telecpectador ingênuo não consegue discernir a hipnose condicionativa realizada pela mídia quando, não publica junto com o noticiário os dados de seus próprios artistas de TV e funcionários, muitos e muitos deles usuários de drogas, ou seja, consumidores e mantenedores da guerra civil e da indústria do flagelo humano.

É focando no usuário que quero falar aqui. Aquele que compra e que mantém com seu consumo a indústria de tráfico de drogas e, por consequencia, do tráfico de armas e porque não, da prostituição e exploração infantil.

A mídia e seu discurso hipócrita mantém a crendice de que o produtor e o vendedor de drogas são os malvados, os vilões. Eis o discurso da polícia e dos políticos também. Por que será?

Senão vejamos:

Ninguem vende um produto se não existe aquele que compra. Então, quem são os compradores das drogas lucrativas vendidas pelo tráfico ilegal? Lembramos que o álcool, uma droga, era traficado antes de ser liberado para vendas em supermercados.

Os compradores são aquelas pessoas que têm dinheiro para comprar drogas como:

1. Maconha
2. Cocaína
3. Heroína
4. Crack
5. Extasy
6. LSD
7. Anfetaminas e outras drogas psicofarmacológicas contrabandeadas

Lembramos também que o Brasil é um alto consumidor de drogas psiquiátricas, receitadas medicamente.

Quanto a primeira e a segunda, principalmente esta, a cocaína, é droga largamente usada pela classe chamada média. Sendo que uma grande parcela de usuários são artistas.

Os artistas, no caso os que trabalham nas TVs, muitos deles são usuários de drogas, mesmo que seja somente um baseado de maconha num fim de semana ou uma cheirada. Não importa: comprou e usou e assim, tornou-se o patrocinador da guerra civil e da sociopatologia.

Esta hipocrisia remonta-se nas raizes do narcotráfico e do tráfico internacional de armas. O cidadão comum precisa ler a CPI do Narcotráfico, publicada na internet, e ver a rede de pessoas que estão envolvidas neste esquema. Sair da consciência ingênua e cultivar mais o discernimento pessoal frente a tantas tentativas de lavagem cerebral pela mídia. O Estado, o governo hoje, sobrevive e depende desta indústria de drogas para sobreviver.

Lembramos que as mesmas armas que o exercito utiliza, as mesmas armas que o BOP utiliza, os carros blindados da marinha e outros, são fabricados por alguma industria de armas no mundo. E esta mesma indústria vende as armas para os traficantes. Se existem armas sendo produzidas, elas precisam ser vendidas. Esta é a logica da criação falsária de guerras pelo mundo sob o pretexto de movimentação de estoques de armas e vendas, lucros, uma verdadeira indústria da carnificina e genocídio legalizado inclusive pela ONU - Organização das Nações Unidas.

Eis o diagnóstico simples e objetivo da condição sociopatológica atual. Eis também o discurso: vamos exterminar os traficantes! A hipocrisia instala-se justamente neste ponto: se exterminar os traficantes teremos bilhões de usuários de drogas perambulando por aí afora em abstinência química e lotando todas as instituições para recuperação de dependentes químicos. Não teríamos estrutura. A droga mais consumida do Fórum da Capital é o café (cafeína). Iríamos ter uma sociedade de zumbis, pessoas humanas escravas de químicas para fugirem da realidade da vida e da evolução da consciência.

O máximo da hipocria encontra-se na frase: "Guerra contra o terrorismo". Pois vejamos, como se a guerra em si não fosse uma prática terrorista. Muitos cidadãos de bem e que pensam acabam se revoltando com a situação. A crise é total, o sistema está a beira de um colaspso interno grave. Hoje, não temos mais 1 Estado. Temos múltiplos Estados: Estados dentro de Estados. E todos eles coexistem e interdependem um do outro.

Num sistema sociopatológico temos de nos ater primeiramente a nossa saúde mental e não deixar que esta sociopatologia infecte nossos lares, nossos filhos e nossas famílias: nossas mentes. Ao compreendermos que o fundamento próprio da sociedade atual é a hipocrisia, ou seja, uma forma de governo e de sociedade pautada em relações falsas e não-autênticas, poderemos migrar para dentro de nós mesmos, para dentro de nossas consciências, mentes e iniciar a revolução a partir deste núcleo: a consciência e sua autenticidade, perante si, e perante o outro.

Como poderemos saber realmente quem patrocina as campanhas políticas? O caixa 2 é formado pelo dinheiro de quem? Eis aqui também a fonte da miséria social: a corrupção e a prostituição de si mesmo e do caráter por votos, poder e prestígio. Lavagens de dinheiro, Ilhas Cayman, Uruguay... Exploração tributária pelo governo... A indústria do tráfico e de armas é, de uma forma direta ou indireta, patrocinadora do governo corrupto instalado no Brasil. E os consumidores de drogas são, direta ou indiretamente, os patrocinadores da guerra civil e do flagelo humano que as cidades se encontram hoje.

Lembro bem, aqui em Florianopolis, crianças brincando de amarelinha no cadáver de um traficante morto por outros traficantes, no Morro da Queimada, em 2005, quando eu dava curso para professores numa escola pública.

Não acredito em política. Não acredito em governo. Não acredito em campanhas. Enquanto postos de saúde não forem construidos em favelas devido ao desvio de verba pública para as orgias políticas e as contribuições de impostos pagos pela classe trabalhadora não for usada de forma ética e respeitosa para com a sociedade; e tais verbas forem usadas para falsear licitações, campanhas e esquemas corruptos, nada feito. Não existe discurso que consiga mais falsear a realidade da corrupção e suas ramificações sociopatológicas no Brasil e mesmo no planeta.

Enquanto existir a consciência bélica na mente e nos sentimentos de um cidadão, teremos o consumidor de armas. Enquanto existir a consciência doente e carente de sentido de vida, teremos o cidadão usuário de drogas, perdido e perambulando pelo mundo a procura de si mesmo, que comprará drogas de um traficante, o varejista, que comprou a droga do produtor. Se alguem produz, alguem consome. E quanto existir tudo isto, existirá a polícia para atuar como falso super-herói.

Uma mudança de consciência é a única solução coerente, e esta se dá pela educação. Então vejamos como está a educação brasileira: sinceramente, um lixo.

A evolução está acontecendo, passo a passo, mas tenhamos paciência e sabedoria para compreender que a verdadeira revolução terá que se dar dentro de nós mesmos, na reforma e reciclagem de nossa própria consciência e maturidade ética, num sentido de uma responsabilidade cósmica e cosmocrática.

O Universo é nosso lar. Todos os países nossos vizinhos. O planeta é uma vila de interior. Sem um cultivo diário da paz mental e no esforço diário de reciclarmos o belicismo impregnado dentro de nossos pensamentos e intenções, não haverá mudança social significativa alguma. Tudo começa no pensamento e na intenção que carrega sua energia.

24.11.10

A Função Social da Parapsicologia Clínica e o Futuro da Psicoterapia

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo


Recentes levantamentos, realizados nos EUA e Europa, mostraram que mais da metade da população pesquisada relata ter vivenciado, pelo menos uma experiência que aos olhos de um parapsicólogo, sugere a possibilidade de ser uma experiência paranormal. A mais comum delas são as experiências conhecidas como PES - Percepção extrassensorial (Pallú, 1996). Estas vivências incluem sonhos premonitórios, experiências de telepatia, clarividência, lembranças de vidas passadas (mais raras), deja-vú. Em algum casos pessoas tem relatado sairem de seus corpos a noite; visualizando seus corpos dormindo e eles ali, flutuando lúcidos. Noutros casos avistam-se diante de imagens estranhas porém reais, onde posteriormente, descobrem que tinham visto exatamente aquilo nos seus sonhos e devaneios. E as experiências não param. Centenas, milhares de pessoas neste momento estão de alguma maneira vivenciando experiências psi, ou paranormais.

Defendo a hipótese de que, com a democratização da tecnologia da web, pessoas do planeta estão de fato conectadas numa rede global, um holocampo psíquico onde os fenômenos psi ou paranormais ficam mais expostos a ocorrência. Tem chego até mim muitos relatos de pessoas que sabem por exemplo, quando receberam mensagens no orkut, ou mesmo e-mail ou facebook, twiter. Os processos extrassensoriais estão sendo chamados à ação devido a tecnocomunicação, onde por exemplo, a pessoa comunica-se com outra pelo chat do msn e, mesmo não vendo ou lendo suas verdadeiras letras ou sua imagem real (vívida numa webcam), ainda assim "sente" de alguma maneira como a outra está (acoplamento a distância, telepatia). Esta experiência é mais comum que podemos imaginar. Até a pouco tempo, pessoas têm relatado experiências de telepatia usando o aparelho do telefone, quando, de alguma maneira sentem, sabem intimanente, que uma determinada pessoa irá ligar, ou a mesma lhe vêm na mente na forma de uma imagem de seu rosto, quando, o telefone, instantes depois, toca. Hoje mesmo ouvi em meu consultório no hospital um relato sugestivo de transcomunicação instrumental, quando o pai (falecido) comunica-se com a filha pelo telefone.

Sylvan Muldoon, o iniciador da pesquisa científica da projeção da consciência para fora do corpo, ainda em meados da década de 30 do século passado, já dizia que as experiências de projeção, que na época se chamava projeção astral (astral projection), eram mais comuns que imaginava. Sua trajetória inicia quando lê a obra do parapsicólogo Hereward Carrington, especialmente o capítulo sobre a projetabilidade da consciência para fora do corpo. E dali surgem muitos diálogos por cartas, quando, ainda morimbundo de doença, entrevado numa cama, Muldoon publica sua obra científica sobre o assunto. Após a publicação, centenas de pessoas escrevem para ele, fornecendo relatos das mesmas experiências e uma carência aguda de informações sobre o assunto. Muldoon nos traz a universalidade das ocorrências paranormais e a necessidade de socialização deste campo, para fins de assistência a pessoa que vivencia o fenômeno e sente-se de alguma forma perturbada ou carente de trocas e contatos acerca dos mesmos.

Centenas, milhares de pessoas sentem de alguma forma a realidade das "energias negativas" ou "energias positivas". Da mesma forma, sentem presenças espirituais, mesmo que não saibam o que são e sua natureza. Cham de encosto, anjos da guarda e enredam-se numa confusão conceitual que prejudica o discernimento e o trato com o assunto, a interpretação correta do fato vivido e a melhor forma de lidar com as vivências e consigo mesma. A Parapsicologia vem, passo a passo, retirado do núcleo religioso o monopólio da assistência ao paranormal, sensitivo ou pessoa que passou por algum tipo de experiência sugestiva de psi (paranormalidade). As religiões têm, em sua maioria, atrapalhado mais do que ajudado nesta área. No Brasil temos religiões multidimensionais que acabam muito mais confundindo a pessoa necessitada de assistência psi, do que ajudando-a de forma eficiente. A Umbanda, Camdomblé, Evangélicos, Catolicismo, Espiritismo, Budismo e outros trazem abordagens antigas e consoladoras em sua maioria, sem o cultivo do discernimento no trato dos fenômenos e das vivências paranormais. Isto pode gerar muitos problemas para quem está solicitando ajuda, podendo sair mais perturbado do que entrou, mais confuso ou em casos mais graves, prejudicado.

E os fatos não cessam de ocorrer. Todos os dias milhares e milhares de pessoas reencarnam, se ressexualizam, se ressomam novamente nesta dimensão, adentrando num útero materno, se materializando e atuando pela Pk - psicocinesia num novo corpo humano, e tendo mais uma vida humana. Da mesma forma, milhares e milhares e milhares de pessoas neste momento estão desencarnando, se dessexualizando, se dessomando e retornando para a dimensão extrafisica afinizada com seu estado interno de espírito. Este vaivém marca a existência da consciência e sua evolução pelos séculos e milênios afora. Milhares e milhares de pessoas sentem que possuem algo a fazer neste planeta, alguma tarefa, missão ou projeto de vida. Esta sensação não é a toa, visto que antes de voltarmos para a Terra, muitos de nós realizamos planejamentos de nossas próximas vidas e acabamos por esquecer. Os dilemas associados a tal esquecimento leva a pessoa a fardos distúrbios de comportamento e de sua existência. Livros vem sendo escritos abordando com cada vez maior clareza este assunto visando prestar a assistência à humanidade neste ponto. Mas não basta. Quando o desvio deste projeto de vida acomete consequencias desastrosas na vida de uma pessoa, melancolia crescente a persegue, depressão e mesmo tentativas e fantasias de suicídio. Noutros graus a pessoa sente que tem algo a fazer e acaba não compreendendo porque sente um vazio e uma melancolia mesmo tendo "tudo" em sua vida. É o caso de um médico que, aos seus 30 e poucos anos, acaba se dando conta que têm tudo mas uma melancolia e uma angústia o acomete, sendo que em seu íntimo sabe que não está fazendo o que deveria estar: executando sua missão de vida que vai além de ser médico. Eis o dilema que milhares de pessoas adentram. É necessário neste século de uma Psicoterapia que aborde de maneira aberta e científica, as noções de espirtualidade e vida humana em suas conseqüências existenciais numa escala que engloba o ser humano integral que somos.

É aqui que entra, neste século atual a função social da Parapsicologia, no caso a Clínica, cada vez mais crescente e em franco desenvolvimento e que é a área socialmente especializada na psicoterapia que aborda o ser humano integral (e não "refinado"). Com o uso de técnicas complementares projecioterápicas, como a apometria científica e outros recursos como a tenepes e outros, poderemos hoje falar abertamente que a Parapsicologia Clínica ruma para a assistência em escala maior, unindo a seriedade da pesquisa científica e seus critérios mais lúcidos como uma maior universalidade de sua assistência a pessoas com condições cognitivas para uma psicoterapia propriamente dita, que envolve uma capacidade para o paciente realizar a auto-pesquisa contínua de si, e também para pessoas sem condições para tal, envolvendo uma assistência multidimensional num nível mais silencioso, porém técnico, com outros recursos técnicos e terapêuticos, ainda em desenvolvimento e reorganização metodológica e epistemológica.

No centro da Psicoterapia está a simplicidade de ajudar o paciente a empenhar-se num caminho seguro para sentir-se feliz, realizado e em paz, numa perspectiva de auto-responsabilidade e auto-transformação.

No futuro, Hospitais terão o Parapsicólogo e o Parapsicólogo Clínico como um membro necessário na equipe de assistência à saúde, como já temos aqui em Florianópolis, no Hospital Universitário - Projeto Amanhecer. E como será o futuro da Psicoterapia?

18.11.10

Aresta Poligâmica e Considerações sobre o Adultério Mental, Ética, Comprometimento no Relacionamento Conjugal e Dupla Evolutiva

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

Este texto é um breve ensaio e merece maior aprofundamento e precisão de seus conceitos, mas é uma introdução ao conceito de aresta poligâmica que serve para fornecer um mapa para o entendimento geral dos relacionamentos conjugais e os fenômenos associados; a ética nos relacionamentos, o comprometimento conjugal, o amor puro, a sexualidade madura e a questão da dupla evolutiva. Sabemos que toda teoria é muito bela, mas na prática o laboratório é outro. Ou adentramos no tema com toda nossa franqueza, extraíndo o fenômeno como ocorre no universo mental, ou nunca compreenderemos muitas condições de falências de relacionamentos e sucessos de outros. O amor puro e o cultivo continuado de pensamentos positivos parece-me que sempre serão o começo de tudo em termos do campo da sexualidade.

O que significa "Aresta Poligâmica"?

Poligamia é o termo criado em 1682 (polygamia) para designar o estado no qual a pessoa é unida conjugalmente com várias outras, podendo ser duas até um número relativamente grande.

A "Aresta Poligâmica" é o nome que acabei criando para designar o espaço, a "brecha", a lacuna, o campo aberto, o traço-fardo da relação, os pontos mal trabalhados, conflitos não resolvidos atuando todos em conjunto, sistemicamente, em bloco, num relacionamento monogâmico que acaba levando um ou ambos cônjuges a inicialmente praticar o adultério mental e a vida poligâmica fantasiosa persistente, através do universo da fantasia de natureza afetivo-sexual ou puramente sexual e, posteriormente, ao adultério propriamente dito, no nível da realidade física. Com isto, efetiva-se um sistema multidimensional de intrusões de ordem extrafísica que acaba penetrando o universo do casal através da aresta. Esta aresta, como poderei expor noutro ensaio, forma-se, abre-se devido a múltiplos fatores associados.

Adultério mental: a primeira abertura da aresta poligâmica

É importante colocar que, em hipótese, cerca de 90% de todos os animais humanos (consciência humana ressexualizada) em relação conjugal monogâmica do planeta possuem a região da aresta poligâmica aberta num nível patológico, ou seja, que gera sofrimento para o relacionamento. Esta abertura abre espaço para as intrusões inicialmente ocorridas dentro do universo da consciência, na intimidade mental: o adultério mental que dá força para o adultério emocional e início a vida poligâmica propriamente dita. Desta forma, posso me arriscar dizer que a natureza íntima do animal humano é a poligamia, primeiramente fantasiosa (adultério mental - vida mental poligâmica) e, em segundo lugar, no nível da realidade (adultério de fato -  vida poligâmica oculta e posteriormente, vida poligâmica expressa).


Esta aresta dirige-se para a poligamia, quando o(a) adúltero(a) mental trai sua(seu) companheira(o) com um(a) terceiro(a) ou terceiros(as) e com este(a) ou estes(as) tem relações afetivo-sexuais - com ou sem culpa associada. É importante frisar aqui que o conteúdo fantasístico, puramente mental, pode esboçar uma "novela" onde é inclusive permitida fantasias de incesto, pedofilia, e outras fantasias de conteúdos mais pesados, como estupro, agressões, etc.

A poligamia em todas as suas manifestações é o estado evolutivo de relacionamento afetivo-sexual próprio da consciência humana que não se libertou de sua animalidade em direção à vivência do amor puro de um relaciomamento evolutivo (dupla evolutiva).

A poligamia é o estado evolutivo de relacionamento próprio do animal humano. Este animal, quando recalca os intintos sexuais poligâmicos, comprime a energia básica da espécie e direciona o fluxo de desejos sexuais para três níveis básicos da mente (ou consciência):

1. Vigília: em vigília (estado de consciência onde a consciência acha-se intrafisicalizada ou ressexualizada) quando a pessoa cria uma fantasia poligâmica, ou o adultério mental propriamente dito, consciente, acompanhado de culpa ou não.

2. Sonhos: em sonho quando, em vigília o conteúdo fantasioso mental (adultério mental) é recalcado, reprimido e abolido pela moral do sujeito que, mesmo assim, acaba vivendo a condição poligâmica nas imagens pictóricas dos sonhos, caracterizando o adultério mental subconsciente propriamente dito.

3. Sonambulismo Projetivo: fora do corpo, inconsciente, a consciência vaga sonâmbula e acaba tendo relações afetivo-sexuais com outras consciências, neste caso, projetadas ou extrafísicas.

4. Projetado: fora do corpo, consciente ou semi-consciente, o sujeito acha-se numa condição, extracorpórea, desdobrado astralmente, onde tem relações afetivo-sexuais com outras consciências, neste caso extrafísicas ou projetadas de seus corpos, caracterizando o adultério projetivo propriamente dito.
Este último pode ser caracretizado como um adultério de fato, ou a concretização da poligamia, embora se dando no universo multidimensional extrafísico da consciência.

Não podemos esquecer que a reencarnação ou ressoma somente ocorre, biologicamente, quando um animal humano macho faz sexo com um animal humano fêmea. Daí forma-se o zigoto e daí toda a embriogênese para a posterior formação do corpo humano que é, essencialmente, um corpo sexual ou sexossoma. A consciência liga-se a este corpo sexual através da energia própria de um segundo corpo: corpo psi, psicossoma e mentalsoma, corpo mental (apesar da existência deste último ser uma hipótese ainda a ser testada por um número maior de projetores conscientes).

O sexossoma é tão dominante na vida da consciência que, sua forma domina as impressões da auto-imagem que a consciência tem de si e, mesmo fora do corpo, conserva a imagem física do corpo sexual ou humano. A forma humanóide do psicossoma é a imagem mental do sexossoma, conservada e priorizada. Sendo assim, consciências mais evoluidas e lúcidas, dispensam a forma humana e sexualizada da consciência, pois transcenderem o corpo e o sexo.

Amor puro, sexualidade madura e dupla evolutiva

O que é uma sexualidade madura? É aquela que transcende pois o modelo instintivo próprio da sexualidade animal humana imposta pela genética, instintos da espécie e pressão do campo mórfico do planeta.

E no que trancende este modelo? Na fidelidade vivenciada num casal evolutivo, unido por laços abertos e francos, em clima de autenticidade crescente visando a evolução a dois, numa direção da vivência do amor romântico mais puro e de uma vivência saudável e madura da sexualidade, priorizando os orgasmos naturais purificadores das bioenergias e da saúde mental, afetiva e sexual. Uma parceria mais lúcida priorizando a higiene mental continuada e a evolução autoprovocada, auto-induzida, quando ambos se ajudam na evolução e na autorealização mútua. Diálogo aberto, sinceridade exposta ao máximo possível, principalmente no que diz respeito às questões sexuais, afetivas, existenciais, financeiras e evolutivas. E assim por diante.

Tal modelo de relacionamento transcende o modelo do animal humano, preso no instinto da poligamia e da necessidade inconsciente de perpetuar a espécie pela distribuição fantasiosa ou realista do espermatozóide pelos óvulos afora.

O casal, dois animais humanos que, antes disso, são consciências humanizadas, ressexualizadas, possuem laços de intimidade que transcendem o reino animal, pautado no amor mais puro conquistado e amadurecido ao longo de muitas existências e experiências. Este amor transcende teorias e a sexualidade transcende o sexo.

10% de todos os animais humanos em relacionamento monogâmico podem ser este tipo de casal

Esta é nossa esperança básica: a de que o colapso sexual, a epidemia maior da humanidade, já está com seus dias contados. Por hipótese, 10% da humanidade em relacionamento monogâmico tem potencial para pertencer ao que foi chamado por Vieira de "dupla evolutiva".

Somente 5% de todos os animais humanos em relacionamento monogâmico são, de fato, este tipo de casal.

Neste sentido, se você está num relacionamento monogâmico, analise consigo mesmo(a) três variáveis para o autoconhecimento:

1. Fantasias: eu ando tendo fantasias afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destas fantasias? Que desejos estão sendo satisfeitos através dela que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todas as fantasias (adultérios mentais) e estude-as a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.

2. Sonhos: eu ando tendo sonhos afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destes sonhos? Que desejos estão sendo satisfeitos através deles que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todos os sonhos (adultérios mentais inconscientes) e estude-os a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.

3. Projeções: eu ando tendo projeções afetivo-sexuais com outra pessoa ou pessoas? Qual a natureza destas projeções? Que desejos estão sendo satisfeitos através delas que não consigo satisfazem com o parceiro(a)? Anote todas as projeções (adultérios mentais extrafísicos de fato) e estude-as a fundo, para tentar resolver o problema específico da carência afetivo-sexual no relacionamento.


Os dados são imprecisos e hipotéticos, mas deixo aqui esta reflexão inicial.