30.12.14

Do Samadhi à Projeção Consciente em Êxtase: Relato de Experiência fora do Corpo

Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo, Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Projeciólogo, Conscienciólogo
Professor e Praticante de Tao Yoga




I - Das Considerações Iniciais

Aproximadamente há 2 meses atrás projetei-me para fora do corpo de uma maneira diferente de tudo que tinha realizado até então, desde minha primeira projeção consciente ainda dentro do útero de minha mãe (histeroprojeção), forçada por circunstâncias traumáticas. A experiência diferencia-se das espontâneas onde já me dava conta estar fora do corpo sem presenciar a saída lúcida em si, da mesma forma que não parece com as induzidas por psicotrópicos projetivos (ayahuaska, peyote, LSD, MDMA) e mesmo com as decolagens quase que agressivas onde tive de fazer força descomunal para desgrudar-me do corpo e decolar livremente.

II - Da Experiência

A experiência aconteceu exatamente ao dormir com a sensação profunda naquele momento, de paz com tudo e todos, e entendimento perceptivo de estar completamente em dia com meu propósito nesta existência. Uma sensação de amor livre em meu espírito, serenidade e ausência espontânea de pensamentos. Harmonia de Yin e Yang, no puro Yoga natural. Ao dormir, senti-me livre para realizar o método que venho praticando alguns anos, a meditação microcósmica e suas regulações. Ao efetivar as regulações, soltei-me fisicamente e entreguei-me a um relaxamento profundo em poucos segundos, acompanhado da regulação simultânea de minha respiração e da sensação de ausência de angústia, ansiedade e qualquer tipo de emoção restritiva de liberdade. O sentimento era uma pura serenidade integral, calma de espírito, mente vazia, lucidez expandida, o próprio samadhi natural. A energia (o "Chi") moveu-se naturalmente pelo natural do fluxo e da total entrega ao sentimento de liberdade e serenidade profunda, quando iniciei o descolamento tão natural e fluido que eu pude sair e sentir-me ausentar-me do meu corpo sem que tenha presenciado uma só parcela de agressividade ou volição em si mesma. Bastou a intenção natural de permitir-me a liberdade de espírito sem qualquer parcela de medo. Ao projetar-me para fora do corpo comecei a flutuar suavemente, para cima, em êxtase, como no próprio ensaio da morte natural descrita nos registros de experiência de quase morte. Ao fixar-me já fora do corpo, projetado em posição vertical, com o psicossoma já estabilizado, vi minha mulher ao meu lado sonhando, porém, fora do corpo. Acordei-a ainda extrafisicamente, mas o susto decorrente da autoconsciência projetiva causou-nos um impacto, embora pequeno, mas emocional, suficiente para trazermo-nos de volta ao corpo. A projeção foi confirmada com ela imediatamente ao acordar já de volta em meu corpo biológico.

III - Das Conclusões

A experiência é a comprovação pessoal de que a projeção completamente lúcida para fora do corpo, desde o período anterior, passando a fase de decolagem, o período projetivo em si até o período de interiorização, poderá ser inteiramente consciente, sem lapso de lucidez, se o praticante exercitar-se na meditação microcósmica, um tipo de meditação ativa que visa justamente levar o praticante aos estados mais sublimes de consciência, a consciência cósmica ou kaivalyam. Assim como este processo poderá ser tão suave e lúcido como se faz o Tai Chi Chuan, mostrando que os métodos integrados possibilitam o completo controle natural da projeção da consciência para fora do corpo quando o praticante atingiu antes, o samadhi, para depois projetar-se. Confirma-se com isto que o propósito mesmo do Yoga a partir de seu fecundo trabalho interno e externo é levar o praticante à união de si com o holocosmo em sintonia de discernimento, amor e êxtase a partir do desprendimento lúcido da forma em direção ao campo holoconsciencial do holocosmo, o kaivalyam (cosmoconsciência).

E existe outro caminho para todos?