27.6.13

Agradecimento

AGRADECIMENTO

Faz aproximadamente 5 anos desde que resolvi iniciar um tipo de publicação mais dinâmica do ensaios. Antes disso era mais burocrático, escrevia em .doc, em modelo pré-formatado, com preocupação mais formal e um estilo mais acadêmico, e formatava-se em .pdf. E isto necessitava de uma hospedagem e um tipo de biblioteca mais organizada, com menor praticidade.

O uso da plataforma da blogger viabilizou as publicações dinâmicas, as correções rápidas, as revisões online em qualquer computador que tenha acesso a internet, com boa editoração de texto e ainda, possibilitando o anexo de imagens, vídeos e links, tornando este tipo de ensaio algo realmente multimídia, com possibilidade direta de acesso às referências, aumentando a velocidade do acesso a informação. Por outro lado, os ensaios online nesta plataforma cooperam com a velocidade da informação atual, onde é possível que a informação se espalhe de forma quase incontrolável pela rede e isto por si, possibilita o acesso a milhares de pessoas num raio de ação transfronteiriço, além do Brasil, por várias regiões do planeta.

O template do espaço sofreu um defeito de causa desconhecida e em breve será substituído por um mais adequado, modernizando a linguagem do espaço em relação a sua atual proposta, que é a de focalizar minha atividade no campo da autopesquisa parapsíquica, nas experiências avançadas da consciência e, por consequência, na holocosmologia, campo que dedico-me desenvolver.

O leitor e leitora atentos, sabem da especialidade dos assuntos aqui tratados e obviamente não são do interesse de muitos, mas de alguns que tem comprometimento ou interesse sincero em si mesmo e na evolução da consciência de forma geral.

Então é a você que se depara com este universo que tento compartilhar na forma destes modestos ensaios que venho AGRADECER.

AGRADECER por manter vivo este espaço através de seus acessos, que somaram mais de 80.000 o que para mim mostra a ferramenta maravilhosa que é a internet e tudo que ela nos oferece, como este espaço 100% gratuito.

Paz, amor e fraternidade,

Fernando.



25.6.13

Meditações Noturnas

Por Fernando Salvino



Compreendo, tento, mas no relento do vento,
Caminho, Sozinho
Rachado de cinzas
Queimadas de amores
Restos de um passado antigo,
Muito antigo,
Vidas e vidas e vidas e vidas
Lá longe....
Bem longe....
Onde desde lá existo e me sinto
Ainda como sendo
Eu mesmo

Amores de cor de púrpura
Amores de cor rósea clara
Amores de cor vermelho bonito
Amores de cores pastéis
Mágoas suaves de cor de mostarda
Rancores vencidos de cores amarronzadas
Raivas sublimadas de cores que estranho
E medos de sombras já clareadas pela luz sem fótons

Caminhando pelas ruas
Por dentro de mim mesmo
No noturno de minha noite
Vejo e sinto
Ando e ando e ando

E nada encontro

Encontro a mim em ti
E ti em mim
Uma sombra de um amor sem rosto
Um amor presente
No espaço sem espaço

Do sentimento escondido
Por vezes exposto
Por vezes acuado pelo medo de não poder ser
Exposto na coragem de existir
Entre os cantos sem canto de minha alma
Rodeio por dentro de mim
E nada de sólido encontro

Continuo andando,
E nada de líquido encontro

Por mais tempo caminho e caminho
E caminho e por alguns instantes
Corro e corro
E lá nem gasoso respiro
Mas por lá, me encontro
Aqui

Diante de mim mesmo
Oscilando entre o 1 e 2
Entre o 3 e 4
Entre o 4 e 5
E de tempo em tempo
Ao infinito

Caio e levanto,
Ergo-me como uma árvore
Que caminha
Como uma árvore
Que voa
Flutua e decola

E diante de mim
Infinito sem destino certo
Sem possibilidades concretas
Nem mesmo uma sequer matéria encontro
Uma sequer substância palpável
Que por mim mesmo eu possa
Tocar e sentir,
Como se estivesse num real de realidade
Tal como a ilusão de matéria nos faz crer
Que ser é ter-se a si
Ao invés de sentir-se a si sem ter

Óh Deus! Em sua inexistência tão existente
Sua ausência tão obviamente presente
Seu vácuo lotado de inexistência
Sua sublime natureza inundada de compaixão
Sua certeza incerta de um futuro sem fim
De um passado sem começo
E de um presente inexistente
Enquanto:
O agora sem tempo

Meditações sem rumo
Porém,
Cujo rumo se mostra na ausência do sentido
Na certeza do destino que se mostra
Tal como um porvir de pura angústia serena
De pura incerteza perante o tornar-se e o devir-se, ao ser que sendo,
Anda e anda, e sendo, nunca é... é... e é.... Ser que é sempre
Sendo
Tal como um possível Sol nascente que só por nunca ter sido
Torna-se puro sonho de ser

Existência,
Quando me dei conta
Eis que aqui parece que estou
Sentado, em pé, caminhando,
Tal como corpo sem consciência de quase nada
Que de tempo em tempo
Acha-se consciente de quase tudo
Mas, ainda, quase nada

Quase nada,
Se eu fosse um ensaio de algo
Eu poderia ser uma gota d'água mutante
Que ora se espalha e ora se contraí
Num oceano infinito
Sem bordas
Sem rumos
Sem fundo
Sem altura
Sem qualquer possibilidade de tornar-se
Um outro algo
Que não fosse além de mim
Eu mesmo

E diante de mim mesmo
Eu encontro a impossibilidade espiritual
De tornar-me algo que não seja um eu como eu,
Mesmo que diferente,
Mesmo que mais verdadeiro
Ainda serei o mesmo eu que sou
Ambíguo, benevolente e
De vez em vez,
Bravio, arredio e tendente a caminhar
Por este lar de Terra, de animais...
Esperando tão somente o momento de sair
Deste lugar, muito embora
Feliz, calmo
Sereno

Felicidade, eis que eu a sinto por ora
E por outro momento e perco tal como algo que me escorrega

Serenidade, eis que eu a sinto por segundos ou
Em determinadas vezes,
Por um instante sequer sem tempo
Mas eterno no sentir-me Uno
Com aquilo que não acredito que possa ser
Deus

E diante de Deus, eis que deparo-me
Comigo mesmo enquanto arrogante
Por negar algo tão óbvio
Mas algo tão impossível
De encontrar razão
Mas talvez mais simples
De encontrar
Sentindo

Caminho e caminho
Tanto por aqui
Como por acolá das outras dimensões
E nada e nada encontro que possa
Me dizer com tamanha solidez
Que a existência compreende a si mesma
Que Deus encarna a si próprio em sua inexistência diluída
Em sua onipresença impresente
Em sua inteligibilidade irracional, ambígua, calada
Muda, Bela
Falando a todos e quase ninguém ouvindo

Beleza,
Tanto a vejo que me sinto
Tanto a vejo que me calo
Mas também,
Tanto a vejo que vejo a feiura da maldade

Me encolho, me isolo, por vezes.
Para voltar a sentir,
O Belo.
E me aproximo,
Dos que amo,
Para voltar a ver o Belo no outro.

Pessoas,
Se não fossem as pessoas...
O que poderia ser eu, se não fosse tu?
Como poderia eu mesmo ser, se não fosse o outro?
Que diante de mim, existindo
Torna minha existência existente, possível?
Com sentido? E direção?

Amor,
Se não fosse por amor,
Como poderia em suportar viver
Num mar de maldade tão grande como é esta Terra tão linda?
Se não fosse por amor,
Como poderia eu suportar tanta dor deste outro
Que me atesta vivo? E só por atestar-me vivo
Torno-me grato?

E medito diante da gratidão que sim, é fonte
De uma serenidade sem tempo

Apesar de toda honestidade que aqui me assola,
Por aqui consigo ser
De um modo que não sou
De todo, como sou em ciência,
Preso, por vezes, em círculos racionais
Em vórtices fenomênicos,
De um modo que me invade a razão
De querer dar a sistema um sentido lógico
Para um Logos sem sentido!
Tao Infinito!
De um modo até mesmo que sou ao Outro
Que nada se parece como sou, aqui

Que esforço inútil tão bom é este,
De caminhar de braços dados com o Infinito
E poder confiar no que não vejo, mas que assim que posso, sinto
E mesmo assim,
Tentando compreender-me em minha infinitude,
Vivendo uma finitude, muitas vezes, chata,
Pedante, irritante, inquietante, motivante
Ainda sim, sabe eu que, nada saberei ao certo
Quem sou, de onde vim e para onde vou?

Morte,
O que é a morte senão um véu de ilusões?
Senão uma miragem de um escuro sem luz, um vácuo de medo irracional inexistente?
Senão um porvir infinito de continuidade do algo inalgo que sou? Que somos?
Uma continuidade do algo que sou e que não sabe o que e quem é ao certo?
O que é a morte senão o ápice imaturo do desapego máximo?
Ao ser ainda apegado nas trevas da ilusão da não-existência absoluta?
Do inferno eterno e da punição universal de uma ilusão infantil, o Deus dos humanos sem razão?

E novamente volto-me a Deus,
Brilhante em sua ausência de brilho
Cheio de luz em sua escuridão infinita!
E reluzente em sua maravilha inexistente, eternamente linda

Pois do Divino decorre a Vida e
Pela Vida percorre o Divino
E diante do Divino, o Mistério dos Mistérios
Que tudo inunda e tudo atravessa, tudo esbanja
Tudo conecta, tudo se funde,

Eis que me centro em mim, só
Sinto, mal penso,
Entendo, mas mal raciocino
Compreendo, mas conta alguma eu faço
Acolho e agradeço, mas não sei a quem e a que
Recolho-me em gratidão, em silêncio

Pois que o mistério da vida parece
Puro Silêncio

Se dá naquilo que as palavras mal sabem
Que as palavras tateiam mas não tocam
Que o som toca mas ninguém escuta
Que as palavras apontam, mas não sabem
Que as fórmulas tentam expor, mas nada dizem
Que as naves atravessa anos-luz, mas em nenhum lugar realmente chegam
Que os espíritos mesmo aparecendo nada ainda dizem
Que as teorias e hipóteses formulam, especulam,
E o Divino ainda ultrapassa
Todo e qualquer modo de conhecer, saber
E a ciência, infância de um infinito irracional

E pelo puro Sentir
Se pode saber,
O que é o Ser
Mesmo sem entender

E pelo puro Sentir
Se pode amar
E compreender o amar
E diante do amar,
Eis que encontramos
O Outro
E o si mesmo,

Self de puro espírito

E diluído no vácuo cósmico
Lúcido
Sem corpo, sem forma, num espaço infinito
E num tempo sem começo e sem fim,
Encontro-me diante de minha natureza mais natural
Perto das estrelas,
Perto da aurora cósmica
Lá, onde não se sabe onde fica

E para onde, de tempo em tempo,
Vou, para sentir,
A mim mesmo
O eu sou, o eu existo.
Aqui, em tudo.
Na fonte do amor sem forma.

10.6.13

Das Evidências Científicas Do Contato Mediúnico com Sir Oliver Lodge

Sir Oliver Lodge ?
Por Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo e Psicoterapeuta
Espaço Terapêutico Tao Psi e Projeto Amanhecer (HU-UFSC) - Pesquisa em Terapias Integrativas e Complementares
LAC - Laboratório de Autopesquisa da Consciência



I - Do Começo...

Há certo tempo venho querendo achar o desenho que fiz, sobre uma clarividência de um senhor que somente depois, conclui ser Sir Oliver Lodge. E hoje folheando um antigo caderno, o encontrei e tirei uma foto com meu celular e aqui esta o ensaio que sempre quis escrever sobre o tema.

A comunicação interdimensional, assim chamada de mediunidade, ou a comunicação entre uma pessoa aqui e um espírito (agente theta) é tema de preocupação da metapsíquica desde seu surgimento em conjunto com a pesquisa de Allan Kardec e posteriormente com a parapsicologia e de tantas áreas, como a teosofia (de Blavatski) e outros. De qualquer forma, o assunto é enredado de interpretações místicas e me aterei aqui como sempre exponho, no máximo de minha honestidade com o tema.

Então, diante do já grande número de obras que expõe o assunto da mediunidade, aqui nada terei de novidade, somente a experiência pessoal que aqui narro com toda minha franqueza. Convido assim você a estudar os livros que existem por aí que tratam do tema, todos facilmente expostos e viáveis ao acesso gratuito pela www.


II - Do Encontro com Sir Oliver Lodge?

No fim da década de 2000, creio que por 2005, 2006..., deparei-me numa aula de parapsicologia com meu prof. Tarcísio Pallú, sobre a história da parapsicologia, especialmente a época da Metapsíquica. Eu nunca sequer tinha estudado com tanto afinco tal área. Myers, Richet e cia. Porém em determinado momento ocorre uma modificação intensa no campo da sala de aula. Eu sentava no fundo da sala então pude perceber com bastante acuidade o que estava ali ocorrendo. Manifestava-se uma inteligência cujo corpo estava mais ou menos nítido e cuja lucidez era explícita pela aura que inundava o ambiente. Aliás, foi sua lucidez que chamou-me a atenção. Aquela presença, flutuando na sala, observando todos de fora, porém, ali, ninguém percebeu sua chegada sutil e lúcida. Sua aparência era de um espírito dos séculos anteriores, europeu. A imagem me era nítida e enquanto eu o observava, pude desenha-lo, muito embora o desenho não ficasse completamente idêntico ao que via.

A fui adiante penetrando no campo, além da imagem visual do Sr. Lúcido e que me parecia muito interessado no que ali estava ocorrendo. Eu perguntei a ele telepaticamente seu nome. Ele prontamente me respondeu também telepaticamente: "Sir Oliver .....". Eu realmente não conseguir compreender a última palavra, e escrevi "Sir Oliver Jones", que foi o que me pareceu falar. Após a comunicação direta, afastou-se do campo ou eu mesmo perdi a comunicação.

Um tempo depois, fui pesquisar na www e inserir no google o tal nome. E nada apareceu de significativo, a não ser um tal Sir Oliver Lodge. Ao pesquisá-lo, compreendi tratar-se do famoso cientista britânico da época da metapsíquica.

Sir Oliver Lodge com seu chapéu e porque não, com
sua bengala como no desenho?
III - Das Considerações Finais

Sir Oliver Lodge disse antes de morrer que iria fazer aparições públicas para pessoas vivas após sua morte. 

Por outro lado, seria mesmo Sir Oliver Lodge? Eu pessoalmente considero que sim e que a probabilidade de o ser é grande, mas não tenho a certeza mais científica a ponto de afirmar com maior provas para você. Meu ceticismo ainda é daqueles chatos e a inteligência que aqui me ampara ainda me diz neste momento: "para que ser tão cético?". Bem, é de meu temperamento. Intimamente admito que era, era ele. Tenho certeza. Se me perguntassem: Fernando, era ou não era ele? Eu diria: sim. Era ele. Eu o vi e ele se comunicou comigo. Não por ser eu especial, mas por estar eu naquele momento, receptivo. Mas, meu ceticismo chato, contaminando um pouco esta certeza experimental direta, é quem produziu este ensaio que também acredito ser importante para conseguirmos, nós, médiuns mais cientistas, uma auto-análise de nossos próprios experimentos para pisarmos no chão da realidade. A análise das fotos em comparação com meu desenho e juntamente com minha sensação de certeza interna, então, para mim não resta dúvida de que sim, era ele. E ainda o fato de eu usar a tal boina e iniciou na mesma época. Não consigo ter maior explicação de meu comportamento de começar a gostar de usar tal boina.



Willian Crookes
No exame de suas fotos, nada encontrei de sua imagem com pequenos óculos, porém este modelo de óculos é sabido ser deste século. Poderia ser William Cookes? Creio que não. O nome é muito diferente em pronuncia, porém o óculos é similar. Existe uma similaridade entre a barba, o tipo de roupa de época, o chapéu (vejamos a foto dele com um chapéu similar) e o que impediria Lodge de usar os pequenos óculos? Nada. Mas não encontrei informações sobre o fato de usar óculos quando idoso.

Então, também significativa é a imagem ao lado de Sir Oliver Lodge com boina praticamente idêntica a que gosto de usar e uso no inverno. Sabemos que os espíritos nos influenciam mais do que supomos e porque não poderia ser influenciação direta de nosso amigo espiritual?

Outro aspecto que chama a atenção é o rosto não fino, barba espessa, mas não tão longa, o chapéu similar ao que consta em sua foto acima quando idoso, e a roupa também de época. Eu acabei não desenhando, mas era uma roupa estilo terno, paletó ou algo do gênero. Não achei importante desenhar a roupa e sim sua face.

Levando em consideração que nunca sequer tinha lido nada e nem ouvido falar nada a seu respeito; levando em consideração minha identificação com a metapsíquica; levando em consideração meu interesse por inventos como o Projeciotron; e ainda, em comportamentos como o uso da boina, o uso de sua foto como foto de perfil no orkut que usava para debates psi; e levando em consideração o nome que ele mesmo me diz em telepatia, sua aparência física e o contexto da aula, ou seja, história da metapsíquica proferida por professor dentro de uma instituição de parapsicologia das mais renomadas do Brasil, concluo com relativa certeza que, era Sir Oliver Lodge.

Deixo a resposta para você, meu amigo.

Diálogo Sobre a Autopesquisa e a Sobre minha Experiência Parapsíquica através do Chi Kung e Tai Chi Chuan: Observando e Sentindo os Níveis da Aura


Representação dos Tan-Tien e sua correspondente
aura.
Por Fernando Salvino (M.Sc)
Parapsicólogo e Psicoterapeuta
Espaço Terapêutico Tao Psi e Projeto Amanhecer (HU-UFSC) - Pesquisa em Terapias Integrativas e Complementares
LAC - Laboratório de Autopesquisa da Consciência



I - De Algumas Reflexões sobre a Psicoterapia e suas relações com a Autopesquisa

A autopesquisa é um caminho que se segue à psicoterapia ou caminha com ela concomitantemente. A pessoa que realiza a autopesquisa sem ter realizado antes uma psicoterapia, seja ela consigo mesmo seja através de um auxílio profissional, é, em hipótese, aquela que em algum momento de sua evolução já não necessita mais de tal auxílio. A psicoterapia é, portanto, o aprendizado inicial de resgatarmos o amor a si mesmo e o contato fraterno e lúcido consigo, conhecendo-se e nos responsabilizando pelo que somos e pelo que criamos em nossas vidas, independente das técnicas e abordagem que o profissional utiliza. Após compreender e iniciar a vivência prossegue outra fase.

Em uma definição bastante objetiva, a autopesquisa é um ato de amor, devido à exigência de um nível de honestidade consigo mesmo pouco encontrado noutros caminhos de autoconhecimento. É uma aplicação contínua, assim dizer, de um tipo de inteligência que reúne tudo que somos para que possamos ficar cada vez melhor e que pode ser chamada de inteligência evolutiva ou benevolente.

A psicoterapia pode ser considerada o início do processo de autoconhecimento que levará a pessoa, cedo ou tarde, a um grau de franqueza para consigo que dispensará caminhos não adequados a si mesmo, relacionamentos também não adequados e um modo de vida também não afinizado com o que a pessoa sente para si mesma.

A honestidade é a base de toda e qualquer melhora mais significativa para consigo mesmo, em qualquer problema de saúde, esteja se manifestando nos níveis físico, energético, emocional ou mesmo mental, cognitivo e espiritual (no que diz respeito ao âmago da alma). Então, a psicoterapia é um dos caminhos de aprendizado inicial para que a pessoa aprenda experimentalmente que ela mesma criou seus problemas e, além disso, como os criou. E diante da honestidade assim explícita consigo mesma, constrói progressivamente meios para que possa se realinhar consigo mesma.

Porém, inexiste cura, pois essencialmente inexiste doença. O que parece existir são desalinhamentos que geram reflexos psicossomáticos decorrentes de distorções cognitivas, ressentimentos e rancores reprimidos do passado que ainda estão se manifestando no presente, e aprendizados ainda não desenvolvidos e que, pela inexperiência evolutiva, sintomatizam enquanto informação cristalizada para que possa ser "ouvida" e sentida pela dor, que é uma forma de comunicação do eu através dos corpos e níveis da aura (psicosfera). As noções como níveis de evolução da alma e sua conduta no mundo também geram reflexos sistêmicos que podem se somatizar dores e "doenças" que possuem relação com o grau de elucidação do espírito (alma, consciência). É claro que estou simplificando para que possamos estabelecer uma comunicação.

E diante do fato de que inexiste cura, e que mesmo após a dissolução dos sintomas antes causa de sofrimento, o que nos resta então? Estagnar? Ou prosseguir? Caso optássemos pela estagnação e como nada se estagna no universo, então que em algum tempo criaríamos mais dor para que novos passos pudessem ser dados.

A autopesquisa é um modo de caminhar, completamente livre de qualquer doutrina, paradigma, religião, dogma ou instituição, que parte da atitude a mais honesta possível da pessoa com ela mesma. Nada tem a ver com a pesquisa acadêmica, nada tem a ver com a pesquisa tal como compreendemos e fomos formados pelo ensino desde a infância. Autopesquisa é mergulho honesto para dentro de si mesmo. E este mergulho honesto, o mais honesto que possamos realizar, é um ato de amor próprio.

A autopesquisa é, portanto, uma atitude perante si mesmo que apresenta somente uma característica e que decorrente dela vários traços poderiam ser delineados: amor a si mesmo.

É necessário amor a mim mesmo para que eu possa ser honesto comigo, em níveis cada vez mais profundos e coerentes. Então, a honestidade e decorrente dela, a coerência, são traços característicos da atitude que estamos examinando aqui. E por coerência estou a falar de uma relação coerente entre o discurso e a atitude, entre o pensamento e o sentimento, entre a vida vivida e a vida idealizada e assim por diante. A autopesquisa naturalmente vai dissolvendo as contradições internas da pessoa com ela mesma, auxiliando-a a se posicionar de forma coerente consigo, e a autenticidade do caráter e sua transparência mostram-se como mais um traço relacionado à atitude. Poderia estender tal reflexão e listar uma série de traços, mas deixo a você realizar isto com conta própria, em contato direto consigo mesmo em atitude de autopesquisa.

A autopesquisa é o que Krishnamurti procurou expor em suas longas apresentações, suas interlocuções dialógicas, centrando-se em si e não aceitando rotulações de ser ele um mestre ou estar ele a criar uma religião, um caminho ou uma doutrina. Dizia ele que o caminho é cada um consigo mesmo e necessário seria que tal caminho se desse livre de qualquer mestre, doutrina, filósofo, gurú, lider espiritual, paradigma e assim por diante. O caminho era interno, na dedicação meditativa da pessoa com ela mesma, mergulhando para dentro de si e conhecendo-se em profundidade.

E diante disto, tal atitude nos confere liberdade de ir e vir, e não nos identificando com qualquer doutrina no sentido de sermos teósofos, ou isso ou aquilo, católicos, espíritas, e cientistas, filósofos e assim por diante, nos centramos em quem somos: não somos nada e nenhum rótulo, somos quem somos. E diante deste centramento de que somos quem somos (eu sou eu mesmo) então podemos navegar por qualquer doutrina e, dentro delas extrair o que nos é essencial para nosso crescimento sem que com isto nos apeguemos à elas e nos tornemos elas, fugindo de si mesmo e nos escondendo atrás de uma instituição, dogma ou lider. A atitude é a de sermos lideres de nós mesmos, gestores de si mesmos, e mergulhadores de nosso próprio self.

E tal atitude, compreendo, é a própria definição experimental de autopesquisa. Autopesquisa pois não é uma teoria e nem uma ciência, é uma atitude de aguda honestidade para consigo mesmo.

Então, tendo esclarecido meu ponto de vista acerca do que compreendo como sendo a autopesquisa, então o que vivo como aquilo que posso chamar de "minha vida" ou "meu modo de viver" é, assim dizer, um modo de viver continuamente em autopesquisa, num trabalho interno contínuo, permanente, de cultivo da honestidade comigo mesmo e do anseio também honesto de conhecer-me tal como sou.

Na China antiga, especialmente o taoismo, este movimento foi chamado de Nei-Dan, ou como é comumente traduzido por "alquimia interna" ou ainda pelas traduções menos ligadas ao ocultismo chinês, por Nei-Kung, ou "trabalho sobre nosso interior visando alcançar o estado de Tai Chi". O método usado pelo Nei-Kung (ou Nei-Dan) é conhecido no Ocidente por Chi-Kung (trabalho sobre a energia - Chi) e em sua forma longa, de Tai Chi Chuan (caminho para se alcançar o estado de Tai Chi).

II - Da Minha Experiência Parapsíquica através do Chi Kung e Tai Chi Chuan: Observando os Níveis da Aura

1. Auto-percepção da descarga energética (Chi) pela prática da micro-órbita e Tai Chi Chuan:

Em temos de prática energética a começar em 1997, quando conheci a assim denominada técnica da mobilização básica de energias (que é Chi Kung), a partir de determinado tempo comecei a sentir os sintomas que narrarei abaixo. Os sintomas foram se intensificando com a prática da Tenepes, chamada tarefa energética pessoal, quando eu intensificava a prática energética. Nos últimos tempos com o treinamento mais intensivo de Chi Kung, comecei a observar com maior acuidade o fenômeno da descarga energética que parece ter um trajeto sempre parecido.

Ao realizar a micro-órbita e mesmo o circuito fechado do tan-tien inferior, médio ao superior e vice-versa, acelerando o circuito com a intenção Yi (intenção do coração, amor próprio), começo a sentir uma pressão na região inteira da nuca-escápula e libera uma energia leve porém com carga elétrica perceptível que se propaga pela coluna cervical para baixo alcançando a região sexual onde às vezes me gera pequena excitação sexual traduzido por bem estar e prazer calmo; ao mesmo tempo a descarga caminha pelas região exterior dos ombros, braços e mãos, como se fosse uma higiene energética, assepsia de Chi. A descarga também prossegue para a região geral do tan tien superior, no topo da cabeça, também chamado chacra coronário, onde sinto-o "formigando", pulsando e não raro, se elevando acima da cabeça, mais de 10, 20 ou mesmo 30cm. As vezes a descarga alcança as pernas e pés. Quanto mais intensifico o movimento, mais descargas até que ocorre uma vibração generalizada no corpo inteiro, que gera um alívio geral no sentimento, a energia torna-se leve e os pensamentos calmos. A serenidade é o sentimento dominante. A observação calma e desapegada do fluxo não parece seguir os trajetos dos meridianos, mas de grandes áreas, mais relacionadas com as grandes áreas dos tan tiens.

A sensação descrita acima também ocorre durante a prática do Tai Chi Chuan, porém, com menor intensidade. Parto da hipótese de que, sendo o Tai Chi Chuan também um longo Chi Kung com mais de 100 movimentos contínuos, a partir do aprendizado da prática integral, os efeitos poderão ser ainda mais intensificados.


2. Auto-observação da aura através da prática da micro-órbita durante uma "caminhada taoista":

Estava caminhando na rua de minha casa, em passos lentos porém consciente do corpo, do ambiente, de mim mesmo, procurando o "caminhar taoista", com respiração bem lúcida, calma e abdominal e fui incluindo a micro-orbita na caminhada. Em dado momento, senti uma expansão do chacra do topo da cabeça (coronario), um amor no coração e serenidade geral de espírito e um bem estar, e aquela descarga de energia pelo corpo e espinha como venho relatando. Porém pela primeira vez em minha vida "vi" de alguma forma (clarividência...) uma espécie de núvem de energia branca como um nivel de minha aura bastante dinamico, me envolvendo, esfumaçado que me protegia do ambiente, sentia-me em paz e amparado dentro daquela "nuvem" de energia, bem sutil. A visão ampliou e etas nuvens se mostraram coloridas, porém, em tons pasteis bem suaves, num movimento dinamico porpem miulticolorido. Quando comecei a raciocinar sobre o que via e sentia, eu perdi a visão e retornei minha atenção à rua, a mim mesmo tal como o normal.

O pensamento de controle gera a interrupção da experiência e a distância entre eu e eu mesmo, eu e a aura. Como ocorreu com vc rodrigo e a bicicleta: vc conseguiu ser uno com ela. Eu quando perdi a unidade entre eu e a aura e distanciei-me para raciocinar, perdi a visão-sentimento.

3. Auto-percepção da aura durante a prática do Tai Chi Chuan 

A percepção durante o Tai Chi Chuan não é geralmente a descrita no item 1, mas a de uma percepção da aura que envolve o corpo. E tal percepção é um sentimento, uma sensação. Eu posso sentir a aura, ou o campo de energia que vai além de meu corpo físico. Na experiência eu me sinto maior do que sou, e o espaço que ocupo é percebido como além do ocupado pelo corpo, porém, em uma dimensão não tão física, porém, bastante sutil. Neste estado, eu sou essa aura e não o corpo somente. Então não é como se eu percebesse a aura, mas antes disso, neste estado, eu sou a própria aura enquanto consciência. A sensação é de alívio, serenidade e paz interna.


III - Das Considerações Finais

Este diálogo serve para além de incentiva-lo a mergulhar dentro de si a buscar o seu próprio caminho e recursos adequados à sua saúde e seu bem estar.

Afinal, pela autopesquisa o que importa é você com você mesmo e o caminho (doutrina, paradigma, seita, ciência, filosofia...) não é tão importante quanto o caminhante (você) e nem quanto à caminhada (seu movimento de autopesquisa). É um trio inseparável e os três são essenciais: o caminho- o caminhante- a caminhada. E não importa o caminho, todos te levarão para dentro de sua mais profunda honestidade consigo mesmo, uns mais, outros menos. E você é livre para escolher e organizar seu destino tal como lhe é mais adequado. E quando for o momento de largar determinado trecho do caminho naturalmente ocorre. Nada é permanente, a mutação é a unica coisa que não muda (I Ching).

Acredito que é nesta liberdade de ser e estar e de ser quem somos que repousa a saúde e o bem estar.

E minha experiencia vem me dizendo: quanto mais lento, mais rápido caminhamos. E quanto mais rápido, mais lento caminhamos.

3.6.13

Paranormais, Gênios e Loucos: Grupo PGL e Inibição Latente

Dr. Albert Einstein
Por Dr. Geraldo Sarti (MSc)
Engenheiro, Físico, Parapsicólogo, Psicanalista
Contato direto: www.parapsicologia-rj.com.br

.................................................................
Ensaio publicado a pedido de meu grande amigo e iminente pesquisador e parapsicólogo, co-fundador da ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia e FEBRAP - Federação Brasileira de Parapsicologia, Dr. Geraldo Sarti (MSc), o qual envio minha mais sincera gratidão por todas as conversas, diálogos hiperlumínicos e toda a paciência por esclarecer-me a respeito de sua teoria de psicons, física quântica avançada, cosmologia e psicobiofísica. E como deu-me a liberdade de conceder cíticas ao texto, acrescentei em negrito um nome que faltou na lista do grupo PGL, obviamente lista esta não exaustiva, que é a de um gênio vivo, que pude conhecer pessoalmente. A minha sempre inominada admiração pelo alcance de sua inteligência. Muito obrigado pelo que fez/faz pela Parapsicologia, tornando-a ciência e não uma mística ou ainda um ramo do ceticismo psicologizante. 

.....................................................................................................................................

O conceito de  “ inibição latente “ , usado por Radin, parapsicólogo norte-americano do IONS,  é bem genérico e reflete  uma das características comuns entre paranormais, gênios e loucos, que chamamos de GRUPO PGL.

Esta característica é a “ ausência de inibição latente “.

Basicamente, a inibição latente é o mecanismo de defesa do tipo Freud-Anna Freud, psicológico, de repressão sexual  interna dos objetos interiores.  Como já é do nosso alcance, todo objeto, do DNA ao cosmos, é interior e mental.

Dominados pelo superego, político, social e familiar, os indivíduos-egos  têm suas atuações de desejo  coarctadas  ( Rorschach ) ou  reprimidas ( Freud ), ou recalcadas ( Lacan ) , em benefício do  status  quo  dominante.

O GRUPO PGL,  ao contrário, transcende esta dominação e, ao perceber dimensionalmente de fora. revolucionariamente,   este erro  perceptivo , que tem levado a humanidade a construir seu  próprio Armagedon, atua com  esquecimentos  criativos,  novos erros  dentro dos sistemas errados, , transgressões materiais e psíquicas, sublimações  etc.

Do ponto de vista Junguiano e transindividual, os PGL alçam níveis arquetípicos e são quase totalmente capazes de recriar tudo. Do ponto de vista mental, Psicônico,  esta capacidade é plena e total.
Equivocadamente, a meu ver, têm sido tentadas apropriações das idéias alheias e desejos de atuação tecnológica sobre as  idéias originais , sempre com materialização do tempo, quando já se está farto de saber que o tempo é mental, inexiste no Real, e sua utilidade  é apenas uma situação média a baixas velocidades , não mentais e não telepáticas ou não sociais.

O bóson-vácuo de Higgs, energético e massivo, consumindo euros, dólares e poluidores petrodólares, os bits quânticos de Wineland e Haroche, usando técnicas de intervenção e eliminação  na Incerteza quântica ( a telepatia de Einstein na  experiência mental  EPR ) e o achado artificial de Yamanaka de células tronco embrionárias dentro de células adultas, visando ao rejuvenescimento,  à cura  e à imortalidade, são perpetuações da materialização tridimensional do tempo mental.

Mas, fica claro nesta breve exposição que a mente precede o Real na sua  natureza  Psicônica, pré-conceitual e pré-geométrica.

A superposição do tempo quântico exponencial às funções de onda   ψ  espaciais, classicamente, são do tipo exponencial  ± i E t / ћ . A troca da base exponencial por 2  e a introdução do número de onda  K = 2л /  λ   transformam o suposto tempo imaginário em atividade mental informacional que vai e vem ( bit quântico  do tempo ).

Naturalmente,

Kλ = 2л , isto é, o número de comprimentos de onda em um giro de 360° ou ciclo.

Para os leitores  terem  alguma referência  como  “ não PGL e incapazes “, cito a “ galinhada e a  piranhada “de mulheres  imitadoras, vacas de presépio e papagaias do sistema envolvente,   que, por  um  equívoco qualquer,, abundam nas rádios e TVs, imitando ou competindo com os pseudo-homens e falando de crimes, politicagem, competições   e sistemas etc. ,  sem saber  porquê.  Mulher é Amor e não isto.

Mais ou menos ao acaso escolhemos nomes conhecidos nossos e dos nossos Leitores e que admitimos   fazerem parte do  GRUPO PGL que estamos enfocando aqui:

Thiago Ribeiro Santos, Helen Keller, Guilherme Eduardo Kilian, Fernando Salvino – NDE, OBE
Bosch – Pré- surreal
Goya – Fase negra
PAM Dirac – Pósitron
Uhlenbeck e Goudsmit – Spin  eletrônico
Dali – Surrealismo
Majorana – Auto espinores
Van Gogh  – Sol e pré-modernismo
Raquel  dos Reis Azevedo – Baby Kell – Profusa
Ronaldo Ayres – Terapia Paranormal
Chico Xavier – autista e médium
Lattes – meson PI e raios cósmicos
Stravinski – pré dodecafonismo
Jesus Cristo – Profuso
Bohr – Física quântica
Ayrton Senna – Fórmula 1
Gödel e  Wittgenstein – Lógica matemática
Einstein – autista, relatividade geral e 4ª dimensão real
Mané Garrincha – Autista, Futebol
Kammerer – Sincronicidade
Nietzsche – Zaratustra
Augusto dos Anjos – Eu e outras poesias
Goswami – Parapsicólogo
Rosa de Luxemburgo e  Proudhon– Anarquismo
Kafka – Pré-surreal
Civilização Maya – Sociedade
Lorentz – Relatividade especial e  E=mc2
Hamilton – Spin hiperdimensional  e quatérnion
Fernando Pessoa – Múltipla personalidade
Owens- Biologia arquetípica
Schreber  - Esquizofrenia  paranóide
Da  Vinci – Sublimações
Geraldo Sarti - Psicons e Parapsicologia Avançada
Etc., etc.

2.6.13

Sobre o Diálogo

Por Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo, Psicoterapeuta
Parapsicólogo (FEBRAP/IPCM)
Mestre em Educação (UFSC) e Esp. Educação (UDESC)




Um ensaio sobre o diálogo me parece essencial nesta fase de meus trabalhos e principalmente de minha vida. Em ciência fala-se muito em debate e pouco em diálogo. Nos relacionamentos, o debate é o principal agente desagregador do amor. As críticas excessivas e a incapacidade temporária de trazer em relevo o que o outro tem de melhor, as qualidades, o que fez e faz de bom. Aprendemos a criticar e criticar e criticar. E a crítica já é uma verdade, ela só é ensinada. Faz parte do ensino e não da educação. Quando nos sentimos encurralados diante de uma força autoritária que tenta nos persuadir de tal e tal argumento, de tal e tal doutrina, ou saímos ou lutamos. Em nenhuma das duas alternativas existe diálogo. Porque a saída, embora seja uma excelente alternativa de não-violência, nada resolve. A luta (debate) também não. O debate é ato de desamor. Já a saída pode conter em si o amor, o respeito e a decisão por não brigar ou conflitar quando o diálogo se mostra inviabilizado. Mas observamos que temos dentro de nós uma compulsão por discussões. E isto serve para a grande maioria da humanidade que ainda cultua a guerra e a competição, mesmo sem saber pelo que competem.

Diálogo é amor, respeito, ética, paz, não-violência, harmonia. Debate é raiva, ódio, controle, subjugação, belicismo, violência, desarmonia. Diante disso vou estabelecer algumas noções que considero importantes sobre as diferenças entre diálogo e debate.

O debate é a disputa, a luta intelectual, que testa capacidades persuasivas, autoritárias de convencimento sobre um outro ou sobre um argumento, teoria ou tese, visando sua anulação ou diminuição e mesmo em muitos casos, a humilhação pessoal para finalidades de vitória intelectual ou de manutenção do paradigma. O debate carrega a intenção de vencer o outro; carrega o desrespeito ao que é diferente daquilo que vivemos, experienciamos, sentimos e pensamos. Ao debatedor seu mundo é o mais certo, suas teorias são melhores, seus paradigmas são de ponta, suas verdades são mais avançadas. Então, ele já sabe que sabe, então só lhe resta vencer ou mesmo, em atos de arrogância e prepotência, demonstrar seu saber ao mero ouvinte. O debate é assim a essência do ensino. O ensino é o ato de ensinar, ou seja, de colocar signos noutro, passivo. Somente no ensino é possível que haja professor e aluno. O aluno é aquele é que alimentado. Vem da sua origem, a pedagogia, ou a condução das crianças pelos escravos.

O diálogo é a relação comunicativa donde existe harmonia, respeito e concessão mútua do direito de ser quem somos e de pensar/sentir o que bem entendemos. Neste não existe a intenção ou esta é minimizada a um nível bastante baixo, de agressão e guerrilha, ou de vencer o suposto oponente para convence-lo da verdade. No diálogo a intenção é de troca, de uma espécie de construção de conhecimento mútua, sincrônica, harmônica, sem instalações de campos de resistência energética, de domínio mental e intimidações. No diálogo existe concessão de direitos de ser quem somos, então, inexiste intimidação, mas liberdade de expressão. É mais como uma dança, como um jogo de frescobol, como uma conversa informal sem pretensões de vencer o outro, porém, com alto nível de seriedade. Para mim somente pelo diálogo é possível a educação. E onda há educação, não há professores. Nada há a se professar, a se declarar, a se comunicar, a se expor, porque não há aluno, não há o sujeito passivo, tábula rasa que nada sabe, e que é mero receptor de informações. Então, onde há educação, há sim, educadores. Educação é o movimento de edução, de eduzir, extrair. A extração da informação (educação) ao invés do depósito de informação (ensino). Na educação o educador facilita a edução, ou seja, a extração do conteúdo principal a se aprender: os próprios conteúdos internos do educando. Educando é aquele que solta, expõe e trabalha seus próprios conteúdos sob orientação do educador.

Assim, a educação por excelência é sempre psicoterapia. E o ensino por excelência é mais um desastre autoritário de imposições de currículos e de depósito de conteúdos geralmente inúteis à vida real do educando do que aprendizagens significativas. Considerar uma pessoa um aluno é desvalorizar completamente aquilo que ele já traz: conteúdos e mais conteúdos e uma herança histórica palingenética.

E penso que, somente numa relação dialógica que por natureza, uma relação educativa, é possível uma ciência pacífica e uma sociedade amorosa, pautada no respeito intercultural e cosmológico.

E uma ciência pacífica é aquele onde concedemos a nós mesmos o direito de sermos quem somos e aos outros o mesmo direito.

E onde há esta concessão existe a possibilidade de diálogo e de construção.

Alegra-me realmente que eu seja capaz, não sempre, de estabelecer diálogos até mesmo com pessoas que nada sabem do que estudo e ainda sim, criar nesta relação um aprendizado significativo, que é o objetivo essencial, a razão de ser da educação. Enquanto a aprendizagem significativa é a razão de ser da educação, o diálogo é o método universal. E para haver diálogo é necessário um único princípio, da ordem ética e mesmo jurídica: o de conceder a si mesmo e ao outro o direito de livre expressão de si mesmo e do que pensa, sente, vivencia e dogmatiza.

Porém quando não capaz de estabelecer uma relação dialógica com alguém, frustra-me, e dependendo da pessoa com o qual ocorra tal impossibilidade, entristece-me. Apesar de entristecer-me diante da frustração de não estabelecer diálogo com algumas pessoas que amo ou que considero importantes, ainda sim, motiva-me compreender-me sobre os porquês não consegui e diante disso, extraio de mim mesmo os conteúdos necessários para que possa ver, trabalhar e superar, e diante disso lançar-me novamente ao diálogo com o outro, usando da melhor linguagem e visando somente um único objetivo: a harmonia e a construção significativa de uma relação de diálogo. E considero que, onde há diálogo, há amor. E o que falta ao planeta é diálogo.

Diálogo consigo.

Diálogo com os companheiros, cônjuges, esposas, esposos, filhos, filhas, pais, mães, irmãos... nossos semelhantes, independente de quem quer que seja.

Diálogo com os animais.

Diálogo com as plantas.

Diálogo com a natureza.

Diálogo com a vida.

Diálogo com o cosmo.

Diálogo com o infinito.


E não é o discurso, não é uma filosofia. É uma práxis. E a resultante desta práxis em maior ou menor escala está no sentimento geral de paz interna, serenidade e sentido.

O diálogo é o fundamento da holocosmologia. E por ser o diálogo seu fundamento, o amor é seu substrato.

E pergunto também a mim mesmo:

Estamos realmente dispostos a estabelecer relações de diálogo com tudo e todos? E arcar com as consequências de, em determinados casos, sair (ausentar-se, silenciar-se) mais ao invés de debater?