31.12.11

L(∞): Ensaio Preliminar Sobre a Lógica Inclusa do Infinito e a Irrupção da Transciência

Infinito - L()
Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo


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Obs: este artigo é o último de 2011 e finalizo esta publicação em estado de graça, sereno, em paz interior, sentindo amorosidade natural pelas pessoas e seres, certo do cumprimento de uma de minhas  tarefas, a de trazer a esta dimensão tais assuntos e experiências de ordem da alta ciência e da transcendência consciente.

Desejo a todos os leitores deste modesto espaço as melhores energias e intenções para 2012 e que se há alguma profecia para o próximo ano, que seja realmente a do "fim do mundo", mas não a do mundo, mas a do mundinho, o ego restrito, o egoísmo, em direção ao fraternismo cósmico. 


Agradeço a todos vocês que sustentam consciencialmente este espaço, sem vocês ele não teria função alguma. Aos leitores participantes ativos, meus sinceros e cordiais agradecimentos, pois atuaram como co-escritores deste espaço, deixando suas assinaturas psíquicas por aqui. Aos amparadores extrafísicos desta revista de experimentos, meu profundo agradecimento, sem o suporte de vocês como manifestações corpóreas do Infinito nada seria possível. E, como é o tema deste artigo, sinto-me em clima de profundo respeito pelo Infinito, o real motor motivador de tudo que o existe nesta espaço, manifesto minha sincera gratidão pelo Cosmos e pela oportunidade de estar vivo em sã consciência, neste século, neste planeta.

Fernando Salvino, 31/12/2011.

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I – Das Considerações introdutórias

O tema é causador de angústia e medo irracional para muitos. A razão disso é simples: todos nós somos, de uma forma ou de outra, diariamente pressionados ao encontro experimental inevitável com o Infinito.

Este texto é inspirado em experiências de projeções avançadas de psicossoma (exoprojeção e outras impactantes) e de mentalsoma, incluindo aqui, a cosmoconsciência ou o contato direto com o Infinito e a transcendência absoluta da linguagem e paradigmas tal como os conhecemos e operamos em nosso nível. Inexiste possibilidade de ciência neste espectro de realidade, razão pela qual poder afirmar que a ciência é um tipo de saber temporário e relacionado a um determinado nível de consciência.

O sentido geral do aparecimento global do fenômeno parapsíquico está além do entendimento humano. A necessidade de uma parapsicologia, ou uma psicologia profunda (além da psicologia) está associada ao entendimento de fenômenos que desafiam o paradigma, a política, o sistema social, o direito humano e assim por diante. Fenômenos estes que nos levam além da fronteira, rumo ao Infinito. Lidar com o fato de que não conseguimos explicar a maioria dos fenômenos que vivenciamos, mesmo os do dia a dia, é a base também para uma translingüística. E ao adentrarmos nas experiências parapsíquicas, especialmente, as projeciológicas avançadas, adentraremos no rol de vivências mais estranhas que podemos explicar. Por exemplo, a experiência projetiva que tive esta noite (madrugada do dia 29/12/2011):

“Estava eu sonhando que estava acampando com minha filha [falávamos neste assunto antes de dormir, pois ela afirmava amar acampar no réveillon] quando aparecem quatro homens, jovens, porém amistosos e com intenções agressivas. Estes jovens aparecem no momento em que abro a barraca. Ao perceber os jovens vindo em minha direção como se para me pegar, paro e de forma lúcida penso: “estes homens são produtos de minha mente, eles não existem.” Imediatamente, os jovens ficam estáticos, suas aparências tornam-se como opacas e sem vida e, como bonecos comandados pela minha mente, caem no chão como peças de um dominó, sem qualquer consciência e vida própria. Neste exato momento, sei que estou fora do corpo e acordo imediatamente devido a forte emoção da experiência.”

II - Sobre a complexidade da experiência projetiva

Este exemplo retrata uma projeção consciente aparentemente simples, porém, carrega uma intensa complexidade. A começar pelo meu relato. É impossível relatar em exatidão através de palavras, especialmente a língua portuguesa, como de fato a experiência se passou. Primeiramente, como a experiência se passou, o experimentador precisa lançar mão de sua memória para fins de lembrar da experiência. E toda rememoração passa por processos de atualização da experiência passada em relação ao presente. Diante disso, entre o relato da experiência e a experiência, temos a memória e o processo de rememoração. A partir disso, a rememoração que já é uma distorção da experiência primária, embora possa ser uma pequena distorção, ao ser traduzida em termos de linguagem, passa por uma segunda distorção: o registro escrito da experiência. Assim, o que é relatado já é uma tradução, uma versão distorcida da experiência primária. Assim temos que todo relato experiencial é, antes de tudo, uma versão secundária da experiência primária, como em E1 > R (experiência primária é maior que o registro da experiência). Ou mais especificamente:

E1 > Rem > R

E1 = experiência primária
Rem = rememoração
R = registro da experiência

A respeito da experiência, temos mais uma complexidade. O detalhe é que estou estudando uma técnica projetiva que sugere questionar qualquer conteúdo onírico em sonho visando despertar a consciência extrafísica a fim de discernir presença consciente e presença não-consciente (onirismo) dentro dos sonhos. Ou seja, existe anteriormente à experiência, um referencial teórico-metodológico sendo aplicado visando um resultado específico. Este referencial foi elaborado por projetores conscientes que a partir de estudos e experimentos pessoais organizaram métodos para que tais experiências pudessem ser replicadas e intercomunicadas, apesar da realidade das distorções entre E1 e R. Temos que R apesar de tudo, consegue alcançar algum tipo de realismo de E1 a ponto de viabilizar a comunicação entre projetores conscientes. Quando lemos que a pessoa sentiu-se paralisada após retornar ao corpo, o projetor que teve a experiência sabe experimentalmente como é a catalepsia projetiva, obviamente, que a partir de sua experiência pessoal. Não sabemos exatamente o que outro projetor sente pela catalepsia, mas é o limite da comunicação possível.

Diante disso, estamos sempre lidando com esses limites entre as experiências primárias e os registros ou a comunicação das experiências verbalmente. Esta lacuna entre um campo e outro nos coloca em contato com o Infinito. Existe uma área ali intocada, permanentemente intocada. Nem mesmo nós que experimentamos tais vivências conseguimos tocar nestas áreas e conseguir levar tais campos de experiências ao nível do registro e da comunicação.

É diante desse realidade que estarei dissertando este tema aqui, limitado por meu registro, capacidade de tradução das experiências em palavras e rememoração.

Além de tudo o que coloquei acima, experiências projetivas como esta, apesar de ser uma experiência projetiva de baixa complexidade, desafiam os principais conceitos atuais sobre a realidade. Como poderíamos acordar dentro do próprio sonho? Como controlar o próprio sonho e ainda permanecer sonhando de forma consciente? Seria isto um sonho? Que nome poderíamos dar a este fenômeno? Não se trata de um sonho muito menos de sonhos lúcidos. Estamos adentrando noutra esfera de realidade: as experiências lúcidas fora do organismo físico e as escalas de lucidez. E estas experiências necessitam da pessoa humana uma estrutura de personalidade capaz de dar suporte ao toque do Infinito, por mais sutil que seja.

Este me parece ser o maior sentido do aparecimento moderno do fenômeno estudado pela parapsicologia, por exemplo, chamado de EQM – Experiência de Quase-Morte. As EQMs são experiências profundamente impactantes, verdadeiros toques do Infinito. Uma introdução experimental ao Infinito, uma degustação simplória daquilo que será nossa realidade permanente: vivermos tão só nesta zona cosmológica Infinita. Da mesma forma as experiências de retrocognição, precognição, a telepatia, clarividência e as impactantes experiências fora do corpo conscientes até a cosmoconsciência, esta última, um mergulho temporário no Infinito. A experiência de cosmoconsciência é a experiência temporária, o vislumbre do estado de consciência inorgânica, sem corpo algum, onde a pessoa não consegue ver qualquer apêndice corporal agora sua consciência em si mesma, livre, cosmificada, em contato direto com o Infinito. Aqui adentramos noutra sintaxe, outra linguagem, além da nossa, restrita a um mundo restrito da inclusão cósmica. Não sei se o leitor ou leitora estão realmente compreendendo o que estou falando aqui, mas de qualquer forma, prosseguirei com a expectativa de que os assuntos seguintes possam ser complementares a este.

III - Sobre o Infinito Cósmico e sua estrutura básica: o Intento (Consciência).

Existe um território, uma zona, uma área, dentro de um contexto de uma possível topografia da ciência e da possibilidade factível do conhecimento, que é inacessível à cognição humana. As atividades cognitivas, intelectivas e perceptivas, incluindo as capacidades extrassensoriais e parapsíquicas da consciência não adentram nesta área, mesmo as experiências de cosmoconsciência avançadas. Se formos tomar como um todo a imensa gama de capacidades de acesso e possibilidade de conhecer humano, mesmo assim, existe uma área inacessível e permanentemente viva e atuante, mesmo que não tenhamos condições de acessar ou identificar, perceber e reconhecer a sua existência no dia a dia e mesmo nas experiências transcendentes. Diante disso, chamarei a este grande conjunto aberto, transfronteiriço, de Infinito.

O Infinito é a maior área do Cosmos. É o fundamento da energia escura, perfazendo mais de 90% da composição do cosmos, conforme a moderna cosmologia. Dentro de uma topografia cosmológica multidimensional, situo o Infinito como a área cósmica por excelência, zona de realidade incomensurável e inacessível a qualquer tentativa de uma ciência cosmológica completa. O completo é uma fantasia também inacessível, diante da natureza do Cosmos: o Infinito. Diante disso, partiremos do Infinito enquanto fundamento cosmológico básico e de uma ciência real possível, dentro de seus limites viáveis, livre de megalomanias e narcisismos próprios de consciências isentas da inclusão da lógica do Infinito, aqui representada por: L(∞).

IV – Sobre a Lógica Inclusa do Infinito - L(∞)

Esta lógica opera a partir dos experimentos diretos com o Infinito, especialmente aquelas experiências catalogadas como psi. Esta lógica torna a vida humana comum não mais um escondeirijo do Infinito, mas uma oportunidade de transcendência e de compreensão do funcionamento prático da consciência.

O assunto aqui tratado não é uma teoria ou uma concepção, se trata de uma realidade imutável, a de que o destino do ser humano é ser lançado para campos de realidade cada vez mais cósmicos, quer ele queira ou não. Existe no universo uma força chamada Intento que nos pressiona para tal realidade: o Infinito. Daí vem o sentido de falarmos em uma inclusão lógica do Infinito em nossa cognição ordinária. E esta inclusão se dá experimentalmente e epistemologicamente. Por outro lado o amor cósmico parece-me estar lado a lado com tal expansão progressiva de consciência. Assim, o Intento Cósmico é amoroso. Não sabemos o que é, nem como se forma ou donde vem, qual sua natureza e concepção, porém, podemos presenciar as manifestações do Intento, através do fenômeno da Evolução da Consciência. Ninguém escapa à evolução.

O Infinito permeia as nossas vidas por todos os lados e nos atravessa diuturnamente, mesmo que não tenhamos consciência de sua cosmo-realidade. No entanto, nos defendemos e tentamos nos livrar dele, de sua pressão cada vez mais progressiva. Nestas alturas considero o próprio Cosmos como um Infinito cuja natureza mesma se manifesta como um Intento. O Infinito manifesta-se como intenção cósmica, ou atividade cosmo-inteligente onipresente.

V – Das Considerações finais sobre a gênese das patologias (sofrimento) e suas relações com a cosmofobia, conscienciofobia e esquizoholia.

Desta forma, o medo básico é do Infinito e da experiência de contato direto permanente com este, a cosmofobia, o que nos leva a um estado esquizohólico, ou de divisão psíquica experimental entre o eu e o cosmos (Infinito). Esta divisão sintáxica e experimental parece-me ser a base genética de todo sofrimento e, portanto, da patologia e psicopatologia. Este afastamento possui relação com o ódio/raiva... E a aproximação, com o amor/afeição.

A experiência de presença do Infinito é tida como aquela que gera tremor agudo (tal como u tremor de terra provocado por um terremoto) na estrutura geral da personalidade, abalando suas estruturas em prol da irrupção de uma nova, mais acolhedora do Infinito. Por outro lado, outras experiências desta natureza provocam um contato direto com o Sentido, sendo que as pessoas que passam por tais experiências retornam com uma sensação sem palavras, repletas de gratidão cósmica. Assim, o Infinito apresenta-se como dupla polaridade: ora como um profundo Vazio Cósmico (Yin), ora como um Sentido (Yang). Estas experiências são tidas como uma sensação geral de presença de um “algo” profundo que se situa nas dimensões mais profundas e invisíveis do Cosmos. Esta cosmofobia gerada pelo contato direto com o Infinito faz com que a personalidade vai, passo a passo, se preparando e se acostumando com tal realidade até que vai perdendo o medo do escuro multidimensional. Por outro lado, até mesmo as experiências de encontro com o Sentido geram na pessoa tremor e sensação de perda de sanidade mental ao retornar para o mundo ordinário, comum. Incluo neste rol de experiências o campo da extraterrestriologia, no contato direto e experimental com outros organismos conscientes habitantes do Cosmo afora.

A cosmofobia que se traduz por uma conscienciofobia (medo de si) leva a consciência, esteja ela em qualquer estado de manifestação, a uma esquizoholia. Esta leva a consciência a criar e desenvolver uma sintaxe e paradigmas ancorados na cosmofobia, conscienciofobia e esquizoholia e, portanto, defende-se do Infinito. Aqui nasce um sistema de defesa dedicado a desviar a consciência do contato direto com o Intento Cósmico (Infinito). E este sistema de defesa é a base que sustenta a ciência mais convencional e as religiões de forma geral, cada um em seu espectro defensivo.

(parte 1)