26.5.11

Psicoterapia, Profissão e a Desafiante Tarefa de Ajudar

Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo Clínico e Psicoterapeuta

Este texto serve como aprofundamento à pergunta tão comum feita por meus pacientes: Dr. Fernando, qual é sua formação? Como não vou fazê-los perder seu tempo, energia e mesmo dinheiro explicando esta trajetória durante uma consulta, uso deste meio para esclarecer melhor esta idéia.


As pessoas

As pessoas são unidades conscienciais integrais e irredutíveis à teorias que procuram dividir corpo de cérebro, mente de emoções, cognição de sentimento, inconsciente de consciente, físico de psiquico, intra de extrafísico e assim por diante. Na prática enquanto seres en-carnados, re-sexualizados, re-somados, somos unidades pulsantes de consciência-energia, unidades estas que evoluem com o passar do tempo.

Eu e você, conhecemos o que é uma crise existencial e o que é superar uma crise. Se você não superou ainda, somente a experiência de superar-se possibilitará saber o que é isso. Como na maioria das coisas da vida, somente aprendemos pela experiência. Nenhuma teoria gera aprendizado significativo, somente aquela que leva a pessoa a experiências significativas. Essa afinal sempre foi a posição de Dewey, Rogers e Kilpatrick e estou de acordo com eles. Experiências significativas são aquelas que têm sentido para aquele que as vivencia. Por sentido quero dizer das experiências que acarretam mudança, alguma mudança significativa no nosso modo de ser levando-nos a estados mais saudáveis de ser/estar no mundo. Incluo aqui não somente as experiências vivenciais propriamente ditas (corporais, emocionais...), mas a experiência intelectual de ler algo significativo e com isto alguma mudança é desencadeada.

Um resumo-resumido sobre a minha formação psicoterapêutica

Quero ficar aqui somente com as experiências significativas em Psicoterapia. Assim como você, que é meu paciente ou paciente de outros Psicoterapeutas, já passei por situações internas onde necessitei de ajuda. Minha primeira sessão de psicoterapia foi realizada num centro de umbanda, daqueles centrinhos de umbanda pequenos, todos brancos, com os médiuns vestidos de roupas brancas, música relaxamente ao fundo e leve aroma de incenso, sem santos ou imagens cristãs e um clima tranquilo e aconchegante. O psicoterapeuta era uma pessoa que se chamava "Vô Serafim" (conforme já disse noutros textos). Ele se manifestava através de um médium, no caso, um médico radiologista negro. Vô Serafim era um "preto velho", lúcido, porém algumas vezes assertivo demais em orientações cegas (guia-cego). O clima era familiar e as sessões eram semanais. O psicoterapeuta conversava comigo a respeito de minhas questões mais íntimas, em clima aberto e fraterno, amigo e íntimo. Foi ali que aprendi a criar este clima de amizade com meus pacientes. Os assuntos rodeavam dificuldades minhas em conflitos familiares e principalmente os relativos às minhas vivências conscientes fora do corpo. Uma pré-Parapsicologia Clínica. Começei minha formação como psicoterapeuta, nesta vida, aos 12, 13 anos de idade. Ali a médium recomendara a mim como estudo complementar o clássico de Allan Kardec "O Livro dos Médiuns". As sessões me faziam sentir-me melhor, mais leve e mais tranquilo diante dos problemas de minha vida.

Anos se passaram e experimentei uma série de linhas psicoterapêuticas, tais como: psicoterapia por PNL, Hipnose e Linha do Tempo, com os terapeutas Srs. Elizabeth S. e George S.; psicoterapia orgônica ou reichiana com a respeitada Dra. Mara Rúbia, primeira profissional que mostrei as evidências de muitas experiências holotrópicas, transpessoais e parapsíquicas mais íntimas; psicoterapia de orientações psicanalíticas e humanistas; somaterapia; psicoterapia de grupo; psicoterapia xamanista com Dr. Aroldo Vargas, médico, através dos rituais como: xanupa, tenda do suór, cerimônia do peyote e ayahuaska e diálogos psicoterapeuticos informais; psicoterapia transpessoal e parapsicologia clínica com o respeitado Dr. Paulo Américo C. Martins, amigo pessoal e pessoa muito importante em minha trajetória evolutiva, a primeira que me mostrou a possibilidade de uma parapsicologia clínica e uso extrassensorial na psicoterapia; terapias meditativas como raja yoga, budismo tibetano e a impactante experiência de conhecer o Sr. Lama Rimpoche, budismo zen e três anos intensivos de práticas taoístas como Chi Kun e Tai Chi Chuan com a experimente Sra. Jackeline Luiz, amiga pessoal, em seu espaço "Associação Lin Tai de Kung-Fu Shaolin do Norte e Tai Chi Chuan"; alguns anos de psicoterapia com a experimente psicanalista Dra. Soraya Valerin; as intensivas experiências de terapia de regressão facilitadas pelo médico e colega Dr. Mauro Kwitko, em minha formação em psicoterapia reencarnacionista; o programa psicoterapeutico intensivo vivenciado em minha formação em Parapsicologia Clínica e Terapia Mental no Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais, com vivências e treinamento em relaxamento, hipnose, regressão, PNL, apometria e outros recursos; experiência psicoterapeutica vivencial pelo treinamento energético no IIPC e os cursos psicoterapeuticos como o ECP1 e Parapedagogia, ministrado pelo IIPC e experiências psicoterapeutivas intensivas grupais na abordagem ecopedagógica com os Srs. Guilherme Blauth e Patrícia Abuhab, amigos pessoais, e assim por diante. Foram mais de 10 anos intensivos de psicoterapia e, paralelo, atendia os pacientes a partir de 1997 em consultório particular. Somado a estas experiências, estão as centenas de vivências parapsíquicas que formam meu currículo vivencial, organicamente experienciado, na escola da vida, que me dá a segurança necessária para atuar com a linha psicoterapeutica que atuo: a psicoterapia transpessoal, integral ou Parapsicologia Clínica. Minha formação também se deu, por exemplo, no campo do Direito, quando aprendi a lidar com as cargas tóxicas de bioenergia emanadas na 1ª Vara Criminal em Florianopolis, privativa de homicídios, crimes de abuso sexual e outros e, nos densos Inquéritos Civis Públicos o qual era responsável por investigar quando atuava na Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente, na Promotoria da Coletividade em Florianopolis. Isto me habilita a manter-me coeso diante, por exemplo, de um paciente dependente de crack e cocaína, que emana energia similar em densidade e necessita de assistência psicoterapêutica. Os experimentos autoditadas em arteterapia e musicoterapia me deram a base para o que chamo de "encarar de frente os espaços em branco". Desde 1997 envolvo-me com a tarefa de ajudar pessoas e de aprender e qualificar cada vez mais esta atividade profissional, chamada Psicoterapia. Não sei quantas pessoas já ajudei nesta vida, mas creio já ter passado das milhares. Somente atravez do Blog, passam dos 16.000 acessos e mais de 60 países. Clinicamente, no presencial, são centenas de pessoas. Em resumo, este é meu histórico-resumido-resumidíssimo na aprendizagem em ajudar pessoas. Poderia falar bastante a respeito deste histórico, mas vou me ater ao foco presente. Esqueci de muita coisa, mas não é meu objetivo lembrar de tudo. As entrelinhas também falam e podem ser lidas.

Em síntese, um profissional da área da ajuda necessita de experiência de ajudar. Necessita primeiro ter ajudado a si próprio, para assim, conseguir ajudar aqueles que necessitam de assistência. Muitos psicoterapeutas envolvem-se no processo de evolução, de ajuda de si mesmo, de auto-superação consciente e, estes, são os mais indicatos para lhe ajudar. Outros, ajudam os outros, mas esquecem-se de si mesmos e acabam, como já vi muitos, com síndrome de burnout ou mesmo afastados do trabalho por depressão.

Querer ajudar é diferente de saber ajudar.

Antes de ajudar alguém, o psicoterapeuta necessita ajudar-se. Este trabalho é permanente. Isto torna esta profissão umas das mais difíceis de todas, pois o sucesso na ajuda depende do sucesso que o próprio psicoterapeuta têm de ajudar-se, através dos meios que ele encontra e encontrou. Um Psicoterapeuta habilitado não é aquele que fez cursos, mas antes disso, é aquele que conseguiu e consegue realizar em si contínuas reciclagens evolutivas direcionando sua própria existência para caminhos de saúde, evolução e autorealização. Sabendo fazer isso, têm competência viivencial de ajudar outros a fazer o mesmo, cada um em seu modo, de acordo com as necessidades reais e evolutivas de cada pessoa. Segundo, para ajudar não basta querer, é necessário saber ajudar. É necessário com isso preparo técnico.O saber vem da experiência e da teoria/técnica que servem de ferramentas para a ajuda. Mas uma ajuda efetiva não é aquela onde o profissional conhece ferramentas, mas aquela em que o profissional saiba usa-las no momento certo. E este momento é um feeling, um insight, uma intuição, uma percepção extrassensorial, do momento de usar tal e tal ferramenta. A consciência, assim, é a primeira ferramenta prática do Psicoterapeuta: o discernimento, a memória, a associação de idéias, a intuição, o parapsiquismo, a psicocinesia, a projetabilidade, o intelecto, o sentimento, a sensibilidade, a capacidade de criar rápido rapport, a ética, o respeito pelo paciente, a capacidade de criar uma relação de amizade sem que comprometa a relação psicoterapeutica e assim por diante. Estes atributos não se aprendem em cursos, mas no curso da evolução gerado pelo próprio psicoterapeuta em suas reciclagens e passagens por psicoterapias enquanto paciente.

Todo psicoterapeuta também se forma psicoterapeuta a partir dos muitos anos de psicoterapia que submeteu fazer; todo psicoterapeuta já ocupou e/ou ocupa o lugar de paciente durante anos a fio, num trabalho ininterrupto de conhecer a si mesmo e superar-se numa direção de autotransformação

O Psicoterapeuta forma-se na vida vivida organicamente e diante de um processo contínuo de autosuperação e evolução, realinhamento consigo e com o cosmo, a vida e o universo; superando-se e ocupando o lugar vivo daquele que pelo exemplo mostra que é possível sentir-se feliz a maior parte do tempo e, vê na ajuda profunda as pessoas um sentido alternativo e digno de viver.

Pouco importa qual linha de psicoterapia o Psicoterapeuta pertence: o que importa é a pessoa do Psicoterapeuta e sua capacidade/competência na tarefa de ajudar.

Assim, pouco importa qual linha de trabalho este pertença. Não importa se é um psicólogo ou psiquiatra. Se é um parapsicólogo clínico ou um consciencioterapeuta. Não é o rótulo que importa. Não é a embalagem que faz uma Psicoterapia. Uma Psicoterapia se faz numa relação entre duas pessoas, onde uma delas é o exemplo vivo de uma vida vivida em direção a autorealização. A vida concreta do Psicoterapeuta mostra ao paciente que é possível sair da depressão, da melancolia, da paranóia, da psicose, da impotência, porque o próprio Psicoterapeuta, de maneira geral, conseguiu e continua conseguindo manter-se. O Psicoterapeuta mostra um caminho possível onde o paciente pode, sendo ele mesmo, inventar e trilhar um caminho onde pode sentir-se mais livre e feliz, apesar do caos social que vivemos. É possível ser feliz mesmo num mundo em guerra como o nosso. Não importa se é psicoterapia cognitiva, psicanálise, humanista, transpessoal... é a pessoa o centro da psicoterapia, numa relação de autenticidade e em clima de liberdade. Os estudos de Carl Rogers comprovaram isto.

O Psicoterapeuta mostra a partir de sua vida real, concreta, que é possível viver uma vida com muito menos culpa, com muito menos neurose e com muito mais prazer verdadeiro, que vem de fontes reais e concretas da vida e não de fantasias distorcidas da realidade, de metas falsas e megalomaníacas.

O Psicoterapeuta tendo corrigido distorções relevantes em seus pensamentos e cognição, consegue ajudar pacientes a compreender seu funcionamento mental e as suas consequencias na vida prática.

Um Psicoterapeuta lúcido e honesto consigo, sabe que numa sessão psicoterapeutica, ele usa de recursos que transcendem suas teorias e métodos que aprendeu em cursos e palestras. O que, como e em que momento usar uma ou outra técnica, uma frase, uma reprogramação mental; esta intuição somente a vida ensina; esta intuição não se aprende e nem se ensina: é fruto do insight direto, transcendendo o cérebro, os neurônios e rumando para a percepção extrassensorial, funções psi mais profundas da mente e da consciência.

A psicoterapia é uma atividade para psicoterapeutas

Desta forma podemos compreender porque a Psicoterapia não é uma atividade restrita para psicólogos e psiquiatras, porque sua formação se dá em múltiplos campos do saber e da vida, é transdisciplinar e, principalmente, no processo contínuo de autotransformação que a pessoa do Psicoterapeuta passou, passa e continuará passando, conforme esclarecido acima.

Um Psicólogo e Psiquiatra, na verdade se forma Psicólogo e Psiquiatra quando procede uma investigação de sua própria psiqué, caso contrário, terá em mãos um papel sem validade substancial. Da mesma forma um Parapsicólogo, Projeciólogo e Conscienciólogo se formam a partir da investigação transpessoal de si mesmo e, com estas experiências, consegue facilitar experiências psicoterapeuticas significativas em seus pacientes. Em todos os casos, títulos pouco valem quando temos em frente uma pessoa a ajudar. Um PHd pode saber muitas coisas sobre Psicologia, Psiquiatria e das Ciências Avançadas da Consciência, mas em se tratando de ajuda, estes conhecimentos podem ser inóquos.

A desafiante tarefa de ajudar e a evolução da consciência

A profissão de Psicoterapeuta é das mais exigentes do profissional, de sua pessoa. Isto porque, cada caso clínico, é um caso específico não encontrado em qualquer livro ou manual. Não existe livro que fale acerca do Fulano e do Beltrano. Cada sessão é uma investigação, um aprendizado, uma aliança que estabeleço com o paciente na maravilhosa tarefa de autotransformação através da psicoterapia. O universo ali é descortinado, memórias, sonhos, experiências desta e de vidas passadas são faladas e comunicadas, e, numa relação sincera e autêntica entre eu e paciente, podemos caminhar juntos numa direção da autosuperação das dificuldades que motivaram-no a procurar a ajuda profissional. No silêncio do consultório, vozes escondidas e reprimidas saem das falas e dos sentimentos do paciente que, em muitos casos, nem ele mesmo lembrava. O mundo que o psicoterapeuta vive é a dimensão do não-falado, comunicado, expressado aos outros; é a dimensão onde as pessoas se silenciam, escondem-se, fogem de si mesmas e do mundo, com medo de represálias, punições e julgamentos. É neste mundo que vivemos, como psicoterapeutas. Vivemos o processo árduo que o paciente passa em transformar-se, no silêncio do mundo, mas no barulho dentro da clínica. Ele entra mudo no consultório e, em determinado momento, corta o silêncio que o recolhe em sua prisão espiritual, e inicia a caminhada de volta para si mesmo. O psicoterapeuta é o profissional que acompanha o caminhante e a caminhada de uma pessoa, o paciente, que anseia por evoluir e tornar-se alguém mais feliz e realizado. O gozo maior do psicoterapeuta é ser a testemunha direta do progresso evolutivo de seus pacientes.

Nesta trajetória o psicoterapeuta continuamente precisa autotransformar-se para que suas limitações internas não prejudiquem o andamento da ajuda psicoterapeutica. Assim como, necessita aprimorar suas qualidades, atributos e potencialidades, para que estas atuem a favor de uma psicoterapia positiva, focada na saúde e autorealização. Constantes reciclagens, reflexões e mudanças os pacientes desencadeiam no psicoterapeuta que, assim, mostra-se tão humano e limitado como o paciente que, exige, direta ou indiretamente, mudanças no curso da psicoterapia. Este caminho percorrido pelo psicoterapeuta acelera a evolução a um nível profundo, pois seu cotidiano é atravessado por relacionamentos profundos e autênticos com os pacientes. Este aprendizado é levado para a vida, onde é possível que as relações sejam mais significativas e carregadas de sentido e profundidade. Por outro lado, o psicoterapeuta necessita estar lúcido para não cair na armadilha de ser psicoterapeuta em tempo integral: com filhos, esposa, pais, irmãos, amigos, etc. Um Psicoterapeuta é uma pessoa, como qualquer outra, que se relaciona, em alguns casos são pais ou mães, e necessitam da família como suporte de amparo em sua existência. O Psicoterapeuta é este profissional soilitário que vive como testemunha da dor e da superação humana recalcada silenciosamente nas relações sociais: cultura esta que rejeita tanto o deprimido como o ser feliz e realizado.

Em alguns casos, psicoterapeutas têm tido experiências transpessoais profundas com as equipes extrafísicas que acompanham as sessões e os pacientes. Em algums casos, amparadores têm me agradecido pela assistência, tanto via percepção parapsíquica (mediúnica), como em um caso, paciente sensitivo incorporou seu amparador que me agradeceu diretamente a ajuda prestada, inclusive dando-me feedback acerca de meu trabalho. Este amparador foi identificado como sendo o mesmo que o orientou antes do renascimento, conforme suas experiências de regressão. E não sou o único. Pelo planeta afora, psicoterapeutas de linhas transpessoais vêm testemunhando a espiritualidade viva na cooperação psicoterapeutica e na ajuda às pessoas necessitadas de amparo. Num nível de esclarecimento e numa direção de orientação evolutiva, os amparadores vêm atuando como verdadeiros parceiros de uma equipe multidimensional de ajuda psicoterapeutica. Mesmo que o psicoterapeuta não acredite nisso este também atua com estes amparadores.

Psicoterapia: Profissão Evolutiva

O caminho de ajudar o outro psicoterapeuticamente é uma opção evolutiva avançada para a pessoa que anseia por acelerar sua evolução e aproveitar sua atual existência, gozando da autorealização de ser a testemunha direta e participativa da possibilidade real de uma pessoa autotransformar-se e vencer a si próprio em níveis profundos, conquistando maior felicidade e lucidez perante a vida, a morte e a existência humana.

19.5.11

Infinito, Realidade, Consciência e Evolução

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta e Conscienciólogo


Viver é uma aprendizagem incomparável a qualquer escola. A vida em si parece ser uma escola onde torna-se possível a evolução ou em outras palavras, o processo de tornar-se uma pessoa/consciência cada vez mais íntegra, feliz, autêntica, autônoma, responsável, lúcida, amorosa, consciente e fraterna. Os níveis em que podemos alcançar destas qualidades é icomensurável. Os limites da evolução inexistem. As fronteiras são ilusões mentais. Só nos sobra o Infinito a nossa frente. E não seria do Infinito nosso maior medo e o medo raíz que fundamenta os distúrbios próprios da vida humana?

O Infinito é a noção básica da evolução. Não sabemos de onde viemos e nem para onde estamos indo. É o Infinito passado e o Infinito futuro. Uma pura incerteza operante. Um universo de probabilidades. Quando adolescente eu gostava de filosofar a respeito dos símbolos matemáticos do infinito. Eu pensava a respeito da possibilidade de um passado infinito e de um futuro infinito. A sensação era de uma alteração súbita de consciência, um prazer imediato. Um alívio espontâneo. Seria a solução pelo menos filosófica do problema que me atormentava quando pequeno: a angústia diante do Nada. Se o futuro dirige-se ao Infinito, logo o Nada não existe, sobrando somente a Existência em Si. Assim fui resolvendo internamente este dilema existencial que me incomodava desde a infância, com cerca de 4 anos de idade.

Se tudo tende ao Infinito; se eu permaneço existente mesmo após a morte; sendo a morte somente uma alteração de ambiente ou dimensão, onde a consciência (eu) permanece viva e existente, noutro estado de consciência; sendo esta existência a continuidade de um encadeamento de "n" existências anteriores; sendo este "n" o próprio Infinito aplicado ao nível humano de ser; sendo que o "n" tanto é aplicado para o passado como para o futuro, pelas "n" existências que ainda teremos pela frente; sendo a noção de "existências" uma aproximação didática para explicar fragmentos de memória de um continuum existencial ininterrupto, cuja consciência permanece contínua em seus múltiplos estados de lucidez e dimensões; sendo a "reencarnação" um fenômeno aplicado somente aos seres sexuados, ou seja, os seres que nascem e morrem; sendo a evolução um Infinito e o nível humano somente um estágio desta longa espiral evolutiva sem começo e sem fim; e sendo este nível humano uma continuidade lógica dos níveis não-humanos e estes de níveis inferiores de evolução; sendo isso, em dado momento passamos por estágios assexuados de consciência, portanto, inexistindo nascimento e morte, reencarnação e desencarnação; e portanto, em hipótese, houve um dado começo para os ciclos, porém um não-começo para a existência da consciência; sendo a lógica do Universo uma megacognição inatingível para o nível humano e para-humano; sendo o tecido máximo da existência cósmica uma realidade inatingível ao nosso grau de lucidez e discernimento; sendo a própria evolução uma realidade incompreensível em sua essência e real propósito de existência; sendo a realidade Infinita inapropriável por qualquer linguagem humana, escrita ou simbólica; sendo a essência mesma do humano, o intento e a volição realidades inexplicáveis por qualquer conhecimento humano; sendo a vida em si inatingível pela ciência, filosofia e religião; sendo que qualquer conhecimento filosófico, científico, religioso, ocultista ou outro nunca abarcará a realidade completa, inteiriça, em totalidade e, portanto, diante disso lidamos com mapas limitados e restritos a preconceitos e limitações puramente humanas, que acabamos por chamar de "verdades"; o que é a vida? o que é realmente a evolução? qual a natureza do cosmo? qual o tecido real do universo? para onde o universo está se expandindo? até que limite a consciência pode se projetar, se expandir fora do corpo? poderia expandir-se englobando o Infinito? O Infinito mesmo é consciência? O material de que o universo é feito é pura consciência? campos de força conscienciais? qual a extensão real do universo? onde realmente estamos vivendo? Tais questões transcendem as questões "reencarnacionistas", pois elas mesmas não abarcam o Infinito. O Espiritismo foi até ali. A Conscienciologia até lá. E não importa até onde foram, não chegaram até lugar algum, porque parece que essencialmente não existe lugar, nem tempo, nem espaço. Passado, presente e futuro, transparecem-se como realidades unificadas ocorrendo simultaneamente, apesar do aparente absurdo disso. E não para por aí.

Diante da profundidade da realidade do Infinito e a pressão que a mesma exerce em nosso psíquico vai direcionar a saúde e a doença. A doença manifesta a resistência ao encontro permanente com o Infinito. Os seres mais evoluidos, chamados por Espíritos Puros ou Consciexes Livres, são aqueles que vivem em contato direto com o Infinito após uma longa caminhada de evolução.

O medo do Infinito, ou seja, da maxi-realidade que fundamenta o Universo tal como realmente é e, em sua essência incognoscível e inacessível em nosso nível, coloca-nos no lugar do não-saber acerca de praticamente nada sobre a realidade Cósmica e a Evolução de forma total, universal. E isto, por si, ferindo nosso ego centrado na prepotência, na arrogância e na vaidade do saber, leva-nos aos estados de sofrimento decorrentes do estado de sonho que vivemos.

Esta expansão de consciência é somente um vislumbre da cosmoconsciência. E a cosmoconsciência é somente um vislumbre do contato direto com o Infinito. É um ensaio do Universo, uma prosa, uma poesia escrita a mão num guardanapo.

A realidade, tal como é, e a resistência à aceitá-la, parece-me formar a base que estrutura a etiologia das patologias.

Deixo a reflexão.

17.5.11

Diagnóstico da Sociopsicopatia pela Indústria de Armas no Brasil e a Criação de uma Cultura de Paz, Evolução e Saúde no Planeta

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta e Conscienciólogo




Diagóstico da Sociopatologia pela Hipocrisia Midiática (parte I) -> leia aqui.


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Hipocrisia é o "ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade" (HOUAISS).

Neste sentido, hipócrita é aquele que pratica a hipocrisia, ou "que ou aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado" (HOUAISS).


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Um caso tomou minha atenção devido ao apelo da mídia que acabou convencendo o mundo diante de tamanha psicopatologia: o caso ocorrido no Rio de Janeiro, numa escola pública, onde um garoto matou cerca de 10 outros garotos, em sua marioria meninas, devido a distúrbios psicopatológicos evidentes, conforme acabei examinando a carta deixada o qual informara o suicídio planejado. Problemas sexuais e mentais colocam o garoto naquela Classe evolutiva mais rústica: espíritos imperfeitos ou consréus. Diante disso já poderíamos avaliar o caso com maior lucidez. É deste caso concreto que parto para uma reflexão mais aprofundada.

Mas obviamente o que esperarmos de uma mídia que serve-se como instrumento de desvio das atenções de massa para os reais problemas que assolam este país e o mundo? Quantos bilhões de dólares serão gastos com a Copa do Mundo 2014? O volume de dinheiro gasto com este evento secundário e desnecessário para a evolução do espírito, ou seja 5 bilhões de dólares (veja aqui), poderia ser empregado para a reforma dos centenas de hospitais públicos, postos de saúde e escolas públicas aprodrecidas pelo descaso político: verdadeira sociopsicopatia. Os argumentos obviamente são fracos e irracionais, sempre focando na criação de novos empregos, turismo e investimentos. Estes argumentos refletem o grau da sociopsicopatia ainda incidente no tecido político e social brasileiro e no mundo.

Obviamente que é lamentável que crianças inocentes tenham pago o preço mais alto, que são suas vidas e a oportunidade evolutiva de estarem neste século, reencarnadas. E os pais e familiares próximos que sofrem gratuitamente. Todos ficamos perplexos diante do fato. Mas vamos sair um pouco do emocional e vamos levar nossa consciência ao campo mais lúcido, da racionalidade. O impacto que o caso teve na mídia foi imenso e mais uma vez venho trazer este Diagnóstico da Sociopatologia pela Hipocrisia Midiática, na medida em que deu alarmante valor a um caso onde 10 pessoas morreram, ao invés de investir em prioridade para os casos ainda ocorrentes, por exemplo, de escravidão (centenas e centenas de pessoas) nos interiores ainda feudais no Brasil; onde milhares e milhares de pessoas morrem inocentemente nos leitos de hospitais decorrentes das orgias políticas e da corrupção, desvios de dinheiro da saúde para os bolsos privados, sendo que muitas delas são idosos e crianças muito mais indefesas que o caso alarmado pela mídia, onde somente 10 morreram devido a um distúrbio psicopatológico evidente no menino-réu.

Os danos sociais de tal caso apontam para outros problemas: a permissão legal de video-games de terror, guerras e violência, tão jogado pelas crianças atualmente e, cujos jogos são comprados pelos pais de tais crianças; a propagação em horário nobre de programas jornalísticos do marketing da guerra e do terror, onde crianças ficam na frente das TVs assistindo a violência e, com isto, aprendendo as lições de "como ser violento" e "como matar pessoas". A transmissão de filmes de guerra, novelas violentas, etc, onde as crianças cada vez mais nascem assistindo o mundo ardendo em guerra e terror. Nunca se tornou tão grave o papel da mídia na deseducação do povo e na gestação de uma geração violenta e amedrontada pelo pânico. As psicopatologias modernas, como a síndrome do pânico, em determinados casos acometidos em pessoas hiperssensíveis, transparecem a co-responsabilidade da mídia na hipnose assediante realizada através da TV e na implantação midiática do medo. Cabe aqui ao Direito a responsabilização cada vez maior da mídia nestes casos.

O fato se agrava na medida em que os governantes se aproveitam de tal caso para fazer marketing de sua própria Hipocrisia. Como uma arma foi parar nas mãos desta criança, perguntavam alguns representantes da hipocrisia. Esta pergunta é a prova científica de uma Sociopatologia Midiática. Ora meu(inha) amigo(a) leitor(a), de onde veio a arma? Do estado paralelo que comercializa as armas produzidas por empresas legalizadas pelo governo. Senão vejamos os fatos.

O Brasil é o país que mais gasta em armas na América Latina e o 11º do mundo. (leia mais aqui). Em uma sociedade onde as armas são um produto de um mercado internacional de genocídios o que podemos esperar de um menino que, em surto decorrente de um distúrbio psicopatológico, adquiriu uma das armas que foram produzas pelo governo para matar as 10 crianças na escola? Eis a incoerência e a psicose social evidente. O governo produz, vende e compra armas, e ainda assim, pune aqueles que matam. Para que servem as armas? Para matar. Então para que proibir o homicídio e o genocídio se armas são produzidas? Obviamente esta incoerência social é decorrente do que aqui chamo de sociopsicopatia a este fenômeno irracional de comercialização de armas, matança de semelhantes com vistas ao lucro financeiro e ao poder, proibição de homicídio e genocídio e manutenção de uma Constituição Federal hipócrita que coloca a vida como o bem maior a ser protegido pelo Estado. Estas incoerências sociais vão lentamente deixando o povo em estado de loucura latente, prestes a expressar-se como surto devido às duplas informações que chegam. As incoerências de ordem social servem para fomentar um tipo específico de tratamento dos distúrbios psicopatológicos, aqueles que se servem de psicofármacos para tentar combater os sintomas de desordem mental, mantendo-nos enrredados na indústria da guerra às doenças mentais.

Senão vejamos a recente notícia (2010) onde a Rússia instalará fábricas de armas no Brasil (leia mais aqui). A Rússia vende ao governo Chavez mais de 4 bilhões de dólares em armas. A Venezuela comprou 5 bilhões de dólares. O Brasil é o maior investidor da América Latina, ou seja, desvia seu dinheiro de saúde, educação e assistência social para financiar a indústria da matança. A esquizofrenia social se expressa quando os governantes reclamam diante do fato ocorrido no RJ, colocando o garoto como um grande vilão e um grande criminoso, quando o próprio governo é o real responsável por ser ele mesmo uma indústria de armas ou da matança de milhares de pessoas através da indústria das guerras pelo mundo (leia mais). Em notícia veiculada em 2007, temos que o "Em produção de armas, o Brasil é 1º mundo" (leia mais). Abaixo cito trecho da notícia publicada pela mídia ética:

"Em cinco anos, o Brasil produziu uma quantidade de armas cinco vezes superior à recolhida durante a Campanha do Desarmamento realizada pelo Ministério da Justiça entre 2004 e 2005. Dados fornecidos pelo Exército mostram que a indústria bélica brasileira produziu 2,3 milhões de armas, das quais 1,7 milhão foram exportadas e 531 mil colocadas no mercado nacional."

O Tráfico de Armas é assunto conhecido no mundo e pelas ONU (leia mais) e, como não haverá tráfico de armas se armas são produzidas? É como combater o câncer de pulmão e ainda manter o fumo legalizado para consumo.

É importante para nossa saúde mental realizarmos constantes diagnósticos diante da realidade para que você possa ter sua opinião pessoal acerca dos fatos ao invés de ser um reprodutor inconsciente daquilo que implantaram em sua mente, via TV ou outro meio, como os jornais.




No Diagnóstico da Sociopatologia pela Hipocrisia Midiática cabe-nos ficarmos alertas para não sermos objeto de lavagens cerebrais e termos nossas mentes e emoções manipulados e dirigidos para os fins que a própria mídia decide nos levar: a alienação quanto à realidade. A mídia pouco informa quanto aos fatos ralizados pelas ONGs pelo mundo que visam elevar a qualidade de vida do planeta, a maturidade da consciência e a evolução dos povos. Ao colocar estes fatos como não prioritários, informa um pedaço da realidade, manipulada, ao invés de mostrar ao mundo o que realmente está ocorrendo.


A nossa parte estamos fazendo, a partir de no nosso microuniverso, no seio do voluntariado no Projeto Amanhecer - no Hospital Universitário, plantando a cultura da paz, da evolução e da saúde integral, com um grupo um pouco mais de uma dezena de terapeutas e profissionais, atendemos gratuitamente o pessoal servidor da UFSC oferecendo oportunidades para a evolução da consciência. Ao ajudarmos alunos, professores e servidores, estamos ajudando aqueles que os mesmos atendem e, com isto propagamos a saúde e a prevenção. O projeto já ajudou centenas e centenas de pessoas. Estas pessoas ajudadas tornaram-se seres humanos mais sadios mental e emocionalmente e, com isto, propagam a cultura da paz, evolução e da saúde para seus familiares. Como nós, milhares de outros projetos vêm sendo executados de forma ética e amparada pelas equipes extrafísicas mais evoluídas, cujo trabalho alcança também o nível planetário e até cósmico. Instituições como as que já trabalhei, como o IIPC - Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, ajudam a milhares de pessoas a pensar com maior lucidez e a elevar a maturidade para que possamos transcender o estado de hipocrisia que ainda assola o mundo. Na área ecológica, temos o Instituto Harmonia na Terra, onde também atuei, que mantém trabalho competente na área da ecoalfabetização e na propagação da cultura da ecologia e respeito à Terra. Outras como o Instituto Brahma Kumaris, com sede na Índia, propagando a cultura da meditação e do autoconhecimento mental, fazem a diferença no mundo diariamente. Green Peace, SOS Mata Atlântica, Worldwatch Institute, etc... Somente este blog, a partir de meu esforço pessoal, individual, já pode sair de sua cidade e alcançar mais de 50 países e mais de 15.000 acessos.

Você vêm realmente fazendo a sua parte para a extinção definitiva da cultura bélica no planeta e para a criação da cultura de paz, evolução e saúde mental, emocional, espiritual?

Qual a sua opinião e posicionamento o mais honesto possível diante de tudo o que falei aqui neste texto?

5.5.11

Agradecimento aos 15.000 acessos e 56 países!

Por Dr. Fernando Salvino (MSc)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta, Conscienciólogo

Ao abrir este espaço hoje deparei-me no contador de visitas com o número 15.000 e resolvi escrever este agradecimento. Era sinceramente um número que nunca passara em minha mente alcançar. Iniciei este blog como um simplório blog para publicar idéias, sem maiores pretenções. No entanto, com o passar do tempo - e não foi muito tempo, aproximadamente 2 anos - fui intensificando os escritos para a assistência de esclarecimento mais em massa através da internet.

O trabalho veio sob a sugestão do amparador extrafísico que sugeriu modificar a proposta do instrumento direcionando-o para a ajuda em escala maior. Aos poucos encarei este espaço como um apêndice clínico de meus dois trabalhos que realizo, in loco: o meu Consultório de Parapsicologia Clínica e Psicoterapia Integral e os atendimentos clínicos voluntários que realizo no Projeto Amanhecer (HU-UFSC). Este espaço tornou-se pouco a pouco numa espécie de consultório online de forma que, através de leituras as pessoas interessadas podem usar destas informações para dinamizar sua evolução e maximizar sua passagem nesta existência temporária na Terra.

Hoje, exatamente hoje, já atendemos 56 países (veja a lista aqui) e agradecemos a todos que por nos lerem acabam mantendo este espaço vivo e visitado, aumentando seu raio de alcance sempre numa direção que visa o desenvolvimento de uma ciência livre, nossa saúde integral e nossa evolução da consciência (espiritual).

A todos, meu sincero e honesto agradecimento!

F. Salvino.

2.5.11

Sobre a Evolução e outras questões (parte II): Escalas Evolutivas

Por Dr. Fernando Salvino (MSc.)
Parapsicólogo Clínico, Psicoterapeuta e Conscienciólogo


Em meados da metade de 1800, Allan Kardec publicara o "Livro dos Espíritos" e, um ano após, acabou publicando "Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas". Em ambos livros, Kardec expõe de forma didática e com uma clareza incomum, o que acabou denominando como "Escala Espírita".

Recentemente, um médico e pesquisador, que fora espírita dedicado da FEB e atualmente dedica-se ao desenvolvimento da Conscienciologia desde meados de 1980, Waldo Vieira publicara o que chamou de "Escala Evolutiva" (clique aqui).

Em ambos os casos, os pesquisadores procuraram organizar os niveis de evolução da consciência ou do espírito conforme critérios e cartegorias específicas, o que culminou com escalas diferentes, porém, similares e complementares.

Em 2011, eu publiquei neste espaço um artigo onde dei publicidade ao que chamei de "Sexometria" ou a "Escala de Holomaturidade Afetivo-Sexual Humana". Minhas pesquisas a respeito da Sexometria me levaram até o estudo comparado das duas escalas acima citadas, visto que, logicamente, a experiência afetivo-sexual humana modifica-se e evolui conforme o progresso evolutivo da consciência ou espírito. E, se evoluí conforme o progresso evolutivo da consciência, a Sexometria estaria interconectada aos níveis evolutivos das consciências. A escala de Kardec é a métrica moral e intelectual do Ser, tal como ele mesmo afirma. Estaria focada na medida evolutiva das consciências tendo como base os critérios morais e intelectuais. Por outro lado, a escala de Vieira, ainda em estudo, estaria dedicada a uma classificação que leva em conta a lucidez multidimensional, a holomaturidade, tendo como base os critérios da conscienciometria. A luz de um estudo perfunctório, temos que a escala de Kardec mostra-se de uma didática e simplicidade de entendimento, ao passo que a escala de Vieira já nos mostra mais complexa e de difícil compreensão, de menor praticidade.

A Conscienciometria é um instrumento prático da Conscienciologia no que diz respeito ao conhecimento integral da consciência, levando em conta as seguintes variáveis:

1. Maturidade quanto à consciência (atributos intraconscienciais ou a consciência propriamente dita);
2. Maturidade quanto à energia (veículos de manifestação da consciência, especificamente: soma, energossoma, psicossoma e mentalsoma).

Para tal, Waldo Vieira elaborou uma planilha de auto-pesquisa composta por 2.000 questões que têm como proposta, a avaliação da maturidade integral da consciência (espírito), tendo como modelo ou a nota 10, o que chamou de homo sapiens sereníssimus, o nível evolutivo no mais alto escalão ainda reencarnado ou ressomado (ressexualizado) no planeta. Em síntese a proposta do pesquisador é a aferição o mais matemática possível do nível em que a pessoa se encontra na sua hipótese de Escala Evolutiva.

Por outro lado, Allan Kardec nos ensina uma Escala de outro ponto de vista, mais simples e sem a preocupação de fazer dela uma referência para a autopesquisa do nível pessoal de evolução. Para Kardec, as fronteiras entre um nível e outro são tênues e, em geral, apresentamos características de um ou vários níveis simultaneamente, tornando confuso o auto-conhecimento do próprio nível de evolução.

As escalas são complementares. Começaremos pela escala elaborada por Allan Kardec. A escala, como disse é simples, estando classificada assim:


1ª Ordem: Espíritos Puros
2ª Ordem: Espíritos Bons
3ª Ordem: Espíritos Imperfeitos

A 1ª Ordem apresenta uma Classe Única, que é a dos Espíritos considerados Puros, como aqueles que não mais participam do ciclo das reencarnações (seriéxis ou serialidade multiexistencial).

A 2ª e 3ª Ordens são divididas em várias classes, tal como segue:

2ª Ordem: Espíritos Bons
- 2ª Classe: Espíritos Superiores

- 3ª Classe: Espíritos de Sabedoria
- 4ª Classe: Espíritos de Ciência
- 5ª Classe: Espíritos Benévolos

3ª Ordem: Espíritos Imperfeitos

- 6ª Classe: Espíritos Neutros
- 7ª Classe: Espíritos Pseudo-Sábios
- 8ª Classe: Espíritos Levianos
- 9ª Classe: Espíritos Impuros

A lógica adotada por Allan Kardec possui relação com o processo mediúnico, qual seja, a de comunicação interdimensional entre um humano e um espírito, noutras palavras, entre uma consciência intrafísica e uma extrafísica. A Escala apresenta uma classificação do nível evolutivo a partir da maturidade da comunicação, dentro do nível de inteligência e moral do espírito comunicante. Pela comunicação sabe-se em qual nível de evolução encontra-se o espírito.

Aqui parece ser a diferença básica, no meu ponto de vista, entre as duas escalas: para Vieira a Escala aplica-se mais como medida da holomaturidade da consciência, integral, enquanto para Kardec, a escala serve para a medida da maturidade da informação que chega ao médium que necessita de discernimento para compreender o universo espiritual ou extrafísico e quem é o comunicante e seu nível de evolução moral e intelectual. Por outro lado, a escala de Kardec também se mostra como uma escala evolutiva e em certos aspectos apresenta bastante similaridade com a escala de Vieira.

A título de comparação, por exemplo, Vieira chama de Consciex Livre (consciência extrafísica livre) o mesmo que Kardec chama de "Espírito Puro", ou seja, o espírito ou consciência que já libertou-se do ciclo das seriéxis ou reencarnações, com nível de sabedoria, intelecto e moral absoluto para nosso entendimento. Este saber, por outro lado, já vem sendo ensinado desde a antiguidade no Vedanta (Índia).

As correlações entre as escalas é bastante complexa e poderia aqui cometer alguns equívocos de ordem classificatória, pois manifesta meu discernimento e a minha leitura a respeito de ambas. Mas deixarei aqui como vejo as duas escalas lado a lado, em exame de estudo comparado:


Allan Kardec
Waldo Vieira
3ª ordem
9ª Classe:
Espíritos Impuros
Consréu transmigrada
Consréu ressomada
8ª Classe:
Espíritos Levianos
7ª Classe:
Espíritos Pseudo-Sábios
6ª Classe:
Espíritos Neutros
Pré-serenão vulgar
Isca inconsciente
2ª ordem
5ª Classe:
Espíritos Benévolos
Tenepessista
4ª Classe:
Espíritos de Ciência
Projetor consciente
Epicon lúcido
Conscienciólogo
Desperto
Semiconsciex
Teleguiado autocrítico
3ª Classe:
Espíritos de Sabedoria
Evoluciólogo
2ª Classe:
Espíritos Superiores
Serenão
1ª ordem
1ª Classe:
Espírito Puro
Consciex livre (CL)


Numa análise dos traços de personalidade, uma única frase ou vocábulo falado e que traduz o aspecto rústico da personalidade: "palavrão", palavras ofensivas à reputação de outrem, frases grosseiras e outras desta natureza, denunciam sua ordem e classe evolutiva, tanto numa como noutra escala acima exposta. Ou traços presentes de alguma classe. Diria que um conjunto de traços ainda imaturos que pertence a determinada classe, é o que faz com que haja a comunicação e relacionamento com espíritos de tal classe, caracterizando aqui que, toda intrusão obsessiva ou assediadora de ordem espiritual ou extrafísica denuncia a classe donde ainda pertencemos. E, por pertencermos a esta classe, mesmo que seja a partir de poucos traços de caráter, somos responsáveis por estamos neste nível evolutivo e, em última conseqüência, pela intrusão. Tal fato se confirma quando os espíritos superiores, não pertencendo mais às classes inferiores não sofrem mais de qualquer intrusão, pois lhes faltam as sintonias necessárias para tal.

A única vez o qual tive um contato com um Espírito Superior pude compreender experimentalmente quais consciências estão nesta classe: aura de profunda benevolência, pacifismo e discernimento, sabedoria transcendente e simplicidade na instrução visando o esclarecimento objetivo e direto, sem rodeios e sem vaidade. Consciência sem ansiedade, sem preocupações quaisquer, centrada no aqui agora atemporal, numa atmosfera psíquica transcendente e profundamente espiritual, centrado naquilo que podemos chamar de "realidade" e "verdade". Pela natureza destes Espíritos podemos chama-los também de "serenões", devido a sua serenidade profunda no olhar e nas energias emanadas. Creio que alguns destes espíritos embora não tenham alcançado este nível, pertencem a um nível de sabedoria profunda e carregam em si a benevolência e a cientificidade como traços básicos de seu caráter. É o que Kardec chamou de Espíritos de Sabedoria. Estas consciências coloquei-as lado a lado com o que Vieira chamou de Evoluciólogos.

Outra vez tive contato com aquela consciência chamada desperta ou aquela dessediada permanente total. O contato foi numa projeção consciente, onde eu, fora do corpo, lúcido, fui literalmente interrompido por este espírito que me controlava pelo estado vibracional, benevolamente, e deixava-me a uma certa distância para que pudesse me dar a instrução esclarecedora, embora com certa agressividade assistencial. Este traço não se observa num espírito superior. Este espírito desperto se caracteriza pelo domínio da energia de forma a não permitir as intrusões cometidas pelos espíritos impuros, levianos, pseudo-sábios e outros. Tais espíritos cometerão a intrusão naturalmente como sintoma de sua classe evolutiva e, este desperto não permite a intrusão também devido a classe evolutiva que pertence. O desperto já é um espírito de ciência e contém a benevolência em seu traço. Por conservar certa agressividade em sua palavra e mesmo seus atos, não podemos considera-los espíritos de sabedoria e mesmo espíritos superiores. Eles são espíritos medianos e afirmam sua superioridade pelo dominio da energia que é reflexo também de seu desenvolvimento moral e intelectual em prol dos seres. Sua manifestação também parece isenta de ansiedade e preocupações, ao passo que sua lucidez que pode ser vista pelo brilho de seus olhos é algo realmente transcendente e marcante. Sua orientação em minha vida foi tamanha que ele me ensinou que "se eu fosse poderoso eu seria paciente". Assim, o espírito ensina que a paciência ou a ausência de ansiedade, é um critério de avaliação do nível de evolução dos espíritos ou consciências.

É bastante lúcido neste momento de reflexão evoluciológica que faço aqui com você, trazer a relação destes sistemas mesmo com o sistema de Sigmund Freud. Espíritos que pertencem a determinada classe para cima não podem ser classificados como neuróticos, psicóticos, pervertidos ou mesmo histéricos. Tal classificação pertence, em hipótese, aos espíritos da 4ª classe até a 9ª classe. Os espíritos da 4ª classe praticamente não manifestam mais os traços que poderiam caracterizar tais formações sintomáticas. Este estudo é por natureza complexo e profundo, mas pela evolução da consciência, os sintomas neuróticos, psicóticos e obsessivos pertencem a classes evolutivas que darão passos evolutivos e, que, em determinado momento da evolução subirão de nível e deixarão os consultórios psicoterapeuticos naturalmente. Este estudo se alargaria para conceitos que se aplicam não somente a uma neurose e psicose do espírito encarnado ou ressexualizado (consciência intrafísica) mas, alarga-se às manifestações do espírito desencarnado ou consciência extrafísica. Neste caso, os conflitos e sofrimentos morais do espírito estão na ordem da para-neurose e para-psicose. Observamos que a vida do espírito que ainda conserva semelhanças com a vida humana, nos aspectos gerais da vida, podem ser classificadas como manifestações da para-neurose. Por outro lado, quando ocorre a perda de noções da realidade, o espírito sofre de uma para-psicose. Reforço aqui o fato de que tais fenômenos da ordem da evolução somente acomete aos espíritos da 4ª classe para cima.

Estas noções ampliam o discernimento daquele que presta a assistência tanto às pessoas que entram no consultório e os espíritos que os acompanham, como para o trabalho conjunto com a espiritualidade mais lúcida e evoluída de forma a prestarmos a melhor orientação evolutiva e assistência lúcida ao paciente.

Mas, de nada adianta sabermos isto tudo se não trabalharmos em nossa alma a benevolência e o amor mais puro pelos seres humanos de forma geral e não particular. Este é o ensinamento dos espíritos da 1ª à 4ª classe superiores, pois eles mesmos são as testemunhas reais, vivas, orgânicas, da vivência pura do amor, do discernimento, da paz, da serenidade, da calma dinâmica, da ausência de arrogância e prepotência e do fraternismo lúcido. Sigamos este caminho a partir do exemplo dos espíritos líderes da evolução. Eles(as) sim nos dão o testemunho do caminho e da verdade, tão mistificada e obscurecida ao longo dos milênios. Disse um destes espíritos a mim: "O amor é o caminho e a verdade. É simples assim e difícil de entender".

Esta frase se aplica a classe "espíritos pseudo-sábios", onde sabendo muito acerca das coisas, pouco sabem acerca do amor, da benevolência e da moral cósmica maior. Assim, suas orientações carecem do fraternismo benevolente próprio dos espíritos mais superiores, que contendo a ciência transmitem-na junto com a benevolência e o amor puro, como ponteiros do discernimento maior. Fazem do amor puro sua ciência prática na ajuda à evolução da humanidade. Cabe aqui um estudo pessoal para termos uma noção do percentual presente de cada classe em nosso caráter. Este estudo pode ser válido para fins de autosuperação sincera e autêntica para acelerarmos nossa evolução. A partir deste estudo, você pode arriscar-se a apromorar seu discernimento e tentar conhecer melhor as pessoas que estão ao seu redor e aos espíritos (consciexes) que interage com você. Este conhecimento do outro servirá para facilitar sua assistência e na escolha da melhor abordagem, seja ela psicoterapeutica, seja assistencial de forma geral.

Considero-me um espírito que ainda manifesta traços de várias classes simultaneamente. Quando numa análise franca, ainda observo, embora em menor grau de aparição, traços de impureza e levianidade (em algumas ironias mal intencionadas, chingamentos no trânsito, grosserias, por exemplo); traços de pseudo-sábio, quando traço orientações a outras pessoas e estas orientações ainda não são as melhores pois estão contaminadas por meus preconceitos e pré-julgamentos; observo muitos traços de neutralidade e de ciência. Este último parece ser a classe mais dominante o qual pertenço. Da mesma forma, quando transpareço os traços de impureza e levianidade, geralmente, sinto a presença da classe similar comigo, como cooperado das situações assediantes. Quando me amparo no íntimo da positividade mental, a potencialização destes traços diminui e sua manifestação também. Quando comunico conteúdos de natureza de sabedoria, percebo nitidamente não provir de meu microuniverso consciencial, mas de outro espírito, mais sábio que eu, que através de mim, comunica sua orientação. Em algumas situações, sinto-me em alto nível de serenidade, mas dura pouco tempo. Não sei se a sensação provém de mim mesmo ou se é resultado da simples presença de um espírito das primeiras classes que pela presença eu mesmo sinto sua serenidade como sendo minha. Neste ponto coloco-me na modéstia de partir da hipótese de que a serenidade que sinto não deva ser minha, mas somente uma parte ou pequena parte dela e, a outra, deve ser proveniente das energias conscienciais serenas destes espíritos que de vez enquando chegam-se até mim, até mesmo devido a minha minha profissão como parapsicólogo clínico e psicoterapeuta. As classes 1, 2, 3 e 4 não são de todo que pertenço. Aliás, as classes 1, 2 e 3, nem sei ao certo o que significam, mas somente as conheço através do contato com outros espíritos que estão nestes níveis. Já a classe 4, percebo-me mais no nível do "projetor consciente", devido as centenas de experiências conscientes que tive fora do corpo e à ciência que procuro fazer disso. Por outro lado, tais experiências não me fazem ser mais benevolente e menos neurótico que você. Em alguns casos, amplia a neurose e necessita de maior investimento para a superação de traços. Meu temperamento científico se expressa em tudo que faço. Mas me falta a sabedoria necessária para ter maior benevolência, amor puro e frasternismo, em determinadas situações. Daí vem a importância do trabalho em conjunto com os espiritos mais superiores que nós, para que sejamos seus portavozes, visto que não damos conta de toda a assistência.

Esta auto-análise rápida tem como função me colocar como exemplo para que você possa fazer com você mesmo e colher os frutos deste alinhamento evolutivo e direcionar sua bússola para a evolução.