27.7.10

Consciência, Sonho e Lucidez: a vida humana como o pequeno moksha

Por Dr. Fernando Salvino, Parapsicólogo

Todos nós já ouvimos falar de pessoas que se levantam a noite e saem por aí sem qualquer consciência e muitas vezes acabam tomando consciência de onde estão já afastadas de seu quarto, caminhando por algum lugar em estado de sonambulismo. O sonâmbulo é aquele que caminha e faz coisas tão somente guiado pela sua mente sub-consciente.

A mesma coisa ocorre todas as noites: saímos de nossos corpos e perambulamos pela dimensão espiritual sonâmbulos sem qualquer consciência de onde estamos e do que estamos fazendo. Da mesma forma, alguns sonâmbulos acordam e se percebem fora de seus corpos. Alguns conseguem avistar seu corpo deitado na cama e observam um fio de energia fino que liga ao seu corpo lá deitado.

Ainda, podemos viver a vida acreditando que estamos despertos, acordados. Mas perceba, o quanto fica disperso em seus devaneios e imaginações dentro de seu mundo mental, pensando nos problemas, em fantasias, em pensamentos fugazes, sensações diversas.... Lapsos de consciência... fragmentos de lucidez....

Acorde: você pode estar sonhando! Mas, acredita que está acordado.

Seu mundo, suas idéias.... fantasias.... aquilo que pensa de si mesmo ou que pensa de seu marido ou esposa.... namorada ou namorado..... familiares, irmãos, pais e mães...... filhos, filhas...... amigos e amigas....... cultura.... sociedade........... isto tudo pode ser um SONHO. É o seu sonho e você vive dentro dele. Quando você vai dormir, você continua seu sonho...... E quando acorda, pela manhã, acredita que acordou, mas continua sonhando. Da mesma forma quando algumas pessoas se despertam no sonho e sabem que estão sonhando, ainda assim, estão sonhando. A vida é a mesma coisa: acordamos pela manhã e acreditamos que estamos acordados, quando na verdade, podemos estar somente continuando o SONHO.

A noite quando sonhamos, no momento mesmo que estarmos sonhando, acreditamos que o sonho é realidade. E é! Mas é um sonho! Por outro lado, só sabemos que se trata de um sonho quando acordamos e tomamos consciência: era um sonho! Nossa mas como era real! Não importa o quão real parecia o sonho, era um sonho. Você já deve ter passado por estas experiências ou por experiências parecidas com esta.

A armadilha da consciência pode estar aqui

Quando você acorda do sonho e pensa que era um sonho, acredita que neste momento está na realidade e que não está mais sonhando. Errou! Você pode estar simplesmente consciente do SONHO, mas ainda assim permanece sonhando um SONHO LÚCIDO. O sonho lúcido é quando você sonha, mas sabe estar sonhando. Isto ocorre muito quando você está dormindo e começa a sonhar e num dado momento algo ocorre! Você pensa, raciocina e sabe de alguma maneira que está sonhando. Você tem controle sobre o sonho, você pode mudar o enredo do sonho, mudar imagens oníricas..... você está lúcido no sonho. Mas não veja agora o sonho como uma experiência que você experimenta somente ao dormir. Precisamos ver o sonho como um estado de consciência que pode ocorrer a qualquer momento de nossa experiência tanto “acordado” quanto “dormindo”.

Tempo e consciência: o sonho é atemporal

Dividimos o tempo em: dia e noite. Dia é quando estamos acordados, noite é quando estamos dormindo. Criamos uma crença de que é somente a noite que experimentamos os sonhos. E que de dia ficamos acordados, despertos. Alguns cientistas afirmam isto a partir das ondas cerebrais, pelo eletroencefalograma. Eles têm razão em parte. Mas aqui vou além dos eletrodos grudados na cabeça. Vamos examinar juntos como funciona nossa consciência.

Nosso dia a dia é marcado por lapsos de lucidez, fragmentos de memória... Perceba o quanto sua atenção flutua, o quanto sua mente divaga..... o quando fica absorvido pelos problemas e fantasias, o quanto suas emoções flutuam, idéias... dúvidas..... Fique lúcido neste momento, respire e fique lúcido: veja como estava antes, ontem....ante ontem..... é parecido com um sonho. Parece que você estava sonhando. Não que seus problemas ou tudo o mais não seja REAL, pois até mesmo o sonho é real. Mas temos de discernir o que é sonho e o que não é sonho. Geralmente a mente ou está no passado ligado a traumas, cenas, fantasias, experiências... ou está no futuro, pelas preocupações, ansiedade, angústia..... Não importa, você não está aqui e agora, lúcido no presente. Este estado de lucidez no presente marca a divisão entre sonho e não sonho. Mas repito: tanto o sonho e o não-sonho são REAIS.

O desafio aqui é, até certo ponto, motivá-lo(a) a acordar do sonho que você vive dentro. O sonho que digo é o que chama de “vida”. A sua vida inclui tudo: tanto o que ocorre dentro de você como o que ocorre fora de você. Uma dor, um incômodo emocional e existencial, uma doença pode ser a chamada de sua consciência para mostrar-lhe que está sonhando. Mas meu desafio com você não para aqui. Quero mostrar a você que seu sonho tem 24h de existência. Veja agora sua vida como tendo 24h e não somente as poucas horas que acredita estar acordado. Perceba-se uma consciência em vários estados de consciência durante estas 24h. Mas estas 24h continuam.... agora procure ver sua vida como uma experiência única sem interrupções, que vem de um passado muito antigo..... antes de desta vida e chega até seu momento agora, presente. Você está aqui, agora, lúcido. Não importa o que houve, você existe agora, sua consciência neste momento está aqui. Fique consciente deste estado de lucidez no presente. Você pode ficar mais lúcido ainda: olhe agora para sua mão direita com bastante atenção. Repare em todos os detalhes de sua mão, simplesmente observe. E perceba sua lucidez aumentar. Respire mais calmo e sinta uma paz dentro de você: você está acordado(a).
Provavelmente, este estado desperto não dura muito mais que alguns instantes e você, ou vai pro passado ou vai pro futuro. Ou vai para algum lugar de sua mente, divagar em pensamentos, fantasias, imaginações. Você agora está novamente sonhando. Você pode agora que está neste onirismo, tornar-se consciência de que está criando estas imagens oníricas.

Fique consciente. Você acordou novamente.

A consciência não é uma espécie de hormônio produzido pelo cérebro. A consciência é este estado que se altera continuamente; que oscila; que desperta e que dorme; que sonha e que acorda. E que, pode tomar consciência de si mesma: autoconsciência.

E a consciência continua depois que o corpo morre. A morte é um outro estado de consciência: você sai do “estado encarnado” e passa ao “estado desencarnado”. Mas pode passar por estes estados sem qualquer consciência. Você pode simplesmente passar por estes estados em sonambulismo. Um corpo movente sem consciência. São aqueles que morrem e não sabem disso. Ficam perambulando. E tem os que morrem e tem uma leve consciência: estes estão num sonho lúcido. A consciência (eu, você, nós todos) somos esta realidade projetiva: nos projetamos para o passado, presente, futuro, para fora do corpo, para dentro de nossos devaneios, imaginações........ Estes vários locais para onde a consciência pode ir também marca os estados de consciência: ou estamos sonhando, ou estamos parcialmente conscientes (sonho lúcido) ou ainda estamos conscientes. Existe ainda outro estado: hiperconsciência.

O que é acordar? Diziam os orientais que Buda atingiu a iluminação. Na índia, no hinduísmo e nos antigos escritos védicos, encontramos o moksha ou a liberação de sansara ou o ciclo das reencarnações. Não importa o nome. Este ser despertou das ilusões, de “Maya”. Maya significa em sânscrito, ilusões, o mundo das ilusões, o SONHO. Isto significa que ele não mais sonhava, ele estava vivendo lúcido o tempo todo. Esta compreensão exigia uma prática de exame de si mesmo continuamente, um estar presente, uma união (ou pelo sânscrito “yoga”) consigo mesmo e com o Cosmos. Esta união se dava pela prática da meditação. Muitos métodos foram criados, mas o objetivo sempre o mesmo: levar o praticante aos estados de iluminação, transcendência do mundo das ilusões. Estas práticas incluíam um domínio sobre o sonho (sonho noturno), até que o praticante conseguisse dominar os sonhos e atingir os estados de consciência lúcida fora do corpo (projeção consciente para fora do corpo). Cerca de 1500 anos a.C na Índia e mais tardiamente no Tibet e nos países orientais que praticavam os ensinamentos hinduístas, budistas e mesmo os jainistas, já se dava importância crucial para o despertar para a hiperconsciência, o samadhi: a porta para moksha, a liberação dos ciclos de renascimento, reencarnação ou samsara.

A ilusão ou o sonho se dava pelos objetivos distorcidos da vida humana. Viver de acordo com a moral social, viver na busca de riqueza, poder e condecorações e pelo prazer sensual. Isto era Maya. Nada disto teria sentido se todos estes objetivos não estivesse orientados para moksha. Moksha então é o grande ensinamento antigo que parece ser o centramento de nossa lucidez e na metamorfose de todos os nossos objetivos de vida. Não sabemos quando, mas um dia estaremos libertos de samsara. E é nisto que remonta a visão védica do “paraíso”, o reino dos céus ou o mundo-céu. Somente pela libertação de samsara alcançaremos um dia, o mundo-céu.

E como nos libertar de samsara? Pela vivência temporária de moksha e pela prática do amor puro.

Muitos afirmavam que pela meditação poderíamos vivenciar níveis de realidade mais elevadas, transcendentes e superiores em evolução espiritual. E tais afirmações foram sendo repetidas século após século. Outras religiões usaram de métodos de oração. Práticas de teosofia acabaram usando da meditação. Outros ramos como a pesquisa psíquica e a pesquisa da projeção astral (experiência fora do corpo) usavam da projeção para fora do corpo o recurso de atingirem tais estados. Na essência todos buscam a mesma coisa: despertar do sonho e viver na realidade. E viver na realidade significa a extinção do sofrimento e a experiência da felicidade verdadeira.

E não é este o maior desafio da medicina? A extinção do sofrimento, de pathos (patologia)?

Mas o que a medicina consegue é somente a extinção de alguns sintomas, e não do sofrimento. O sofrimento é resultado do fato de estarmos vivendo dentro de um sonho. O mundo, a cultura, as leis, grande parte de tudo isto é uma materialização de conteúdos oníricos, tornando-se um SONHO. A vida humana é o SONHO HUMANO. Quando as religiões afirmaram que teríamos de nos unir a Deus, o que estaria dizendo? Estariam dizendo que deveríamos nos unir à Verdade e não à Ilusão. A “Verdade” foi chamada pelos védicos de Brahmam, e pelos taoistas de Tao. Muitos espíritos superiores a chamam simplesmente de “Verdade” e colocam como o Caminho e mesmo a Verdade, o amor. Muitos espíritos colocam o “Cristo” como um marco da orientação espiritual da humanidade por ter falado sobre o amor. Mas antes dele, ainda Confúcio, na China, já falava do homem benevolente e do sábio. E antes dele, no Tibet, na Índia, muitos já falavam no Bakti Yoga, ou o caminho do amor puro, o yoga do amor puro. Não importa quem começou, quem é mais evoluído ou quem é o grande líder espiritual da humanidade. Muitos alcançaram a Verdade nos diversos locais do planeta e trouxeram para nós suas experiências vívidas. Muitos já estão se despedindo das reencarnações, de samsara e deixam suas pegadas pacíficas por onde caminham. São os testemunhos da “Verdade”, aqueles espíritos puros que alcançaram os degraus sublimes da evolução e se libertaram de todo SONHO, de todo sofrimento e exalam o amor puro que reverberam a hiperconsciência do espírito. São os arcanjos do Universo, os querubins da existência cósmica infinita.

A felicidade então se encontra no amor, no caminho do amor, nos pensamentos de amor, numa vida de amor, em relações sexuais de amor, em idéias, reflexões e tudo o mais na direção do amor. As repetições de padrões, de crenças..... o fato de vivermos num sonho releva nosso nível evolutivo: somos crianças espirituais. Os espíritos puros ou como antigamente chamados pelos védicos por “rishis”, são os adultos espirituais, dentro da maturidade de consciência alcançada ao longo de infinitos ciclos de samsara ou reencarnações vividos pelo cosmo afora.

A vida humana então é a experiência da pequena liberação, o pequeno moksha.

Ao nos libertarmos a cada dia dos venenos de nossa mente, pela compreensão de si mesmo, nos esforçando para melhorar, nos desapegar (perdão, reconciliação...), nos atermos a uma vida ética, honesta, renunciando ações negativas e acolhendo a liberdade (prajna), mudando nossa maneira de comunicar tornando-nos pessoas mais pacíficas, sinceras e não-ofensivas, ainda de maneira não prejudicial aos outros, ao planeta e ao universo; um meio de vida onde seguimos uma vida correta, retilínea, mantendo uma disciplina mental para desenvolvermos um domínio sobre a mente, seja pela meditação seja por outro método; a consciência de ver as coisas como elas são, com a consciência clara, consciente da realidade presente dentro de si mesmo, sem qualquer desejo ou aversão; e buscando experiências transcendentes, sair de si mesmo, transcender o ego, elevando-se no cosmo. Estas orientações foram dadas por Sidartha Gautama, o Buda, há mais de 2.000 anos (O Caminho Óctuplo).

Não importa por onde, nem como: chegaremos no mesmo lugar. E como nos diz a Teosofia, somos parte de um mesmo todo, de um mesmo Divino. E se somos fagulhas, centelhas do Divino, somos irmãos provenientes de um mesmo centro de vida: Deus, Brahmam, Tao..... A fraternidade, a união dos povos, a proteção ecológica do planeta, a paz, o amor tornam-se o caminho e a caminhada, agora e sempre.

Era da Transciência: união fraterna da Religião, Filosofia e Ciência

Estamos com isto adentrando a era da Transciência, onde Religião, Filosofia e Ciência encotram seu elo perdido e começam a caminhar de mãos dadas dentro da grande fraternidade universal.

ॐ भूर्भुवस्वः ।
तत् सवितुर्वरेण्यं ।
भर्गो देवस्य धीमहि ।
धियो यो नः प्रचोदयात् ॥

"Ó, Criador do universo! Meditamos sobre Teu supremo esplendor. Possa Teu radiante poder iluminar o nosso intelecto, destruir os nossas ilusões, e nos guiar no caminho certo."
Verso 3.62.10 do Rig Veda (1.500 a.C)

22.7.10

A Existência dos Espíritos Superiores

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

A Parapsicologia é uma ciência não muito nova. Muitos dizem que teve suas origens na Alemanha, por ter sido Max Dessoir em 1889, o formulador de seu conceito. Obviamente, suas origens estão nas épocas antigas da humanidade, como observamos na China e os postulados Taoistas; Índia e os Vedas e tantos outros campos do conhecimento que procuraram sistematizar uma ciência do espiritual e da evolução do Ser. Assim, temos a Parapsicologia como a área que se confunde com a Medicina primitiva, aborígene, xamanista, onde o médico era o paranormal e o sensitivo curador e vidente da tribo. Os tempos foram passando e encontramos a visão parapsicológica de Sócrates e Platão, quando expressamente falavam na palingenesia, nas múltiplas vidas e em reinos cósmicos superiores no além-túmulo. Heráclito de Éfeso e Pitágoras e suas escolas parapsicológicas peculiares também marcam esta ciência tão antiga como o ser humano. Já foi chamada de ocultismo, xamanismo e foi estruturada sob várias formas, como procurou fazer Helena Blavatski, pelo sistema da Teosofia. E não paramos aqui, Sylvan Muldoon iniciou outra sistematização a partir das pesquisas científicas da projeção do "corpo astral" ou perispírito, psicossoma, corpo psicônico ou psiergético.

De qualquer forma a Parapsicologia não é a ciência de Rhine, é também a ciência de Rhine. Parapsicologia é a extrapolação da Psicologia, é o Transpsicológico que engloba os aspectos transcientíficos (divino, totalidade), religiosos (no sentido de religação e dos métodos de religação estudados por muitos sistemas no mundo) e científicos propriamente ditos, com as pesquisas na área.

Parapsicologia é uma transciência e por ser transciência é também uma metodologia de acesso ao campo espiritual, desconhecido, transcientífico. Assim, é correto dizermos que Yoga é método de acesso, assim como o Zen também é. E tantos outros métodos de acesso podemos dizer que faz parte de uma ciência psíquica mais ampla do que aquilo que estamos vindo a falar por aí. A Parapsicologia hoje se reduziu a um conjunto de pesquisas especulativas, teóricas e fora de seu propósito original: a existência (para)trancendente do humano.

A existência empírica dos rishis, sábios ou mestres espirituais da humanidade

A essência da pesquisa psíquica ou parapsicológica é a experimentação pessoal, tal como já vem afirmando desde Sylvan Muldoon, passando por Blavatski e muitos outros até modernamente Pierre Weil e cia. Pessoas em todos os campos foram chamados de "rishis", "sábios" e espíritos evoluidos num grau muito avançado comparado a nós. Seres de serenidade inabalável, tal como um que eu mesmo conheci e que mudou minha forma de ver a vida. Seres que falam pouco e dizem muito a partir de seu próprio modo de ser, seu exemplo vívido e sua energia abundantemente amorosa, pacífica e lúcida, bem intencionada e não julgadora, traduz o que são estes espíritos iluminados que passam e passaram pelo planeta e povoam o cosmo em abundância.

Nos estados transpessoais de expansão cósmica da consciência podemos alcançar a sintonia com estes espíritos, livres de sexo e forma, irradiando-se como energia pura incorpórea, como se fossem massas de energia consciente, e aprendermos com estes mestres a respeito daquilo que fizeram para chegar até onde estão. O ensinamento, na palavra de um deles, é simples porém difícil de compreendermos: o caminho e a verdade é o Amor.

O Amor ou este estado de consciência amorosa contínua e inabalável é aquilo que faz tais espíritos não se abalarem com nada; é o que faz tais seres não sentirem nenhuma ansiedade, medo ou angústia. Estes seres estão livres de qualquer neurore, psicose ou distúrbio qualquer. Eles detém saúde integral de seu ser e mantem-se assim a partir de um estado de viver amoroso e pleno. Eles vivem num tempo sem tempo, num espaço sem espaço e transcendem o humano tal como conhecemos.

A Parapsicologia encontra nestes seres o paradoxo total do sentido do desenvolvimento da paranormalidade. A paranormalidade então, em seu pico de desenvolvimento integral, leva o ser a  dominar completamente os processos extrassensorias sejam eles quais forem e os processos da projeção consciente para fora do corpo, mantendo vida consciente integral, sem descontinuidades, hiperlúcidos, porém, numa direção amorosa plena regada de uma ética universal vivida espiritualmente.

As palavras pouco ajudam para explicar como são estes espíritos. Aqui vale a experiência pessoal. Encontrar um desses espíritos não é motivo de orgulho ou motivo de superioridade evolutiva, mas de oportunidade de mudança de rota, de caminho para um "norte" mais certeiro.

Alguns resultados

Aqui adentramos nas investigações diretas realizadas pelos próprios parapsicólogos quanto ao fenômeno psi-theta, especificamente, o estudo e o encontro com os espíritos orientadores da evolução planetária. Tal estudo só pode ser realizado a partir da premissa básica de que:

1. O fenômeno psi-theta é um fato constatável pela experiência direta do pesquisador, no caso, o parapsicólogo.
2. O universo é povoado multidimensionalmente, aqui como nos astrais do cosmo infinito.
3. O universo evolui e junto com ele, seus habitantes. A evolução não tem limite, é infinita. Hoje estamos mais evoluidos que ontem.
4. Se hoje estamos mais evoluídos que ontem e, se a vida prossegue após a morte, existem espíritos que estão num degrau acima em evolução, aqui compreendida como a moralidade, a ética intrinseca do espírito.
5. Assim, os espíritos orientadores da evolução, os "sábios" de todos os tempos, existem e aparecem no momento correto, ético. E, se aparecem, podem ser investigados, estudados com finalidade de aprendermos com eles os meios para se alçarmos vôos cósmicos mais profundos e coerentes, na corrente da evolução.

Experimentos pessoais na área

Pelas investigações que tenho feito:

1. Estes espíritos não são homens nem mulher. Isto quer dizer que não aparentam serem do sexo masculino ou feminino. Sua aparência é como de uma massa ou núvem de energia pacífica de uma cor quase rósea, clara. Profundamente lúcidos e serenos espiritualmente, possuem uma aura imensa que nos acolhe e nos faz sentir aquela paz profunda e aquele amor puro, livre de paixão e ansiedade; aquele amor que nada pede e nada dá e mesmo assim, tudo dá.
2. Seus ensinamentos são curtos, simples e diretos e a  base é o Amor.
3. Para acessar tais esferas do cosmo, o pesquisador necessita expandir sua consciência através do chacra coronário, situado no topo da cabeça e dali, fazer erguer sua consciência numa semi-projeção para fora do corpo, em estado de semi-transe ou transe total, lúcido. Acredito que um encontro destes torna-se mais potente a partir da experiência fora do corpo completa.
4. O ensinamento é de difícil compreensão, pois vem acompanhado de informações não-verbais pela presença mesma do espírito que ensina sem nada falar, o que dificulta as pesquisas por um lado, e por outro, motiva o pesquisador a buscar a experiência direta e sair dos relatos de terceiros.

Deixo este material para reflexões e toda experiência, convido a ser relatada aqui, neste espaço.

19.7.10

A influência da energia [dos ambientes] na saúde mental

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

Vou começar este texto contando uma estória que representa coisas que todos em geral fazem.

“Um dia Manoel resolveu sair de casa, pois não estava mais agüentando ficar em casa vendo TV. Solteiro, pensou em ir ao Shopping olhar as pessoas, lojas, enfim, dar uma volta para sentir-se melhor. No mesmo dia, centenas de pessoas pensaram coisas do tipo que Manoel pensou, ou seja, sair de casa para dar uma volta no Shopping. Este dia estava chuvoso, frio e era domingo à tarde. A programação da TV estava quase impossível de suportar. Estas centenas de pessoas sentiam-se angustiadas em ficar em casa, o clima de domingo patrocinava um contato consigo mesmo que estas pessoas todas queriam fugir, evitar de qualquer modo. Queriam, afinal de contas, ficar bem, sentirem-se bem. Um vazio interno, uma sensação de solidão e falta de sentido começou a aparecer nestas pessoas que, afinal, resolveram sair de casa. Assim, estas centenas se encontraram no Shopping.


No meio destas centenas, estava Joana (29). Ela estava em casa, mas estava se sentindo bem, com o namorado. Resolveram ir ao cinema, curtir a relação. O estado emocional dos dois era muito bom, estavam felizes com suas vidas pessoais.


Ao chegar ao Shopping, às centenas de pessoas começaram a se sentir um pouco melhor. O ambiente lotado, uma “muvuca” como diz a gíria popular. O clima de ansiedade impera; pessoas caminhando de um lado para outro, sem qualquer objetivo maior, a não ser caminhar para libertar-se da ansiedade, ocupar o tempo para não pensar em si mesmas. Joana, chegou no Shopping sentindo-se bem junto com seu namorado, Victor (31). Entraram, caminharam tranquilamente abraçados e foram caminhando ao cinema. Chegando ao cinema, uma fila imensa. Pessoas ansiosas olhando de um lado a outro impacientes. Dezenas de pessoas nas filas da pipoca, aguardavam seus pacotes. O casal desiste de ir ao cinema, mas permanecem bem. Aos o casal começa a caminhar sem objetivo pelo ambiente e aos poucos Joana começa a passar mal, sentir-se estranha. A cabeça começa a doer. O local da dor é bem na testa, na zona frontal. Comenta com o namorado que parece ter uma nuvem escura na testa que a impede de pensar. Sente-se meio zonza, não consegue raciocinar direito, sente-se sem energia, fraca. Joana dirige-se a farmácia, quando compra um paracetamol. O clima da farmácia não era agradável. O casal resolve ir embora. E ambos saem esgotados do ambiente. Por outro lado, Manoel saiu melhor.”

O que aconteceu neste exemplo tão comum? Joana foi literalmente drenada energicamente pelo ambiente. O que quero dizer por “energia”?

Tudo o que você é, pensa e sente é expresso magneticamente como uma espécie de “campo de energia”, uma nuvem magnética de pensamentos e sentimentos. Esta nuvem rodeia nosso corpo, envolve todo o corpo e penetra todo o corpo, todas as células e átomos. Imaginemos agora o Shopping como sendo um “corpo”. A nuvem de pensamentos e sentimentos que o envolve é o conjunto, a soma total de todos os pensamentos e sentimentos de todas as pessoas que ali estão, pensando e sentindo o tempo todo. É o que se chama de “aura”. Bom, aura é um conceito fácil de entender. O Shopping tem uma aura. Esta aura é a energia do ambiente. Se estamos nos sentindo bem, um Shopping, pelas minhas experiências, sempre apresenta energia negativa, em relação a nossa energia. Desta forma, o ambiente drena nossa energia, da mesma forma que a água do mar puxa a água de nosso corpo e deixa nossas mãos murchas. É mais ou menos assim que na prática funciona. Não importa a teoria toda que fundamenta esta posição.

Na pratica, Joana saiu esgotada do Shopping porque suas energias, sua aura se fundiu ao ambiente e o ambiente drenou sua energia, para alimentar a energia de Manoel e mais centenas de pessoas carentes e infelizes que ali se encontravam.

Agora aplique este ponto de vista em outros ambientes.

1. Procure fazer uma análise agora rápida de como você entra no seu trabalho e sai, todos os dias. Você entra bem e sai pior?

2. Faça a mesma coisa nos outros locais que você vai, por exemplo: bares, restaurantes, feiras, etc. Analise e veja em quais locais você entra bem e sai mal ou, ao contrário, entra bem e sai melhor, ou entra mal e sai bem?

Agora, mais consciente da qualidade das energias dos ambientes que você freqüenta, você pode escolher melhor os locais e prevenir-se de danos a sua saúde mental.

A situação se agrava para os sensitivos ou as pessoas dotadas de uma sensibilidade acima da média. Um sensitivo consegue captar a sensação geral da “aura” de um ambiente e, se não tem muita experiência, acaba por fundindo-se demais; ou na verdade, acaba por confundindo-se por completo sobre o que está sentindo, porque estava bem e agora está sentindo-se mal, etc.

O ambiente também é espiritual e tem seus habitantes

O detalhe aqui é que não abordei o outro lado da “aura” do ambiente. Uma “aura” de um ambiente é sempre formado pelos pensamentos e sentimentos das pessoas presentes e dos espíritos presentes que interagem todos no mesmo ambiente. Muitos dizem: "este local é alto astral" ou... "este local é meio baixo astral". Esta pessoa está se referindo aos habitantes "astrais" do ambiente espiritual. Onde tem "alto astral" o povoado é do bem. Uma pessoa de alto astral é, em regra, a bem amparada espiritualmente.

Como lidar com a energia dos ambientes?

Esta é a pergunta que deve estar em sua mente neste momento. A primeira coisa é você começar a ficar atento para esta dimensão da vida: a energia. Com a prática, começará a perceber esta dimensão e não terá mais dúvida, mesmo sendo cético ou descrente. Não importa se crê ou não, a energia existe e pode ser percebida por qualquer pessoa que se atente para tal. Ao entrar num ambiente e perceber a energia de qualidade inferior a sua, proteja-se ou saia do ambiente. Não tem muito meio termo. Senão aos poucos será engolido pela “aura” e perderá energia para o ambiente, provocando seu esgotamento, chegando às suas idéias (saúde mental). Caso opte por sair do ambiente, o que muitas vezes é uma ótima opção, ok. Caso opte por permanecer, você precisa saber proteger-se. E é aqui que a coisa complica.

Você já deve ter ouvido falar em muitos meios de se proteger de “energias”. Muita mística está envolvida nisso. Usar colar, pena de coelho, fazer figa, imaginar uma pirâmide colorida, orar X vezes, etc. Não importa muito o meio que você usa, ou você apela para recursos místicos ou você apela para recursos técnicos mais elaborados.

Aplicando a Movimentação de Energia como autodefesa

O recurso técnico que mais uso é chamado de “Mobilização de Energia”. Você ao entrar no ambiente e se começar a sentir que o ambiente está mais denso, meio estranho... comece a puxar sua lucidez: fique atento. Respire, preste atenção a si mesmo, seus sentimentos, pensamentos e respire. Continue caminhando normalmente, mas fique mais atento e mais atento. Neste estado de consciência, concentre a atenção no topo da cabeça e leva sua energia até os pés e em seguida até a cabeça. Faça este movimento de subida e descida várias e várias vezes, por no mínimo 10...15 min seguidos. Não pare. Persista até instalar uma vibração na sua energia que lhe dará uma sensação de alívio. Não tem muito como explicar, somente a experiência lhe dará a compreensão do que falo aqui. Ao movimentar a energia para cima e para baixo, você instala poderosos campos magnéticos que neutralizam a ação da energia “sanguessuga” do ambiente. No início, claro, poderá ter dificuldades de concentração. Mas mesmo a dificuldade de concentração já pode ser indício de que o ambiente “te pegou”. Persista com vontade e terá excelentes resultados.

E com a prática, o que ocorre?

Este é o início. Com a prática suas percepções irão ficar cada vez mais avançadas. Poderá perceber a esfera espiritual dos ambientes, ficando mais sensível e lúcido ao que lhe rodeia, agindo com mais prevenção e com mais acerto. Poderá escolher melhor seus ambientes, freqüentar locais melhores, pois poderá perceber suas energias e assim, escolherá por aqueles que lhe deixa mais saudável.

Faz cerca de 13 anos que pratico isto diariamente e os resultados são excelentes para minha saúde mental. Com a prática é possível sentir a energia inteira de um ambiente antes de chegar a entrar no mesmo, e isto ajuda a prevenir problemas para nós. Você pode começar a sentir a aura de uma pessoa, de uma sala, de sua casa, do apartamento onde você mora, de uma cidade inteira... Assim pode escolher onde morar, em que bairro, baseado em sua percepção energética. Seu discernimento fica mais certeiro e você pode errar menos em suas escolhas. Conheço colegas que também colheram ótimos resultados com este recurso. Muitas pessoas se descobriram outra pessoa após a prática continua e longa desta técnica. Obviamente ela não é o “salva-tudo”. É um recurso eficaz, somente. Existem outros recursos eficazes, o pensamento positivo. Manter-se na corrente do pensamento positivo é o recurso dos recursos, mas ainda em nosso nível de evolução, o mais difícil de ser alcançado. O mais eficaz, me parece, é aplicarmos os recursos em conjunto.

Boas experiências!

14.7.10

Família e Carma: Identificando e Resolvendo as Pendências Cármicas (parte 1)

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo

O que é carma? Carma é o saldo contínuo de um relacionamento. Carma é como se fosse uma conta corrente de um Banco: é uma realidade dinâmica, flutuante e oscilante, ora negativa, ora positiva ou, em alguns casos, mantem-se numa constante negativa ou positiva.

Você, eu, estamos todos o tempo todo nos relacionando. Desde que você de fato começou a existir no Universo, sabe-se lá quando foi, você começou a se relacionar, consigo e com os outros (pessoas, animais, plantas, etc.). E nesta trajetória infinita de relacionamentos acabamos por criar PENDÊNCIAS CÁRMICAS. É sobre isto que tentarei abordar de forma simples, porém profunda.

Uma pendência é um hiato, uma lacuna, um algo que falta fazer; pendente é aquilo que está por fazer e não é feito. Aquilo que está para ser realizado, resolvido e por vários motivos não é. No caso das pendências cármicas, falo aqui dos conflitos não resolvidos que geram PENDÊNCIAS CÁRMICAS que irão nos acompanhar vida após vida, seja quando estivermos aqui e agora, de carne e osso, ou seja quando estivermos na realidade espiritual, com outros espíritos.

No meu outro texto "Pendências: Fonte de Angústia e Ansiedade" foquei mais nas pendências de forma geral que acabamos por deixar encostados no caminho da vida e por muitos motivos (preguiça, insegurança, medos, etc.) acabamos por não realizar. Você pode usar exatamente a mesma técnica que expus naquele texto. Mas desta vez faça um mapa bastante honesto de suas PENDÊNCIAS CÁRMICAS. Então, não repetirei o mapa aqui, peço que consulte aquele artigo e se quiser, aplique a técnica.

Vamos hoje focalizar nossa atenção somente na família.

Faça esta listagem abaixo e você pode criar seu mapa de pendências.

1. Mãe
2. Pai
3. Irmão(ã)
4. Parentes

Reflita profundamente sobre seu relacionamento com sua MÃE. Em seguida seu PAI. Eles podem estar vivendo no mundo espiritual, desencarnados, não importa. O rancor, a mágoa, o ressentimento e todos os conflitos atravessam as dimensões, o tempo e o espaço e vinculam as pessoas vida após vida. Passe a seu IRMÃO(Ã). Agora liste os PARENTES que tem pendências. Pare por aqui. Por enquanto, vamos ficar na família, que já é bastante material para autoconhecimento.

Este exercicio não exige que você lembre de vidas passadas que o levaram a optar por renascer nesta ou naquela família. A técnica aqui é diferente: não importa o que houve no passado, começe por PERDOAR todas estas pessoas.

Como perdoar estas pessoas pelo que nos fizeram de ruim?

Muitos sentem vergonha de sentir raiva de sua mãe, pai, irmãos(ãs), parentes... Muitos sentem-se culpados... Aqui não importa tanto isto: qualquer sentimento é legítimo de ser sentido. O que podemos mudar é a maneira como digerimos todos estes sentimentos que acabam nos fazendo muito mal. E a digestão de tudo isto se chama RECONCILIAÇÃO. O modo de se reconciliar chama-se PERDÃO.

O que é perdoar?

Muitos acreditam que perdoar é concordar com o que o outro nos fez. Não. Perdoar é admitir para si mesmo que o que o outro fez a você ele faria a qualquer outra pessoa. Ele não fez com uma intenção específica de te prejudicar. Ele fez porque faria com qualquer outro. É de seu caráter, de seu modo de ser, é de suas limitações e de suas fissuras de personalidade. Esta pessoa que te fez mal, também sofreu muito. Ela se defende como uma criança fica acoada no canto do quarto, com medo que o pai venha lhe dar mais uma surra.

Muitos acreditam que perdoar é aceitar o que o outro nos fez de mal. Não. Perdoar é admitir que o rancor, a mágoa e tudo que é emoção tóxica prejudica somente uma pessoa: eu e você. Aquele que não perdoa, acaba sendo o alvo de suas próprias toxinas emocionais. Um câncer, um desastre de carro... Não importa, você atrairá algo negativo, porque está polarizado num campo de negatividade. Ao respeitar a si mesmo, ao começar a se amar mais, a fazer coisas que gosta, e a olhar com mais compaixão os seres que o cercam, deixando de julga-los tanto pelos seus atos, sua vida ficará mais leve. O amparo espiritual poderá chegar até você, e experiências abençoadas você poderá sentir, ver e vivenciar.

Mas vou perdoar o que?

Não foque sua mente, sua atenção no que o familiar te fez de ruim. Agora, faça um esforço descomunal para lembrar-se de tudo que esta mesma pessoa te fez de BOM. Lembre-se, você reduziu esta pessoa a uma negatividade completa. Agora inverta a polaridade, é a mesma coisa. Veja as coisas que ela te fez de BOM. Lembre-se daquilo que sua mãe fez de bom para você. As situações, cenas da infância... Agora vá para seu pai...irmão... E por fim, somente no fim, veja de frente as situações mais aflitivas que elas te fizeram. estas situações expressam as limitações destas pessoas.

Em algum momento deste exercicio, no seu dia a dia, ficará surpreso se seu pai te pedir perdão pelo que ele te fez de ruim, ou sua mãe mudar de comportamento ou ainda seu irmão. Mas não espere, tome a atitude de buscar a reconciliação.

A reconciliação é a chave de todo progresso evolutivo e espiritual em nosso atual momento de evolução, onde fazemos dos relacionamentos os pilares de nossa saúde e evolução espiritual.

Tem sentido para você tudo isso?

12.7.10

O que é Parapsicologia?

Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo e Psicoterapeuta (CRT 43.290)
Parapsicólogo habilitado pela FEBRAP - Federação Brasileira de Parapsicologia
ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência (Coord.)
Mestre em Educação (UFSC)



Esta pergunta habita as dúvidas de muitas pessoas, inclusive eu mesmo me faço este questionamento muitas vezes. Vou tentar então ser bastante sucinto e objetivo.

A ciência Parapsicologia é a porta de entrada da investigação científica e experimental do holocosmo. É também a ciência que é desenvolvida neste espaço e penetra todos os ensaios aqui presentes. É a investigação da inteligência além dos 5 sentidos, do cérebro e da fisiologia. Esta ciência pesquisa também o que o ocultismo pesquisou, o oculto por trás do manifesto. É uma atitude investigativa, lúcida e coerente, frente ao mistério, ao oculto, ao sobrenatural, ao místico, ao divino, ao que transcende a ciência comum, a filosofia, a religião, a arte. É antes de tudo, um posicionamento lúcido perante a realidade profunda da existência, coerente, científica, e uma disposição aguda, a máxima possível, no entendimento progressivo, para a compreensão do que podemos chamar de "verdade" ou o sentido da existência holocósmica.

A Parapsicologia é a ciência que se preocupa em estudar cientificamente, ou seja, via aplicação de método científico, as realidades que vão além do normal, do comum e isto inclui três áreas de pesquisa bastante fáceis de compreender:

1. Psi-kapa: esta realidade é aquela em que a pessoa pode agir sobre a matéria, sobre a realidade física pelas vias mentais, sem usar qualquer instrumento físico ou fisiológico. Isto inclui entornar colheres com o olhar mental, etc. É portanto, a realidade dos fenômenos mais objetivos que podem ser estudados com mais detalhes em laboratório, como tem sido feito nos últimos séculos.

2. Psi-gama: esta realidade é justamente aquela que é mais subjetiva, que ocorre mais internamente do que externamente. A pessoa aqui pode comunicar-se pela telepatia, clarividência e precognição.

3. Psi-theta: aqui entram todos os fenômenos que estão ligados ao além túmulo: lembrança de vidas passadas (retrocognição), saida para fora do corpo, experiência de quase morte, aparições, mediunidade, incorporações de espíritos, etc.

A Parapsicologia se limita a isto? Não. E é fácil compreender isto. Hoje a Parapsicologia opera suas pesquisas em 3 áreas bastante diferentes: acadêmica ou institucional e, clínica. Ambas possuem limites e resultados também específicos. A área acadêmica centra-se mais na pesquisa laboratorial e qualitativa e, a área clínica, centra-se em pesquisas clínicas ou fenomenológicas, tendo como campo, as evidências clínicas.

Diante disso, temos duas escolas gerais de Parapsicologia:

1. Psi não está comprovada, e é sim, uma hipótese. Centram-se assim em pesquisas de laboratório, teóricas, etc. A escola cética impera aqui.

2. Psi está comprovada, mas é um atributo do cérebro. Aqui estão as escolas mais centradas numa espécie de Psicologia que aceita regressões e hipnose. Mas, como a Psicologia hoje aceita a hipnose como técnica clínica legalmente reconhecida, não me parece algo diferente da psicologia.

3. Psi está comprovada, é um atributo da consciência (self, espírito, alma, etc.) e as evidências advindas das pesquisas reunidas sistemicamente nos levam a uma outra Parapsicologia, que considera o fenômeno Psi-theta um fato científico comprovado. Esta vertente vem desde a antiguidade, indo até Swedenborg, Lodge e outros, por exemplo, até Sylvan Muldoon perpassando nos dias atuais com as pesquisas de Hernani Andrade, Ian Stevenson e tantos outros pesquisadores sérios, como Geraldo Sarti, Carlos Tinoco, Fernando Salvino e outros.

Esta última escola, nos traz um novo conceito de Parapsicologia.

O que é então Parapsicologia?

É a ciência que investiga a consciência (ser) e a evolução do ser sob os aspectos integrais, considerando a hipótese experimental da existência das vidas anteriores (personalidade palingenética, ciclos de renascimento) e a retrocognição, a personalidade formada ao longo das eras, a reencarnação, a experiência fora do corpo e as experiências advindas das mesmas, a realidade energética (aura, campo de energia), o universo multidimensional, o período entre - vidas e a missão de vida, as experiências ocorridas nos períodos espirituais, o pós-morte, a precognição e o acesso ao futuro, as potencialidades paranormais integrais, como a telepatia, clarividência, pre e retrocognição, PK, transidentificação, os atributos ou qualidades do ser, o amor, a ética cósmica maior, os relacionamentos evolutivos, as pendências, e tudo que engloba o ser integral.

A Parapsicologia Clínica é a aplicação psicoterapeutica desta linha de ciência.

8.7.10

Os Pilares da Saúde e Evolução Espiritual


Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo e Psicoterapeuta

Ao longo da minha vida fui percebendo e aos poucos estudando quais seriam realmente os pilares de sustentação da minha vida. Com o passar do tempo a minha prática clínica como parapsicólogo e psicoterapeuta holístico foi me apontando para o mesmo norte, núcleo ou ponto: a essência da vida parece estar no relacionamento. Bom, mas de que relacionamento estou falando? Falo aqui dos relacionamentos que se estruturam como os pilares da evolução pessoal e de nossa saúde espiritual.

Estes relacionamentos devido sua importância e prioridade formam os pilares de nossa evolução e saúde e, no fim das contas, são os pilares de nossa vida e condicionam nossa saúde em geral. O mapeamento dos pilares serve como subsídio para compreendermos muitos porquês das flutuações de humor, estados emocionais, etc.

1° pilar: EU-EU ou o relacionamento consigo mesmo.

2° pilar: EU-OUTRO ou o relacionamento amoroso com o(a) parceiro(a).

3° pilar: EU-TRABALHO ou o relacionamento com

4° pilar: EU-DINHEIRO ou o relacionamento com o dinheiro e a estabilidade financeira relativa

5° pilar: EU-UNIVERSO ou o relacionamento com a Vida Maior, Deus, Universo...

Como está cada um destes pilares em sua vida? Provavelmente nunca pensou em todos ao mesmo tempo. Provavelmente tem dificuldade de levar tudo ao mesmo tempo sem prejudicar a estrutura de cada pilar. Este é nosso nível hoje: carecemos da capacidade de gerenciar nossa principal empresa: Nós Mesmos. Nós somos o empreendimento do Cosmos. Cada um de nós, como já falei em meus escritos anteriores, existe e foi criado pelo Universo para cumprir uma trajetória única. Esta trajetória é nossa missão de vida, a razão de estarmos aqui, o sentido de viver. Uma vida necessita ser sustentável. Hoje muito se fala em sustentabilidade, mas pouco se fala que uma vida humana necessita ser sustentável. É aqui que entra os pilares de nossa vida. Proponho um exercício bem simples que você pode fazer bem agora enquanto lê este texto. Você pode pegar um lápis e papel e ler com atenção o próximo tópico.

Construindo os seus pilares

Em primeiro lugar, em termos práticos, de uma nota de 0 a 10 para cada pilar. E desenhe-os de sua maneira, baseado em suas notas. Por exemplo, após refletir como está a sua relação consigo mesmo, você deu uma nota 6. E assim por diante, chegando ao seguinte resultado:

Pilar 1: nota 6
Pilar 2: nota 2
Pilar 3: nota 8
Pilar 4: nota 9
Pilar 5: nota 2

Assim, após dar a nota, o próximo passo é justificar para si mesmo a nota dada em cada pilar. Pode ser mentalmente mesmo, não importa. O que importa é o autoenfrentamento, não fugir de si mesmo. Você pode ler o texto “Pendências: Fonte de Angústia e Ansiedade” e outros já escritos em meu Blog. Use todas as informações necessárias para justificar para si a nota de cada pilar. Use, como sempre de total honestidade perante si mesmo. Você pode mentir para todo mundo, mas não minta neste exercício para você mesmo.

Agora, sabe quase matematicamente como está a estrutura de cada um dos pilares. Como está a sustentação de cada um deles e quanto de carga os mesmos estão podendo suportar. Em ecologia chamamos “capacidade de suporte” o quanto um determinado ambiente pode suportar de poluição ou degradação. Assim, em termos estruturais, uma espécie de engenharia da alma, temos uma capacidade X de suporte. Podemos suportar cargas limitadas de pressão. Caso contrário, a estrutura fica abalada. E quando a estrutura fica abalada, damos nomes como depressão, síndrome do pânico, etc.

O que é a capacidade X de suporte? É o quanto você suporta e consegue sustentar de peso em cada PILAR. Obviamente que tudo isto são metáforas para que possamos nos compreender melhor. Se estas metáforas servem para você, excelente. Caso não, tente achar outra metáfora que se adapte a seu caso. Mas pegue a essência da idéia que tento passar aqui e aplique, faça o teste.

Ao analisar cada pilar você compreenderá o seu estado geral hoje, sua saúde espiritual e sua situação evolutiva.

Ao analisar cada pilar você compreenderá melhor o seu estado geral hoje, sua saúde espiritual e sua situação evolutiva. Se a sua relação EU-EU está nota 6, então precisa melhorar em termos práticos a sua relação consigo mesmo. Aqui entra o mapa de pendências. Mapeie todas as pendências que tem consigo mesmo: se está sedentário, comece a realizar exercícios físicos com maior regularidade; se lhe falta leituras, selecione livros que gosta de ler e que são prioridades para você. Em síntese, anote num papel tudo que necessita para melhorar sua relação consigo mesmo.

Como sua relação amorosa está na nota 2, então toda a estrutura parece ficar abalada. Seu nível de carência afetivo-sexual, sensação de solidão, etc. Tal abalo estrutural afeta todas as demais estruturas, como um sistema todo ligado. Cada pilar se liga a outro. Quando um pilar é abalado em sua estrutura, os outros sofrem os reflexos de tal. Todos estão sob o mesmo solo: a vida humana. Assim, a sua relação consigo mesmo fica pior, pois sente a falta de um(a) companheiro(a). Da mesma forma, uma nota 9 no Pilar financeiro e 8 no Pilar trabalho, não garantem uma boa sustentação nos outros pilares. Por outro lado, uma boa estrutura financeira e profissional podem arcar com um abalo estrutural de outros pilares até que tal abalo seja resolvido.

Imaginemos agora uma engenharia diferente. Uma estrutura dinâmica, fluida, em constante mutação, flutuação. Quando falamos da vida humana, falamos em um processo dinâmico e não estático, como o são os edifícios e outras construções da engenharia civil. Agora a imagem é de pilares vivos. Cada pilar é como um órgão de um mesmo corpo, de um mesmo organismo vivo. E é esta imagem a mais apropriada para pensarmos os nossos pilares. Assim, os pilares são dinâmicos, flutuantes por natureza e passam por contínuos processos de mudança e adaptação ao ambiente. Agora em vez de 5 pilares, imagine os pilares dispostos de forma diferente, agora em 7 pilares dinâmicos de sustentação, tal com segue:

1. Relação com a terra
2. Relação sexual
3. Relação com as emoções
4. Relação amorosa
5. Relação interpessoal
6. Relação com as idéias
7. Relação com a espiritualidade

O que são cada um destes pilares? Se tomarmos a nós como um organismo vivo, cada um dos 7 pilares é a expressão de cada centro vibratório de energia ou chacra. A evolução perpassa pelo amadurecimento de cada chacra, de cada centro, de cada pilar. Por isso diz-se que o desequilíbrio em 1 dos chacras gera um desequilíbrio em todo sistema.

Problemas financeiros geram desequilíbrios em todos os outros pilares. O Pilar financeiro necessita de muito cuidado e atenção. Um exagero em sua estrutura gera desequilíbrios nos outros pilares, pois a energia pessoal é limitada. Aqui trago outro ponto para pensarmos: a energia pessoal de cada um de nós é limitada, finita. Assim, a energia pessoal (EP) é limitada a uma carga X que pode ser utilizada para nutrir os vários pilares de nossa vida. Assim, se você investe 70% da EP no Pilar financeiro, então deixará somente 30% para os outros Pilares. Desta forma, deixará a desejar as suas outras estruturas. Se investir, por oposto, 70% no pilar espiritualidade deixará somente 30% para os demais e poderá ter problemas em sua vida prática, humana. Terá, no primeiro exemplo, menos energia para pensar em relacionamentos, em si mesmo e em sua espiritualidade. Chegará o momento que estas estruturas ficarão abaladas e terão de ser novamente estruturadas, nutridas com amor, atenção e cuidado. Se você aplicar este raciocínio na relação entre cada pilar poderá compreender o porque sua vida está como está. O porquê talvez se sente infeliz, incompleto e mesmo com tudo que tem, ainda lhe falta algo. Ou ainda, o porquê sente-se feliz, mais completo em sua vida e com maior sentimento de realização.

Caminhando para uma vida de realização

Meu objetivo aqui não é ficar centrado nos problemas, mas em soluções. E a solução para todos os nossos problemas é caminhar para uma vida de realização pessoal. A metáfora dos pilares poderá ser útil a você. Uma vida de realização é a soma geral das notas acima de 7 em cada pilar. Você se mantém com maior sustentabilidade, conseguiu erguer uma vida de maior sentido, conquistou uma vida financeira relativamente boa para você poder executar seu projeto de vida, executou sua missão de vida com razoável eficiência, lucidez e responsabilidade; ajudou muitas pessoas com tentando dar seu máximo potencial; conseguiu estabilizar-se num relacionamento amoroso bastante satisfatório afetivamente, sexualmente e existencialmente e, num dado momento, após anos e anos de vida, chega o momento da partida deste mundo.

E o que ocorrerá do outro lado após uma vida de realização?

Muito temos lido em obras espíritas e espiritualistas o que ocorre com uma pessoa após uma vida infrutífera. Mas pouco sabemos o que ocorre após uma vida de auto-realização. Ao chegar do outro lado, após uma vida de realização, você encontrará a si mesmo, num outro nível de consciência e espiritualidade, transcenderá o espaço, o tempo e as dimensões deste planeta; subirá aos sublimes ambientes espirituais de paz, amor e serenidade tão falados pelas religiões e nomeados como paraísos e outros nomes. E de lá, você acumulará experiências espirituais e evolutivas de acordo com seu merecimento e, num dado momento, atemporal, decidirá pelo retorno ao planeta ou outra orbe desde universo. Nascerá dentro de outro útero e terá outros pais... e prosseguirá seu caminho numa direção Infinita de amor e sentido. O universo por si nos revelará a verdade de estarmos vivos e existirmos. Como disse uma vez Fritz Pels:

“Não apresse o rio. Ele corre sozinho”