30.6.10

Pendências: Fonte de Angústia e Ansiedade (parte 1)


Por Dr. Fernando Salvino

Parapsicólogo e Psicoterapeuta (Espaço do Ser)
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência (Coord)
ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia


Você leitor, leitora, sabe disso: muitas vezes uma angústia e ansiedade parece brotar de dentro de nosso interior, porém, não temos a menor idéia do porquê de tal e tal sentimento.

Assim, como você, deparo-me há tempos com sentimentos de angústia e ansiedade que parecem vir do "nada". Eu relatava a minha companheira que eu sentia uma espécie de jato de adrenalina no sangue. Eu sentia uma corrente quase elétrica correndo por meus nervos. Minha respiração aumentava de ritmo, algumas vezes o batimento cardíaco acelerava. O problema era que eu não tinha consciência do motivo pelo qual meu corpo estava reagindo desta forma. Utilizava estas descargas para realizar esporte, como ciclismo, surf, corrida, caminhadas. Eu sempre fui uma pessoa enérgica desde criança, hiperativa natural, achava que eram processos fisiológicos pertencentes a estrutura própria de minha natureza. Assim, fui aprendendo a conviver com tais descargas. Pratiquei Tai Chi Chuan, Yoga, Meditação Taoista, Zen Budista e Relaxamento, de forma a dominar as pulsões adrenérgicas e energéticas e manter-me em estados mais tranquilos de espírito. Honestamente, os resultados foram surpreendentes. Os ganhos que tive com tais práticas fogem aos resultados psicoterapeuticos, pois tornaram-se um sistema potente de reeducação integral de meu espírito. Porém algo escapava de tais procedimentos. Compreendi tal lacuna somente em 2002, quando começei a realizar uma espécie de Planejamento Estratégico de minha própria evolução.

Apliquei conhecimentos de vários campos, principalmente da Administração de Empresas. Vi-me como meu principal Empreendimento, tomei a postura de colocar-me como sendo minha Empresa Pessoal: eu mesmo e meu caminho evolutivo. Decidi desde esta data a tomar uma forma de viver mais orquestrada, pensada, arquitetada, planejada, para minimizar erros e maximizar acertos. Esta postura eu importei do pensamento empresarial bem sucedido.

As pendências são potentes fontes de angústia e ansiedade.


Em minha auto-pesquisa, cheguei a conclusão pessoal de que as pendências são potentes fontes de angústia e ansiedade. Muitas vezes pouco importa vasculhar a causa da angústia e ansiedade mais crônica. Isto porque a ansiedade e angústia associadas podem ser simplesmente o SINTOMA de uma constelação de pendências atuando em bloco, simultaneamente. Assim, estas pendências são nódulos conflitantes dentro de nós, dentro de você. O problema maior é que não estamos conscientes de todas as pendências, pois deixamos no acostamento da vida e vamos "empurrando com a barriga". Ao fazermos isso criamos em nós mesmos uma pressão interna que progressivamente cresce e gera cada vez mais ansiedade e angústia. Se quer resolver as questões pendentes em sua vida, faça um Plano de Ação. É bem simples.


Começe Mapeando a Situação Atual


Neste mapeamento da situação atual, um dos procedimentos mais importantes é a confecção criteriosa e o mais honesta possível de uma GRÁFICO DE PENDÊNCIAS. O que é isso? É você mesmo se conscientizar do estado em que se encontra. Pergunte a você mesmo: onde estou? Onde me situo em minha vida e no mundo? Eu sei para onde estou indo? E assim por diante. Eu fiz tudo isso e realizei uma auto-análise rigorosa. Ao realizar tal procedimento fui percebendo que meu nível de ansiedade baixava. Eu sentia um alívio emocional ao realizar o Balanço Existencial de minha vida atual.



O Gráfico de Pendências

A lista de pendências é uma listagem simples de todas as pendências que tem deixado de lado em sua vida. Elenque tudo com o máximo de rigor e seriedade. Entre em contato consigo mesmo e liste tudo o que vem a sua cabeça. Deixe fluir. Muitas vezes vem coisas que nem mais lembrava. Assuntos, tarefas e compromissos assumidos antigos. Dívidas encostadas no tempo. Promessas não cumpridas a um filho(a), irmão, cônguje ou amigo. Conflitos mal resolvidos e reconciliações pendentes. Pode ser aquela conversa que necessita ter com seu pai, mãe, irmão, conguje, filho ou amigo. Ou aquele colega de trabalho, seu chefe... Não importa o que é. Liste tudo. E aos poucos perceba os picos de ansiedade que vão pulsando em você. Eu pessoalmente gosto de fazer um desenho gráfico circular, para que possa ver as pendências todas num todo, tal como segue o exemplo de desenho:



O gráfico ao lado é simples. Desenhe de caneta ou lápis numa folha A4. Coloque os balões indicadores de seu modo. Eu coloco diferente justamente para diferenciar uma pendência de outra. A pendência 1 é hoje a sua maior pendência que necessita resolver. A seta indica as pendências 2,3,4... e assim por diante. O número está em sua GRÁFICO DE PENDÊNCIAS.

Construindo um Plano de Ação

O Plano de Ação para que possa resolver suas pendências necessita em primeiro lugar, que seu GRÁFICO DE PENDÊNCIAS esteja realizado.

Agora com o Gráfico desenhado e preenchido, reflita a respeito da sua MAIOR PENDÊNCIA. Começa da MAIOR para a MENOR. Da mais relevante, prioritária para a menos relevante. Com os balões todos preenchidos, você agora passa a refletir sobre a situação atual de cada pendência e seguindo os passos adiante:

  1. Situação de cada pendência: Reflita sobre a situação atual de cada pendência.
  2. Lista de ações: liste as ações que precisa fazer para resolver a pendência, tal como o gráfico abaixo:

Por exemplo, pegamos a pendência 1, a sua pendência mais importante. Liste agora todas as ações que precisa fazer para resolvê-la. Lembre-se cada ação depende da outra. Assim você só conseguirá chegar no resultado (RESOLVER A PENDÊNCIA) se fizer cada ação numa ordem cronológica planejada.

Assim, a primeira ação, no caso do exemplo o "fazer isso", você coloca uma data ao lado. O dia em que você "fará isso". Porque se não "fizer isso", não conseguirá "fazer aquilo". Uma ação depende de outra. O "fazer aquilo" situa-se no tempo seguinte, numa data posterior ao "fazer isso". Quando tiver resolvido esta pendência, RISQUE COM UM "X", coloque um grande "OK". E ao contrário da ansiedade e angústia, sentirá um ALÍVIO e uma sensação de VITÓRIA ÍNTIMA. Você venceu a si mesmo. É aqui que trago a máxima de Lao Tzu:

"Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso" Lao Tzu.

Resolvendo as suas Pendências em Conjunto

Você tem duas alternativas básicas:


  1. Resolver uma pendência de cada vez.

  2. Resolver todas as pendências em conjunto.
A primeira é mais simples e lhe dará alívio progressivo para sua ansiedade e sensação de cumprimento de missão. A segunda, mais complexa, lhe exigirá maior organização e controle das tarefas/ações.

Aconselho começar pela mais difícil. Arrisque-se: tente resolver todas as suas pendências em conjunto, ao mesmo tempo. Mesmo que sejam pendências diferentes, sem relação uma com a outra e abordando tarefas completamente diferentes umas das outras. Use toda sua capacidade de resolver problemas e tomar decisões.

O gráfico de pendências lhe ajudará com isto. Por isto mesmo uso o gráfico ao invés de lista. O gráfico lhe dá uma visão geral das pendências, o conjunto de todas as pendências e das ações mapeadas no tempo cronológico.

Regra n° 01: acompanhe seu gráfico de pendências todos os dias.
Regra n° 02: atualize todos os dias seu gráfico de pendências e sinta os resultados, visualize os resultados de suas pequenas-grandes realizações diárias.
Regra n° 03: risque cada pendência, coloque um grande ok. E vibre internamente com suas pequenas vitórias do dia-dia.
Regra n° 04: valorize suas conquistas. Ou seja, valorize cada pendência resolvida.
Regra n° 05: crie uma cultura pessoal de não deixar pendências e quando as deixar, coloque no GRÁFICO DE PENDÊNCIAS, atualizando-o diariamente.
Regra n° 06: assim, dedique um tempo todos os dias para pensar sobre sua vida.

Não desejo que acredite no que escrevo. Digo: Experimentai e então Saberás.

Faço das palavras de Sylvan Muldoon as minhas e dirijo até você: Experimente! Não acredite! E por conta, avalie os resultados em sua propria vida. Seja um cientista de sim mesmo.

27.6.10

O Poder da Reconciliação (parte 2)

Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo e Psicoterapeuta (Espaço do Ser)
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência (Coord.)
ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia

(Para maior aprofundamento: Clique aqui e leia a parte 1 antes de prosseguir)

Desde que os nossos ancestrais os conflitos tem tomado conta das relações tanto quanto o amor e a afeição. Pessoas em relação de afeição geram harmonia, paz e respeito, clima espiritual positivo e amparado. Pessoas em conflito geram como resultado o sofrimento. O sofrimento pulsa a partir de algumas emoções básicas, tais como:

1. Mágoa
2. Ressentimento
3. Raiva
4. Rancor
5. Ódio
6. Vingança

Cada um destes seis estados emocionais gera conseqüências desastrosas nos relacionamentos e no fim das contas, para si mesmo. Na essência mesma destes estados emocionais negativos, encontra-se a inaceitação de si mesmo ou auto-rejeição. Esta auto-rejeição se manifesta pelo ódio que sentimos de nós mesmos. O que significa ódio de si mesmo? Vamos aprofundar um pouco esta questão.

A palavra “ódio” veio do latim odium e significa o estado de aversão, repugnância, nojo ou antipatia intensa, podendo ser colérica, motivada por medo, raiva ou injúria sofrida. O ódio de si mesmo é a repugnância dirigida para si mesmo ou para determinadas áreas de si mesmo (Ex.: ódio do meu corpo, ódio desse meu “jeito de ser”, etc). Ou, o ódio é generalizado e a pessoa sente uma verdadeira aversão por quem ela é; rejeita a si mesma e mantém-se separada de si mesma, criando uma outra pessoa, um falso-Eu. Este falso-Eu pode ser compreendido como a máscara, a fachada que esconde o que não queremos mostrar para os outros.

Do ponto de vista de nossos relacionamentos, o conflito ainda é o nó central de todos nós. A pessoa humana hoje vive em conflito. Conflita consigo mesma, gerado pelo ódio de si mesma e, o conflito na área dos relacionamentos. O que é pois “conflito”? É uma leve, mediana ou profunda falta de entendimento entre duas ou mais pessoas. Também podemos compreender o conflito como o estado de divergência acentuada entre duas ou mais pessoas.

O conflito nos acompanha há várias vidas ou encarnações

Aquilo que chamamos de “vidas passadas” são todas as experiências em que estivemos aqui mesmo, neste planeta, de posse doutro corpo e vivemos com outras famílias, pessoas e lugares, assumimos outras profissões e cometemos outros acertos e erros. Na essência, temos as experiências. E podemos compreende-las como experiências de vidas passadas positivas ou negativas. As positivas são afetuosas, amorosas e irradiantes de mais alegria e contentamento, felicidade. As negativas se resumem a: sofrimento advindo de situações conflitantes. É isto que vem sendo chamado de “carma”. Muitos de nós já ouviu a expressão: “É meu carma....”. É meu carma significa que sou o que sou hoje devido a experiências negativas de meu passado. E como tais experiências vem a partir de conflitos com outras pessoas, carregamos vínculos mal resolvidos com tal e tal pessoa, ou mesmo com grupos ou ainda com milhares de pessoas.

Muitos acreditam em reencarnação porque é a única maneira de explicar tamanho conflito com determinado pai, mãe, irmão ou parente. Muitos sentem-se como peixes fora d’água da família e acabam compreendendo sua existência neste grupo como um “carma”. O que significa isto? Nesta situação, a pessoa escolhe renascer neste grupo para que possa haver a reconciliação espiritual e evolutiva. Com esta reconciliação as pessoas do grupo se libertam mutuamente e podem seguir seu caminho evolutivo com mais paz íntima.

Um conflito com determinada pessoa, em vida passada, pode estar inconsciente. Esta pessoa pode ser seu pai, mãe, irmão ou algum parente ou amigo/inimigo próximo. Não importa tanto quem seja, o que importa é a necessidade da reconciliação como recurso de libertação cármica dos envolvidos no conflito. Os conflitos do passado podem se refletir no presente pela família que você vive hoje. Muitos pacientes em sessão de terapia de vidas passadas lembram-se do momento anterior ao renascimento e acabam por compreender o porquê escolheram determinado pai e mãe. Estas escolhas refletem a necessidade de prestar ajuda a este agrupamento ou, noutro caso, efetivar-se a reconciliação devido a conflitos de vidas anteriores. Assim, temos que o conflito começa, nesta reencarnação, na família. Então, os primeiros que temos que nos reconciliar são nossos pais, mães, irmãos, parentes e assim por diante. Por outro lado, novos conflitos são atualizados nesta próxima vida e novas pendências podem ser alimentadas se nós não estivermos lúcidos para nossa tarefa de reconciliação e pacificação íntima.

O conflito sempre começa dentro de você.

Leia o artigo: "Reconciliando-se com a Vida e Consigo Mesmo" (clique aqui)

O conflito, aqui, começa na família.

Quando um espírito decide retornar para o Planeta, a fim de dar continuidade a sua jornada evolutiva de desenvolvimento espiritual, ele inevitavelmente adentrará em algum útero, com a exceção dos casos de fertilização artificial. O primeiro habitat do espírito é o útero de alguma mulher. Esta mulher só acolhe este espírito dentro de si porque, justamente, algum dia ela e outro homem resolveram fazer o que chamamos de “sexo” ou, em alguns casos, “amor”. Não importa o nome. Um homem e uma mulher transaram e então, ele ejaculou milhões de espermatozóides e um deles fecundou o óvulo da mãe (com exceção dos casos de gêmeos). O espírito consegue se ligar a esta nova célula formada por um laço energético e então, toda a informação do código espiritual mantida pulsante no perispírito ou corpo psicônico (psicossoma) se transfere ao processo embriológico até formação do feto. O espírito se materializa no útero e ali encontra seu primeiro habitat, sua primeira morada.

O conflito começa na família na medida em que o espírito, agora como feto, pode sofrer dentro do útero, pela ingestão de substâncias tóxicas ingeridas pela mãe ou pelos estados emocionais da mãe sentidas pelo espírito agora sexualizado, encarnado. A mãe pode querer o aborto, pode rejeitar o filho por não ser do sexo que ela desejava, pode passar todo o medo e a insegurança para este filho que sentindo isto, nasce com o medo da vida em suas células e assim por diante.

Assim, a primeira pessoa que nós iremos conflitar de uma forma ou de outra é a nossa mãe. A segunda, naturalmente, é o pai ou a pessoa que assim exerce esta função. Os conflitos ou desentendimentos com estas pessoas podem ser de vários níveis:

1. Leves: conflitos saudáveis cujo desentendimento se revela uma crise de crescimento em todos, pelo ajuste das diferenças de personalidades e visões de mundo. Estes conflitos aumentam os laços afetivos entre a família e o amor. Estas pessoas sentem-se livres no relacionamento e com liberdade. No caso, os pais não são pessoas de vínculos negativos de vidas anteriores (conflitos mal resolvidos)

2. Medianos: conflitos que geram as mazelas nas relações ou os estados emocionais negativos como mágoa, ressentimento, raiva, rancor, ódio e em alguns casos, vingança. Estes conflitos revelam conflitos trazidos de experiências conflitantes de vidas anteriores. Estes conflitos reforçam os laços de inimizade, desconfiança, mágoa, etc. entre os envolvidos, mantendo-os fixados em padrões conflitantes vida após vida até que os mesmos se resolvam satisfatoriamente.

3. Graves: conflitos que acabam impedindo a relação entre a família; agressões, vingança, traições e processos mais pesados como pedofilia, abuso sexual e até o fato de em casos extremos o pai, mãe ou filhos gerarem a desencarnação forçada através de crime de homicídio praticado. Estes conflitos são causados por conflitos graves ou gravíssimos de vidas anteriores.

Diante disso, é comum pensarmos em razões como: “porque tenho tanto conflito com meu pai?” ou “porque tenho tanto problema de relacionamento com minha mãe” e assim por diante até situações como: “porque meu pai me batia quando pequeno e minha mãe não fazia nada para impedir?”. Os exemplos não se acabam aqui e você mesmo pode me listar tantos deles.

Faça então este exercício:

1. Liste os conflitos que tem com seu pai, com sua mãe e com cada irmão.
2. Ao lado dos conflitos listados, reflita sobre como poderá se reconciliar com esta pessoa. O diálogo sincero, honesto e franco é sempre a melhor opção (apesar da mais difícil).

Sociedades têm conflito. Relacionamentos têm conflito. Mas como vivermos melhor?

Podemos fugir da sociedade e morar isolado num mosteiro. Podemos nos tornar monges e viver mudos numa floresta e ali encontrarmos a paz. Mas basta voltarmos para o centro da cidade e lidarmos novamente com as incoerências e insanidades sociais e pronto: a iluminação de Buda se foi.

Sempre disse que é fácil ser Buda no alto da montanha. É fácil alcançarmos o pico da iluminação com as companhias das estrelas, dos vagalumes e do silêncio da floresta. É fácil alcançarmos serenidade na convivência com um grupo parecido com a gente, com pessoas muitos similares conosco. Os desafios são menores, as mudanças menos agudas.

Mas, como alcançarmos a iluminação (ou a evolução) num planeta que é uma Colônia Espiritual muito mais de tratamento e recuperação do que propriamente de evolução? Ao deixarmos de sermos pacientes deste Hospital, a partir do autoconhecimento e da autocura, tornamo-nos psicoterapeutas naturais e cooperamos com a evolução e com a transformação planetária. Aqui entra nossa Missão de Vida e como ela está ligada nesta tarefa global. É aquilo: você pode fazer sua parte para melhorar o mundo.

Como vivermos num mundo assediante sem nos deixar afetar pelo assédio do consumo, da poluição e dos estados emocionais negativos que acometem a todos nós? Ao compreendemos a nossa própria insanidade mental, as incoerências que nos acomete e irmos gradualmente nos autotransformando, vamos conseguindo suportar muito mais a nós mesmos e como nós somos; com isto vamos lidando muito melhor com a forma como o outro é e isto passa a não mais nos assediar tanto como antes. O caráter do outro passa a não me incomodar mais tanto, seu modo de ser, etc. Isto porque ao aceitarmos a forma como somos e ao conseguirmos nos superar em nossos pontos fracos e vulneráveis, geramos dentro de nós amor e aceitação para os problemas dos outros. O outro passa a ser eu mesmo, ontem. E ao nos aceitar mais hoje e ontem como realmente somos, podemos, assim aceitar o outro tal como ele era e é hoje. Somente assim poderemos vislumbrar a possibilidade de mudança sem exigir que os outros sejam um ideal, sejam uma projeção de nossas idealizações e fantasias de perfeição. A projeção das fantasias de perfeição nos relacionamentos geram numerosos conflitos.

Como poderemos gerenciar nossos conflitos de forma a minimizar os impactos nos relacionamentos e em si mesmo?

Diante de um conflito temos três soluções básicas: fugir, brigar ou conversar. Geralmente usamos as duas primeiras saídas. É comum encontrarmos famílias onde predomina o silêncio, a falta de comunicação, num clima de proibição da expressão pessoal. Aparentemente parecem pessoas pacificas, mas escondem profundos conflitos dentro de si mesmos. Usam da fuga para resolverem os conflitos. Noutras, encontramos a agressividade como uma forma de resolverem os conflitos pela lei do mais forte. Em raras, encontramos o diálogo maduro como recurso saudável e o menos danoso de todos para a resolução saudável dos conflitos ali existentes.

A resolução de um conflito chama-se RECONCILIAÇÃO. A Reconciliação é a prática do perdão sincero.

Reconciliar-se é fazer as pazes, o unir novamente, o religar-se, o tornar saudável novamente aquele relacionamento. Quando duas pessoas se reconciliam ambas precisam passar por um processo de perdão: ambas precisam se perdoar sinceramente. O que é perdoar?

Perdoar é a renúncia da punição. É a renúncia da vingança alimentada pela mágoa, rancor e ódio. A pessoa sofreu devido aos atos de outra pessoa, seja familiar ou não. E a pessoa alimentando a raiva e o ódio, a mágoa e o ressentimento; dirige uma força negativa para o agressor, cuja intenção transparece o desejo de punição, de represália e, em casos graves, de vingança que pode levar a desastres mais graves, como os crimes hediondos, as guerras e os genocídios.

Os conflitos e as pendências conflitantes atravessam as múltiplas vidas.

A reconciliação é o resultado concreto de uma sucessão de atos de perdão concedidos pelos seres conflitantes.
 
Vida após vida, o espírito cria laços que posso classificar de duas naturezas básicas:

1. Laços positivos ou saudáveis: estes laços se expressam por uma afetividade positiva entre as pessoas, ou domina o amor ao invés do ódio ou de conflitos pendentes.

2. Laços negativos ou conflitantes: estes laços revelam uma desafeição ou desafeto dominante entre as pessoas, dominando a mágoa, raiva, rancor, ódio e outros estados emocionais negativos, como a vingança.

Exercício de Autoconhecimento e Reconciliação

1) Escolha um momento de seu dia em que poderá estar sozinho(a), sem interrupções ou assédios de ninguém da família. Desligue o celular, tire o telefone da tomada, desligue a TV.

2) Escolha uma música de relaxamento neutra, leve e tranqüila e deixe tocar em volume baixo para criar um clima favorável a introspecção e ao contato de você com você mesmo(a).

3) Prepare a sua mesa de estudos ou o local onde irá se concentrar. Pegue papel, caneta. É importante que você escreva com a mão. Depois pode passar para o computador. Mas de início escreva com a mão para sentir bem o exercício.

4) Com papel e caneta na mão, faça assim:

  •  Nesta lista primeiro você coloca os nomes das pessoas que tem conflito. Comece pela família (copie a lista que fez acima, caso tenha feito). E vai para os parentes até amigos e inimigos. Após, reflita em cada caso, quais os conflitos que ocorreram. Assim, reflita como poderá se reconciliar, perdoar esta pessoa. Lembre-se que o diálogo com a pessoa conflitante liberta mais que qualquer outro meio de reconciliação. Veja o exemplo:
Nome            Quais os Conflitos que aconteceram?   Como posso me reconciliar com esta pessoa?
Manoel (pai)  1. Me bateu quando pequeno (guardo raiva) Conversar com ele em papo aberto sobre estas
                      nestas situações ________.                          situações.
                                                                                        Assim por diante.....
                      Assim por diante.....

5) Após realizar a lista, imediatamente, tire suas próprias conclusões pessoais e principalmente, como está se sentindo agora e como estava antes de iniciar o exercício.

Peço a gentileza de enviar comentários no meu blog, neste artigo sobre os resultados deste exercício.

Ótimo experimento!

15.6.10

A Origem das Consciências (Espíritos): o Código Consciencial e a Missão de Vida

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo e Psicoterapeuta

Nenhuma ciência até o momento descobriu como se deu a origem da vida e do espírito. Nem a Física, a Astronomia, a Psicologia, a Psiquiatria, a Medicina e a Parapsicologia sabem como ocorreu. Apesar deste fundo realmente misterioso que fundamenta nossa existência, de uma coisa hoje temos condições de saber:


  • Eu, você, todos nós existimos agora.
  • Todos nós existíamos antes de nascer.
  • Todos nós continuaremos a existir após deixarmos esta terra.
  • Existe uma verdade a respeito da vida: o espírito é realmente imortal.
Há algo em nós que perpetua pelos milênios da evolução em direção a um progresso infinito de maturação. E mesmo que não saibamos quando e como iniciamos nossa trajetória no Universo, de outra coisa sabemos:

Eu, você, todos nós somos diferentes.

O nosso DNA é diferente; nossos gostos apesar de poderem ser parecidos, são diferentes; o nosso corpo, nossos pensamentos e modos de pensar; nossos sentimentos e formas de reagir às situações; nossos interesses, qualidades e imaturidades; tudo em nós é diferente um do outro.

Assim, temos outra verdade: a de que somos espíritos únicos e, na essência, profundamente diferenciados um do outro.

Por outro lado, apesar de tanta diferença, nos agrupamos em semelhanças: todos nós somos, agora, espíritos animalizados humanos. Todos nós decidimos voltar para este planeta para dar prosseguimento ao caminho progressivo de aprimoramento espiritual. Esta tarefa foi nos dada no momento mesmo de nossa gênese, de nossa criação como espíritos: lá nos confins do início do início da vida e da existência, o Poder Maior nos presenteou criando-nos e com isto, deu-nos a individualidade de quem somos. Por conseqüência, tendo sido eu, você e todos nós criados diferentes um do outro desde o início, assim, a tarefa cósmica que nos cabe também é diferente e está impressa no código espiritual que forma nosso espírito.

O código consciencial é o fundamento de nossa missão de vida aqui e agora, de nosso destino básico e o pilar de nossa saúde espiritual.

O que é o código consciencial? Começamos pelo DNA, o código genético. O código genético parece ser o fundamento de nossas tendências e programações corporais, representando a herança do pai, da mãe e de todos os nossos ancestrais, o instinto, os comportamentos residuais dos antepassados e representa o elo de ligação entre o código espiritual e a vida humana do espírito. O código espiritual é anterior ao código genético e é o fundamento da vida humana, representando a intenção cósmica pura do motivo pelo qual fomos gerados pela Vida Maior, antes mesmo desta vida, lá nos confins do Infinito Passado Atemporal. O código do espírito é o Intento e representa o nível muito profundo de nosso espírito. Pode ser chamado também de centelha divina, vontade ou intenção de Deus. O Poder Maior nos criou tal como somos e diferentes um do outro porque assim foi a Sua Intenção, para que a Evolução Maior prossiga tal como expressou no Intento Puro da Criação do Universo. E o código consciencial é a expressão humana da intenção divina para a Evolução. O Intento é a realidade mesma que estrutura toda nossa aura, todo nosso campo de energia e toda nossa vida. O Intento é a intenção divina manifesta no humano e representa em sua essência o Amor, enquanto núcleo benigno da Vida.

Assim, temos que, o Intento Divino é a fonte básica da motivação de sermos e estarmos vivos.

Ser Vivo significa que somos a manifestação do Intento Divino, e a isto chamamos Consciência ou Espírito. Espírito é o que somos, uma união entre o Ser e a Fonte donde vem o código consciencial, o DNA divino que foi produto da “mitose” e “meiose” cósmica e dos processos da “embriogênese” da consciência (conscienciogênese).

Aqui entramos na necessidade humana e natural da "Religião". Não a religião institucionalizada, mas a prática mesma de religação com nossa fonte mesma, a centelha divina e o "Deus" maior que permeia tudo e a todos e que num momento cósmico para nós incompreensível, gerou o Universo em sua infinitude.

A saúde espiritual ou consciencial (integral) é a parte visível da vivência da espiritualidade ou noutras palavras, da vivência diária em sintonia com nossa Missão de Vida.

A Missão de Vida é a expressão nesta Vida da intenção divina que fundamentou nossa criação no Infinito passado. Fomos criados para algo. Nossa função do Universo é específica. Eu surgi e existo para realizar uma função que é diferente da sua, porque na essência somos diferentes, apesar de nossas semelhanças, enquanto humanos que somos.

A inconsciência do sentido de nossa existência gera uma vida vazia e destituída de rumo.

Se Deus ou o Poder Maior nos criou únicos e com um “DNA consciencial” singular, individualizado, assim, desejou na origem que nosso destino é sermos quem somos. Sermos quem somos é a expressão mesma da nossa programação para-genética básica: somos espíritos e como espíritos estamos ligados, quer queiramos ou não, com a fonte donde viemos há milênios e milênios atrás. E esta fonte, como disse, nos criou únicos e únicos devemos ser. Quando vivemos de acordo com a programação dos Outros e não da que vem de nosso profundo interior, assim nos distanciamos de nós mesmos e, com isso, da Fonte Divina da Criação da Vida.

Pensamentos de suicídio, depressão e todos os sintomas da negatividade e da negação da Vida acabam sendo todos resultados do mesmo problema raiz:

O afastamento de sua fonte interna, de seu espírito imortal, de seu atmam, gerou o medo de si mesmo.

Você se tornou seu maior obsessor?

Este tem sido meu maior esforço em meu autoconhecimento e na ajuda psicoterapeutica junto a meus pacientes. Venho dizendo há tempos que não adianta colocar a culpa por sua desgraça em pessoas tais como: seu pai, mãe, irmão, irmã, tia, tio, primo, amigo ou inimigo... Ir no centro espírita tomar passes; na igreja fazer as orações; na umbanda falar com o preto velho; no candomblé falar com o pai de santo; meditar sem consciência...

Você precisa estar profundamente consciente que você é seu maior inimigo; você se tornou seu maior obsessor; você se tornou seu próprio carrasco mental, produtor de pensamentos negativos e obsessivos;

Você pode se tornar seu melhor amigo.

Da mesma forma, você pode se tornar seu melhor amigo, seu melhor amparador, ajudando a si mesmo na tarefa de retorno à Vida, tal como fomos programados desde nossa existência como Espíritos. A prática da meditação diária, de exercícios físicos regulares, de higiene mental e emocional contínua, de nutrir seus relacionamentos e estar em relacionamentos bons para você; praticar a benevolência em todos os setores de sua vida. Transformar seu cotidiano num espaço de aprendizagem e de evolução. Não adianta fugir para um mosteiro ou para um lugar distante da sua mente e de seus devaneios, sonhos.

Todos os seus problemas, por mais dificeis que sejam de serem compreendidos, são o resultado simples de que você foge de si mesmo como um animal acuado com medo de apanhar.

Mas lembre-se: seu maior inimigo ainda continua sendo você mesmo. E você mesmo ainda continua sendo a possibilidade da melhor amizade que pode ter com alguém. Faça de tudo para criar uma intimidade consigo mesmo. Faça de tudo para ser amigo de você mesmo. Se você se odeia, ou rejeita áreas de sua vida, comece por reconciliar consigo mesmo.

A Vida é o aprendizado do Amor e o Amor é o mais alto grau de Discernimento e é a base de toda Ética Maior.

6.6.10

A Oração como Método e Atitude de Sincronização Cósmica


Por Dr. Fernando SalvinoParapsicólogo Clínico e Psicoterapeuta [Espaço do Ser]
NIAC - Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência [Coord]
ABRAP - Associação Brasileira de Parapsicologia


Falar acerca disso é muito fácil. Praticar é nosso desafio. A vivência da Espiritualidade em nossas vidas se traduz por uma vida regada de honestidade e coerência, na direção daquilo que Kung Fu Tzu (Confúcio) disse quando chamava de "homem benevolente" aquele que era moralmente bom em seus atos, com coração aberto e prestador de assistência aos necessitados, buscador constante da elevação de seu caráter, da superação de si mesmo para o tornar-se um homem do bem. Praticar o bem, caminhar no Caminho da Verdade e direcionar os esforços num sentido comum ao Universo, no Bem Maior em prol da evolução. Tudo isto se traduz em comprometimento com a Vida. Comprometimento consigo mesmo e com o Caminho (Tao), na estrada reta da evolução, numa direção que desconhecemos mas que a conexão espiritual com o Universo torna o caminho confiante e o destino um Bem a ser vivido.

A vivência da Espiritualidade tem relação direta com a Religião, no sentido de reverência ao Infinito e ao Universo divinamente orquestrado, no qual somos filhos cósmicos e pertencentes ao seu Grande Ninho. A Oração, ou a conexão átmica de si mesmo com o Grande Universo, o Infinito Bem que nos sustenta e nos dá a Vida, é caminho para a abertura dos centros superiores de energia, os chacras mentais e espirituais superiores, localizados fisicamente no coração, garganta, testa e topo da cabeça. Estes centros de sentimento se conectam com o Campo de Inteligência Universal como um cabo que se liga a uma tomada e alimenta a máquina, o Universo nutre todo o espírito com sua Infinita Benevolência a partir daqueles que galgaram os degraus da evolução cósmica e expressam a prova da serenidade vivida, o discernimento tranquilo e a amorosidade universal. A experiência é transcientífica, mas a Oração é um método a ser estudado e aprimorado.

Cientificamente falando, a Oração enquanto geração de pensamentos-sentimentos-energias (psicons) direcionados a sintonias do Bem provocam a expansão da consciência e a abertura de centros de comunicação interdimensional, facilitando o contato com os "Espíritos de Luz", aqueles que estão noutro degrau da evolução, os Amparadores.

A Oração é um método de sincronização cósmica

A Oração é um método de sincronização cósmica, atuando como potente agente mobilizador de ondas mentais positivas, gerando circuito psicomagnético em torno de todo campo de energia, irradiando freqüências de alta intensidade, provocando o ajuste dos sinais mentais com as sintonias mentais dos Amparadores e com o Cosmo. A Oração é um instrumento direto de contato com o que podemos chamar "Bem Cósmico Maior", inundando os chacras de alta energia e provocando reações de serenidade íntima, paz espiritual e auto-amparo direto.

Orar é uma atitude mental

Orar é uma atitude mental pró-vida, pró-evolução numa geração de ondas mentais positivas inunterruptas a partir de pensamentos e sentimentos de alta frequencia, como o são os pensamentos e sentimentos de gratidão.

Assim, quero com este texto descaracterizar a Oração como algo relacionado com as práticas religiosas (recitar mantras, textos prontos, etc.) e trazer para o campo da investigação científica, especificamente as metodologias de expansão da consciência e da psicoterapia parapsicológica.