31.3.10

Por que fazer terapia? A ressurreição de si mesmo.

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo Clínico
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Amigos(as),

Hoje, após meus atendimentos matutinos, como toda semana, estava a pensar sobre o que escrever esta semana para as mais de 1.000 pessoas que hoje recebem o Parapsicologia Clínica NEWS em seus e-mails, semanalmente. Na maioria das vezes, pergunto a mim mesmo sobre o que escrever. Fico sentado na cadeira da sacada de meu apartamento, diante do imenso mar da praia do Campeche, deixando minha mente vagar pelo infinito daquele horizonte, refletindo sobre a Vida, o Sentido e a Existência e aguardando que a “Inspiração” se manifeste. No entanto, desta vez, antes de ficar pensando muito a respeito, a “Inspiração” indicou-me consultar minha esposa a fim de que me pudesse passar a sua posição. Aproveitando a Pascoa e s eu significado, resolvi unir as coisas neste texto.

- Que tema achas interessante escrever para esta semana?

Ela respondeu prontamente, após explicar o perfil do público leitor:

- Porque tu não escreves sobre “Por que fazer Terapia?”

Este texto é a resposta a esta simples pergunta.

POR QUE, AFINAL DE CONTAS, FAZER TERAPIA? E O QUE TEM A VER COM RESSUCITAR A SI MESMO?

Quando eu era pequeno, lembro que os adultos em geral me ensinavam algo estranho a respeito. Diziam eles:

“Quem faz terapia é doido, tem problemas mentais...”.

Parecia-me quase como uma infecção, como se a insanidade pudesse me infectar, como se as pessoas que faziam terapia fossem diferentes, tivessem algo que não tinha, um vírus estranho, uma bactéria maligna... sei lá o que realmente eu pensava, eram sensações estranhas que me davam quando os adultos falavam sobre terapia.

Lucas e a fabricação de sua insanidade....

Um amigo de infância, que chamo aqui de Lucas, era um desses. O pai surrava-o de cinta quando mexia no trem elétrico do pai, guardado a chaves no escritório, para os filhos não mexerem. Ele um dia me disse que ia ao psicólogo ou psiquiatra. Ele tomava drogas psicotrópicas aos 11 anos. O pai fumava cerca de quatro maços de cigarro por dia e, às vezes, acendia um cigarro quando o outro ainda estava aceso no cinzeiro. O filho tem problemas, diziam os adultos.... No seu quarto, Lucas tinha uma tabela com todas as coisas que tinha que fazer, desde o acordar até o dormir. Caso não fizesse, apanhava. Lucas era um desses que os adultos temiam: infectado pela loucura, insanidade ou algum distúrbio mental. Lembro-me de sua euforia ao me chamar no quarto do pai, para mostrar-me a arma do pai, guardada no criado-mud o, ao lado da cama.

Outro amigo, que diziam que ele precisava ir a um ‘psicólogo’, a um ‘psiquiatra’, lia Isaac Asimov (famoso autor de ficção científica) desde sua tenra idade, apresentava comportamento evidente de isolamento e restrição de relações de amizade. Eu era seu único amigo. Ele raramente saia de seu mundo, seu quarto, seu universo. O estranhamento que causava em mim seu mundo marcou-me profundamente. Aprendi com este amigo a ficar sozinho. Ele tinha um saber que poucos tinham: ele sabia ficar a só confortavelmente. Ficava horas num transe calmo e tranqüilo. Apresentava como dizem os psiquiatras, comportamento de traços psicóticos, esquizofrênicos e traços de um pré-autismo. Tinha grave problema de adaptação social e de inserir-se no mundo. El e poderia ter ido a um terapeuta, mas nunca o foi. Foi acusado de “demônio” no colégio de freiras que estudava. Ele tem o “vírus da insanidade”, infectado pela loucura ou por algum distúrbio mental ou emocional, diriam os adultos. João nunca foi a um terapeuta. Dizia ele: “eu não preciso de terapia”.

Maria é outro exemplo. Aos 7 anos, o pai abusara dela sexualmente. Hoje, aos 26 anos, sente que tem algo errado em sua vida, apresenta problemas de várias áreas de sua vida. Sente que pode enlouquecer a qualquer momento. Maria foi infectada pelo “vírus”. Robson também, o pai e a mãe lhe abandonara e o deixara aos cuidados dos avós. A mãe sempre privando-o de dar sua opinião sob ameaças de agressão, Robson hoje tem medo de decidir, medo da vida, encolhe-se dentro de si e se acovarda. Robson infectou-se. Exemplos não param. Todos eles pararam num terapeuta. Mara e Robson eram meus pacientes. Poderia ficar aqui citando exemplos e mais exemplos de pessoas que se “infectaram com o vírus”.

Acha que me livrei do "vírus"?

Eu também convivi com o “vírus da insanidade” desde pequeno. Aos nove anos, no colégio tomei água da torneira, o que acabei por me infectando pela hepatite. Tive febres fortes de mais de 39°. Numa destas febres aconteceu algo estranho: eu começava a sair para fora de meu corpo e ficava flutuando no teto do quarto. Senti muito medo por causa daquilo. Via espíritos no quarto me olhando em pé ao redor da cama. Meus pais, ninguém sabia explicar. Nesta idade, fui a exames de eletroencefalograma, para ver se tinha algo de estranho no cérebro: e nada. Bom, desde os nove anos, acabei pertencendo a classe dos infectados pelo “vírus”. Achava eu que não era normal. Algo de estranho existia em mim que não havia nos outros. Eu acreditava nisso. Neste caminho, busquei ajuda e fui pa rar num terapeuta. Como muitos de meus pacientes, passei por tudo que possam imaginar. Desde os pretos-velhos até os cientistas e filósofos, como Heidegger, Sartre, Husserl e Hegel. Nesta caminhada tornei-me adulto também. Mas sentia-me um adulto diferente, minhas idéias eram outras, minha visão de mundo era diferente. Eu praticava Tai Chi Chuan, estudava língua chinesa sentado na grama com os alunos, surfava e apreciava o pensamento chinês. O “normal” não me atraía, as “convenções”, o “comum”. Atraia-me as pessoas incomuns, as ciências incomuns, as filosofias incomuns, as que fugiam da regra, que transcendiam o “normal”. No Direito, estudei os criminosos quando estagiário da 1ª Vara Criminal de Florianópolis, ainda na segunda fase. Quando formei-me advogado, fui estudar o hospital psiquiátrico de internamento de criminosos insano s. Descobri a insanidade social instalada naquele presídio e naquele manicômio, na forma de tratamento e nas instalações desumanas. Tive contato com os casos extremos da insanidade e aos poucos fui expandindo meu interesse para toda a gama de pessoas incomuns e descobri o incomum em todas as pessoas. E o “incomum” tornou-se o “normal”. Descobri a insanidade latente em todos nós. Então descobri a função da terapia nos tempos atuais.

Tornei-me então Parapsicólogo Clínico para ajudar os que necessitavam de ajuda. Larguei a profissão de advogado. Acharam que eu estava louco. Terminei o mestrado em educação, trabalhei com professores, ajudando-os. Descobri que a maioria necessita de ajuda e todos, sem exceção, carregam a pressão da insanidade dentro de si. Pessoais “normais” podem, no outro dia, acordar deprimidas sentindo-se loucas, insanas e profundamente odientas perante a vida, os filhos, a esposa e o esposo, as pessoas, a sociedade, etc. Podem ser amadas em um dia e, no outro, serem pressionadas a tomarem drogas sob acusações de que estão “infectadas”, sendo odiadas pelas mesmas pessoas que a amavam. Estas pessoas podem num dia serem normais e terem uma vi da comum e, no outro dia, podem estar presas num hospital psiquiátrico devido a um surto emocional grave, onde quebrou a casa inteira devido ao ódio reprimido anos a fio. Ela tem problema mental, diz os rótulos. Pessoas trabalham em coisas que odeiam ao longo de suas vidas, relacionam-se com que não amam durante anos a fio e, quando surtam, eis o que ocorre: “ela está ficando louca, ela tem algum problema, tem depressão, é bipolar”. Os rótulos já estão prontos, como um fast-food da mente, os pacotes prontos para serem vendidos. Ela acredita que é anormal, que tem uma espécie de “vírus” que tem algo que precisa ser tirado de dentro dela. Um desequilíbrio neuroquímico, dizem que ela tem que tomar lítio, ingerir umas pílulas que geram uma euforia e que a longo prazo gera dependência e mais depressão.

Você pode ser esta pessoa.... qual problema?

Você pode ser esta pessoa que me lê. Você mesmo pode ser a pessoa que falo aqui. Que hoje é insegura, com auto-estima comprometida e que se acovarda diante de toda mudança profunda que a vida lhe pressiona a tomar. Você mesmo foi enganado pelos adultos quando pequeno. Acontece que os adultos também foram, um dia, pequenos e enganados pelos adultos. E hoje, você é adulto. E hoje, você pode estar enganando seus filhos ou alunos.

Infância dolorida: eis nosso patrimônio

Desde criança aprendemos a não ser quem somos. Isto já disse noutro texto, mas é importante contextualizar aqui também. Aprendemos muito pouco sobre nós mesmos e muito sobre o que “deveríamos ser”. Os adultos, pais, professores e autoridades da infância, nos ensinaram muito sobre os ideais daquilo que deveríamos ser e seguir. Eles nos apresentaram os ideais de Cristo e de outros como norteadores de nossas ações. Eles nos apresentaram para modelos quase perfeitos de ser humano. Eles nos ensinaram a negar a nós mesmos e a seguir os ideais, numa fantasia sem fim. Os adultos em nossa infância, não nos ensinaram sobre nós mesmos. Raros foram aqueles que ouviram de seus pais: “ seja você mesmo”. Escutávamos cada um de seu modo: “não seja você mesmo”. Aprendemos a nos rejeitar, a nos odiar, a sentir raiva de nós mesmos por sermos quem somos, por termos um ou outro traço de personalidade, por sermos muito ativos ou passivos, por não gostarmos da escola ou de desejarmos ficar o tempo todo nela. Fomos ensinados a não amar nosso corpo também, a rejeitá-lo. Muitos pais diziam: “você está gordo... você está magro demais... seu cabelo está feio, arrume estes dentes...........”. Acontece que seus avós faziam a mesma coisa quando seus pais eram crianças. Um ciclo vicioso se instalou. Há muitas vidas ocorre assim. Conflitos são gerados devido a estas incompatibilidades, e “carmas” são criados devido a isto. E temos de repetir, nascer junto das mesmas pessoas que tentar fazer diferente. Tent ar aprender outras formas de ser e estar no mundo.

Mas onde irei aprender isto?

É aqui que entra a importância de fazer terapia e respondo a pergunta de minha esposa: “por que fazer terapia?”

Porque necessitamos aprender a ser quem somos, aprender a nos conhecer.

Terapia: aula-particular de si mesmo.

A terapia é um tipo de “educação de adultos”, onde o “professor” é o terapeuta e o “aluno” é o paciente. A relação terapêutica é diferente da que ocorre em sala de aula ou aula particular tradicional. O terapeuta não está no centro da aprendizagem e nem existe um livro ou matéria que precisa ser ensinada. Não importa o que dizem os livros ou o que a universidade falou, ou o que as praticas e experiência diz. O que importa é o livro da vida do paciente, uma pessoa humana. O conteúdo do “livro do paciente” precisa ser estudado, e existem técnicas para se estudar os conteúdos do livro de nossas vidas. O terapeuta facilita o caminho que o paciente tem, em sua frente, de se conhecer. O conhecimento na terapia é o conhecimento de si mesmo. O paciente é uma pessoa. O terapeuta também. Ambos criam uma atmosfera de franqueza onde a aprendizagem de si mesmo torna-se possível.

Mas o que é Terapia?

Terapia é a aula particular de si mesmo. É onde a pessoa podem se despir de todas as suas máscaras e convenções sociais, despir-se da moral, da forma correta de falar, e de tudo que “entope” a si mesma para que, enfim, comece novamente a ser a si mesma, ser quem ela é. Autêntica, honesta consigo e franca com seus sentimentos e pensamentos. Ela pode falar o que quiser, tem liberdade de ser quem ela é. Ela pode aprender a confiar e a mostrar, falar e expressar conteúdos de sua vida que nunca ou raramente pode compartilhar com alguém. Ela sai da solidão, do isolamento, encontra na terapia um local de ancoragem para se restabelecer, conhecer-se e voltar a ser quem ela é.

Poucos espaços sociais permitem sermos quem somos. Nem a Igreja permite; você não pode questionar o sacerdócio, as regras, as normas católicas ou evangélicas. Nem no centro espírita pode: Kardec é inquestionável, a moral cristã é intocável. Quando pensa algo diferente em seu grupo de amigos, muitas vezes não se sente a vontade para se manifestar: irá contra a cultura e a moral do grupo. A mesma coisa no trabalho: você tem idéias diferentes, pensa diferente, e se cala muitas vezes. Tem medo de se passar por ridículo, idiota, tanso ou burro. Duvida de sua capacidade intelectual e emocional. E acaba por isolar-se no grupo. A maioria dos espaços não permite que seja você mesmo. Diria mais, a cultura é uma cultura que sufoca o Ser. E quando este começa a se expressar, existem “drogas” que o anestesiam. As “drogas” podem ser o assédio moral, o preconceito, os “tarjas-pretas”..........

A clínica, especialmente, a Parapsicológica é o espaço onde o paciente pode ser quem ele é em sua inteireza, dentro de sua natureza real, autêntica e honesta, incluindo o que foi em vidas passadas e o que se passa dentro de si que ultrapassa todo o convencional. E dentro desta condição de liberdade, pode se conhecer e a partir da segurança de ser quem ele é, retorna ao mundo com os pés firmes no chão e mais seguro de si mesmo e de tudo que acontece consigo mesmo. E com isto, compreende mais as pessoas a partir da compreensão de si mesmo. Vencendo sua insanidade e o preconceito que sente de si e do ódio de si mesmo, passam a se amar mais e, com isto, abre-se ao amor ao próximo naturalmente, progressivamente, a cada passo que dá no caminho de autodescoberta.

Terapia Parapsicológica e Propósito de Vida

Num dado momento da história da criação cósmica, os Seres foram criados. Eu nasci, você nasceu. Num destes trilhões e trilhões e trilhões de Seres estava você. Você foi criado com um propósito. Por esta razão é diferente e singular a todas as outras pessoas. Estamos aqui para nos realizarmos como pessoas e esta realização passa por realizarmos nosso propósito na vida.

A terapia é o caminho seguro de identificarmos e começarmos a realizar o nosso propósito. A felicidade que tanto sonhamos está ao nosso alcance, dentro de nós, nas profundezas de nosso Ser. O Poder Divino ou a Vida Maior nos criou por algum motivo e, por este motivo somos diferentes um do outro. Por este motivo passamos por esta ou aquela experiência ou temos este ou aquele trauma. Nada há de errado conosco. Pertencemos a um processo evolutivo espiritual infinito, onde não sabemos quando começou e se terá fim. A terapia é o aprendizado da tomada de responsabilidade por nossa evolução e por tudo que ocorre dentro de nós e em nossas vidas. Estamos no exato ponto onde nos encontramos. Você está aí, lendo este texto. Eu estou aqui escrevendo par a você. E eu e você decidimos para onde iremos e o que faremos de nossas vidas, após este momento. Eu te ajudo a ser quem você é. Mas você é responsável por tudo aquilo que é e por ser quem é. Aprender isto é terapia.

Paz e Luz!

Fernando.

23.3.10

Reconciliando-se Com a Vida e Consigo Mesmo

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo Clínico


Hoje quero falar sobre um aspecto da vida humana pouco valorizada. Aliás, é uma área de nossas vidas que estamos ainda engatinhando. E isto tem um motivo muito claro: renascemos numa cultura ingrata a vida. E aceitamos porque nascemos também com esta dificuldade. Há muitas vidas que isto ocorre, faz muito tempo que estas crenças foram sendo alimentadas, vidas após vidas, e hoje, o resultado é bastante crítico: não nos damos mais conta de tudo o que recebemos da vida em prol de nossa evolução. O universo é benigno em sua essência e em sua manifestação. Tudo o que ocorre no mundo é para o Bem Maior do universo. Tudo o que ocorre na Terra é para sua evoluç&atild e;o. O universo está amparado em seus mais sublimes degraus da evolução. As hierarquias da evolução celestial coordenam a evolução a partir do amor puro e de uma ética cósmica impecável. Nada do que fizermos abalará o projeto de evolução cósmica. E tudo o que temos que fazer é cooperar com a Evolução Maior e retribuir tudo o que já recebemos do Universo. O Cosmo quer nosso bem e age em prol de nosso bem. Ao agradecer à Vida e ao Universo por tudo aquilo que já recebemos, uma porta se abre dentro de nosso espírito e o caminho da gratidão torna-se possível.

Agradeça primeiro, por existir e ser quem você é. Comece por este passo simples e objetivo. Simplesmente agradeça por existir e ser quem você. Seja lá quem você seja, seja lá que virtudes ou defeitos você tenha. Não importa, nada disso importa. Você existe para evoluir. Diante disso, agradeça por existir e ser quem você é. Ao realizar isso verá que todo seu projeto REAL de vida está enraizado nisso. Mas, se você tiver dificuldades em fazer isso é porque todos nós, ou a grande maioria, se tornou ingrato.

<< Tornamo-nos pessoas ingratas? >>

Reclamar, criticar e rejeitar a vida e as pessoas de seu circulo de relacionamento praticamente o tempo todo tem sido o hábito da pessoa moderna. Ela se ocupa com isto, ela alimenta isto e acaba se nutrindo com isto. Este comportamento acaba sendo excitante, gera adrenalina no sangue e dá a sensação de estar viva. Este tipo de adrenalina vicia como droga. A pessoa moderna está apriosionada na própria gaiola que criou para si mesma. Todos são os culpados. O Lula, o Ciro Gomes, os políticos... Bin Laden é o culpado.... Busch é o culpado... os criminosos são os culpados.... os políticos são os culpados.... todos.... o pai, a mãe, a família..... os tios..... os filhos são os culpados.... Todos são os alvos da crítica severa, da reclamação e da rejeição, seja lá porque motivo for. Pode até ser que seja porque pertence ao partido político do PT, ou do PSDB; ou seja dos Democratas ou Republicanos, ou seja porque defende a Monarquia e mesmo o retorno da Ditadura pela posse dos militares. Seja lá porque motivo for, os outros se tornaram os culpados pela desgraça da vida da pessoa moderna. E o que tem de interessante nisso? É que a maioria das outras pessoas modernas também age assim: culpam, rejeitam e criticam todos a sua volta culpam-nos por sua condição de ser. Caso esteja com problemas financeiros, a culpa é do governo, da falta de emprego ou sei lá qual motivo ela criará para justificar suas dificuldades. Caso esteja com problemas no casamento, a culpa é do marido ou esposa, ela/ele é que é culpada(o); se ele/ela traiu, aí então, toda a ira do mundo se pr ojeta sobre o grande culpado. Se o mundo está em colapso ecológico, com a queda dos 100% da cobertura de floresta atlântica para menos de 4%, então, a culpa é do ser humano, das indústrias, do capitalismo. Esta pessoa moderna tornou-se ingrata a tudo que a cerca, a vida. Culpa tudo e todos e acaba adoecendo. Quando adoece ela diz: ‘estou com uma doença’, ‘estou com depressão’. Como se ela tivesse contraído ‘algo’ deste mundo hostil. Se fosse honesta consigo mesma ela diria: ‘sinto-me deprimida’, ‘sinto-me doente’....

<< Mas, porque a pessoa moderna sente-se doente? >>

A pessoa moderna sente-se doente. O que quero dizer com isto? Quero dizer que ela rejeitando o mundo e as pessoas a sua volta, criticando tudo e todos, acaba por isolando-se e afundando em sua própria solidão. Quando não assume a responsabilidade por ter criado seu próprio ‘estado de ser’, acaba culpando o mundo por ter contraído uma doença. E com isso, deseja um remédio para que a cure. Deseja um anti-depressivo, uma fluxetina, um ansiolítico, um passe no centro espírita, que orem por ela, que rezem por ela. Ela deseja que algum fator externo, um remédio seja lá qual for, cure ela da doença que contraiu. Ela não sabe o porque está assim, ela sente-se desorientada diante de tudo e todos. Em casos graves questiona a vida, o mundo e seu sentido . Olha para a esposa ou marido e não sabem nem porque está casado(a) com ele/ela. Alguns dizem que casou para sair de casa, ou que casou porque tinha de casar. O sentido da vida parece ter terminado, e o resultado é medo, depressão, melancolia, rejeição, agressividade. Ela culpa o mundo por tê-la enganado, por tê-la prometido recompensas por seguir o protocolo da felicidade: casar, ter filhos, ter emprego, viver e morrer. Agora, a pessoa moderna sente-se morta por dentro. Não sente mais tanta vontade de sair de casa, ou em casos graves, não sai de casa. Tem medo de multidões, de tudo e todos. Entra em pânico. Uma criança também pode sentir-se assim desde pequena: nada parece ter sentido, a escola, os professores falando sem parar na sua frente assuntos que não lhe interessam e ainda precisa ficar sentadas olhando estes adultos problemáticos. As crianças percebem os adu ltos, muitas crianças desenvolvem os transtornos de atenção porque não tem interesse em aprender aquilo que os adultos acreditam que sejam bom para as crianças. Os adultos dizem: você precisa estudar, passar no vestibular, casar, ter filhos, ser alguém na vida. Acontece que os adultos esqueceram que foram crianças e que seus pais prometeram coisas parecidas. E nada disso tornou-os felizes. Nada disso foi suficiente para alcançarem a felicidade.

Todas estes estados são chamados de doenças. Mas na verdade não são doenças. São sintomas das atitudes de rejeição da vida e de tudo aquilo que é diferente de nós mesmos. São sintomas do ódio e raiva que sentimos de nós mesmos. São sintomas do medo que temos de nós mesmos, do medo de sermos quem somos. Do medo da vida, do desconhecido, da morte. Do medo da insanidade mental, do medo que temos de enlouquecer e tornarmos insanos. Seja lá que doença for, seja lá qual problema você está passando, é sinal de duas coisas simples: atitudes de desamor diante de si mesmo e diante da vida. Estas atitudes de desamor se expressam pela ingratidão e pela falta de confiança em geral, nas pessoas e na vida. E stas atitudes podem estar ancoradas em traumas de vidas passadas ou desta vida. Não importa: estes traumas nos criaram crenças e estas crenças alimentam a ingratidão.

A ingratidão torna a vida amarga e sem sentido. Torna a vida morta e má. Torna Deus mais um ser malvado que nunca ouve as suas preces e que é responsável pelo caos no planeta e pelo estado hoje. No entanto, Deus nada tem a ver com isto. Deixe Deus continuar a se preocupar com a orquestra bem tocada dos bilhões de conglomerados de galáxias. Deus, o poder maior do cosmo, nos criou gratuitamente e nunca cobrou nada de nós por ter-nos criado.

<< Recebemos nossa essência, nosso Espírito e nossa Imortalidade. Agradeça ao universo por você existir e por sua imortalidade, este é o primeiro passo de sua reconciliação com a vida. O Universo nos criou imortais e mesmo que o pior ocorra conosco, sempre permaneceremos vivos. O Universo é amparador, benigno e justo.>>

Em algum momento da existência cósmica, surgimos, nascemos. Existimos e por isto, somos o que somos. E quem nos criou? Não importa como e quem nos criou. O que importa é agradecermos, é mantermos uma gratidão por existirmos e estarmos vivos. Isto é espiritualidade praticada todos os dias.

Nenhum criminoso, por mais maligno que seja, deixou de ver o nascer e o por do Sol. Nunca a Lua deixou de aparecer para ele. Nunca o céu estrelado se fechou diante dele como forma de puni-lo. A Criação deu-nos o poder de escolha e diante disso, a responsabilidade por nossos atos. A Terra nos dá toda a água necessária para vivermos bem aqui. Tem terra para todos morarem, e nada é cobrado de nós pela Terra. A Terra nos dá tudo gratuitamente. Nós privatizamos a vida e cobramos pelo ar, água, alimento e tudo que nos é dado gratuitamente. Para que possamos desprivatizar a Terra, torná-la sem dono novamente, é necessária muita gratidão e amor pela vida.

<< Recebemos um planeta fraterno. Agradeça a Terra por tudo que ela te deu e te dá. Por te dar o chão para morar, a água para beber, o calor do Sol e sua luz para viver. Agradeça pelo que todos os seres vivos do planeta já fizeram e fazem para você.>>

Ao surgirmos no cosmos pelo simples ato do poder divino, passamos a retribuir o fato de existirmos e estarmos vivos. Esta retribuição ancorada na gratidão honesta é a base de nosso projeto de vida. Nosso trabalho e tarefa neste mundo necessita estar sintonizada com a retribuição por tudo que a vida nos deu de bom, de experiências e oportunidades. Ao deixar o orgulho e a prepotência de lado, caminhamos em direção a uma vida de gratidão.

<< Recebemos do Universo nossa própria existência. Agradeça por ter sido criado(a). Agradeça por estar viva, por existir. E retribua ao Universo por isso.>>

É por isso que estamos aqui, é por isso que decidimos voltar e renascer. Para retribuir com nosso serviço, ajudando aqueles que o(a) ajudaram e ainda a(o) ajudam: o Universo, a Terra, os seres vivos e as pessoas.

Provavelmente você vive uma vida em que não sabe o que está fazendo neste Planeta. É muito comum as pessoas sentirem que tem algo a fazer, mas geralmente param nisso. E se você sente que é uma destas pessoas, então, você já pode começar a agradecer por tudo que já recebeu desta vida. E começar a criar um projeto de retribuição social e planetário. Isto é resultado de sua maturidade e de sua gratidão perante a vida e o planeta.

<< Recebemos um planeta bom, bonito e intacto. Os seres vivos que habitam este planeta são bons e cooperam com a evolução. Agradeça a Natureza e tudo que ela lhe dá: o por do sol, o nascer da lua, as estrelas e todo espetáculo maravilhoso da vida.>>

Agradeça a Terra por tudo que ela lhe dá e já lhe deu ao longo de todas as vidas que passou por aqui e a esta atual vida.

E agora, estamos navegando no mesmo barco de esquecimento, tentando nos lembrar, em primeiro lugar, quem somos. Navegamos num barco chamado Terra. Os tripulantes passam dos trilhões de seres vivos. Somente em nosso corpo, passam das mais de trilhões de bactérias que povoam nossos órgãos, quando que, sem elas, não estaríamos em equilíbrio. Recebemos os serviços destes seres minúsculos, invisíveis, gratuitamente o tempo todo, tanto dentro de nosso corpo como do papel que exercem no planeta. As bactérias prestam verdadeira assistência às populações da Terra. Os vírus nos ensinam a olhar para nossa imunidade, que é essencialmente, a nossa saúde emocional, mental, existencial e espiritual. Este serviço é prestad o gratuitamente. E o quanto temos reclamado das bactérias, dos vírus? Temos criado meios de matá-los e de odiá-los. Agradeça as bactérias e aos vírus por existirem, eles fazem seu trabalho e não cobram nada pelo que fazem.

<< Recebemos do Universo nossa própria condição de sermos quem somos. Agradeça por ser quem você é. Para o universo é importante que você exista e seja quem você é. Este é seu desejo: o universo lhe criou e deseja que você seja quem você é.>>

Quando começamos a ser novamente quem somos, começamos a nos aceitar como realmente somos. Você pode começar agradecendo por aquilo que é, agora. Você pode começar agradecendo por tudo aquilo que aprendeu nas suas vidas e em toda sua existência. Tudo o que necessita e necessitou chegou até você. Todo conhecimento que precisou foi até você e ainda virá. Então, nada mais justo que gerarmos dentro de nossa alma a gratidão por tudo aquilo que a vida nos dá. E quanto mais gratidão maior nossa capacidade de receber da vida. Quando você começa a agradecer, você se torna merecedor de tudo aquilo que se tornou e de tudo aquilo que é hoje. Você se torna merecedor da vida, de viver, de sentir-se feliz e realizado(a). Você recebeu do Universo uma esposa/marido, filhos e familiares. Agradeça por tudo o que já fizeram por você, por tudo o que se doaram por você e para você.

<< Como começar? O que preciso fazer?>>

Você pode ser casado ou estar namorando, não importa. Você pode ter filhos ou não. Não importa sua idade, tamanho, sexo, profissão. Somos todos iguais, porque você recebeu do Universo muitas pessoas que passaram por sua vida e eu também. Nisso somos muito semelhantes. Você pode fazer uma lista de todas as pessoas marcantes que passaram na sua vida. Enumere por ordem de importância. Coloque todas. Você pode colocar até mesmo aqueles que considera seus inimigos ou inimizades. Não importa, elas foram importantes para você. Coloque todos numa lista e agradeça um a um por tudo que aprenderam com estas pessoas. Você pode colocar uma música suave, leve para criar um clima de paz e serenidade. Medite um pouco, pense nas pessoas e vai colocando na li sta. Quando preencher todas, leia o nomes das pessoas em voz mental tranqüila. E pessoa a pessoa, uma a uma, você irradia gratidão por tudo o que já fizeram para e por você. Faça isto durante 1 hora. Se não conseguir completar a lista, não importa. Recomece no outro dia do ponto onde parou. Agradeça até mesmo seus inimigos ou desavenças pelo que fizeram: elas te ensinaram alguma coisa com tudo aquilo. Agradeça. Deixe o orgulho, a arrogância e a prepotência de lado, e agradeça. Faça do seu jeito, não importa como você fará: você sabe fazer, é de sua natureza sentir gratidão. Inclua seus filhos(as) e agradeça-os por todo aprendizado que lhe deram, e por toda felicidade que lhe proporcionaram. Visualize seus filhos(as) na sua frente e irradie gratidão. Se você for mais corajoso(a) e despido de seu orgulho, então, para estas pessoas de seu círculo mais íntimo, converse com elas pessoalmente e agradeça-as por tudo. Se você cometeu algum erro com elas e que as tenha magoado, então, você pode se retratar, pedindo desculpas. E diante de seus inimigos e desavenças, ao imaginar estas pessoas, irradie gratidão e perdão pelo que te fizeram.

<< Quando deixarmos esta Terra, o que levamos são 3 coisas: >>

1. Nós mesmos, como espíritos imortais que somos.
2. Nossas amizades e amores.
3. Nossas inimizades e desamores.

Todos os nossos bens, coisas materiais e tudo, casa, carros e empregos ficarão por aqui. Permaneceremos somente de posse de nossas essências. O dia em que naturalmente formos somente Amor Puro, deixaremos de vir para a Terra. Deixaremos de renascer e nos tornaremos Uno com a Vida e prosseguiremos nossa caminhada evolutiva noutras moradas do Cosmo. Nós nos tornaremos consciências livres e espíritos puros. Agradeça a Vida por reservar a você e todos nós um destino tão justo, belo e sublime.

15.3.10

O sonho de João: reflexões sobre o sentido da vida.


Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo
parapsic@parapsicologiaclinica.com


João era um homem bom, um homem benevolente. Neste mundo, onde João vivia, não havia terrenos ou posses. Não havia propriedades, títulos ou documentos que garantisse que alguem fosse dono de alguma coisa. João não tinha este nome. João era puro amor e serenidade viva. João não tinha ansiedade, não sentia raiva das pessoas e nem se importava com que os outros faziam com ele. João se importava com que ele mesmo fazia consigo. Então, João se respeitava e, por se respeitar, sabia colocar os limites nas pessoas para que elas soubesses lhe respeitar. Como as pessoas da época de João também faziam desta forma, nunca havia problemas. Tudo era resolvido com o diálogo e o respeito. João vivia no presente, no agora o tempo inteiro. Não necessitava de um nome para se fazer valer ou se fazer ser a si mesmo. Perdera, pois, sua identidade. Ao perder a sua identidade, passou a ser a si mesmo, livre de todos os rótulos que acumulou ao longo de suas vidas. Não tinha CPF, RG e o mundo em que vivia não era governado por ninguém. As pessoas por serem livres para serem quem são, não tinham defesas, não se sentiam ameaçadas, o mundo era um lugar seguro e amparado. Detinham uma sensibilidade tamanha que podiam sentir o que os outros pensavam ou sentiam. A comunicação era direta no nivel dos sentimentos. As palavras eram secundárias.

As pessoas se autogovernavam, se auto-orientavam, se auto-tranformavam. Não tinha que pagar impostos e taxas para ninguem, porque ninguem cobrava pelo uso das coisas. Não existia a figura do 'dono', porque ninguem dava valor as 'coisas'. Não existia a figura do locador ou locatário. Não existia Polícia, porque não existia mais o Direito e as Leis. Não existia a Receita, porque não existia Estado. Não existia mais dinheiro porque as coisas tornaram-se sem sentido. Toda a tecnologia tornou-se sem sentido, as pessoas estavam comunicando-se diretamente sem uso de instrumentos. A tecnologia existente era compartilhada e pública. A escola deixou de existir, porque os professores tornaram-se desnecessários com o passar do tempo. As pessoas começaram a se auto-orientar, a se auto-gerenciar dentro daquilo que necessitavam. Ao invés de existirem escolas as pessoas passaram a conversar, vivendo a vida naturalmente. Viver passou a ser mais importante que somente Existir. O autoconhecimento passou a ser a principal razão daquelas pessoas. Elas eram num total de mais de bilhões. João sentia-se completo por dentro e escolhia os relacionamentos para trocar, compartilhar de sua felicidade. As moradias eram diferentes. Não existia TV, não existiam jornais. Os aposentos eram simples e confortáveis para acomodar o corpo ao sono e aos relacionamentos sexuais dos parceiros. A sexualidade era natural. A monogamia era vivida como opção de maturidade e não como regramento religioso. Não existia punição porque não existia coerção. A sociedade era livre de coerção. Ninguem fazia nada por obrigação ou por dever. Não existia nada que as pessoas usassem como fuga. O trabalho era escolhido baseado no interesse e no prazer. Nada era forçado, nada imposto. As pessoas se auto-orientavam naquilo que escolhiam ser a melhor opção dentro de seus critérios de escolha. As demais pessoas respeitavam, porque agiam da mesma forma: se auto-orientavam. Elas eram benevolentes umas com as outras, não existia agressividade ou irritabilidade entre elas. Havia respeito e consideração mútua. Ninguem precisava decretar nada para que as pessoas fizessem as coisas certas. Ou, não existiam leis injustas criadas por pessoas de má fé. Aliás, não existiam Códigos disso ou daquilo. Existia somente o Amor como centro orientador de todas as ações e discernimento. As pessoas existiam no tempo e no espaço de um Universo real e lúcido. Ninguem sonhava. Ninguem dormia. Todos eram lúcidos, despertos. Ao dormir, somente seus corpos ficavam repousando, mas os espíritos daquelas pessoas saiam de seus corpos e continuavam suas vidas noutras moradas do Cosmo, aprendendo com a experiência e expandindo a consciência para um mundo maior.

Triiiiiiiiiim. Toca o despertador. João ao acordar, sabia estar no ano 7.567 d.C. Saiu da cama e olhou no espelho. Era dia 15 de março de 2010. Ao olhar nos seus olhos viu diante de si o Caminho que ainda tinha de percorrer. Compreendeu o sentido de muito que tinha lido acerca da Vida e do Sentido. E compreendeu que teria de realizar uma revisão em seus valores, lidando melhor com o dinheiro e com as coisas e posses. Valorizando os relacionamentos e modificando sua maneira de se relacionar com as pessoas, respeitando a si mesmo e respeitando os demais. Sua cidade, trânsito lotado todos os dias. Concluiu que poderá usar o trânsito como aprendizado da paciência e do respeito, praticando a benevolência e não impondo aos outros aquilo que não deseja que seja imposto a si mesmo. Fez uma lista de tudo aquilo que ainda está pendente realizar em sua vida. Fez ainda outra lista, de tudo que ainda anseia por realizar em si mesmo [mudança pessoal] e em sua vida, como na profissão. João passou as semanas seguintes realizando os ajustes de sua existência e descobriu o quão rica era sua vida, mesmo não tendo tudo aquilo que acreditava precisar ter para ser feliz. Ao valorizar o essencial, João descobriu uma nova forma de viver, onde ajudar as pessoas tornou-se uma prática diária. Começou a compreender que mais vale satisfazer uma única necessidade real do que alimentar várias necessidades irreais. Retornou sua atenção para a grande família planetária e descobriu-se como parte dela e pertencente a ela. E diante disso, parou e pensou: qual meu lugar neste imenso sistema? João sentia-se deslocado e foi cada vez mais se aproximando daquilo que desejava realizar para si e para os outros. Passou por muitas dificuldades e desafios, mas a cada passo no caminho, mais se tornava forte por dentro e lúcido. Mais compreendendo a si, compreendia o outro em suas dificuldades, intenções e ações muitas vezes de má fé. João foi aprendendo a perdoar a si e aos outros, pois admitia a cada dia a sua ignorância diante de seus sentimentos e das inteções das pessoas. Após anos e anos, João sentia-se mais inserido no mundo atual e, mesmo tendo vislumbrado o Novo Mundo no futuro próximo, conseguia, com esforço diário, pisar os pés no chão da realidade e viver uma vida próspera e rica espiritualmente e materialmente, adquiria somente o necessário para sua meta de viver na felicidade mais plena. Sabia que uma vida seria pouco para alcançar aquele homem benevolente que se tornara a milhares de anos a frente. Então, foi concentrando seus esforços no dia a dia de sua vida, com determinação, coragem e confiança na Vida e em si mesmo. Viveu feliz uma vida inteira, a partir disso, com sua esposa e familia de 2 filhos. Deixou esse mundo, sereno e lúcido.

Qual a relação que você faz desta narrativa com sua vida hoje? E com seu destino neste mundo?

Paz, Luz e uma semana de muito amparo para todos(as)!

14.3.10

Penetrando na mente de Confúcio.

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo
Dúvidas ou questões: parapsic@parapsicologiaclinica.com


Tseng Tzu [discípulo de Confúcio] disse: "Todos os dias, examino a mim mesmo sob três aspectos. Naquilo que fiz pelo bem-estar do outro, falhei em fazer meu melhor? Ao tratar com meus amigos, falhei em ser fiel às minhas palavras? Ensinei aos outros algo que eu próprio não tenha experimentado?" [In Confúcio. Os Anacletos. Livro I, 4.]


O esforço de Tseng Tzu por ser um homem benevolente fica expresso nesta máxima que consta no início dos Anacletos. Confúcio pensava a partir de uma especie de Cosmologia em que Tao e Te eram um dos centros de seu pensamento. Embora de difícil tradução e mesmo compreensão [o que só vamos conseguir ter um maior sentido da palavra em Lao Tzu, 'Tao Te King'], Tao sugere o significado de Caminho e Te, Verdade. Para Confúcio, o objetivo de qualquer pessoa, vivente, é tornar-se benevolente; é tornar-se um homem bom, moralmente lúcido dentro de uma vida prática benevolente.

Confúcio disse: "Faça o seu princípio norteador dar o melhor de si pelos outros e ser coerente com aquilo que diz, e vá onde há retidão, então você estará exaltando a virtude. Quando se ama um homem, deseja-se que ele viva, e quando se odeia um homem, deseja-se que ele morra. Se, tendo uma vez desejado que ele vivesse, você depois deseja que ele morra, isso é incoerência. Se você não fez pelo bem dos ricos, você deve te-lo feito pelo bem da mudança". [In Confúcio. Os Anacletos. Livro XII, 10.]

O esforço de Tseng Tzu expressa a máxima de Confúcio citada acima, em que aconselha-nos em fazer de nosso principio norteador dar o melhor de si pelos outros e sermos coerentes com aquilo que dizemos. O dar o melhor de si pelos outros traz em si o sentido do Caminho, que é resultado do Amor, que na prática, se revela como fraternismo, ou a benevolência praticada. Quando a benevolência é praticada, diz o Mestre que encontramos a retidão e exaltamos a virtude. Para Confúcio ser coerente é a base de sua moral prática. Por coerência Confucio entende que é a relação entre as palavras ditas e os atos praticados. Aquelas devem ser a expressão desta. O exemplo de Confúcio é direto quando fala a respeito da relação entre o ato do ódio e o ato do amor. Se um dia conseguimos amar alguem, como poderemos odiá-lo? Aqui aparece a relação entre Vida e Morte, como Amor e Ódio. Confúcio não se acomoda quando expressa sua filosofia prática de 'dê o mehor de si', como sendo uma das essências da benevolência.

Assim, para Confúcio quando um homem alcança a benevolência na prática constante de seus atos [e não ser benevolente em alguns momentos da vida], ele caminha em direção ao próximo nível: o tornar-se sábio. Com este pensamento, Confúcio inaugura um tipo diferente de escala evolutiva nos seres humanos. Partimos do homem comum que num Caminho reto, em aplicando a Verdade, alcança o nível de homem benevolente. No estágio mais avançado, o homem benevolente tornar-se sábio. Para Confúcio, pois, a evolução é estritamente interna e moral, e expressa-se pela coerência de nossos atos e palavras, assim como pela benevolência de nossos atos e também palavras, sendo o 'dar o melhor de si' um dos centros de sua moral evolutiva.

Chung-kung perguntou a Confúcio sobre a benevolência. Confúcio respondeu: "Não imponha aos outros aquilo que você não deseja para si próprio". [In Confúcio. Os Anacletos. Livro XII, 2.]

Esta máxima do Mestre exalta o 'dar o melhor de si' e não o 'pior de si'. Se em algum momento, damos algo ao outro que não desejamos receber, então isto, é incoerência. É incoerente para Confúcio que façamos algo ao outro que não desejamos que este outro faça conosco. E esta incoerência expressa o 'não dar o melhor de si'. Se acabamos por impor aos outros o que não desejamos que os outros nos façam, então, isto não é o caminho da benevolência. Se não é o caminho da benevolência, Tao e Te não estão presentes. E se uma pessoa está fora do Caminho e da Verdade, então está fora de si mesmo e do objetivo de estar vivo, que é tornar-se benevolente, tornar-se um homem melhor do que era ontem. Este objetivo é o que faz Tsung Tzu diariamente avaliar a si mesmo, nos três aspectos fundamentais que envolve o 'dar o melhor de si', o 'cultivar amizades' e a 'coerência'. Como ensinar aquilo que por si próprio não temos experiência?

Finalizo este texto tão perplexo como você leitor deve estar com a filosofia prática de Confúcio, e deixo aqui as palavras do mestre:

"Se, ao examinar a si próprio, um homem não encontra nenhuma razão para se repreender, que preocupações e medos pode ele ter?" [In Confúcio. Os Anacletos. Livro XII, 4.]

9.3.10

Sendo quem você é: o primeiro passo para a resolução de seus problemas

Por Dr. Fernando Salvino - Parapsicólogo Clínico
Dúvidas e questões: parapsic@parapsicologiaclinica.com


Uma coisa é possível afirmar com uma certeza relativamente certeira: todos nós nascemos para sermos quem somos. É um ensinamento simples, mas vou aprofundar um pouco este assunto.

Desde que você e eu somos pequenos fomos ensinados a não ser quem somos. Que estranho soa isto não? Pois é... faça um exercício: lembre-se de todas as vezes que recebeu algum tipo de repreensão pelo simples fato de ter sido quem você é. Por ter chorado, por ter falado de um jeito assim ou assado. Por ter dado gargalhadas quando era proibido fazer barulhos..... Provavelmente passará um filme em sua mente. Seja lá o que houve, ser quem você era não era assim tão confortável. Papai ficava brabo, mamãe surtava ou repreendia, ou a tia da escola ou seja lá quem for. Os fatos indicam que estamos sendo educados dentro de um modelo que deseja que 'não podemos ser quem somos'. Não falo da escola, falo da sociedade que é produto de milhares de anos. Falo de Adão e Eva, que foram expulsos do paraíso por serem quem são [pelo Deus punidor e monarca].

E porque a educação, da familia a sociedade, aplica esta educação, desde que somos pequenos? Ou para irmos mais a fundo, esta educação pode estar nos acompanhando desde muito tempo, já nas vidas anteriores.... Mas porque não podemos ser quem somos?

Reflita um pouco agora e chegue em suas conclusões. Agora vou colocar algumas conclusões pessoais a respeito deste fenômeno, muito estranho.

Quando você não pode ser quem você é, então quem você está sendo?

Você [se for o caso deste texto] está sendo uma representação viva das expectativas que os outros tem de você [pais, familiares, cônjuge - esposo, esposa, a televisão, os jornais, as noticias, as novelas...] e de suas crenças distorcidas de si mesmo(a).

Qual o problema de 'sermos o que os outros querem que sejamos'?

Escolhemos rumos para nossas vidas em que não partem de decisões internas e centradas no nosso anseio mais profundo, no desejo mais profundo que temos dentro de nós.

E, quando escolhemos caminhos que são os 'caminhos dos Outros'; caminhos que são escolhidos pelos outros e reproduzidos por nós, o resultado disso tudo no fim das contas é: doença.

A doença é o resultado visível... é a mensagem diretamente dirigida até você para te avisar que está fora de seu Caminho. A doença mostra que você tem vivido uma vida afastada de seu núcleo mais profundo, de seu anseio de estar no mundo e do que o motivou a 'reencarnar' e estar aqui, vivendo.

Mas, não falo aqui somente das 'doenças do corpo'. Falo aqui principalmente, das 'doenças da mente', das 'doenças das emoções' e das 'doenças da energia'.

Vou por partes, como diz o povo.

As 'doenças da mente' estão no nível das idéias e sentimentos; da representação que temos da realidade. Esta representação da realidade existe por causa de nossas experiências boas ou ruins do passado. Estas experiências vão formando nossas crenças a respeito de nós mesmos e do mundo, das pessoas e das coisas, do dinheiro e do sentido de estarmos aqui. Se nossas idéias estão distorcidas, ou se alimentadas por crenças errôneas a respeito da vida e da realidade de nós mesmos, então, estas idéias vão se tornando o modelo padrão, como se ficassem congeladas na energia que temos. Nossa energia então, vibrante, tem dentro dela, uma porção congelada, cristalizada. Esta porção cristalizada, que são a expressão de nossas crenças distorcidas da vida e da realidade, bloqueiam a energia e, no fim das contas, geram a doença no corpo. Estes 'núcleos congelados de energia', são o que chamamos de 'traumas'. Os traumas geram doenças no corpo. Os traumas são a fonte de nossa irracionalidade e a fonte de nossa infelicidade. E alimentamos esta crença com nossos pensamentos que temos agora. Escolhemos continuar a viver o mundo desta ou daquela forma, porque acreditamos que o mundo é isso ou aquilo.

Neste exemplo inicial temos uma menina, com 7 anos de idade, é abusada sexualmente pelo pai [incesto]. Sabemos que o incesto é proibido, mas mesmo assim, o pai tivera relações com a filha que, pela idade, não tinha a noção nem a consciência do ato que estava praticando. Isenta de culpa ou moralidades, simplesmente deixou-se ir no impulso do prazer de uma criança inoscente de 7 anos. Após esta relação, começa a acreditar que o pai é o homem dela. O pai desperta na criança o desejo sexual quase adulto. E começa a ter graves ciumes da mãe. Um dia vê os pais indo tomar banho juntos e grita com a mãe para não fazer isto. Sente-se traida [nisto ela já tem 11 anos e os abusos permaneceram]. O irmão mais novo pega o pai e a irmã em flagrante na relação e conta para a mãe, que repreende a filha e não repreende o pai. A mãe na ocasião diz, surtando aos prantos e com voz de autoridade extrema: "Sua vag... sua p....." e inicia ofensas graves contra a filha. A menina, já uma adulta com quase 30 anos de idade, não conseguia estabelecer qualquer vinculo com homens em relacionamentos, porque sente-se internamente, uma mulher horrível e culpa-se mortalmente por ter traído a propria mãe com o proprio pai.

A essência deste caso [baseado em história real] é que a menina, hoje uma mulher, está congelada em suas crenças negativas sobre si mesma [autodestrutivas, autodepreciativas, auto-odientas]. A idéia que ela faz de si mesma, faz dela uma mulher horrível e não merecedora de ser feliz. A mãe, ao fincar na mente da menina as crenças que tinha a respeito dela, fez que a menina acreditasse na mãe, e, por consequencia, acreditasse que é uma pessoal horrível. Hoje o que ela pensa de si, é uma fantasia de si mesma. É uma fantasia acerca de quem ela realmente é. Obviamente, ela não é esta pessoal horrível, e sim vítima de abuso sexual cometida por um adulto. Ocorre que, a mãe passou para a filha, naquele momento, o significado daquela experiência e a menina acreditou na mãe. A menina acreditou que ela era justamente aquilo: aquela pessoa horrorosa.

Estas crenças distorcidas, tem como base, o ódio que a mulher hoje, sente dela mesma, por ter feito isto. Este ódio é a origem do inferno que foi sua vida durante anos. Este ódio levou a menina, na adolescência a ter relacionamentos insatisfatórios com homens que não gostavam de sexo, homens que não a desejavam como mulher, e, portanto, sentia-se mal amada e rejeitada. Isto só reforçava a crença de que era uma mulher horrivel e não merecedora. Suas crenças impediam ela de estar com um homem que a desejasse por completo. E assim, aos poucos, ela lembrou de seu passado. Em terapia de regressão, voltou no tempo e lembrou que após ter visto o pai indo com a mãe tomar banho, e após a mãe te-la repreendido no ciume expresso, não mais desejava a relação com o pai. Dos 7 anos em diante, o pai forçava a relação e manipulava a criança de que iria contar para a mãe e a mãe não acreditaria nela. Ela se via forçada a ter relações com o pai. Em regressão, conseguiu acessar a verdade de seu passado e conseguiu aos poucos se perdoar do que fez e a viver uma vida de maior amor próprio. Hoje, aos 41 anos, foi se libertando aos poucos de suas crenças negativas a respeito de si e conseguiu compreender-se mais, aceitando-se e perdoando-se pelo seu passado. Aos poucos foi voltando a permitir-se desejar e voltar a viver um relacionamento. E hoje está com um homem que a faz bem e a trata de forma amorosa, onde, após mudar suas crenças sobre si mesma, conseguiu encontrar alguem também legal para tentar uma relação.

O poder das crenças sobre nossa vidas é imenso. Neste caso, a pessoa acreditava que merecia sofrer e ser punida pelo que fez, e que era uma mulher horrivel pelo que fez. Se não tivesse revisto sua vida mental e emocional, poderia teer parado num Hospital Oncológico, fazendo parte da lista de pacientes com câncer.

Noutro exemplo, temos um homem, advogado, que, em vida passada, era um soldado americano que teria morrido morto a pancadas pelas armas dos soldados vietnamitas. Nesta vida expressava um medo quase irracional de apanhar. Não tinha a menor noção das razões de seu medo. Isto o atrapalhava em sua vida e ele acreditava ser uma pessoa covarde e inferior aos outros homens. Evitava confrontos e prejudicava sua profissão. Na primeira sessão de 'terapia de vidas passadas' lembrou do exato momento em que estava flutuando sobre seu corpo. Ele estava vendo exatamente a cena [quando já estava morto] de seu corpo, dependurado de cabeça para baixo, e os soldados vietnamitas surrando-o. Ele era médico e foi enviado ao Vietnã. Chegando lá, a guerra estava terminada e o Vietnã já tinha ganho a guerra. O homem fugia dos soldados e passava fome e sede, quando desmaiou no chão. Acordou com os soldados em cima dele que o levavam para a surra. No caminho o homem morreu de exaustão. Após ver-se ali [seu corpo] apanhando, sentiu-se lúcido e sereno flutuando, observando a cena com pacifidade, quando veio um presença de pura energia e o levou a outro local. Ele sentia-se seguro e isento de qualquer medo. Após esta experiência, o homem não mais sentira este medo irracional de apanhar e sua vida começou a andar. Sentia-se seguro e feliz e compreendeu mais quem ele é. Depois desta experiência, ela gerou outra crença, a crença em si mesmo, na segurança íntima e na vida.

Em ambos os exemplos, clínicos, as pessoas, tanto a mulher como o homem, não estavam sendo eles mesmos. A mulher, estava sendo aquilo que a mãe acreditava que ela fosse. Ao incorporar as crenças da mãe dentro de si, acabou expressanado as crenças da mãe em sua vida. O homem, por outro lado, acreditava que o mundo era ameaçador [como eram aqueles soldados vietnamitas] e seu medo de apanhar o fazia acreditar que era covarde [como acreditavam os vietnamitas]. Nos dois casos, aqui exemplificados, ao retornarem a ser quem são de verdade, sentiram-se mais felizes e realizados em suas vidas. Amaram-se mais e abriram-se mais para a vida.

Este retorno para 'ser quem você é', marca uma trajetória de vida e de novas experiências que poderão reformular as crenças antigas distorcidas e odiosas, para novas formas de ver a si e a vida, dentro de uma visão positiva e realista da existência. Este caminho de retorno chama-se 'missão de vida'. E responde a pergunta: 'porque decidi reencarnar?'

Eu, você e todos nós, nascemos para aprender a ser quem somos. Ser quem somos significa viver de uma forma que não nos traimos. Viver de uma maneira que possamos nos amar, nos perdoar dos erros passados e viver de acordo com o anseio que temos lá dentro de nós. Viver de acordo com o que nos trouxe aqui: o motivo pela qual decidimos vir para cá.

Alguns podem me dizer:

- "Mas Fernando, se eu começar a ser quem eu sou, irei ter problemas."

Ou num nivel mais grave ainda:

- "Fernando, se eu começar a ser quem eu sou, não vou mais suportar meu marido. Hoje eu tomo fluxetina porque se deixar de tomar, não sei se aguento mais ele".

As evidências concretas do momento mundial que vivemos é este: o Planeta é como um 'Hospital Psiquiátrico". O mundo ressona em violências de todos os tipos e a humanidade sente muita dor. As pessoas perambulam por aí e vão vivendo como dá. Nascem, crescem, envelhecem e acabam indo sem consciência do estavam fazendo aqui. Viveram uma espécie de 'sonho'.

Se você se sente perdido(a) ou vivendo uma espécie de 'sonho', ainda há tempo. Não importa a idade. O tempo é uma criação humana [um outro 'sonho']. Todos nós temos milênios de idade. Se tem 20, 30, 40, 50, 60... pouco importa. Experimente ficar consciente, ficar lúcido. Você pode perguntar a si mesmo várias vezes: Quem sou eu? O que faço aqui? Vá a fundo nestas perguntas. É agora que a mudança começa. Você decide permanecer onde está ou caminhar. Examine sua vida com coragem e honestidade e arrisque: dê o primeiro passo. Você é o comandante da sua vida. Você é o(a) diretor(a) de sua escola chamada VOCÊ. Você é o(a) Supervisor(a) de sua escola chamada VOCÊ. Você é o Auxiliar de si mesmo. Você quem bate o ponto de sua vida. Você quem define para onde dará o próximo passo.

E, se tiver muita coragem, olhe-se no espelho por alguns minutos, bem no fundo dos seus olhos, no silêncio de sua intimidade, londe de todas as pessoas [dos filhos, da esposa, do marido....], sozinho(a) consigo mesmo(a) e: lembre-se quem você é.

E lembremos da máxima escrita há mais de 5.000 anos por Lao Tzu, na China antiga:

"AQUELE QUE VENCE OS OUTROS É FORTE.
AQUELE QUE VENCE A SI MESMO É PODEROSO.
AQUELE QUE MESMO NA MORTE NÃO PERECE, ESSE VIVE"